Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

OIIIIIEEEE GENTI!
Mais um capítulo fresquinho! Espero que gostem! Bjs.



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–Aquele é o seu amigo que você acha parecido comigo? –perguntou Gabriel rindo. Já estávamos no jardim, bebericando um chá. A ação de Gus me deixou momentaneamente estressada e a cabeça já estava latejando.

–Sim. Mas ao ver vocês dois tão perto, nem parecem tanto assim. Só a cor dos olhos, o jeito de falarem sorrindo e um pouco o porte físico. –falei ficando um pouco vermelha. Já tinha visto Gus sem camisa, mas Gabriel não. AH! Não pensem besteira; o vi por acaso um dia trocando de camisa.

Acho que Gabriel pensou um pouco de bobagem e arqueou uma sobrancelha.

–Você já o viu sem camisa? –perguntou, o que me deixou mais vermelha.

–Não! –falei rindo um pouco. –Quer dizer, só uma vez. Mas foi sem querer.

–Hum. –falei e percebi que estava com dúvidas sobre esta minha amizade com ele.

–Mas também dá pra perceber pelas suas camisetas justas, que ás vezes sobressaltam os músculos.

–É porque ainda não me viu sem camisa. –falou fazendo uma cara de malícia. No mesmo instante, ele tirou a camiseta de mangas longas que usava naquele momento.

Não consegui falar nada. Palavras faltaram na minha boca. O ar escapou de meus pulmões. Mas, não fiquei assim por muito tempo. Simplesmente tapei os olhos.

–Vista-se Gabriel! Agora! –falei, certamente vermelha como um tomate.

–Gostou, princesa? –perguntou, ás gargalhadas.

–S-i-i-i-m... mas pode vestir a camiseta agora.

–Tudo bem. –falou e depois de 1 minuto, retirei as mãos dos olhos. Ele estava terminando de abotoar a camiseta.

–Não faça mais isso! –falei.

–Só quando a senhorita permitir. –falou ele se sentando. –Desculpa se fui grosso com seu amigo. É que eu achei que tinha o direito de te ver trocar de roupa e...

–Não tem problema. –falei ,lembrando do modo como Gus agiu. –Ele é assim mesmo, desde que nos conhecemos.

–Se conhecem há muito tempo?

–Desde que eu tinha 5 anos. Ele é meio que um irmão para mim. –“Ou mais que isso”, completei mentalmente.

–Geralmente amizades de infância se tornam laços familiares. Como você disse, você o considera um irmão.

“Não só um irmão. Mas sim o amor da minha vida”, pensei. Estava me sentindo horrível mentindo para ele, mas não tinha mais o que fazer.

–Além disso, nós éramos muito chatinhos um com o outro. Sendo assim, acho que contribuiu para o fortalecimento da amizade.

–Chatinhos? –perguntou rindo. –Também tinha uma amiga de infância, na França, a Luna. Pena que... –a voz dele falhou. Seus olhos se encheram de lágrimas.

–O que houve com ela?

Ele ficou quieto por um bom tempo. Por fim, disse:

–Ela faleceu á alguns meses atrás.

–Ó Gabriel! Desculpa por ter perguntado!

–Não tem problema, Kiara. –respondeu dando um meio sorriso. Era a primeira vez que ele se dirigia á mim como Kiara, não como princesa. –Eu precisava mesmo desabafar isso com alguém. Sabe, quando ela morreu, me senti tão só... Não havia ninguém para dividir minhas angústias, muito menos para que eu comentasse minhas felicidades. E isto é horrível! Além do mais, não tinha ninguém que me fizesse rir dos problemas. Não podia mais ver aqueles olhos azuis penetrantes que ousavam sempre dizer-me que estava tudo bem e que ia acabar bem. –ele fez uma pausa e riu. –Teve uma época em que planejávamos até nos casar. Mas éramos pequenos, nem sabíamos o que era realmente casar.

–Você gostava dela?

–Só como amiga. Mas teve uma época em que eu pensei que gostasse dela. Porém, sempre acontece isso. Isso de confundirmos amizade com amor.

–Vocês se conheceram com quantos anos? –perguntei cada vez mais interessada.

–Ela era filha do cozinheiro do castelo. Acho que desde os 3 anos que começamos a brincar. Meu pai gostava muito dela... Não para eu casar, mas para ter vincos de amizade. Claro que, no começo, não queria brincar com ela. Minha mãe me disse, certa vez, que eu não queria dividir meus brinquedos com ela, e ficava me afastando dela. Até que um dia, quando todos já tinham desistido de nós sermos amigos, eu fui até ela e dei uma flor. Desde então, começamos a brincar todos os dias. Quando o professor ia dar aulas para mim, ela vinha junto. Aprendemos tudo juntos, de modo que não éramos superiores em nada, somente iguais. Ela sabia cavalgar tão bem quanto eu, sabia atirar do mesmo modo que eu.

–E o pai dela? Ainda está na França?

–Está sim. Mesmo depois que ela morreu, ele ainda continua no castelo, tomando de conta.

–Me desculpe a pergunta, mas ela morreu de quê? –perguntei ainda mais curiosa.

–Da grande epidemia do século! Câncer. –falou ele, fechando os punhos. –Kiara, me desculpe pelo o que eu vou dizer, mas seu pai não deveria ter aumentado o preço dos remédios! Você não faz ideia da quantidade de pessoas que estão morrendo sem poder compra-los. Isso é muito injusto!

Arregalei os olhos. Nunca poderia adivinhar que Gabriel tinha isso tudo entalado na garganta. Ele começou a respirar fundo e passou as mãos pelos cabelos.

–Desculpe. É só que... –ele começou a voz embargada pela raiva. –Eu acho tudo isso muito injusto.

–Eu também acho. O reino que nós governaremos deve estar um colapso e eu nem tenho oportunidade de ver. Não posso nem pensar em sair do palácio.

Ele pensou um pouco e depois olhou para mim.

–Teria coragem de ir comigo? Nós fugíamos, ninguém ia dar com nossa falta. Pensariam, com certeza, que nós estaríamos em algum lugar do castelo... sozinhos.

–Mas Gabriel... –falei já pensando no meu plano. Meu plano era sair do castelo sem que ninguém soubesse. Mas vi que já estava indo pelos ares.

–Eu só fiz uma pequena suposição. Não vou lhe forçar a nada.

–É só que... Eu já estava fazendo planos para ir na cidade, na terça-feira.

–E não ia me chamar? –perguntou franzindo as sobrancelhas. –Com quem você vai?

–Eu não queria que fosse porque será arriscado demais.

–Com quem você vai?

–Com Gustavo e o garoto que me ensina a cavalgar.

–E não queria me chamar! Indo com dois homens á uma cidade desconhecida!

–Eles são extremamente confiáveis.

–Claro que são. –falou ele colocando o máximo de ironia que conseguiu.

–Você não os conhece para sair falando deles assim!

–Conheci Gustavo o suficiente para ver que as intenções dele para com você.

–O quê? –gritei e me levantei. –Não acredito que você está dizendo isso do meu melhor amigo. –certamente eu estava vermelha, de raiva. Não gostava quando alguém falava algo de Gus.

Ele se levantou e disse:

–Quer que eu repita?

–ÓTIMO! –gritei, saindo de lá a passos pesados. Estava quase alcançando a porta para entrar no castelo quando me virei. Gabriel estava á poucos metros de mim, me olhando com cara de cachorrinho arrependido. –Eu não conheci Luna, mas pelo que me contou, ela deveria ter “boas intenções” com você, não é?

–Ela era somente minha amiga, e me via da mesma maneira. Não fale como se fosse qualquer uma! –gritou e veio para cima de mim. Ele chegou e segurou meus dois pulsos.

–Então falar de quem? Ah, de Hanna!

Ele apertou com mais força meus pulsos.

–Vai me machucar, covarde? –perguntei, provocando.

–Não, ele não vai te machucar. –falou uma voz atrás de Gabriel, que me soltou imediatamente.

Era o Rei francês.

–Venha comigo, Gabriel. –falou e Gabriel o seguiu escada acima.

Quando ele desapareceu de vista, olhei para os meus pulsos. Estavam um pouco vermelhos, mas nada demais. Eu fui muito infantil também... Balancei a cabeça e tentei imaginar o que o rei Jorge faria com Gabriel. Estava pensando em muitas coisas e, acredite, nenhuma das ideias me deixava feliz.

A dor de cabeça estava voltando com força total. Decidi ir até a cozinha pegar uma maçã e depois ir deitar em minha amada cama.

Chegando na cozinha, adivinhem quem estava lá! A pessoa que eu menos... ou mais... (sei lá) queria ver: Gustavo. Decidi ignorá-lo por enquanto, então passei reto por ele e peguei minha maçã. Quando peguei a maçã, percebi o quão a cozinha estava silenciosa; certamente só estavam eu e Gus ali.

Já ia saindo, quando o vi falar:

–Agora me ignora. Está parecendo uma criança fugindo do medo.

–Se acha que eu tenho medo de te confrontar, está muuuito errado. –falei encarando-o.

–Então porque ia sair?

–Por que estou a fim de me deitar. Algum problema?

–Não, nenhum.

–Ótimo! Então vou indo, antes que alguém queira me ver trocar de roupa. –falei e me virei.

–Kiara, você sabe que não foi bem assim. Só queria fazer uma brincadeira.

–Grande brincadeira.

–É porque não viu sua cara. Eu sabia que você ia ficar daquele jeito, e eu adoro te ver sem jeito. –falou sorrindo. –Além do mais, queria que Gabriel parasse de olhar para você.

–Traduzindo, você estava com ciúmes. –falei arqueando uma sobrancelha.

–Ah, sou ciumento mesmo. Aquele garoto com marra de galã, querendo se aproveitar de você.

–Tão fofinho com ciúmes! –falei sorrindo.

–Fofinho vai ser quando eu enterrar minha mão na cara do Gabriel. Vai ser muito fofinho! –falou. Mas sua expressão se tornou dura. –E você ainda sai de mãos dadas com ele e me lança aquele olhar...

Me aproximei dele e dei um beijo.

–Porque você sempre melhora meu dia? –perguntei olhando para ele.

–Vai ver que é pelo mesmo motivo que você melhora o meu. –respondeu sorrindo e me dando um selinho.

–Desculpa por ter te mando aquele olhar... Não queria ver vocês brigando por minha causa.

–Mas bem que ele merecia.

–Mas você viu o quão ele é forte também? Os dois ficariam machucados.

–Sou mais forte que ele.

–Os dois são do mesmo jeito. E não me contrarie! Você viu como são parecidos?

–Não olhei direito para a cara dele. E nem quero olhar.

–Vocês são muito parecidos! Não vê? Os dois amam me irritar, os dois falam sorrindo e ainda por cima tem o mesmo brilho no olhar. –falei por fim. Achava aquilo meio estranho, os dois serem tão parecidos. Sério, mas não só pelo físico. Pelo físico, só o olhos azuis eram iguais, e, como já disse milhares de vezes antes, os braços fortes. O formato do rosto não era lá muito parecido, mas algo dentro de mim palpitava quando lembrava dos dois juntos.

Mas, o que eu realmente acho parecido era o jeito deles dois. Era como se tivessem sido criados juntos. O jeito como são impulsivos, ás vezes ignorantes, e ao mesmo tempo conseguem sempre me ganhar apenas com um sorriso. Como se fossem ...

Certamente, minha dedução deixou em meu rosto, uma expressão não muito bonita. Gus, preocupado, perguntou:

–O que houve?

–Gus. –chamei olhando no fundo de seus olhos. –Você sempre morou com seus pais?

–Oras Kiara, que tipo de pergunta é essa? –ao julgar pela minha expressão, continuou: -Bem, pelo que eu me lembre, sempre morei com eles.

–Então minhas ideias podem estar enganadas.

–Que ideias?

–Que você e Gabriel possam ser irmãos gêmeos.

Continua...


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Notas finais do capítulo

HIHIHIHIHIHIHIHIHIHI GOSTARAM DA SURPRESA? SEGUREEEEEEEM SEUS FORNINHOSSSS AMORES, que o próximo será beeeeem mais recheado de emoções. Beijossss