Saí da sala do diretoria, estava com raiva daquele cara. Só por causa de um boato, a escola quer me deixar suspensa? Poxa... Será que Emily e Ayumi ouviram desses boatos falsos?

Entrei na sala de aula com silêncio, mas mesmo assim estavam todos olhando para mim, fui sentar na minha cadeira e Emily chegou do nada atrás de mim.

– ''Oh My God''! Porque te chamaram!? O que tu fez? - Emily perguntou totalmente curiosa. -

– Ah, estão espalhando fofocas falsas sobre mim, e daí me chamaram na secretaria...

– O que os boatos dizem?

Antes de eu poder falar, a professora voltou para a sala, Emily foi correndo para seu lugar.

No intervalo, Ayumi e Emily vieram até mim.

– Ei Anny, o que houve? - Ayumi perguntou com uma expressão preocupada. -

– Estão espalhando boatos que eu ontem bati na minha amiga, Mindy. Mas é mentira! Eu não fiz nada! Até porque ontem eu estava com vocês, e a escola não tem provas que eu fiz algo.

– Huuum.... Eita! Tu é amiga da Mindy? - Emily disse. -

– Ahn, sim.

– Oxe, eu pensava que ela era do mal! - Emily fez uma cara estranhando. -

– Do mal? Porque?

– Porque... Porque esses dias vi ela rindo que nem uma doida, e ela me deixou com medo por causa disso.

– Será que não é porque você tem medo até da sua sombra Emily? - Ayumi falou tirando sarro dela. -

Emily fez uma expressão desapontada, e Ayumi começou a falar.

– Mas Anny, eu sei que você nunca faria isso! Como você pretende se livrar desses boatos?

– Talvez eu possa pedir para Mindy falar para todos que eu não bati nela.

– Mas e se... - Emily começou a falar e logo parou, ela pensou que iam rir dela. - Deixa...

– Bem, eu acho que prefiro não me preocupar com isso agora, pelo menos vocês não se importam com essas fofocas e acreditam em mim. - Eu sorri para elas. -

– Denada! - Emily sorriu de volta. -

Ficamos o intervalo todo conversando, até eu encontrar Mindy andando sozinha, e fui até ela.

– Mindy!

– Ahn, oi Anny...

– Você pode falar para o povo da escola que eu não bati em você?? Estão espalhando boatos sobre mim!

Emily ficou encarando a Mindy.

– Er... Tudo bem... Talvez eu poderia fazer isto...

O sinal tocou. Emily estava encarando Mindy com uma expressão brava, Mindy estava incomodada com isso.

Eu, Emily e Ayumi fomos subir as escadas e ir para sala juntas.

– Anny, não estou segura de que Mindy vá tirar esses boatos sobre você. - Ayumi me falou. -

– Gente, confiem mais em Mindy, conheço ela faz uma semana, ela é legal.

–--

Acabando a aula, não voltei para casa como sempre. Eu liguei para minha mãe e avisei que eu iria visitar Jack no hospital, ela concordou.

– Você não quer trocar de roupa antes de ir? - Disse minha mãe pelo telefone. -

– Bem, não precisa.

– Ok! Depois me conte se ele está bem.

– Tudo bem mãe!

O ônibus estava quase chegando, vi ele na rua lá longe, me apressei para chegar no ponto e entrei no ônibus.

Chegando lá, o Hospital era enorme! Eu conhecia ele, mas nunca tinha o visto de perto, ao vivo. Entrei nele e vi uma secretária, haviam portas envolta dela que levavam á um corredor enorme, tinha uma escada perto da entrada e um elevador ao lado.

– Olá, eu gostaria de visitar a sala 142, poderia me dizer aonde é?

– Andar 2, é só seguir pelo corredor. - A mulher tinha uma voz aguda e um pouco irritante, aparentava ter uns 50 anos, estava totalmente entendiada, dava para perceber pois em seu computador estava aberto um joguinho de campo minado.

– Obrigada.

Ela me deu um cartão pequeno com uma corrente para colocar no pescoço.

– É para você poder ir visitar.

– Ahn, ok.

Entrei no elevador, ele estava um pouco escuro, e tinha uma musiquinha de fundo. Fui andando pelo extenso corredor daquele hospital, tinha barulho de pessoas tossindo, de aparelhos de cirurgia, tudo aquilo me deixava agoniada, apressei o passo e cheguei a uma sala, 142.

Abri a porta lentamente e vi Jack deitado em uma cama de hospital verde-azul.

– Jack!! - Eu me empolguei ao ver que ele estava bem. -

– Anny! Você veio mesmo me visitar!

– Sim... Você está bem?

– Eu estou, é, acho que posso dizer que sim.

– Onde você se machucou mesmo?

– Aqui. - Ele apontou para a perna e para o antebraço. - Mas eu vou ficar bom logo. Eu só vim para o hospital para fazer exames e ver se não quebrei nada mesmo.

– Como foi o acidente?

– Eu estava sentado no ônibus, era na última cadeira, e o ônibus bateu, as pessoas se machucaram mais lá na frente, eu tive sorte de sentar atrás.

– É muito sorte mesmo... Hum.. Jack, por quanto tempo você vai ficar aqui?

– Só hoje até de noite. Amanhã vou faltar a escola denovo para descansar, meu médico pediu.

– Bom...

– Você tem alguma novidade? - Ele tentou mudar de assunto e sorriu. -

– Ah, sim. Uma boa, uma ruim.

– Segunda vez que escuto isso no dia. Pode dizer a boa?

– Fiz duas amigas novas!

– Nossa! Legal! Qual o nome delas?

– Ayumi e Emily.

– Conheço as duas! A Emily é meio doida né?

Eu ri.

– Eu gosto do jeito dela! - Eu sorri. -

– Hum, mas qual é a má notícia?

– Poxa... Estão espalhando boatos de que eu bati em Mindy. Me chamaram na diretoria por isso, mas eles nem tem provas...

– N-Nossa! Você nunca faria isso! Eu te conheço Anny.

– Poisé... O que eu faço Jack!?

– Tente descobrir quem espalhou essas mentiras e o desmoralize. Ou tente pedir para Mindy falar que isso não é verdade.

– Eu já tentei!

– Como assim?! A Mindy negou?

– Ela disse: ''Er... Tudo bem... Talvez eu poderia fazer isto...'' - Eu falei imitando a voz dela. -

– Mas... Eu não entendo! Ela parece não querer desmentir esses boatos!

– Também acho... Eu não sei o que fazer Jack... Mas você e minhas amigas estão comigo, por isso estou um pouco mais segura.

– Anny, pode contar com elas e eu, conheço elas, suas amigas são fiéis, e eu faria qualquer coisa por você.

– O-Obrigada!

Eu abracei ele, Jack ficou surpreso mas retribuiu o abraço. Eu me soltei do abraço e falei:

– Jack, fique bem logo... Eu vou embora.

– Não! Fica mais...

– Ahn, okay.

Liguei para minha mãe e avisei, ela perguntou se ele estava bem e respondi que sim.

Jack pediu para mim chegar mais perto dele, eu sentei no chão, perto da cama. Nós ficamos conversando até tarde, mais ou menos umas sete horas da noite.