Sweet Death escrita por Lia


Capítulo 2
Parte II - Harry Potter.


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá!! Estou postando rápido, cruzes. Estou AMANDO escrever isso, vocês não tão ligados, gente.



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16 de Março de 2024, sábado.

Querido diário...

Aqui estou eu novamente, relatando. Hoje vou contar para você uma briga, uma briga bem ruim, aliás... Eu acabei entrando nela. Por dentro eu queria dar socos, chutes, voadoras, lançar feitiços (apesar de estarmos fora de Hogwarts) e fazer tudo isso que minha amiga, Demetria Crawford, faz.

Mas eu não fiz, claro que não fiz.

"Você é um otário, sabia?! Você é desnecessário!"

Essa fala foi do Dave. Dave Weasley. Ele é um dos meus primos favoritos, depois do Hugo. Ele é adotado, não que eu tenha algum problema com isso, eu queria ser adotada. Ele é loiro, um físico forte e se ele me der um soco, eu acho que caio como um castelo de cartas. Ele sempre foi legal comigo, em qualquer ocasião ele estava lá para me defender. Principalmente no segundo ano quando pegaram o Tibers, meu antigo urso de pelúcia, mas isso ainda não vem ao caso.

Foco Lily, foco.

Acordei como todas as manhãs, de mau-humor mas com um sorriso nos lábios. Eu não tinha o direito de vestir algo sem ser rosa, então apenas coloquei um vestido e uma sapatilha. Um laço na cabeça e segurei a pata de um panda de pelúcia. Cocei os olhos e fui andando como uma bêbada, em zigue-zague, até a cozinha.

"Eu?! Otário?! O único otário aqui é você, Cinderela!"

Essa daí foi do Fergus Finnigan, tá bom diário? Foi rápido demais, eu ainda estava no meio da escada quando o Dave levantou a mão e meteu um soco na cara do Fergus. Que, diferente de mim, se manteve de pé. Disparei escada abaixo até os dois, com o intuito de separar a briga. Até hoje eu penso que foi uma escolha errada, bem errada. Mas, o que eu podia fazer? Era o que meu instinto dizia: coloque as pessoas que você ama em primeiro lugar. Você ainda não pode se dar ao luxo disso.

Dave me olhou com raiva, mas eu acho que era por culpa da adrenalina, ele não estava com raiva de mim, estava?

"Pequena, sai da frente." Fergus foi empurrando meu corpo para o lado, ainda com os olhos cravados em Dave. E eu não sou pequena. Não mesmo.

"Não toca nela!" Disse Dave, dando outro soco em Fergus. Mas eu acho que ele não deveria estar pensando muito, diário. Eu estava na frente de Fergus, e minha altura chega até, mais ou menos, o ombro dele. Então o soco me acertou.

Como tinha dito antes, eu caí igualzinho um castelo de cartas. Meu panda de pelúcia foi parar perto da lareira, o que fez meu coração parar por alguns milésimos, a lateral do meu queixo começou a inchar mais rápido do que eu imaginava, e por eu ser uma das pessoas mais brancas da face da terra, ia ficar tão vermelho e quente que eu acho que seria possível fritar um ovo ali. Meu pai e primos chegaram correndo no mesmo instante, Hugo me ergueu pelos braços e me sentou em uma cadeira da mesa de jantar, me deixando com a visão inteira da briga.

Nossa diário, foi terrível. Meu pai estava gritando como um louco com Dave, enquanto ele apenas gritava de volta e xingava todo mundo. É ruim ter que contar apenas para você como eu me sentia naquele momento, e se quer saber, eu me sentia péssima. Eu não queria que o papai gritasse com o Dave, eu poderia muito bem ter ficado no quarto, quieta, chorando como antes. Ah, sim, eu estava chorando. Eu finalmente tinha me tocado que ninguém me amava pelo o que sou, porque ninguém sabia exatamente como eu era. Foi aí que meu medo da solidão cresceu ainda mais, e eu fui tão frágil de não conseguir levantar, correr até o Hugo e pedir um abraço. Fui tão frágil de não conseguir parar de abraçar o travesseiro, ensopá-lo totalmente e não erguer a cabeça. É ruim saber a verdade, você nunca deve ter sentido isso porque é só um conjunto de pergaminhos com uma capa de couro marrom. Mas você me pertence, isso faz com que sinta o que sinto e, desculpa, nunca quis fazer você se sentir assim, okay? Já, já tudo fica bem. Confia em mim. Pelo menos você tem que confiar...

"Você... Bateu na Lily?!" Hugo tinha parado de acariciar meu rosto e caminhou até o Dave, nossa, ele realmente tinha virado um homem. E eu só percebi agora. Deve ter aprendido isso com o Jeremy Crawford (aquele que eu disse que era como um irmão para mim). O ruivo se apoiou na mesa de jantar e ergueu a perna, dando um chute no rosto do Dave. Um chute. No rosto. Do Dave. "Você ficou louco, seu loiro desgraçado?!"

E então eu desmaiei. Desculpa não saber contar o resto para você, é que eu realmente não conseguia manter meus olhos abertos... Parecia que os espíritos da força entraram dentro de Dave e fizeram o braço dele ficar mais forte do que o do papai. Foi sinistro.

Quando acordei estava aqui, no meu quarto, deitada na cama. A primeira coisa que fiz (e eu acho que todo mundo faria) foi tentar sair do quarto, mas a porta estava trancada. Por que me trancaram? Você já vai saber.

"Eu tranquei, Lils." Dave disse, deitado no meu tapete felpudo. "Precisava conversar com você."

"Se for para pedir desculpas, não precisa não. Não doeu tanto assim... Só um pouquinho." Tentei confortá-lo, abrindo um sorriso. Nossa, até isso doeu. Parei de sorrir.

"Não... Você desmaiou por mania mesmo?"

"É, você tem razão. Chega pro lado."

Saltitei até Dave, jogando meu corpo do seu lado e me deitando ali. Eu deitei ali mesmo, diário. Eu não vi problema, sabe? Porque o Dave é o garoto que me protege de todo o mau, ele é um irmão também. E estou começando a achar que tenho irmão demais...

"Você entrou no meio da briga, Lils... por quê?" Ele virou o rosto para mim enquanto falava. Eu continuei olhando para o teto.

"Porque você é meu primo, oras! Não tem explicação melhor do que essa." Diário, não era verdade. Não, eu não iria mentir para ele. "Na verdade, é porque você é uma das quatro pessoas que eu não posso mentir sobre certos pontos. E você é também uma das pessoas que mais me protege do mal, então, não posso deixar você se ferir. E o Fergus é meu amigo."

Isso sim era verdade. Eu tenho um objetivo de vida que não posso ultrapassar, que é não mentir para: Demetria, Jeremy, Dave e Hugo. Mas, é claro que toda garota tem alguns segredos para si mesma, já eu, tenho vários.

"Entendi." E foi só isso que ele disse, diário. Só.

Dave saiu de lá alguns minutos depois, ele deveria estar pensando na vida enquanto olhava para mim. Não entendo como um garoto três anos mais velho que eu pode me entender tão bem.

E agora, depois que Dave saiu, saltei para a cadeira e comecei a escrever em você. Mamãe esta ocupada demais arrumando todos os documentos requeridos para Hogwarts, papai vive em seu escritório, não tem tempo para mim e só sai quando acontece algo de muito importante, por exemplo, a briga. A vovó Molly esta velha demais para ouvir meus problemas e o vovô esta no Egito fazendo uma pesquisa para o Ministério da Magia. Meus amigos? Bom, eles variam de: quase toda a população da Sonserina e meus irmãos. Mas nem Tiago e Alvo estão tendo tempo o suficiente para mim. Alvo vem falar comigo uma vez ou outra, ele se importa, sei que sim, mas ele esta ocupado demais, namorando com a Summer Lecter. Ela é uma garota legal, violenta demais até, é da Sonserina e eu acho que faz muito bem para o Alvo, nunca tive vontade de me aproximar. Não quero arrastar mais ninguém para meu buraco sem fim.

Diário, daqui a pouquíssimo tempo você vai saber o que realmente aconteceu com Lily Luna, tá? Não precisa ficar ansioso, só falta mais algumas páginas. Eu lembro que você tem apenas seis páginas e eu tenho que usá-las com sabedoria, porque o resto eu arranquei quando tinha nove anos para desenhar e jogar na cabeça dos meus primos.

Eu vou sentir sua falta.


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Notas finais do capítulo

Eu também vou sentir falta :c