Isa

Meus nervosos estavam a flor da pele, que não medi a consequência de meus atos. Não, eu nunca fui uma pessoa agressiva, mas ao ver aquela garota debruçada no meu namorado me fez perder completamente a cabeça.

Ainda sobre o efeito da adrenalina permaneci parada no lado de fora do carro, enquanto Josh se mantinha em minha frente com uma expressão nada agradável. Engoli minha saliva e respirei fundo, por cerca de cinco vezes até minha respiração voltar ao normal.

Josh se encostou do lado do carro e permaneceu calado. O silêncio era o pior de tudo. E o fato de não saber o que ele esta pensando nesse momento me consumia.

E se ele acabar me achando imatura?

Okay confesso que ás vezes sou um pouco... mas, aquela garota prometeu.

– Nunca pensei que você fosse agir daquela forma. – ele sorriu lado.

– Nem eu. – bufei.

– Precisa controlar melhor o seu ciúme.

– E você a sua língua. – fito o seus olhos com fúria e ele parece entender o recado.

– Loirinha, o que eu posso fazer, a garota se jogou pra cima de mim. – contestou ele.

– E você não tem mãos para afasta-la?

– Okay, não iremos mais discutir sobre isso.

Josh entra no carro e prende o sinto de segurança. Abro a porta de trás do veiculo e sento atrás, mostrando para ele estar muito enfurecida.

Chegando em casa entro no meu quarto e fecho a porta com força. Eu estava uma pilha de nervosos. – as coisas realmente não estavam ao meu favor. – Meu celular toca duas vezes e na segunda chamada atendo sem olhar no visor.

– O que foi? – falo sem um pingo de paciência.

– Isa, é o John. – ao escutar aquela voz, meu coração se quebrou em mil pedacinhos pelo chão do quarto.

– John, é você mesmo?

– Sim. Eu liguei pra saber como você está, melhorou?

– É claro. Só estava ruim por causa do calor.

Ouvir a sua voz novamente fez me sentir bem. Eu o amo, e isso nunca mudará.

– Que bom que melhorou.

– E você esta bem?

– Estou levando a vida.

– Você sabe que não precisava ser assim. – arrisco a levar o assunto à diante.

– Amanhã de manhã me contra na cafeteria que tem ao lado da faculdade, precisamos conversar.

E desligou.

O que será que o John queria conversar? Isto é um passo positivo, não é?

...

Meu estomago ronca pela segunda vez avisando que não tinha comido algo há horas. Destranco a porta do meu quarto e vou em direção a cozinha para preparar algo. Era tarde da noite, e as luzes estavam apagadas. Josh deveria estar dormindo, pelo silêncio da casa.

Caminho silenciosamente pelo corredor e abro a porta da cozinha. Retiro alguns alimentos da geladeira e preparo meu lanche. Sinto ser observada e olho para porta, Josh esta parado com o olhar serio e os braços sobre o tronco.

– Algum problema? – o encaro o desfiando.

– Meu único problema nesse instante está bem na minha frente.

– E agora eu sou um problema? - rosno furiosa.

– O problema mais difícil que já tive. – acrescentou ele.

– Quer saber, vou dormir. Perdi a fome. – largo o que tinha feito em cima da mesa e passo por Josh, que permanece parado.

Antes que pudesse abrir a porta do meu quarto, sinto duas mãos puxarem meu corpo com força. Sou conduzida até o seu quarto e assim que entramos ele fecha a porta.

– Qual o seu problema Josh? Não entendeu que não quero conversar com você.

– Infelizmente falamos outra língua. – ironizou ele.

– Abre a porta. – pedi calmamente.

– Não.

– Abre essa porta, agora. – alterei o tom de voz.

– Se você quer assim. – ele faz que vai abrir a porta do quarto e ao me aproximar coloca uma de suas mãos na minha cintura.

O seu toque desestabilizou todas as minhas estruturas, e o desejo de estar acolhida em seus braços envolveu-me.

– Loira, o melhor lugar para ser feliz, é estar ao seu lado. – Josh acariciou meu rosto com carinho e aproximou seus lábios dos meus.

Naquele momento tudo que eu mais desejava era estar ao lado dele, e nunca mais sair. Eu estava com saudades de seus olhos azuis penetrantes, sua boca macia, e o calor do seu corpo.

O beijo foi se tornando mais devagar e sem pressa. E aos poucos fomos cessando, até nossos olhares se encontrarem.

– Desculpa, confesso que errei. – admiti ao olha-lo.

– Eu amo você, mesmo sendo esquentadinha. – sorriu.

Josh

Ver a minha garota daquele jeito por mim, de certa forma me fez feliz, apesar das circunstâncias não terem sido tão boas.

Nicole havia passado dos limites, e agora as coisas ficariam um tanto estranhas entre nós. Eu sendo o seu supervisor dentro do hospital, tornaria a ter que relatar o seu comportamento para o líder da equipe, ou seja, o avô dela.

Espero que isso não danifique o excelente trabalho que venho a fazer com ala as crianças. Não suportaria ter que abandonar completamente o meu departamento.

Amo o que faço, e estou feliz em poder, nem que seja um pouco, mudar a perspectiva das coisas naquele lugar.

...

Isa

O dia amanheceu nublado e a chuva não demorou a parecer, deixando o clima mais gélido. Termino de calçar meus sapatos e passo a escova em meus cabelos.

– Bom dia. – digo ao sair do quarto.

– Bom dia, Isa. – falou Vick.

– E o meu afilhado, como está?

– Ele ou ela esta muito bem. - ela sorriu.

– Bom dia mulheres da minha vida. – Josh chegou a cozinha e beijou meu rosto.

– Quer café? – ele assente e sirvo duas xícaras.

– Amanhã terá a inauguração de uma loja da minha amiga e não dormirei em casa.

– E desde quando dorme fora de casa? – perguntou Josh.

– Desde que eu me tornei responsável por mim mesma. – ela riu e Josh revirou os olhos.

– Se comporte, agora está esperando um bebe. Sem bebidas.

– Eu sei disso. – Vick empurrou Josh de leve.

...

Contei a Josh que o meu irmão tinha ligado na noite anterior marcando um encontro na cafeteria. De inicio ele se animou com a ideia, mas no fundo pude perceber o quanto aquilo tudo ainda o afetava.

– Boa sorte loirinha. – ele disse depositando um beijo em meus lábios.

– Um dia tudo vai se resolver. – aliso seu rosto e o abraço.

– Eu sei que vai.

– Só não esquece, estamos juntos nessa.

– Juntos. – ele repetiu e me beijou novamente.

Josh estacionou o carro em frente a universidade, e foi para sua aula. Enquanto eu estava prestes a ficar cara a cara com a realidade do que aconteceu.

Encaro a porta da cafeteria por alguns segundos, antes de entrar. Respiro fundo e abro a porta a minha frente. De longe avisto John sentado com uma xícara de café nas mãos. Ele estava tão diferente, seu cabelo havia crescido um pouco e a barba também.

Ainda meio insegura me aproximo da mesa, até o olhar dele se encontrar com o meu.

– Oi.

– Senta. – ele levou à xícara a boca e tomou um gole de café antes de começar o assunto.

– Antes de você começar, quero que fique bem claro que não estou aqui para brigar.

– Eu também não.