POV – Madge

— Gale, estou com saudade das meninas. Pode me levar na casa de alguém? – Perguntei pro meu namorado, que estava um grude comigo essa semana, mal tive tempo de sair com as meninas.

— Eu te levo a noite pode ser? Quero passar mais um tempinho com você. – Ele falou me abraçando e eu sorri. Eu não podia simplesmente dizer que não queria ficar com ele, porque eu queria. Mas também queria conversar com as meninas, falar sobre essa carência toda do Gale.

— Tá bom amor. – respondi.

Passamos o resto da tarde juntos e a Kat me ligou, dizendo que compraria pizza a noite, e que comeríamos todos na casa dela assistindo filmes. Ela também disse pra eu ir bem bonita, não entendi muito bem o motivo, mas tudo bem. Quando já estava anoitecendo Gale foi pra casa se arrumar e disse que passaria pra me pegar ás 20:00h. Fui tomar um banho e coloquei uma roupa bem bonita como a Kat pediu e depois fiquei esperando meu namorado na sala de estar com meu pai.

— Está bonita filha.

— Obrigada pai, vamos comer pizza na casa da Kat.

— Ah... – Ele falou sorrindo, como se soubesse de algo, mas deixei pra lá.

Alguns minutos depois Gale chegou e nós fomos até a casa da Kat. Tocamos a campainha, mas ninguém atendeu, então Gale resolveu abrir a porta, já que sempre fazíamos isso. E assim que abrimos a porta todos gritaram em uníssono.

— SURPRESA! – Oh My God! Era uma festa surpresa! Pra mim!Levei as mãos á boca e em seguida Gale me abraçou.

— Feliz aniversário princesa.

— Ai meu amor, obrigada. – Falei ainda abraçada a ele.

— Hey! Dá licença! Deixa-me abraçar a aniversariante! – Johanna falou empurrando Gale e me abraçando. – Parabens Mad!

— Ai amiga, obrigada.

— Minha vez! – Annie gritou e assim foi até todos me abraçarem. A festa estava linda, a decoração estava super fofa, a música estava agradável. Nem passou pela minha cabeça que eles estavam me escondendo algo.

— Você hein. – Falei pra Gale. – Me enganou direitinho.

— Era minha função! – Ele sorriu fofo e eu o beijei.

— Te amo Gale.

— Também te amo princesa.

***

Já era tarde, provavelmente mais de 00:00h, então a mãe da Kat pediu pra todos nós (Quando digo todos nós, quero dizer a nossa turma, Eu, Annie, Johanna, Delly, Clove, Cato, Finn, Gale e Peeta) dormirmos na casa da Kat. Ela fez questão de ligar pessoalmente pros nossos pais e avisar, e dizer também que ficaria de olho na gente. Juntamos vários colchões na sala de jogos – que era enorme – e colocamos filmes para assistirmos, fizemos pipoca e pegamos o refrigerante que sobrou da festa.

— Nada de terror hoje hein! – Kat gritou trazendo os filmes para escolhermos.

— Aí não tem graça KitKat! – Johanna gritou emburrada e eu ri.

— Vamos ver comédia então! – Finn falou e todos concordaram. Depois de revirar todos os filmes acabamos escolhendo Anjos da Lei 2.

O filme foi acabar eram quase 03:00h da manhã, e confesso que ninguém estava com sono ainda.

— Vamos brincar de alguma coisa. – Clove falou abraçada a Cato.

— Eu nunca? – Johanna perguntou arqueando as sobrancelhas.

— Mas vamos beber o que? Refrigerante? – Finn perguntou. – Assim não tem graça.

— Acho que minha mãe tem vinho. – Falei simplesmente, dando de ombros.

— Perfeito! – Cato falou sorrindo.

— Pode ir buscar Kat? Sua mãe não vai se importar? – Annie perguntou e eu sorri.

— Minha mãe é bem liberal. – Dei de ombros.

— Então vamos. – Johanna levantou me puxando e nós duas fomos até a Adega com os braços entrelaçados. – Caralho! Isso é enorme.

— Minha mãe e os exageros dela. – Revirei os olhos.

— Vamos pegar só três garrafas. – Johanna falou e em seguida pegou três garrafas de vinho tinto.

Quando chegamos já estavam todos sentados em uma roda, com as pernas cruzadas como índio. Pegamos dez copinhos descartáveis que sobraram da festa e enchemos todos, deixando cada um em frente á uma pessoa.

— Posso começar? – Johanna perguntou e todos assentiram. – Eu nunca... beijei uma garota. – Ela falou sorrindo e olhou para os meninos. Gale, Cato, Finn e Peeta viraram. O próximo ao lado de Johanna era Cato.

— Eu nunca... Pulei de pára-quedas. – Ele falou e apenas Johanna virou o copo.

— Já pulou de pára-quedas Johannna? – Perguntamos incrédulos.

— Uma vez com meu primo na Austrália. – Ela deu de ombros.

— Eu nunca... – Clove começou. – Li um livro de romance. – Eu, Annie, Madge e Delly viramos o copo.

— Eu nunca... Tirei uma nota baixa em Física. – Peeta disse e todos riram.

— Seu nerd. – Clove falou e então nós bebemos o copo com vinho, exceto Peeta e Madge.

— Eu nunca falei um palavrão. – Madge falou e todos bebemos.

— Essa foi boa, amor. – Gale falou e beijou a bochecha da garota.

— Eu nunca... – Gale parou e pensou. – Trai minha namorada. – no mesmo instante Clove olhou para Cato com cara de brava.

— O que é? – Ele perguntou. – Eu nunca te trai.

— Acho bom mesmo. – Ela falou e ninguém bebeu desta vez.

— Eu nunca... – Comecei, mas não sabia exatamente o que dizer. – Nunca beijei alguém assistindo o pôr do sol. – Falei dando de ombros.

— Kat tá toda romântica... – Johanna falou, em seguida Annie, Madge, Gale, Finnick e Peeta beberam.

— Que droga Cato! – Clove bateu no ombro do garoto. – Você nunca me levou pra ver o pôr do sol. – Ela fez um biquinho.

Trinta minutos depois...

— Ai meu Deus, eu to passando mal. – Falei sentindo vontade de vomitar.

— A última garrafa não está nem metade ainda. – Gale observou.

— Preciso vomitar. – Falei e saí correndo em direção ao banheiro mais próximo, abri a tampa do vaso sanitário e comecei a vomitar, logo senti duas grandes mãos segurarem meu cabelo, olhei de relance e vi Peeta. – Pode deixar. – Falei e voltei a vomitar.

— Relaxa. – Ela falou e afagou minhas costas. – Pode vomitar á vontade.

— Não Peeta, é sério. Não precisa ver isso. – Falei.

— Somos amigos não somos? – Ele perguntou e eu me virei para olhá-lo. Seus olhos estavam vermelho devido á quantidade de álcool que ingerimos, seus cabelos estavam uma desordem completa, mas um lindo sorriso estampava seus lábios, e naquele momento me senti segura.

— Obrigada. – Falei e então senti um gosto amargo em minha garganta, virei e voltei a vomitar. Depois de vomitar bastante, eu abri o armarinho e escovei os dentes, ainda com Peeta em meu encalço.

— Acho melhor você ir dormir. – Ele falou me olhando pelo espelho.

— Eu estou bem. – Falei.

— Não, você está péssima! – Ele falou cruzando os braços e eu ri.

— E você está ótimo não é? – Me virei para olhá-lo de frente e encostei o bumbum na pia.

— Quantas vezes você já havia bebido?

— Hãn... – Parei pra pensar. – Não sei.

— Pela sua atitude me arrisco a dizer que nunca. – Ele ergueu uma das sobrancelhas e sorriu de canto, apenas revirei os olhos.

— Isso é tão visível assim? – Ele apenas assentiu. – Não conta pra ninguém.

— Não vou contar. – Ele falou. – Agora vem, vou te colocar pra dormir. – Ele falou e passou seu braço pelo meu ombro, aceitei de bom grado e ele nos levou até onde todos estavam.

— Está melhor Kat? – Annie perguntou vindo até nós e parecia preocupada.

— Estou sim, só... Acho que misturei muita coisa no estômago.

— Eu vou colocá-la pra dormir. – Peeta falou e ela assentiu. Me despedi de todos e eu e Peeta fomos até onde estavam os colchões, ele puxou uma coberta e eu me deitei, em seguida ele me cobriu e se sentou ao meu lado. – Está se sentindo melhor? – Ele perguntou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e eu assenti. – Não faça mais isso. – Ele pediu.

POV - Peeta

— Fazer o que? – Ela perguntou desentendida.

— Beber como se soubesse. – Falei e ela riu.

— Você é engraçado Peeta. – Ela falou rindo bobamente. Se ela soubesse o quanto é linda quando sorri...

— Isso é um elogio?

— Talvez. – Ela falou, e então percebi que seus olhos começaram a pesar, pois as piscadas dela ficaram mais lentas.

— Vem cá. – Falei puxando sua cabeça pro meu colo e ela se ajeitou, coloquei minhas mãos em seus cabelos e comecei a acariciá-los.

— Se fizer isso eu vou dormir.

— Essa é a intenção. – Ri baixinho.

— Mas eu quero continuar conversando com você... – Ela bocejou. – Gosto de olhar pros seus lábios enquanto a gente conversa.

— Gosta é? – Perguntei divertido, era engraçado o rumo que essa conversa estava tomando, e mesmo sabendo que ela não se lembraria disso quando acordasse e que isso era errado, eu queria saber o que ela pensava sobre mim.

— Uhun... – Bocejou novamente. – E você até que é bonitinho sabia? – A cada palavra que ela dizia eu aprofundava mais minhas mãos em seus cabelos.

— Sou bonitinho então? – Ri.

— É sim... – Falou. – E ás vezes enquanto a gente conversa eu imagino como seria... – Ela falou devagar e baixo, mas não terminou a frase.

— Como seria o que? – Perguntei curioso, imaginando o que ela iria falar, mas ela nada respondeu. – Kat? – Perguntei, mas ela não respondeu. Desci minha cabeça até o seu rosto e seus olhos estavam fechados, sua respiração estava controlada e seus lábios entreabertos. Ela dormiu. Sorri com a cena e beijei sua testa. Ela era tão extremamente linda...