Amor verdadeiro escrita por ananda s2 gina e ferdinando


Capítulo 4
O Jantar - II


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem



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O Jantar - II
Na casa dos Falcão, todos já estavam prontos para o tão esperado jantar, apenas esperavam Gina que, sem muita demora, desceu as escadas com um vestido preto, simples. O modelo era um pouco acima dos joelhos e justo, ressaltando, mesmo sem querer, as suas belas curvas. Gina havia feito uma simples, mas igualmente linda maquiagem que compunha de um sombra preta esfumada, com delineador marcando seus olhos expressivos e na boca, um batom vermelho. O cabelo estava solto com sempre, mas com cachos bem definidos, como ela fazia quando queria aparecer mais “apresentável”.

– Nossa filha, como você tá linda! Dizia seu Pedro, não escondendo o orgulho (e ciúmes) em ver a filha tão bonita.

– Não fala assim, pai se não eu não vou mais pra janta nenhum! Dizia a ruiva.

– Mas você está linda mesmo Gina! - Dizia Juliana, encantada com a feminilidade estonteante que via a sua frente.

– Você tá parecendo um princesa de tão linda, filha! - Dizia dona Tê com os olhos cheios de lágrimas. – Nem parece aquela menininha que corria por essas terra tudo!

– Para com essa bestage logo e vamo pra esse jantar! - ordenava a ruiva.

*

Na casa dos Napoleão, todos estavam na sala de estar, aguardando Aurora, que após longos minutos de espera, desceu para se juntar à família do namorado.

– Nossa, como você tá linda, meu amor! - Dizia Ferdinando, pegando na mão da namorada.

– Obrigada Nando. – Aurora ostentava um sorriso radiante ao ver a satisfação do namorado.

Aurora usava um vestido vermelho, cumprimento médio, adornado com um cinto preto de lacinho. Nos cabelos, um rabo de cavalo com a franja de lado. Estava simples, natural, mas realmente linda.

Toda atenção e mimos da família eram voltados para ela, até a campanha tocar.

Quando Rosinha abriu a porta, entraram sem cerimônia o patriarca dos Falcão, seu Pedro com dona Tê logo atrás. Juliana, que usava um vestido igualmente médio, na cor branca, coberto por delicadas rendas, bem maquiada e com um batom rosa claro.

Logo depois que Juliana entrou e recebeu os cumprimentos de todos os presentes, Gina, que havia demorado um pouco mais para entrar, passa pela porta e, de forma natural todos começam a olhá-la de forma estranha, como se estivessem analisando cada detalhe, mas com um brilho nos olhos que ela não podia decifrar. Ferdinando, por impulso, solta as mãos da namorada. Não sabia o porque, mas não parecia certo esse gesto com Aurora, na presença de Gina.

Nando a olhava encantado. Ele usava um blazer preto sobre uma camisa branca, contrastando com as calça jeans de um tom escuro.

“Ele está lindo... lindo como sempre!” pensa a ruiva.

“Nossa, ela está cada vez mais linda...” pensa o engenheiro.

Ainda encantado com a figura a sua frente, Nando nota algo familiar no pulso da moça em questão. Se lembra que era um delicado presente, que ele havia dado à ela há muito tempo atrás.

Mesmo parcialmente coberto pelo blazer, Gina pode notar, no pulso do engenheiro, um singular pingente que conhecia muito bem.

*FLASHBACK*

Gina e Ferdinando ainda eram duas crianças e apesar do menino ser um ano mais velho que a pequena ruiva, ela sempre era mais disposta do que ele.

– Vamos Nando! Anda logo se não vamos chegar tarde pro almoço! - Falava a pequena.

– Ah, mas você anda muito rápido sua diabinha! Aara! Resmungava Ferdinando, recuperando o fôlego.

– Mãe, mãe! Eu chamei o Nando pra almoçar com a gente hoje! informava a ruiva, animada com a companhia.

– Carma fia, seu pai ainda não chegou da lida ainda não e mais: temos que avisar o pai do Nando que ele vai almoça aqui, né fia?

– Tá bom mãe, vamo esperá o pai lá fora... Nando, vamos brincar um pouco lá no quintal? Pedia a menina, toda dengosa.

– Vamos sim! Com sua licença, dona Tê. Falava o educado menino. Ele nunca conseguia negar algo à amiga, quando ela falava daquela forma.

– Claro, pode ir. Daqui a pouco eu chamo ocês! Ah, Nando... pode deixa que eu falo com seu pais.

– Muito obrigada dona Tê. Vamos Gina?

– Vamos sim, Nando.

Em frente a casa, estavam os dois sentados na soleira.

– Gina, você sabia que amanhã é o meu aniversário de dez anos?

– Sim, eu sabia sim, Nando! E tenho um presente para você, mas só vou te entregar depois do almoço.
Ferdinando iria tentar convencê-la a entregar o presente antes, mas foram tirados da conversa ao ouvirem a mãe da pequena menina dizer:
– Gina, Nandinho! Venham, o almoço já está pronto e Pedro já chegou!

*

Depois do almoço, os pequenos saíram novamente em direção ao quintal da casa.
– Agora, Gina... eu quero meu presente. Dizia o menino, não se contendo de curiosidade

– É mermo Nando, tava me esquecendo! Já vou lhe dar. – Tirando um pequeno embrulho do bolso esquerdo, estendeu a mão fechada para o amigo. - foi eu merma que fiz... – Ela revelava, envergonhada.

O presente, embora singelo, era encantador. Uma pulseira composta de pedrinhas coloridas, adornada com um pingente que continha as palavras “Gina e Nando, mais que amigos pra sempre” e na frente da pequena medalha, a figura de duas crianças de mãos dadas.

Ferdinando, encantado, não parecia acreditar do que abara de ganhar. Parecia mesmo surpreso.

– Deixa eu te ajudar a colocar, Nando! – Disse a ruivinha, atando delicadamente o mimo no pulso direito do rapaz.

– Obrigada Gina. Você sabia que eu também tenho um presente para você? Há muito tempo eu fiz, com a ajuda da minha mãe, mas não te dei por medo que você tentasse me bater, como sempre...

– Ah, para de ser bobo Nando! Eu juro que não vou tentar te bater. Me dê o presente! Está com ele aí? – Preguntava uma curiosa Gina.

– Tá bom, já que você me prometeu... – Nando tirou do bolso uma caixinha, que há muito carregava consigo, para que pudesse entregar à amiga quando tivesse coragem. – Toma, Gina. Eu fiz com muito amor.

Era também um pulseira, mas esta composta de delicadas contas em formato de rosas coloridas e um gracioso pingente, com os dizeres: “Gina, minha princesa.”

Gina, ao sentir o toque frio do presente em seu pulso, juntamente com o toque do amigo, sentiu uma sensação até então desconhecida pra ela. Uma sensação boa, de que aquele que estava à sua frente era em quem ela deveria confiar e contar para o resto de sua vida. - Ela é linda Nando! Muito obrigada! Dizia emocionada, dando um longo e apertado abraço no menino.

fim do Flashback

*

Nando e Gina sorriram em uníssono, com a lembrança mútua. Mesmo alguns metros longe um do outro, entenderam que o fato de ainda usarem o tão significativo presente, era prova de que nenhum havia esquecido do passado feliz que compartilharam.

– Nossa Gina, como a senhorita está linda! Falava Catarina, se forma exagerada, porém doce.

– Obrigada madame, mais sem senhorita, por favor. Só Gina mesmo.

– Então sem senhorita! Repetia a madame, com um largo sorriso no rosto.

– Amigo Pedro, sua filha cada vez mais linda! Uma mulher feita já... o tempo longe da vila a fez muito bem! Aliás, ela estudou oque na capital?

– Obrigada amigo “Epanimondas”. Ela começou estudando pediatria mas durou pouco menos de um ano, já que trancou o curso e se formou em agrônoma... Veja só! Dizia Pedro todo orgulhoso. E o seu filho, o Ferdinando?

– Por incrível que pareça, o meu filho, contra o meu gosto, que fique bem claro, também se formou em agronomia. Na verdade, eu queria que ele fosse advogado... Mas acho que aqui nessas terras um filho agrônomo vai ter mais serventia do que um advogado né mesmo?

– Mas é! Ajuda muito sabe... Eu fico ainda mais feliz e orgulhoso em saber que ela mesma escolheu agronomia e eu não precisei opinar e nadinha... Na verdade verdadeira mermo, só vim saber três mês antes da formatura, através de uma carta que ela escreveu para a mãe, porque essa menina planejou tudinho pra que fosse uma surpresa pra nós dois.

– Pois então, mais uma coincidência! Eu sé vim saber quando uma carta da faculdade chegou, avisando da sua formação... Eu não me lembro direito, mas decidi que, ja que faltava pouco pro final do semestre, deixei ele concluir o curso. (Na verdade foi Catarina quem o convenceu, mas ele achava que era orgulhoso demais para admitir que tinha sido dobrado pela jovem esposa)

– Pessoal, o jantar esta servido! Avisou Amancia.

– Vamos todos para mesa? Catarina convidou.

– Ara, vamo que eu ja tava morrendo de fome! - A pequena Pituca, como sempre, pronta para atacar o jantar.

– Gina, vamos minha amiga? - Juliana tentava chamar a atenção da ruiva, que não parava de conferir o visor do celular.

– Ah sim vamos...

Já na mesa de jantar, Epa sentou-se na ponta na mesa, como já era costume. A sua direita, Catarina, Pituca, Aurora e Ferdinando. A sua esquerda, Pedro, Dona Tê, Juliana e Gina .

Ferdinando e Gina sentaram-se frente a frente, causando uma intensa e inevitável troca de olhares, que passava despercebida para todos os presentes. Exceto para uma: Aurora não gostava nem um pouco da reação dos dois a mesa. Gina tentava desviar o olhar, mas não conseguia. Algo sempre a levava a olhar para ele no mesmo no momento em que ele sentia a mesma necessidade, assim os dois olhares se encontravam, para novamente se distanciarem, como um jogo de gato e rato.

– Quer dizer Gina, que você estudou pediatria? Perguntava Aurora com um olhar de poucos amigos, que contrariava o tom amigável empregado em sua voz.

– Não literalmente. Fiz um ano de pediatria mas minha paixão foi sempre agronomia. A ruiva explicava enquanto seus olhos pareciam conter um brilho diferente.

Enquanto isso, o rapaz a sua frente fica boquiaberto ao escutar a informação.

“Nossa, até nisso a gente é parecido.” Pensava Ferdinando, sorrindo inconscientemente para a ruiva.

– Ah, você também Gina? Eu fiz um ano de advocacia mais parei, porque assim como você, sempre fui apaixonado pela terra.

– Sério? Você ta brincando com a minha cara né Nando? - Perguntava a ruiva, desconfiada.

– Nao Gina... não tô brincando... aliás sei muito bem que com você não se brinca. – Pontuava um sério Ferdinando

“Nossa, ainda temos muito em comum, por que ??” Pensava a ruiva, sem perceber que de forma natural tocava a pulseira com a ponta dos dedos, ao mesmo tempo em que era “supervisionada” pelo engenheiro.

“o que será que ela tá pensando?” perguntava-se Ferdinando internamente. Embora não quisesse admitir, adoraria saber que ela estava pensando neles, nos presentes, nas brincadeiras, nas brigas, no episódio da árvore... De repente, foi tirado dos eu devaneios pela estridente voz de Catarina, alertando:

– Vamos comer! A Amacia não fez essa comida toda para ficar de enfeite! – Chamava a anfitriã.

Apesar de costumeiramente servir tudo do bom do melhor, Catarina preferiu optar por uma refeição simples: uma deliciosa carne no forno, arroz com passas e diversas saladas. De um certa forma ela não haviaa simpatizado muito com a namorada do enteado
– Espero que gostem! A Amancia fez com o maior amor desse mundo! Desejava Catarina aos convidados.

Após servirem o jantar, todos já comiam, enquanto conversavam animadamente. Ferdinando sentiu que seria a hora. Precisava fazer aquilo que havia decidido à pouco tempo, mas julgava ser o certo para o momento.

Todos foram surpreendidos pelo som de um garfo se chocando à uma taça de cristal.

– Por favor, vocês me dêem licença, pois aqui e agora, na frente de todos aqueles que são de alguma forma importantes na minha vida, eu quero fazer um pedido muito especial. – Ferdinando dizia pausadamente. Estranhamente, evitava olhar para frente, onde estava sua amiga de infância. Enquanto fala, não sentia a alegria e emoção que imaginou que sentiria ao dar tal passo decisivo em sua vida. “Deve ser o nervosismo”, pensava. Assim, resolveu continuar.
– Aurora, você que é minha namorada, gostaria de ser minha esposa?
Silêncio.
– Aurora, quer se casar comigo ? repetiu o rapaz, pegando do bolso uma pequena caixinha.

Gina lembrou novamente do gesto feito pelo amigo à anos atrás, apertando levemente as contas da delicada pulseira.

– Sim... Sim! Eu aceito me casar com você Ferdinando, claro que aceito! Respondeu Aurora com olhos cheio de lagrimas e uma face nada menos que surpresa.

– Bom, essa aliança é aprova do amor que eu sinto por você. Fala Ferdinando, colocando o anel no dedo da moça. Sua mente estava longe, algo dentro de si o lembrava a todo instante que aquele era pra ser um momento emocionante, e não monótono como estava sendo.

A moça pega outra aliança que ainda restava na caixinha e coloca no dedo do engenheiro. - com essa aliança, eu me torno sua noiva e futura mulher, meu amor.

Os dois dão um singelo beijo. Um selinho.

Silêncio é o que se segue.

– Felicidades! Dizia madame Catarina, tentando quebrar o silêncio constrangedor que se instaurava no local.

– Pois bem, vejo que meu filho é um homem feito” Brada Epaminondas, dando um forte abraço no filho – Felicidades aos pombinhos! dizia o mesmo.

Dona Tê, Seu Pedro e Juliana seguiram o cumprimento dos primeiros.

Gina e Pituca não falaram nada. Pituca, logicamente, por birra. Acreditava que perderia o irmão assim que ele iniciasse uma nova família. Gina não sabia ao certo o que falar diante da cena, Não conseguia formular uma frase, uma palavra ou pensamento sequer. A mente girava, a conhecida dor no fundo do estômago voltou e apenas um grande vazio sem explicaçao.

Epaminondas, levantando sua taça, propõe:
– Quero pedir para fazermos um brinde a felicidades dos noivos!

todos erguem suas taças e brindam à felicidade do casal.

todas voltarão a jantar animadamente.

Gina, que tinha ficado triste sem saber ao certo o porque, apenas se perguntava: “Por que eu tô assim, me sentindo tão estranha? Era para eu estar feliz, afinal, o Nando é ou não meu melhor amigo? Mas por que então essa dor no peito, esse vazio? A vida e dele, tenho apenas que ficar feliz por ele”. Distraída em seus pensamentos, acabou derrubando parte da comida na mesa, fazendo com que todos olhassem para ela.

– Ai, me desculpem! Pedia ela toda envergonha com a situação, tentando parte do jantar que estava sobre a mesa. Durante o trabalho árduo, acabou derrubando vinho sobre o vestido.

– Ahhh, isso não vai sair nunca mais... Falava Aurora com tom de ironia. – Ainda mais que, pelo que vejo, esse tecido não é de qualidade, manchará em poucos minitos.

– A senhora me desculpa, Madame Catrina! – Dizia Gina, ainda mais envergonhada e desoconfortável.

Ferdinando, percebendo o tom de ironia da noiva, resolve intervir.

– Amacia, por favor, traga um pano para que a moça possa se limpar. Pedia um educado Ferdinando.

Aurora o encarava com cara de desagrado.

– Não! Não precisa! Só me diga onde fica o banheiro. – Protestou Gina.

– Pois então eu te mostro, Gina! - dizia o engenheiro.

– Eu já disse que não preciso! Só me fala onde é. Dizia a ruiva.

– Minha querida, essa casa é muito grande. Você pode mesmo se perder. Dizia Catarina, com uma face indecifrável.

– É filha. É melhor mesmo. Fala dona Tê, cuidadosa como sempre.

– Tá bom, tá bom! Dizia a ruiva, claramente não muito feliz - vamos logo, Ferdinando.

Subiram as escadas e andaram por um corredor em absoluto silencio. Virando à esquerda, Nando parou em frente a um porta.

– É essa aqui, Gina.

– Obrigada. Disse a moça, segurando a porta.

– Ara, mas eu vou esperar você aqui.

– Nao precisa, eu volto sozinha. Insistia.

– Pois eu QUERO lhe esperar. Falava Ferdinando, cheio de razão.

– Então faça o que você quiser. Dizia, finalmente entrando no banheiro.

Após longos minutos em que a Gina tentava tirar a mancha de seu belo vestido e Ferdinando observava cada detalhe da moça, sem deixar de reparar no quanto ela havia mudado desde que eram amigos.

– Vejo que você não tirou a pulseira. Observou Nando, com uma voz nada menos que suave.

– Ah....é....que... eu... Ah, Ferdinando! Foi um presente né, eu não podia me desfazer dele. – observava com ternura. - E você, também vejo que não tirou a sua. – Gina dizia, com medo do rumo que essa conversa poderia tomar.

– Ahh, sim. É que... você sabe, Gina. A minha também foi um presente de uma pessoa muito especial para mim. – Ferdinando sentia seu coração acelerar a cada palavra. – Eu jamais me desfaria dessa lembrança, pois sempre que eu olho para essa pulseira eu lembro de tudo o que vivi aqui, junto com essa pessoa, antes de ir pra capital. - Explicava Ferdinando, se aproximando da porta do móvel.

– Nossa....(Gina gelou na hora ao escutar tais palavras) Pois a minha também traz boas lembranças, Ferdinando. – como se despertasse de um transe, a ruiva volta a esfregar o pano em seu vestido. – Eu me lembro da vila, do colorido que tem aqui, do pai, da mãe, da minha infância...

– Quer dizer que você não se lembra de mim nem dos nossos dois beijos? De nada entre nós, Gina? Dizia o engenheiro, com olha perdido e decepcionado, já encostado no batente.

– Ora, não! Claro que não! No mesmo dia eu esqueci de tudo. Até do beijo, sé é que aquilo foi um beijo! Se você quiser a pulseira de volta eu dou. É isso que você quer, Ferdinando? - Dizia ela brava, saindo do banheiro, tentando desfazer o antigo nó, que mantinha a pulseira do pulso, deixando o pano cair no chão.

– Não Gina, não precisa ficar assim. Não tira a pulseira, por favor! Foi um presente especial, não foi? Eu tava só brincando, ara! – Nando estava angustiado ao ver a recusa da moça.

Os protestos do rapaz foram interrompidos pelo toque do celular da ruiva.

– Dá licença! – Disse ela, já rumando à escada. – Alô, Felipe?
Ferdinando gelou. Gina nunca foi de ter namorados ou algo do tipo, mas imaginar que o tal Felipe pudesse ser, o causava um mal estar incontrolável.
– Felipe, me desculpe por hoje a tarde, o sinal caiu, mas agora finalmente voltou. Eu estou no jantar que te falei. Sim! – Respondia ela alegremente. - E você, chega à que horas amanhã? Estou morrendo de saudades! Falava Gina.

– Ahh, não sabe? Bom, mas me liga para eu ir ter buscar, tá certo? Claro, se o sinal continuar pegando. Falava ela.

Ferdinando não conseguia deixar de prestar atenção na conversa, se sentindo cada vez mais interessado e incomodado com a ligação.

– Tá bom, Fe! Beijo, até amanhã! – Gina desligou o celular, já aos pés da escada.
O rapaz de olhos azuis, visivelmente angustiado, já não tinha mais tempo hábil pra qualquer questionamento.
–Eu posso saber por que vocês demoraram tanto? indagou Aurora.

– Ué, mas a Gina estava limpando o vestido, Aurora. Dizia Ferdinando, como se fosse óbvio.

– é, eu tava limpando o meu vestido. Não se lembra? – Gina não entendia a desconfiança.

– E por que você não desceu, Nando? Insistiu a morena.

– Mas eu estava esperando ela, Aurora. Porque isso agora?

– Pois você fique sabendo que eu mandei ele vim. Foi o Ferdinando quem quis esperar.

– É, o que pode se fazer? Quem manda ser assim tão desajeitada, sem jeito? Apesar dessas roupas e maquiagem que você está usando, achando que faria o meu NOIVO se interessar novamente por você, nem sabe sequer se portar em um jantar de família. Se fosse uma dama, não teria que derrubado o vinho no vestido e não precisaria sair com meu noivo para canto nenhum. – Encarava a ruiva, que a olhava indignada a cada palavra.

– Eu não quero e nem nunca quis nada com esse frangote, fique você sabendo. Faça bom proveito.

– Ahhh, minha querida, lógico que é ele quem não iria querer ter algo com alguém como você, sem elegância nenhuma, sem jeito, chucra! Como é mesmo que você me disse, Nando?
– Aurora, já chega! Você está passando dos limites. – Dizia Ferdinando, repreendendo a noiva e olhando para uma Gina já com lágrimas nos olhos
– Sim, eu me lembrei! “Mulher homem”! Não era assim que todos te chamavam aqui nessa vila? – Aurora ria, satisfeita em jogar o que pensava ser verdade, na cara da moça.

As palavras doíam. Gina sabia que isso acontecia não por serem ditas por Aurora, mas por saber que tudo aquilo foi dito à ela por Ferdinando. Era isso que ele pensava dela?

– Eu posso ser arrogante, brava, sem jeito, mas não sou falsa. Sou verdadeira comigo e com as pessoas que se importam comigo. E mais: se eu sou mulher homem não é da conta de ninguém, só minha. E se eu estou assim, bem vestida é por que EU quero e não pra agradar noivo de quem quer que seja. Dizia Gina, com uma voz forte e segura, ao mesmo tempo em que segurava as lágrimas, que se formavam em seus olhos escuros.

– Você nunca mais fale comigo, Ferdinando! Pensei que ainda éramos amigos, mas vejo que não. Diz ela tirando a pulseira de seu pulso e a jogando contra ele, para em seguida siar correndo da mansão.

– Não Gina! Volta aqui, por favor! Gritava Ferdinando, com os olhos marejados e o coração apertado.


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Notas finais do capítulo

Desculpa gente, eu me empolguei, mas no próximo cap, faço um resumo. Bjs. ah vou demora ums dia sem posta muita coisa da escola para fazer final do ano letivo sabe como e ne espero que tenham gostado



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