Alex estava nos levando para sua casa e o rádio estava ligado. Gun's and Roses era o que estava tocando e eu me sentia relaxada com a música. Estava tentando pensar em o que eu ia fazer.
Minha vida era tão calma, e leve. O acidente a mudou por completo, e eu mudei também. Mas agora, minha vida estava totalmente de cabeça para baixo. Eu não estava pensando na faculdade, em meu futuro. Só em matar Josh. Talvez esse devesse ser meu destino.
–Sophia- Alex diz- Acho que você sabe de algo que eu não sei. Me conte tudo.
–Não é nada Alex- Eu digo- É que estive pensando em meus sonhos. Eu ainda não paro de ver Josh morto, eu chorando, e depois eu acordo desesperadamente. Não consigo dormir bem. Desde que ele saiu. E agora apareceu de novo.
–Deve fazer parte do ritual- Ele diz- A pessoa que invoca a profecia precisa sofrer. Precisa descobrir o que é a morte e como enfrenta-la. Talvez ele tenha passadqo isso para você também. Já que vai ser a rainha dele.
–Eu vou ser a rainha dele coisa nenhuma-Eu digo- Eu não mereço isso. Porque ele não me larga simplesmente? Eu não o amo mais.
–Mas ele vai te obrigar- Ele diz- Você querendo ou não.
Abaixo os olhos e escuto a música. Agora quem estava cantando era Lana Del Rey. A música tinha a ver com tudo que estávamos falando. Born to Die.
–Alex- Eu digo- Suas malas estão em casa? Porque esta demorando...
–Elas estão no carro- Ele diz- Esqueci que tinha colocado elas ai quando te falei.
–Está bem então- Eu digo passando a mão no vidro do passageiro- Está quente não?
–Melhor abrir o vidro?- Ele diz sorrindo
–Acho que sim- Eu digo sorrindo também.
O vidro do carro abre e eu coloco minha mão para fora. Tento pensar em onde Josh pode estar e o que eu devo fazer. Pensar. A única coisa que eu não conseguiria fazer nesse momento.
–Ele disse que não me conectou a ele- Eu digo- Eu consegui entrar... Clandestinamente, ou algo do tipo.
–Eu não sei Sophia- Ele diz- A profecia não diz nada do tipo...
–Isso!- Eu digo- Devemos procurar na profecia! Em algum livro de profecias ou no próprio livro da profecia! Talvez encontremos um jeito de derrotá-lo.
–Pode ser que exista solução- Ele diz pensativo- Vamos amanhã. E a tarde, treinamento. Não podemos matá-lo se você não souber se defender.
–Tudo bem professor- Eu digo sorrindo- Amanha a tarde.
Olho para o céu estrelado e vejo como ele estava lindo. Me imagino lutando, correndo, e até com uma arma. Esse deve ser meu futuro.
Olho para Alex e o encaro. Desde quando ele foi apaixonado por mim? Será que foi desde o colegial? E aquelas demonstrações de amor? Será que foram reais? Ou foram só parte do plano?
–Chegamos- Ele diz sorrindo- Monte Lee. Lar do letreiro sujo e fedido de Hollywood.
–É onde a magia acontece- Eu digo rindo- Vamos subir?
–É pra já- Ele diz ligando o carro e acelerando.
Subimos o monte e chegamos na parte de acampamento. Na nossa parte de acampamento, porque o Monte Lee não é uma colônia de férias, obviamente.
–Sophia!- Luana diz chegando e me abraçando- E Alex! Tudo bem?
–Tudo bem Lu- Ele diz sorrindo- Tudo certo por aqui?
–Estamos arrumando o som- Ela diz- O frigobar já está conectado no carro do Pedro, e o sofá nós já colocamos ali atrás- Ela diz apontando para um canto, com pequenas luzes de led.
Uma verdadeira festa. Pensei que só fosse um acampamento.
–E o pessoal?- Ele diz- Onde estão?
–Já estão vindo- Pedro diz se aproximando- Está tudo pronto. Querem se sentar?
–Claro- Alex diz- Vem Sophia.
Vou andando com ele até o sofá e sentamos. James, o namorado de Luana, traz para nós duas cervejas. Pego uma e brindo com Alex. Depois nós tomamos.
–Faz tempo que não vou a uma festa- Ele diz- Estava com saudades já.
–Quanto tempo?- Eu digo rindo- Eu fui em uma semana passada.
–Uns dois meses- Ele diz- Não faz tanto tempo!
–Faz sim!- Eu digo rindo- James traz mais duas?
James vem até nós e deixa um pequeno balde de gelo com cervejas em cima da uma mesa, que ele acabara de colocar.
Alex pega duas cervejas e as abre. Pego a minha e começo a tomar. Vejo mais pessoas chegando, mais bebida, e mais sofás. Mais mesas. A festa estava aumentando.
Já havia passado duas horas e eu e Alex estávamos dançando. Eu não sentia meus pés e não parava de rir.
–Você tá bem Sophia?- Alex diz sorrindo
–Naaaao!- Eu digo rindo- Neeem um pouuuco.
–Que tal a gente dar uma volta?- Ele diz rindo- Pra gente conversar?
–Claro- Eu digo, e vou até ele- Vamos?
–Vamos- Ele pega minha mão e vamos até um lugar que eu não sabia.
Ele me leva para um sofá bem longe. Ele estava tão longe assim? Não conseguia perceber.
–Sente-se - Ele diz sorrindo- Vamos conversar?
–Sim- Eu digo sentando em seu lado
–Eu... Queria te dizer algo- Ele diz corado- Posso?
–Pode- Eu digo
–Eu te amo Sophia- Ele diz- Te amo muito. Mais do que você possa imaginar. Eu sei que Josh está tentando nos separar mas eu não vou deixar. Somos só eu e você, lembra?
–Alex... Eu- Eu digo- Também te amo. Só estou um pouco estressada e preucupada com Josh. Não quero que nada aconteça a você, entende?
–E não vai- Ele diz- Eu vou matá-lo. Nós vamos.
Ele sorri e depois me beija. Suas mãos percorrem por meus cabelos e sinto sua boca tremer. Depois vou até seu colo e me entrego. Começamos a nos beijar loucamente e apaixonadamente. Eu queria muito beijar aquela boca desde que ele foi a minha casa. Desde que ele segurou minha mão. Desde que ele me protegeu, mesmo sabendo que não precisava. Desde que eu começei a amá-lo. Eu queria, eu precisava.
–Sophia- Ele diz passando os dedos em meus lábios- Você é tudo que eu tenho. Não me importo com nada, emprego, carreira, ou a mim mesmo. Eu coloco seus sentimentos acima dos meus. Eu coloco você acima de mim. Desde o ensino médio eu precisava de você.
–Eu... Não te amava-Eu digo- Eu amava Josh. Porque ele era o amor pra mim. Agora vejo que o verdadeiro amor é você. Você é o amor, e ele é o ódio. Você a vida, e ele a morte.
Ele me beijou novamente, e eu o empurrei do sofá. Caímos no chão e ele riu um pouco. Sorri alegremente e depois o abraçei. Eu descobri o amor.
"Porque ele era o amor.
E Josh era o ódio.
Ele era a vida.
E Josh, a morte."