Carlos está em pé para a classe, ele estava com uma calça jeans um pouco apertada e uma blusa de manga comprida também apertada, é ele deve gostar de usar roupas justas. Ótimo mais um fútil para ficar se exibindo com seus músculos. Ele sorri e começa a falar:

– Oi, me chamo Carlos.

– Por que você apareceu com um policial agora a pouco? – Alguém pergunta, seguido da resposta dele:

– Bem, aquele policial é meu Pai, esse é meu primeiro ano aqui em Minessota.

– De Onde era? – Pergunta a professora.

– Eu era de Nova York, me mudei com meu pai para aqui por causa da minha madrasta, mas não quero falar sobre isso.

Ele dá um sorrisinho, ele era de nova York, é a segunda pessoa que conheço que é de lá, depois da minha mãe, será que são todos assim lá em New York? Bem minha mãe não é assim, ela deve ser uma exceção.

– Conte um pouco sobre você Carlos, uma pessoa tão alegre.

– Ah, bem o que posso dizer, estou aqui porque sou obrigado, como vocês podem ter percebido no ginásio.

Todos riram, menos eu claro, ele continua falando:

– Bem, se tem uma coisa que eu adoro é Hóquei e pelo visto, aqui em Minessota vocês também.

Todo mundo afirma e ri, Bob logo grita “já está convidado cara.” Ele é tão alegre, ele conta algumas piadas, todos riem, ele é o oposto de mim em tudo, espero que seja também nos estudos. Depois de mais algumas perguntas a ele, é sério, parecia uma entrevista com ele, até Bob estava se divertindo, a professora passou a palavra para mais alguns alunos, até que ela apontou para mim. Droga, pensei.

– Você ai do fundo, tão quietinho como se chama?

– Viadinho Henderson. – Bob fala, todos riram, menos a professora e por mais estranho que seja, Carlos só dá um sorriso de leve. Ótimo, nem quero ver como vai ser daqui para frente. A Professora o Ignora, e eu meio sem jeito, reuni todas as minhas forças para tentar dizer alguma coisa, eu me levanto e começo a falar:

– Me... Me Chamo Logan.

– Olá Logan, meio quieto você, fale um pouco sobre você.

– Me Chamo Logan.

Repito, todos riram, “acho que nem mais Nerd ele é” todos riram, a professora fala:

– Isso eu sei seu bobinho, está também, então eu pergunto, você é daqui mesmo?

– S..Sou

– Ah, vamos logo professora, estou com sono desse moleque.

– Calma pessoas, mais respeito com seu colega, Obrigado Logan, pode se sentar.

– Isso ai não é meu colega não, sou mais o capeta. – Alguém fala e novamente todos riram. Tinha sido um desastre total, eu sou tão chato assim? Meu deus, eu realmente queria estar morto nesse momento. Ela continuou as apresentações, mas eu nem prestei muita atenção, estava muito para baixo, todos continuavam falando e eu lá no meu canto, como sempre excluído. Depois que todos terminaram de se apresentar começaram a falar:

– Agora sua vez Professora! – Teve até um “Tira a roupa” falado pelo gênio do Bob. Bem, a professora, voltou ao centro da sala e começou a falar:

– Bem, eu achei que já tinha me apresentado antes, mas tudo bem eu falo mais. – Todos Aplaudiram, principalmente os meninos. Ela continuou. – Não, Não iriei tirar minha roupa, meninos. Sou de Washington, estou aqui em Minessota lecionando para vocês por um projeto da minha faculdade. Bem, acho que é só isso.

Depois disso, a professora começou a explicar sobre a matéria, de como as pessoas estão ficando mais distantes uma das outras e blá blá blá. Menos mal, achei que teria que me relacionar com alguém, algo que não daria certo para mim.

Depois de algum tempo a aula acabou, outros professores foram chegando e foi assim por quatro horas seguidas, e como sempre, eu estava lá, jogado no canto da sala, enquanto o que mais desejava era alguém para conversar, sem um xingamento a meu respeito e a cada frase. Tocou o sinal para o almoço e como sempre todos saíram que nem loucos, depois dessa loucura deles, eu sai também, fui para o refeitório, segui para a fila do almoço, como sempre umas cinco pessoas entravam na minha frente, o que já era comum para mim, a comida era nojenta, nem dava para descrever o que serviram e como sempre eu pegava o que sobrava, já que eu era quase um dos últimos.

Depois de pegar a comida, fui tentar achar algum lugar para sentar, nem os Nerds e estranhos da escola queriam ficar perto de mim. Sério, não é frescura minha, eu devo cheirar mal, só pode, mas do que adianta reclamar, não vai adiantar nada mesmo. Fui para perto da escada principal do refeitório, quase embaixo dela, sentei no chão, era o único lugar onde ficava sozinho, bem era, até que vi Bob e sua gangue chegando até mim. Ótimo, meu sossego estava acabado, porque eles não me deixam em paz. Eles chegaram.

– E aí Logan, ainda está com problemas para falar?

– N... Não. – Falei meio sem jeito e mais uma vez todos riram. Bob pegou minha bandeja de comida.

– A comida daqui é tão ruim, deixa eu me livrar disso para você. – Ele jogou tudo no chão, tudo bem, a comida não era a das melhores, mas é a única que eu como por aqui. Ótimo, o que está para acontecera seguir? Nem mais comer em paz eu posso. Me levantei.

– Cuidado Gente, Loganzinha levantou!

Ele me empurrou, eu só queria sair da dali, me virei, mas senti um dos capangas dele pegando na gola da minha camisa.

– Por favor, deixa eu ir.

– Calma amiguinho, nós queremos matar a saudade de você.

Eles riram sadicamente, eu não pensei duas vezes e também, nem sei o que me deu, empurrei Bob bem em cima da comida derrubada no chão. Só tive a visão dele caindo, todos ficaram em choque e eu sem pensar muito, sai correndo, os capangas nem me seguram, estavam tentando ajudar Bob a se levantar. Só deu para ouvir um grito assustador, que me arrepiou todo.

– Eu te mato filho da puta!

Ótimo, meu primeiro dia na escola nesse novo ano e já estou sendo jurado de morte e o pior, tenho certeza de que ninguém iria sentir falta de mim.