Vivenciando aquele dia de novo.

Acordei vomitando. Droga, nem morrer consigo. Estava tudo escuro, que horas são?

Lola latiu, mas parecia distante, as imagens saíram de foco e eu cai, pensei que iria sentir um baque doloroso, mas algo me segurou. Olhei um sorriso e dormi.

Terça

Acordei acomodada na minha cama, uma toalha quente na testa e a Lola dormia ao meu lado, fiz carinho nela. A porta se abriu, Kevin entrou com uma bandeja com frutas.

–São frutas desintoxicantes. -Ele disse. –Vai ajudar.

O observei e ele usava um avental de enfermeiro, azul claro.

–O que faz aqui?

–Eu te liguei, você não atendeu e a Lola latia muito.

–Como entrou?

–Eu costumava invadir casas quando adolescente, sabe...beber e tomar banho na piscina de casas que estão a venda.

–Hm...Então não havia deixado a porta aberta. -Ele sorriu. -E ontem?

–Você tentou... Quebrou a promessa. -Ele me olhou serio, nada de sorrisos, nada de brincadeiras.

Não conseguia encarar o rosto dele. Comecei a chorar.

Ele me abraçou. Não queria chorar nos braços de um intrometido, desconhecido.

–Quando quiser fazer isso de novo, me liga. Não precisa de remédios, não precisa me contar tudo, apenas me ligue.

Confirmei com a cabeça, queria falar tudo, mas não havia voz e nem forças.

Adormeci enquanto chorava.

Quando acordei já era Terça-feira as 14:00. Ele cuidava de mim, mas estaria a tarde fora no trabalho.

Levantei e tomei um banho. Conversei com a Lola, ela parecia me escutar, fiz meu trabalho e terminei o livro, tinha que traduzir do Alemão para o Inglês um outro livro, mas preferi deixar para mais tarde, peguei uma lona azul e espalhei pela varanda, peguei as latas de tinta, rosa, azul e verde forte.

Coloquei a tela e pus sobre o suporte.

Comecei a pintar, fui terminar pelo fim da tarde.

–Ei, moça. -A voz familiar me chamou. Olhei acima da tela e lá estava Kevin em sua varanda, com o uniforme segurando uma cerveja.

–Foi assim?

–Hã?

–Foi assim que você soube que eu ia pular?

–Sim-Ele sorriu. –Eu vim ver a linda vista e tive realmente uma surpresa.

–Ah-Sorri.

–O que está fazendo?-Ele perguntou, olhei para o quadro e havia desenhado quem não saia da minha mente ultimamente.

Virei e ele olhou o rosto de um rapaz de cabelos pretos e olhos claros.

–Seu namorado, moça?

–Não, moço, meu ex-noivo,Erick. Ele já se foi.-Virei novamente para mim e observei, estava idêntico.

–Ah, é... sinto muito.

–Estou tentando esquecer, então eu pinto.

–Deu certo?

–Não.

Ele bebeu um pouco da cerveja e sorriu.

–Já sabe, me liga quando quiser.

Corei lembrando do abraço.

–Ah, tive uma ótima ideia, Lilly, você gosta de dançar?

–Bom... sim.

–Comprei Just Dance, topa? Vem aqui e tomamos cerveja.

Sorri e confirmei com a cabeça.