Sweet Death escrita por Lia


Capítulo 1
Parte I - Harry Potter.


Notas iniciais do capítulo

Oi! Queria avisar que os capítulos que começam com a narrativa do diário são lidos pelo pai de Lily, Harry Potter (isso ajuda com o nome do capítulo). Espero que gostem! ^^



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11 de Março de 2024, segunda-feira.

Querido diário...

Eu ganhei você no natal de 2016, sabia? Eu nunca o usei porque eu simplesmente não sabia o que colocar no papel. Feitiços? Anotações de como seria minha expectativa em Hogwarts? Eu não sabia. Mas, hoje eu sei... Pelo menos eu acho que sei.

Estou determinada a fazer algo que pode mudar a vida de todo mundo, e é algo que eu não tiro da cabeça desde que tudo aconteceu. E é claro que eu sempre paro para pensar no meu pai, irmãos, tios, tias, avó, avô e primos... Nossa, é realmente muita gente! Mas, também, principalmente não paro de pensar no Jeremy. Ele é meu melhor amigo, é como um irmão que eu sempre quis ter... Não que eu não goste do Alvo e Tiago, eu gosto deles demais mesmo, só que o Jeremy foi importante para mim, entende diário? Ele me ajudou com a minha primeira e única paixão, sabe? É difícil dizer um adeus para tudo isso, mas é claro que eu não vou contar isso agora, não esta na hora!

O dia de hoje começou do pior jeito possível: eu acordei. Não tem coisa que eu mais odeio do que acordar! Acordar é horrível, deve ser uma das piores coisas que os seres são obrigados a fazer. Já dormir, nossa, dormir é outra coisa, dormir deve ser a melhor coisa que os seres já inventaram! Se é que isso foi inventado...

Hugo estava sentado do meu lado quando acordei, com os braços apoiados atrás da cabeça e fazendo barulhos estranhos com os lábios. Eu ignorei, sabe? É o que eu mais fazia esse tempo inteiro: ignorar. Ignorar tudo, todos, qualquer coisa.

Uma vez eu li um livro que falava sobre uma garota que não conseguia viver longe de seu amor, que no caso era Richard Daniels. Richard Daniels é o garoto mais estúpido que eu já tive desonra de ler em toda a minha vida! Ele pisou na garota e riu quando ela se declarou, que tipo de menino faz isso!? Mas ela se vingou depois, foi uma das vinganças mais simples e legais que eu já li também, ela se vingou com o silêncio. Depois da primeira vez que mandaram ela ficar quieta, calar a boca, bom... Ela obedeceu. Nunca mais falou nada, nunca mais seguiu as regras de ninguém e nunca mais foi a Ripley Jonnes que todos conheciam, que todos amavam. Ela simplesmente se fechou em seu mundo e ignorou todos ao seu redor.

Eu fiquei pensando nisso por meses, diário, era mesmo bom ela ter feito aquilo? Quer dizer, ela estava mal, fingia sorrir e amar coisas sólidas para se sentir bem. Mas ela não estava bem. Eu associei demais essa história comigo, mais do que o necessário. Eu sou uma Ripley Jonnes da vida.

Cansei de muitas coisas, muitas mesmos. Cansei de todos perguntando como ser tão perfeita, tão fofa, tão amada, tão mimada... Eu nunca fui isso. Minhas ações e meu jeito de ser na frente de todos poderiam ser assim, mas, e eu por dentro? Isso não importa? Eu sempre quis trocar o rosa por vermelho, sempre quis trocar os gatinhos fofinhos, os doces (calma, eu ainda continuo amando doces), os apelidos carinhosos por dragões, coisas salgadas e nomes normais. É muito difícil entender?

Eu não consigo entender porque tudo tem que ter um padrão, um só padrão. Eu não consigo entender. E é por isso que eu resolvi começar a escrever em você, caso alguma coisa aconteça, os outros vão saber porque aconteceu.

Sem rosa, sem risada falsa e extremamente fina, sem laço no cabelo e chega de mentiras.

Eu sou a Lily Luna e tenho certeza que você não me conhece.

Como poderia conhecer? Eu não falo nada para ninguém por medo. Medo de decepcionar, medo de afastar, medo de assustar. Todo mundo tem medos, é claro. Mas alguns variam, alguns tem poucos, outros tem muitos e outros tem até demais... Que é o meu caso. Eu tenho medo de tudo praticamente. Tenho medo de ser esquecida, tenho medo de bichos de pelúcia (uma coisa que tive de enfrentar para meu papel ficar mais bonitinho), medo de palhaços, do escuro, medo de amar, medo da morte. Tenho medo de muitas coisas... Tenho medo de muitas pessoas também, a maioria esta perto de mim, mas do que as pessoas seriam feitas sem o medo? Eu penso que é o medo que as fortalece, diário. É o medo que as deixa em pé e de cabeça erguida, porque o medo é uma meta, é uma meta a ser cumprida. Se você não supera, você não muda de fase. Eu, por exemplo, estava na primeira fase até alguns dias atrás, quando eu resolvi superar meu medo e resolvi contar tudo a você. Você, diário, será meu amigo daqui em diante, meu único amigo mais importante. Eu não vou pretender te levar a todo lugar que vou porque, bem, eu posso acabar te derrubando na privada como fiz com o batom novo da Dominique, mas eu juro que foi sem querer!

Domi, caso esteja lendo isso, foi sem querer.

Diário, as vezes eu queria ser uma largata. Eu não penso em outra coisa a não ser isso, porque as largatas vivem a vida sendo temidas, odiadas e com medo dos tais seres humanos, ou talvez eles com medo delas mesmas. Mas, chega um dia que elas superam isso, se isolam de tudo, tudo mesmo, do mundo, dos amigos, da família... de tudo. A única coisa que fica ao lado da largata nessa fase ruim é o tempo. Depois do seu momento sozinha, ela sai do seu casulo e volta como algo que todos amam, todos querem para eles mesmo e a maioria usa como um símbolo, ela volta como uma borboleta. A borboleta não precisa ser odiada porque ela não dá motivos, ela voa para onde quer, ela é bonita e sempre tem gente a amando. As pessoas não param para pensar que essa borboleta já foi uma largata, e que eles já a odiaram em outra vida.

Por isso eu queria ser uma largata.

A única pessoa com quem eu já disse isso, sobre querer ser uma largata, foi com a Rose. Ela concordou por um tempo, mas depois sorriu e deu alguns tapinhas na minha cabeça. Quer dizer, ela não acredita, não é? Eu também não vou mais importar se ela acredita ou nunca acreditou. Eu penso que devo formar minhas próprias hipóteses e histórias, formar uma vida que eu sempre quis. Mas como? Como, diário?

Minha máscara já, já vai cair. E todos vão ver como eu realmente sou.

Sou apenas uma bruxa normal, querendo ser ela mesma.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem ^^ eu não faço a mínima ideia como escrever bem um diário, então gostaria de comentários :P e deve ser bem, bem curto porque bom, eu não sei escrever um diário e.e e eu já tenho toda ela esquematizada na cabeça >:)