O Filho de Vesta escrita por João Bohrer


Capítulo 5
A Missão de Atena


Notas iniciais do capítulo

Então... Depois de alguns anos sem postar, está aqui o quinto capítulo de o filho de Vesta.

Espero que gostem.



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Percy já não era aquela criança assustada depois de dois anos vivendo com as caçadoras! No início, elas tiveram muita dificuldade em aceita-lo, mas após alguns meses de treinamento e algumas brigas, Percy já era tratado como um primo distante, e ou como uma visita permanente no acampamento das caçadoras.

Depois de dois anos vivendo conforme o costume delas, ele acabou sendo aceito pela maioria, um irmão mais novo, sendo criado por Ártemis e eventualmente por Apolo e Atena. Apenas Zöe ainda insistia em incomodar lhe de vez em quando, mas até ela reconhecia os talentos que o garoto tinha.

Os treinamentos eram exaustivos, Ártemis não exigia menos que a perfeição, ou como ela chamava “As caçadoras conseguem, você não?”, o problema era que as caçadoras eram alguns anos mais velhas que Percy, e mesmo sendo imortais, tinham uma bagagem imensa quando se tratava de lutas com monstros e diversas outras coisas.

Para Percy ainda era difícil acertar todas as vezes no centro do alvo, assim como decorar cada caminho que a floresta tinha. Mas por outro lado, seus poderes como mediador de conflitos, em dominar o fogo e os diversos outros poderes de Vesta e Netuno, acabavam por ser desenvolvidos de forma indireta.

Com seis anos, Ártemis delegou algumas tarefas para o garoto; Cuidar dos lobos era tarefa dele, o que era relativamente fácil, uma vez que Alpha, era o líder da alcateia, e obrigava que os outros lobos da alcateia obedecessem o filho de Vesta. Outra coisa era a preparação do jantar, Percy havia descoberto “os poderes culinários de Vesta”, o que lhe permitia convocar qualquer refeição que ele quisesse, e mesmo a deusa da Lua preferindo caçar sua própria comida, as vezes ela pedia ao garoto.

Phoebe o ensinava outras habilidades importantes, camuflagem, reconhecimento de sons e sinais de monstros, e é claro, treinamento de velocidade e precisão. Neste último, Percy demonstrava ser mais rápido que muitas caçadoras.

Tudo continuou com a mesma rotina, até quando aos 7 anos, durante uma sessão de treinos de tiro com arco, Atena apareceu. Ela tinha ares (haha) de preocupação no rosto.

O treinamento em meio a floresta parou, Percy parou de tracionar o arco e viu sua tia ao seu lado.

– Tia Atena? – Ele perguntou confuso

Atena sorriu, e viu de realce os olhos de seu sobrinho mudarem rapidamente para acinzentados.

– Percy! – Ela disse sorrindo – Tudo bem com você? –

Ele apenas sorriu, havia aprendido com Ártemis a conter mais suas emoções, liberá-las apenas quando o necessário.

– Irmã? – Perguntou Ártemis indo até os dois

Atena olhou preocupada para a deusa e depois focou sua atenção a Percy.

– Irmã, quero o Percy emprestado para uma pequena missão... – Ela disse diretamente

Ártemis olhou espantada para Percy, ele olhou receoso para ela, mas depois sorriu. A deusa da lua admitia que ele era bom, mas para ela, Percy ainda era muito imaturo para ter uma missão sozinho, em 2 anos, ele raramente saiu dos cuidados das caçadoras e pouco andou pelo mundo dos mortais, sem ter alguém com ele.

– Atena, eu não sei se podemos colocar ele em uma missão sozinho... Não quer uma das caçadoras? –

Atena a olhou e sorriu.

Sei que ele ainda é muito novo, mas comparado a outros semideuses de mesma idade, Percy é mais maduro do que eles, até mais maduro que meus próprios filhos, creio que uma missão, mesmo que simples como essa, poderá ser interessante para seu crescimento como Herói! –

Ártemis ponderou, Atena era famosa por se persuasiva, sabia usar as palavras como ninguém, mas ela podia estar certa, seria uma chance de um crescimento ainda maior para seu “Servo/Enteado”.

– Qual a missão Atena? – Ela perguntou interessada

Atena sorriu.

– Uma filha minha e seus dois amigos estão desaparecidos, junto deles um jovem Sátiro, eles estavam a caminho do acampamento, mas alguma coisa ocorreu e eu perdi o contato com eles, gostaria que Percy pudesse intervir e leva-los ao acampamento! –

Ártemis olhou para o garoto, ele prestava atenção em cada palavra de Atena, e depois observou seus olhos um pouco acinzentados, pronto, Atena havia ganhado a discussão.

– Deixe eu ir Arty! – Ele disse confiante – Tenho certeza que posso localizar eles! Aprendi com a melhor! –

Ártemis corou e depois suspirou.

– Muito bem garoto, poderá ir nesta missão... Mas fique avisado, estará sozinho! –

Percy olhou para ela e sorriu.

– Tudo bem! – Ele olhou para Atena – Eu não vou falhar! –

Atena pareceu satisfeita e simplesmente transportou o garoto para longe de Ártemis.

Os dois reapareceram em frente a uma pequena casa, em uma clareira em uma floresta, Percy percebeu que suas roupas haviam mudado, antes ele usava bermuda e uma simples camisa. Agora ele estava de parca de esqui preta, e calças jeans, mochila nas costas.

Sentiu algo diferente em seu bolso, quando reitrou, viu uma pequena caneta esferográfica do seu bolso. Quando a destampou, revelou uma espada prateada, com uma lâmina de 90 centímetros.

– Os semideuses preferem Bronze Celestial, mas a prata celestial também pode ser boa para desintegrar monstros... – Atena riu – É incrível que somente eu e Ártemis somos autorizadas a utilizar esse metal, acho que é porque somos filhas de Zeus! –

Percy encarou a espada, não havia nada de especial nela, mas de certa forma, ele sentia até medo de utilizá-la.

– O medo é natural, vai passar com o tempo! – Atena olhou para o horizonte – A última informação que tive, foi que eles estavam entrando nessa floresta, espero que possa localizar eles! –

Percy a olhou.

– Não se preocupe Percy, eu confio em você! –

Atena puxou um pequeno pedaço de tecido e entregou para Percy.

– Aqui tem o cheiro da Annabeth, acho que você consegue localizá-la com isso! – A deusa sorriu

Agora Percy era cachorro para localizar as pessoas pelo cheiro?

– Obrigado... – Ele pegou o pedaço de tecido

Não parecia possível, mas quando Percy cheirou o tecido, sentiu um cheiro doce, muito bom, coisa que ele nunca havia cheirado na vida. E quando parou, ele pode perceber uma “espécie de trilha” na floresta, ele via com uma cor diferente o caminho, como se o cheiro ficasse visível e indicasse por onde a garota havia passado.

– É assim que os monstros nos localizam? – Ele perguntou

Atena fez que sim com a cabeça.

– Boa sorte semideus, conto com você! –

Atena desapareceu, deixando Percy sozinho em frente a trilha.

O garoto não demorou, seguiu aquele rastro que havia se formado diante de seus olhos. O cheiro era fácil de ser distinguido dos outros, de tão doce que era, e a trilha formada na cor azul claro, era incrivelmente mais fácil de ser seguida. Percy em poucas horas atravessou a floresta e se viu diante de uma pequena cidade, havia algo estranho naquele local.

Não haviam pessoas nas ruas, aquilo era estranho, mesmo em uma cidade pequena, no meio da tarde, não ter uma alva viva andando pela cidade, era algo estranho.

Haviam poucos prédios, ele pode identificar uma pequena igreja, construída de madeira, o que parecia a prefeitura, e algumas casas. A praça da cidade estava a sua frente, apenas um quadrado de grama com alguns bancos, nada de especial.

A trilha continuava em frente, indo em direção a uma das casas.

Percy seguiu com cuidado pelas ruas da pequena cidade como se algo pudesse o atacar a qualquer momento. Mantendo sempre a mão no bolso, envolta na caneta presente de Atena.

Ele chegou em frente a uma pequena casa, o jardim estava abandonado, o mato crescia de forma com que Percy nunca havia visto. A casa de apenas um andar, estava com os vidros quebrados e a porta escancarada, a cor que algum dia já havia sido verde, hoje desbotava parecendo que havia fungos na parede da casa.

Ele respirou mais fundo, e um cheiro diferente veio até suas narinas. Ele já tinha sentido aquele cheiro podre diversas vezes, cheiro de monstro, algo grande, pois aquilo agora tomava conta do ar.

Com cuidado Percy avançou pelo mato que era o jardim, chegou com cuidado até a porta e olhou para dentro.

Não havia nada na sala, além de destroços que a algum dia haviam sido móveis.

Percy entrou na casa rapidamente e pegou o arco nas suas costas.

Sentiu brevemente o cheiro doce vindo de algum lugar no interior da casa.

Suando frio, avançou em direção ao cheiro, até que teve a pior visão de sua vida.

Um gigante deformado, de apenas um olho, amarrava quatro pessoas. Um ciclope, Ártemis já havia falado sobre eles, mas aquela era a primeira vez que ele via um.

– Semideuses, são tão fáceis de enganar! – Riu o monstro

Percy tracionou o arco com uma flecha, apontando para a cabeça do ciclope.

Não foi simples, mas ao disparar a flecha, ela acertou o ponto certo, atravessou a cabeça do monstro, mas acabou não saindo como o semideus esperava. O monstro não se desintegrou, ao invés disso, o ciclope se virou, e viu Percy agachado atrás dele.

Quando o ciclope viu, Percy mal teve tempo de pensar, e saltou para o lado, para evitar de ser esmagado por um golpe do monstro.

– Mais um?! Ótimo! – Riu o monstro

Ele foi para cima, achando que Percy não seria diferente dos outros três. O semideus esperou o momento certo, quando, com o monstro em cima dele, Percy sacou a caneta e a transformou em espada. Somente um corte, e o monstro se transformou em pó.

Os quatro olharam para ele espantados, o cheiro doce voltou a tomar conta do ambiente, e Percy sorriu.

Utilizando a espada, ele cortou as cordas e libertou os quatro estranhos.

Por último, a dona do cheiro doce foi até ele curiosa. Em um momento no mínimo inesperado, a garota loira de olhos cinzentos o abraçou forte.

– Mamãe disse que você viria! – Ela riu

Percy olhou para os olhos cinzentos dela e sorriu.

– Meu nome é Annabeth! – Disse ela sorrindo


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Notas finais do capítulo

Então... Querem que continue?