Carlos um pouco assustado, da alguns passos para atrás e volta para o banheiro. Ele deve estar assustado... Claro, o louco aqui está no quarto dele... Conserteza ele estava assustado... Falo:

– Carlos... Por favor!

Ele não responde! Droga, será que nem aqui na própria casa, no Próprio quarto Ele vai continuar me ignorando? Fico meio apreensivo, será que devo ir atrás dele? Pelo amor, já estou no quarto dele, mais que isso é impossível.

De repente, Carlos sai do banheiro vestido... ou quase. Ele apareceu usando uma calça bege apertada... bem apertada, dava para ver o tamanho... Err deixa para lá. Carlos, até em um momento sério ele consegue me deixar sem ar.

Chacoalho a cabeça e volto desse meu pequeno transe, a coisa era séria... Carlos e eu, estávamos sentados na cama dele... Cara a Cara, mas dessa vez somente os olhares prevaleciam. O que será que ele estava pensando? Pensei em beijar ele mais uma vez... mas, acho que não estava pronto para as consequências.

Resolvo quebrar o silencio perguntando:

– Er... então Carlos, como vai?

Ele me encara por alguns segundos e logo após fala:

– Logie... Logan! O que você está fazendo aqui?

– Você sabe, vim saber de você!

– Eu estou bem, pode ir embora!

– Carlos!

Eu grito o nome dele e ele só continua olhando para mim. Eu fico sem chão. Ele não me queria mais lá! Eu não podia aguentar isso... Volto a falar:

– Por Favor Carlos!

– O que você quer?

– Quero saber porque você tem me ignorado?

Ele não me responde, estava me ignorado, bem na minha frente. Ele fecha a cara e a vira... eu falo:

– Carlos! Não vire para mim!

Ele não me responde... então resolvo falar:

– Lembra Carlos? Lembra de quando você disse que eu era especial? Que não se sentia mais sozinho do meu lado!

Ele responde meio tímido:

– Eu estava bêbado

Ele fala bem baixo... ai eu o lembro da promessa:

– Lembra de quando me prometeu que nunca iria me deixar sozinho! você conseguiu quebrar bem rápido essa promessa.

Carlos levanta a cabeça e olha diretamente para mim.

– Eu não sou Gay!

Eu fico imóvel... não sabia o que falar, ele me assustou mas mesmo sem saber o que dizer... tento:

– Mas essa não é a questão...

Ele me interrompe e fala:

– É Sim! Eu nunca gostei de você!

Sinto uma lagrima discreta percorrendo na minha face, mas não podia dar mole, eu fico firme e volto a falar:

– Como Não? Então porque você me beijou!

– Eu não beijei! Eu estava bêbado e você veio até mim!

– Para de ser idiota! Aquela noite era só você e eu... só nos.

– Não... não era.

– SIM! E você sabe disso.

– Logan para!

– Claro que não! Você foi a única pessoa na aquela porcaria de escola que se importou comigo... a única que queria falar comigo sem pensar no que os outros diziam e acredite você me ajudou, meu dia a dia lá era um inferno... as pessoas não se importavam comigo mas você...

Carlos Repete:

– Logan Para!

– Eu confiei em você, essas últimas semanas que estive com você foram as Melhores da minha vida... meu maior medo era perder você...

– Por Favor Logan, eu não quero mais falar com você!

– Mas eu quero!

Não aguentava mais... esse sentimento dentro de mim... Carlos estava me matando... esse seria o ultimato. Então volto a falar:

– Quer saber a verdade? Eu sempre gostei de você... no começo até poderia ser involuntariamente... mas conforme íamos ficando mais próximos você me deu carinho e me protegeu...

– Eu não quero ouvir

– Mas Vai!

Eu Respiro calmamente e me concentro esperando que as palavras saíssem da minha boca... demoro um pouco mas falo:

– Eu te amo Carlos Garcia Pena! Com você, eu sentia que nada mais me atingiria... que com você eu era especial... como você falou. Até que o beijo...

Carlos Soca a parede do quarto... e começa a chorar!

– Logan por favor?

– Carlos, não faz isso!

– Você não entende?

– O que eu não entendo? Deixa eu te ajudar assim como você me ajudou!

– Você não pode!

– Carlos você... gosta de mim?

– Ah!

Ele grita bem alto... me assustando... ele cai de joelhos e começa a chorar... e fala:

– Não! Não! Eu não te amo... Nunca gostei de você!

Eu me seguro, Queria Gritar... Não poderia deixar ele sair da minha vida assim... mas parecia que ele não se importa... Isso tudo que ele falou... tem que ser mentira, eu não posso acreditar. Levanto calmamente sem dizer uma palavra, olho uma última vez para ele e saio do quarto.

Desço discretamente as escadas e lá consigo ver o Pai de Carlos com Mary, os dois estavam juntos de mãos dadas, parecia que eles estavam olhando alguns retratos... eram fotos de Carlos... eles parecem amar ele muito... continuo o meu caminho e sem que ninguém perceba saio da casa.

Começo a andar sem rumo... não sabia para onde ir, não quero ir para casa... não agora. Enquanto caminhava, lembrava dos bons momentos que tive com Carlos... e parece que meu maior medo estava se concretizando... eu estava ou melhor eu estou perdendo ele.

Depois de andar um pouco, vejo a entrada da escola... só de pensar que encontrei meu anjo nesse inferno... começo a lembrar dos bons momentos com Carlos, mais especificamente aonde ele me levou quando nos conhecemos... o Jardim. E era exatamente para lá que eu iria.

Vou para atrás da escola... que já estava fechada. Lá vou de encontro com o jardim. Chego a campina e olho atentamente para ela. Estava tudo vazio e o silencio prevalecia e isso era bom... eu acho.

Vou ao centro do Jardim e lá relembro dos momentos eu tive com Carlos... me seguro para não chorar. Seu sorriso, sua risada... até mesmo suas piadas sem graça... e agora nada. Ele não me quer.

Logo à frente do Jardim, existia um tipo de bosque, os alunos não podiam entram no horário de aula, por isso nunca fomos lá... mas sigo em frente.

Entre o bosque, vou entrando... era magico, ninguém ligava muito para esse bosque... afinal, matar aula aqui era impossível. Sentia o cheiro das arvores...

Conforme andava, me afastava um pouco mais do Jardim, onde é a entrada. Seguia meu caminho e começo a imaginar... Imaginar Carlos... e Eu, Juntos de mãos dadas, como se o mundo não fosse nada, era só eu e ele entra o bosque. Seguíamos felizes, sentia que tudo pelo que passei nesses últimos anos tinha valido apena... a mesma sensação quando o beijei...

Volto um pouco a realidade... Carlos... ele não queria mais falar comigo, ele ficou meu olhando como se eu fosse um nada... Enquanto me segurava para não chorar, encontro uma Torre velha e abandonada... não era aquelas de contos de fada... uma única torre bem pequena, acho que para os visitantes tirarem foto ou algo do tipo, estava toda abandonada. Eu, que já estava um pouco cansado dessa minha pequena caminhada, resolvo entrar.

O lugar realmente estava abandonado, tinha pedras e pó por todo lado, vejo um canto para me sentar. Fico lá, abandonado por um tempo olhado para o nada e novamente começo a lembrar dele... Carlos.

Como ele pode... dizer que não gosta de mim... então porque ele me tratava diferente? Porque ele sempre estava comigo... porque nós nos beijamos!

Só podia supor que era mentira dele! Mas porquê?

Depois de ficar pensando um pouco... e tendo pena de mim mesmo... acabo adormecendo aqui nessa pequena torre...