O Filho de Vesta escrita por João Bohrer


Capítulo 3
Um Irmão mais velho?!


Notas iniciais do capítulo

Depois de algumas centenas de dias... Estou postando o terceiro capítulo de O Filho de Vesta! Espero que gostem!

Até lá embaixo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/558193/chapter/3

Apolo observava com atenção a cena de como um pequeno garoto havia conquistado sua irmã com tanta facilidade. Já era estranho o suficiente que ela tivesse se aproximado de um homem de forma tão rápida, mesmo com seus preconceitos milenares. A presença de Vesta também o intrigava, a questão entre as personalidades gregas e romanas ainda não estava muito bem esclarecida, e por isso, os deuses gregos evitavam ao máximo se “transformar” em seus contraparentes Romanos.

As caçadoras começaram a se mover, rapidamente começaram a caminhar, o pequeno Percy estava ao lado de Phoebe, garota que pareceu começar a criar um vínculo com a criança, enquanto todas as outras ainda se perguntavam o porquê dele estar ali.

Apolo seguiu de perto as caçadoras, tendo o cuidado para conseguir se esconder, enquanto sua irmã parecia estar mais confusa a cada novo passo.

De certa forma aquilo era engraçado, era coisa de irmão mais novo, Apolo nunca admitiria, mas adorava ver sua irmã confusa, de um lado a tão orgulhosa e decidida Ártemis, agora estava confusa por causa de uma pequena criança mortal.

A montagem do acampamento foi rápida, as caçadoras faziam aquilo há milênios, pelo menos algumas delas, Percy apenas se limitou a olhar a velocidade incrível com qual as caçadoras realizavam suas tarefas. De uma hora para a outra, barracas prateadas foram dispostas em forma de lua minguante, uma fogueira havia sido acesa e haviam lobos, imensos lobos brancos por todos os lados.

Sem ninguém perceber, o pequeno Percy foi andando em direção ao único lobo negro que estava deitado perto da fogueira.

Ao perceber aquilo, Phoebe tentou correr até Percy, mas ele estava perto demais do lobo. Aquele era o único lobo que ainda não tinha sido domesticado pelas caçadoras, a própria Ártemis falava que Alpha era um caso perdido, ele nunca iria se curvar e obedecer as ordens de ninguém.

Alpha havia percebido a aproximação de Percy, e mesmo desconfiando, não demonstrou nenhuma reação, aquele garoto era diferente das caçadoras, seus sentimentos estavam mais equilibrados e ele transmitia uma paz ao lobo, era estranho, ao mesmo tempo, quando as caçadoras tentavam se aproximar, elas transmitiam uma aura feroz, queriam quebrar a vontade de Alpha e domesticá-lo a força.

Por causa dessa diferença de “sentimentos transmitidos”, Alpha não atacou, esperou para ver o que o garoto faria.

Quando os olhos verde-avermelhados de Percy encontraram os prateados do Lobo, o sentimento de confiança por parte dos dois era mútuo, Percy simplesmente passou a mão na cabeça do animal, com todas as caçadoras olhando sem esboçarem reação nenhuma.

Alpha latiu e colocou a língua para fora como sinal de prazer, ele finalmente tinha achado uma pessoa que o respeitasse.

Ártemis sem compreender como um garoto havia feito aquilo, se aproximou de Percy.

– Perseu? –

– Olha Arty! – Falou Percy animado – Ele é meu amigo! – Falou ele orgulhoso

Ártemis não acreditava no que ouvia, primeiro, como aquele mortal tinha a audácia de dar um apelido a uma deusa? E segundo, porque Alpha parecia concordar com ele?

– Que legal Percy! – A deusa falou forçando as palavras – Alpha é um lobo muito legal... –

Apolo ria de longe, era tão engraçado ver sua irmã como referência para alguém que não fosse uma caçadora, Percy era simplesmente pequeno demais para compreender que Ártemis estava travando uma batalha contra si mesma. Uma parte dela aceitava cuidar de Percy por algum tempo, a outra queria transformá-lo em um animal e sair dali o mais rápido possível.

A noite continuou, Ártemis e as caçadoras contavam histórias sobre as caçadas anteriores, enquanto Percy brincava com Alpha. Zoe Nightshade estava irritada com todo o barulho que Percy e o lobo faziam, enquanto Phoebe olhava e achava tudo aquilo lindo.

– Criança irritante! Você pode parar com isso! – Ordenou Zoe

Percy olhou para ela e não respondeu, mas o lobo ficou em frente ao garoto e abriu a boca mostrando os dentes para a caçadora.

Apolo só faltou rolar no chão de tanto rir, de todas as caçadoras, a que mais lhe irritava era Zoe, ela era uma cópia mortal de sua irmã, prepotente, achava que nada poderia lhe atingir. De certo modo, o deus do sol começava a sentir certe empatia pelo garoto.

Ele tinha que conhece-lo...

O amanhecer foi o mais estranho da vida de Ártemis, o sol já tinha se levantado, mas parecia que o frio da noite continuava, seu irmão preguiçoso estava tramando alguma.

Quando ela saiu de sua barraca e viu seu irmão conversando com Percy, a raiva veio de uma vez só.

Apolo a recém havia chegado, e por incrível que pareça, pela primeira vez ele não deu bola para Ártemis, sua irmã estava em segundo plano.

O deus do sol parou em frente ao pequeno Percy e sorriu, quase cegando todos a sua volta por causa dos dentes brancos.

– Olá? – Perguntou Apolo

Percy deu um passo para trás, Apolo exalava poder, e em seu íntimo, a criança sentia certo receio ao estar perto do deus do Sol e da Música, era a mesma sensação que Ártemis lhe passava, mas ela parecia se controlar, de certa forma, passado um dia desde o encontro com as caçadoras, a recém agora Percy começava a entender o que era Ártemis e o que ela representava.

– Oi... – Respondeu Percy apreensivo

Apolo não percebeu que a criança estava com medo, e sorriu mais intensamente, as caçadoras não sabiam como reagir, apenas Ártemis se aproximava dos dois, assumindo uma posição defensiva.

– Irmão, o que está fazendo aqui? – Ártemis perguntou

Apolo olhou para a irmã e sorriu.

– Maninha! Eu apenas quis conhecer este jovem que lhe acompanha! –

Ártemis não esboçou reação nenhuma, Percy olhou a cena com curiosidade, ele se lembrou do irmão da deusa da lua, Apolo, o deus sol.

– Você é o irmão da Arty?! Apolo?! É o meu segundo deus favorito! – Ele sorriu

Apolo desviou a atenção de Ártemis e olhou para o garoto com um sorriso branco. Ártemis também olhou para Percy sem paciência. Eram 2 homens em seu acampamento, aquilo não estava certo...

– Segundo? – Sorriu Apolo – E quem seria o primeiro? –

Percy pensou bem para não ofender Apolo, mas como sua mãe era a deusa da paz, ele já sabia exatamente como sair daquilo.

– Héstia! Minha mãe, você está um pouco atrás da Arty na minha preferência! Mas é muito legal! –

Aquilo acabou com Apolo, ele estar atrás de Héstia como deus favorito de alguém? E ainda atrás de sua irmã? Seu orgulho estava ferido.... E afinal que história era aquela de Héstia ter um filho?

Ártemis olhou para o irmão vitoriosa.

– Há, ele me acha mais legal! – Vangloriou-se a deusa

Apolo olhou para a irmã e riu, ele tinha que mudar aquilo, ele tinha que ser mais legal que Ártemis, o sol têm que ser mais legal que a Lua!

– Não por muito tempo irmãzinha! – Avisou Apolo

E sem pedir permissão para Ártemis ou Percy, o deus sol foi para perto do garoto transportou ele e Percy para longe.

Percy não se assustou com o clarão dourado que tomou conta de seu corpo, ele achou muito legal, e as coisas poderiam ficar mais divertidas ainda para o filho de Vesta.

Apolo planejou uma tarde inteira de instrução no arco e flecha para o garoto, além de varias coisas divertidas que Percy nunca faria com Ártemis e as caçadoras.

Primeiramente, Apolo quis ouvir a história de Percy e porque ele dizia que era filho de Héstia. Logo depois que a criança contou, ele sabia que deveria manter aquilo em segredo, e ajudar na criação do pequeno garoto.

Depois disso, sem contestar uma palavra da história de Percy, Apolo deu o primeiro presente de aniversário de Perseu. Um arco e flecha prateado e dourado, segundo ele, Percy teria que aprender a utilizar o arco e flecha, se quisesse continuar com as caçadoras.

A aula de como utilizar o arco começou logo após ele tê-lo ganho. Foram algumas horas de instrução para uma criança pequena, mas que já disparava como um dos próprios filhos do deus sol.

Apolo corrigia a postura de Percy e o dava dicas para como acertar o alvo com maior precisão e rapidez, no final, o garoto estava disparando perfeitamente, claro que com alguns erros, mas com uma precisão espantosa para uma pessoa com a idade dele.

Ártemis observava de longe o que o irmão fazia, ela estava espantada, Apolo nunca tinha tido uma atenção tão grande com um mortal, nem mesmo com os filhos dele, e agora, ele parecia um irmão mais velho, ensinando ao pequeno a arte do arco e flecha.

Ártemis jamais admitiria, mas até que achava Percy fofo, ele era apenas um projeto de homem, e se tudo desse certo, Ártemis poderia, pelo menos em sua visão “adestra-lo” para ser o homem perfeito, claro que na visão dela.

A tarde passou depressa, e logo o sol começou a se por, Percy estava exausto, e Apolo tinha que leva-lo de volta para Ártemis.

Antes de Percy ser transportado de volta para o acampamento das caçadoras, ele percebeu uma movimentação atrás de algumas arvores, não perdendo tempo, ele empunhou o arco e apontou na direção do barulho, esperando que o que quer que fosse se revelasse.

Apolo olhou impressionado com os sentidos do garoto, ele próprio não tinha percebido nada.

E vindo de trás de uma das arvores. Uma deusa, vestindo um Quíton grego (espécie de vestido preso por uma corda ou cinto na cintura) branco, armada com uma lança, os cabelos negros soltos na altura dos ombros e os olhos acinzentados, como se estivessem numa tempestade eterna.

– Quem é você? – Perguntou Percy com o arco apontado para a deusa

Apolo quase teve um infarto ao ver a cena de uma criança de cinco anos, apontando o arco para uma deusa como aquela.

– Jovem criança, não é sábio apontar uma arma para uma deusa, ainda mais aquela que é uma deusa da guerra! Meu nome é Atena! –

Ártemis ainda acompanhava de longe, e viu quando Atena se revelou para Percy e Apolo, ela deveria estar escondida como uma coruja, observando Apolo por pura curiosidade, mas quando viu Percy e ouviu a história, deveria estar muito curiosa para se revelar daquele jeito.

– Atena? – Percy perguntou perdido olhando para os olhos cinzentos da deusa

Atena sorriu e se aproximou, Apolo não sabia o que fazer, a situação poderia ter perdido completamente o controle.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí... querem continuação?