Ao som de crazy Love, viajo dentro de minha alma amortecida. Sinto meu coração bater de forma diferente. Como uma saudade de algo que nunca tive. De um sentimento inexistente e ao mesmo tempo tão presente. Tão forte que sinto minhas veias queimarem. Loucura, demência? Quem sabe. Só que, nesse estado de torpor me sinto bem. É como se em algum momento dessa longa vida e tivesse amado alguém.

Já amei dezenas em minha mente. Apenas nela. Apenas nos meus mais profundos desejos. Nos olhos, onde tudo pode ser descoberto, cerrei-os antes de denunciar a magia da ternura, da admiração que sentia pela pessoa em questão. Tudo não passava de uma “paixonite” , mas que nunca me abandonou.

Devo dizer que cheguei a pensar que na morte eu encontraria o que tanto procurava. Sim, é vergonhoso dizer isso. São pensamentos mórbidos para alguém que foi abençoado com muita saúde. Só que quem controla essas emoções? Essas sensações de choro e riso ao mesmo tempo?

Tudo se mistura em um raio de quilômetros de distancia da gente. Porém, em um piscar de olhos toda essa distância se desfaz completamente. E o que parecia tão longe invade o peito de uma forma tão abrupta e melancólica que dói.

Queria poder voltar ao tempo. Mudar as coisas. Meus atos, meus gestos, meus recatos... então me pego a pensar, será que eu realmente mudaria minha forma de pensar? Mudaria meu jeito de agir? Tudo ilusão.

O destino não pode ser mudado. Ele pode ser percorrido de formas diferentes, chegando sempre ao mesmo resultado. Enfim, não pode ser mudado.

Criei coragem e amanhã vou consultar com um especialista, psiquiatra, psicanalista. Dêem o nome que quiser, são todos iguais para mim. Pelo menos terminam em “a” [risos sem graça].

Meus amigos são tão amigos, mas não me vejo dentre eles. Não sinto cumplicidade, carisma ou afeição. Porque? E eu sei? Se alguém souber me avisa. Hã, acho que ninguém vai dizer nada. Mas vale a tentativa. Todo mundo tem um pouco de loucura, certo?

Minha face pede que as lágrimas caem enquanto converso com vocês, só que as detenho para dentro de mim. Sem demonstrar nada. Nenhum sentimento, ou sinal de fraqueza. Sorrir mesmo que não sinta que possa fazê-lo. É uma chave para uma porta que não quer se abrir.

Justo. Muito justo. Se não quero me abrir porque falo com você? Porque demonstro o que se passa comigo? Resposta fácil, digo isso para mostrar que não é só eu ou você perdido nessa lama toda confusa e impregnada no meu cérebro em atividade constante. Estamos juntos, numa viagem sem volta. Porque os segredos que não conto cara a cara, contarei aqui. Nesse diário de alguém esquecido por mim mesmo.