Subia no elevador até o 4º andar. Ala pediátrica. Onde encontraria o Kevin.

A recepcionista forçou um sorriso e a maquiagem forte em seu rosto dava um ar mais velho a ela.

–O Kevin está por ai?-Perguntei.

O sorriso se desfez .

–Namorada dele?-Ela perguntou de forma arrogante. Acho que ela tem uma quedinha por ele, tentei não sorrir, mas queria provoca-la.

–Não lhe interessa-Falei de forma educada, com um sorrisinho de lado.

–Oe oe-Ele apareceu atrás de mim, ela logo mudou para um sorriso.-Chegou.

–Sim, vamos indo?

–Claro.

Saímos de lá, atravessamos a rua e fomos a um restaurante japonês.

–Adoro, adoro, adoro, devíamos vir mais vezes-Ele falou da boca pra fora, os pratos em cima da mesinha baixa, mostravam variedade de sushis, e saquês.

–Acho difícil.

–Ah, a mudança... Eu posso voltar para NY e te visitar.

O encarei. Ele tentava de tudo para que a ideia de morrer saísse da minha cabeça. Não funcionaria.

–É...-Foi tudo o que disse comemos em silencio e ao sairmos do restaurante, ele segurou minha mão.

–Eu gosto de você. -Ele começou a falar enquanto caminhávamos, falava baixinho e distraidamente, soltando suspiros uma vez ou outra. -Tanto, que ao ver você querendo se jogar, parecia uma coisa absurda, tão linda, ali parada olhando para o nada. -Ele apertou minha mão. –O que você pensava?

Andávamos para parte de trás do hospital, onde ele entraria.

–Eu pensava que não me arrependeria, pensava no que teria depois, estou curiosa. –Meu celular tocou. Atendi. –Jana, oi.

–Vou passar ai com a Nath para pegar a Lola.

–Ah, pode ir, eu estou com o Kevin, mas pode pegar a Lola.

–Ah, okay, está com o Kevin-ouvi risadinhas. –Te amo, gatinha. Beijos.

–Também te amo, Janaina, beijos.

Encarei, Kevin.

–Você não vai dar adeus a Lola?

–Não gosto de despedidas. Vê-las me matarias antes de conseguir ...

Ele segurou minha nuca com as duas mãos e me beijou, um beijo com um começo doce e calmo, para um fim quente e apimentado. Era assim que me sentia ao seu lado, feliz e aventurada.

Como as cores azuladas em seus olhos, como o beijo de despedida, tudo nele era incrível, ele sorriu.

–Eu vou ter que entrar.

–Eu sei, Kevin, vou tomar cappuccino com jujubas e depois vou para casa.

Ele estranhou ao me ouvir falar, mas ele devia ter se acostumado com a estranha que sou.

Depois de comprar meu cappuccino e minhas jujubas, enquanto caminhava, mastigava e tomava.

–Lilly! Jesus, é você!-Virei, um moreno de cabelos negros e olhos tão negros quanto me chamava.

–Oi?

–Sam, sou o Sam, amigo do seu irmão.

Sorri forçadamente. –Como vai?

–Bem, e você, uau, está linda.

–Obrigada-procurei discretamente meu irmão, mas não o vi, soltei o lar aliviada.

–Quer tomar um café?

–Eu adoraria, Sam, mas preciso ir. -Levantei discretamente o cappuccino.

–Ah, tudo bem. Te vejo por ai.

Não, não vai.

–Okay.-Sorri e virei, dando de cara com meu irmão.

Nada disse, apenas sorriu.

–E-Eu vou indo.-Falei caminhando novamente.

–Faça como quiser, inútil.

Escutei o Sam falar algo como: “Para com isso cara” Mas o ignorei e corri, joganco o cappuccino no chão e segurando as jujubas,corri até o meu apartamento, me trancando ao chegar.

Suspirei e sentei no sofá, comi o restante das jujubas e sorri.

–Idiota-disse a mim mesma.