Amianto escrita por Erika k
...
Quinta
Acordei coberta pelo edredom, olhei para o relógio do quarto que dava 1 hora da manhã, ele ainda escrevia e tinha uma xicara de café ao lado.
Levantei e caminhei até o seu lado.
Puxei sua mão e o levantei. Sorri para ele, que pareceu surpreso.
O abracei.
–Obrigada.-Nada mais foi dito, ele retribuiu o abraço.-Eu gosto de musicas agitadas. Mas as lentas são as mais marcantes em uma dança a dois.
Começamos a dançar lentamente, sem musica.
– Eu nunca fiz questão de existir, não queria incomodar. Mas aí, conheci o Erick, éramos felizes, íamos casar. Fizemos uma festa de noivado em um sitio na cidade vizinha. Não queríamos nada grande e chamativo, na hora de voltarmos para casa ele jurou que podia dirigir, meu irmão estava muito bêbado. Erick e eu discutimos e no fim eu preferi não brigar, então deixei ele dirigir.
Kevin me rodopiou e me agarrou na cintura, continuamos em um ritmo lento.
–Estavamos Erick, meu irmão, a Jana e eu. A pista estava congelada, o carro derrapou e capotou. Me lembro de sorrir, sim , eu sorri enquanto virávamos dentro do carro. Eu apaguei um pouco e ao recobrar a consciência, meu irmão havia me tirado do carro e nos levado até o outro lado, ele ia voltar pelo Erick, mas o cheiro de gasolina... o carro...Eu estava gravida, mas perdi o bebê.
Paramos de dançar e Kevin não me soltou, chorei em seus braços novamente. Me odiei por contar, me odiei por chorar, mais do que nunca quis morrer.
–“Não foi culpa sua.”-Ele formou uma voz estranha, como adultos responsáveis fazem.-“Você não poderia fazer nada. Deus quis assim.” -Ele me olhou. –VocÊ já escutou isso tudo, moça. Não precisa que eu fale isso.
Deitamos e dormimos.
...
Quando acordei, as 10 de acordo com o relógio do quarto, peguei minhas roupas e me vesti. Na cozinha havia um café quente e um bilhete:
Moça, aqui seu café, precisei ir trabalhar. Beijos
Sorri e guardei o bilhete. Sai do apartamento dele e me deparei com alguém que ia bater na porta.
Ele era uma versão mais nova do Kevin, seus olhos se encontraram com os meus.Ele segurava um papelzinho, olhou para o numero 10-B e para o papel.
–Ah, esse é o apartamento do Kevin.-Disse, pensei no sobrenome.Eu não sei o sobrenome dele, percebi tarde de mais.-Sou a vizinha, Lilly Maddox.
–Por que está ai?
–Eu ajudei ele com uns trabalhos e acabei dormindo de mais.-Disse e ele deu de ombros.
–Ele está ai?
–Não, volta a tarde, quem é você?
–Ninguém, obrigado-Ele correu até o elevador, mas como demorou ele percebeu que eu ainda o encarava então foi até as escadas e desceu.
–Estranho...
Entrei em casa e resolvi mandar uma mensagem para o Kevin relatando o ocorrido.
Ele falou que não tinha nenhum amigo de aparência assim. Perguntei se podia ser o seu irmão, mas ele mandou risos e disse que era impossível.
Fiz boa parte da tradução do livro então resolvi parar, tomei um longo banho e vesti uma camiseta cinza e uma saia preta. O aquecedor do apartamento estava fazendo um ótimo trabalho, então resolvi vestir coisas confortáveis.
Preparei um almoço simples, estrogonofe de carne, um pouco de arroz e só.
Minha campainha tocou.
–Pensei que ia voltar apenas a noite-Disse abrindo a porta, mas não era o Kevin, era a sua miniatura.-Ah, desculpe. Você de novo.
–Eu quero falar sobre meu irmão. Você parece ser bem próxima a ele.
–O Kevin? Seu irmão é o Kevin?! Qual seu nome?
–Nathan-Demos um aperto de mãos e ofereci para entrar. Lola o cheirou e ele fez carinho nela.
–Essa é a Lola, você gostaria de comer algo?
–Na verdade, quero que entregue isso para ele.
Um envelope volumoso, analisei e o encarei.
–É importante, e pelo visto ele vai demorar. –Forçou-me um sorriso frio.
–É..
Lola latiu e fungava. A porta se abriu e Jana apareceu, por ter uma chave ela não precisou bater.
–Eu pensei que tinha esquecido minha cha-Ela parou de falar, olhou o Nathan e sorriu.-Oi?!
–Ah, Jana, esse é o Nathan, Nathan essa é minha amiga Janaina.
–Prazer-disse ele.-Eu tenho que ir para a faculdade agora, foi um prazer Lilly.
Ele saiu apressado e deu um tchau baixinho.
–Uau, amiga, um atrás do outro?
–O que faz aqui?
–Almoço. -Ela levantou umas sacolas. -Como você deve ter chegado tarde, talvez não devesse ter feito nada para o almoço.
–Mas eu fiz, e não saímos ontem.
–Hã... Por que?
–Trabalho, ele falou que hoje sairíamos.
–Hum, hum e quem era aquele Nathan?
–Irmão do Kevin.-Abri a scola e olhei lasanha, tirei-a e pus um pouco para cada.
–Uuuuhh, não bastou pegar um, pega os dois.
Senti minha face esquentar.
–Jana! Ele veio pedir que eu entregasse isso ao Nathan.
Apontei para o pacote.
–Hmm...
Meu celular tocou. Vi no visor que era meu irmão e ignorei.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Gostando? Pode falar que eu melhoro. Beijões