O Filho de Vesta escrita por João Bohrer


Capítulo 2
Ártemis fica surpresa


Notas iniciais do capítulo

Demorou mas está aí! Espero que gostem!



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– Que tipo de semideus têm poder sobre o fogo? – Ártemis espantou-se

Percy estava muito nervoso, ele não gostava nada quando zombavam dele, e Zoe, bem, ela havia feito isso e não estava preparada para o que estava por vir. O pequeno garoto, incendiou suas mãos e olhava furioso para a tenente de Ártemis.

Ele poderia ser filho de Hefesto?! Ártemis pensava, faziam anos que hefesto não dava o poder de pirogênese para um semideus... Mas quando ela olhou para sua aparência, cabelos negros e olhos verde-mar, pareciam de Posseidon, mas havia uma estranha chama em seu olhar, algo que não combinava com o verde-mar, que não deveria estar ali.

– Quem é o seu pai semideus? – Ártemis perguntou em tom firme

O tom assustou Percy, quando ele olhou para a deusa, e viu ela brilhando, ele se assustou e as chamas cresceram. Ártemis saltou para trás antes de as chamas a atingirem. Zoe olhou para o garoto com raiva e armou-se com o arco, apontando para ele.

– Não se assuste, por favor, me diga quem é o seu parente divino... – Falou Ártemis mais docemente

Percy olhou para ela e se acalmou.

Pawent divino? – Ele perguntou trocando as letras

Percy ficou mais calmo e as chamas se apagaram, seus olhos voltaram para o verde-mar, sem a chama no meio.

Ártemis pensava sobre quem era o pai dele, até que ela viu algo. Encostada em uma árvore, uma jovem mulher, usava uma túnica preta, com um capuz. Ártemis sentiu na hora o poder de uma deusa, a mulher ia se aproximando, as caçadoras observavam atentas.

– Eu sou a mãe dele! – Anunciou a mulher

Ela tirou o capuz e revelou um rosto de uma mulher em torno de 20 anos, olhos vermelhos leitosos, que queimavam como uma chama, cabelos negros e um sorriso materno no rosto. Era a deusa do lar e da lareira em sua forma Romana, Vesta!

Mamãe?! – Percy se assustou

Ele se escondeu atrás de Ártemis, abraçando suas pernas.

– Percy! – Vesta falou com lágrimas nos olhos

Ártemis conseguiu tirar o garoto de suas pernas e deixou ele frente a frente com Vesta.

– Mamãe! Você realmente está aqui? – Ele perguntou

Os olhos do pequeno garoto se encheram de lágrimas, em sua breve vida, ele nunca pensou que fosse conhecer sua mãe biológica.

– Eu estou aqui meu menino. Eu estou aqui por você! – Vesta falou

Percy pulou nos braços da deusa e começou a chorar fortemente.

Entre as caçadoras houve um único suspiro, elas achavam que Vesta tinha quebrado seu voto de ser uma eterna donzela.

Percy saltou dos braços de sua mãe, Ártemis observou uma mudança brusca em seu olhar, o anel de fogo havia voltado.

– Porque você me deixou?! Cadê o papai?! O que eu sou?! – Percy perguntava com raiva

Vesta limpou as lágrimas e se aproximou do filho.

Percy, você é meu filho e de Netuno. Eu sou uma deusa e tive que te deixar, pois meu irmão Júpiter, se descobrisse iria mata-lo, você é a coisa mais preciosa que eu tive nessa vida! – Vesta falou abraçando o pequeno Percy

Ártemis ficou com raiva, se sentia traída pela deusa.

– Como ousa quebrar seu juramento, logo com Netuno?! – Ártemis disparou

Vesta lançou um único olhar ameaçador para a deusa.

Você fica com raiva de mim sobrinha?! Percy é filho da lareira com Netuno, é filho da magia, de meu símbolo, eu nunca quebrei meu voto... – Vesta explicou

Ártemis se acalmou.

Eu tenho tentado mantê-lo escondido de Júpiter, mas não tenho obtido muito sucesso. Os poderes dele estão se desenvolvendo rápido demais. Ártemis, eu tenho um pedido para fazer a você... – Vesta falou lentamente

Ártemis a olhou.

Ártemis, eu peço que mantenha Percy com as caçadoras, que ele faça parte da caça. Júpiter nunca o procuraria em um grupo de meninas que odeiam os homens. É o disfarce perfeito, mas você teria que aceita-lo, minha sobrinha... – Vesta falou docemente

Ártemis olhou para a deusa e depois para a criança que escondia seu rosto no ombro da mãe.

Ela, a deusa virgem que odiava o sexo masculino, ter um garoto, na verdade um projeto de garoto na sua caça?! E as caçadoras como reagiriam?! Ela poderia ter negado, mas por outro lado, era a oportunidade perfeita de criar um garoto que trataria com respeito o sexo feminino.

Ártemis reuniu as garotas da caça e começou a conversar sobre o pedido da deusa.

Enquanto as caçadoras conversavam, Vesta contava a Percy sobre o mundo dos deuses, sobre ela, e o pai dele. Dizendo que Netuno o amava, mesmo não podendo estar ali. Contou sobre Ártemis e seu problema com os garotos e finalmente sobre seus poderes. Percy era filho do mar e da lareira, ou seja ele tinha poderes sobre a água, o mar e tudo mais, mas também controlava o fogo e poderia conjurar qualquer comida caseira.

Ártemis olhou para Percy e viu a felicidade dele ao conversar com sua mãe verdadeira, ela decidiu ouvir a conversa.

– Percy, se Ártemis lhe aceitar, você vai ter que respeitá-la acima de tudo, e as caçadoras! – Avisou Vesta

Eu entendo mamãe! Um dos casais que havia tentado me adotar, me contou tudo sobre como os homens tem que ser respeitosos com as mulheres, sobre a igualdade dos meninos e das meninas e que elas podem fazer tudo o que eu faço! – Percy falou alegre – Eu vou respeitar a tia Awty como uma irmã mais velha! – Percy falou

Ele não conseguia pronunciar corretamente o nome da deusa da caça, ela achou uma fofura quando ele a chamou de Awty, e suas palavras, ela poderia mesmo culpar seu namoro fracassado com Órion e despejar o seu ódio em uma criatura tão pequena e adorável quanto Percy?

Phoebe, a caçadora ouviu as palavras de Percy e corou.

– Essas crianças adoráveis! Ele só tem cinco anos, poderíamos ensiná-lo a ser um bom rapaz, inteligente gentil e respeitoso! – Anunciou Phoebe

Zoe zombou.

Não interessa, ele vai crescer e se tornar como qualquer outro homem deste planeta! –

– Zoe, ele só tem cinco anos... – Ártemis ponderou – Além disso, pode ser uma oportunidade interessante! –

Percy veio timidamente até a frente de Ártemis e olhou para ela.

– Mamãe falou que você é a deusa grega que odeia os homens! Eu vou ficar fora do seu caminho, eu prometo minha senhora! – Percy falou com o braço direito levantado e se curvando para a deusa

Vesta ficou orgulhosa do filho, ele tinha herdado a habilidade de manter a paz. Ártemis arregalou os olhos e percebeu que ela tinha assustado uma criança de cinco anos.

Corrigindo seu erro, ela se agachou ao nível dos olhos de Percy e sorriu para ele.

– Percy, você não tem nada a temer, eu vou me certificar de que você vai se tornar um grande guerreiro! Seja bem-vindo a família! – Ela disse sorrindo

A caçada soltou um suspiro ao mesmo tempo.

A surpresa era geral, até mesmo Ártemis não acreditava nas palavra que ela havia falado. Percy se afastou da mãe e abraçou Ártemis fortemente, ela ficou tensa, queria se libertar, mas lembrou-se que ele só tinha cinco anos.

– Eu vou permitir que Percy se junte a caçada, mas não vou torná-lo imortal a menos que ele se prove digno, mais tarde! – Ártemis falou

Zoe ia abrir a boca para protestar, mas Vesta foi enfática colocando a mão na boca da caçadora.

– Toque no meu garoto, e nem Ártemis poderá protege-la da minha ira! – Falou Vesta ameaçadoramente

Ártemis riu e Zoe ficou de boca aberta.

Adeus meu filho, respeite as caçadoras, mas não deixe que elas te humilhem! Vou tentar vê-lo de vez em quando, e seu pai, se ele puder, fará o mesmo! – Vesta falou desaparecendo em uma coluna em chamas

­– Demais! Eu posso fazer isso também? – Percy perguntou

Phoebe passou a mão no cabelo do garoto.

Talvez Percy, Talvez... – Ela sorriu

Ártemis respirou fundo.

Vamos! Temos uma longa caminhada até o acampamento! –

E assim a vida de Percy Jackson, o filho de Vesta mudou... De um órfão, a um grupo de caçadoras psicóticas, não era o melhor destino do mundo, mas parecia ser mais divertido. Ao longe, um deus observava, talvez com um pouco de ciúmes de tudo o que Percy havia conquistado com Ártemis em tão pouco tempo, ele era apenas uma criança, mas mesmo assim estabeleceu uma relação de respeito com Ártemis, sua irmã.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Querem que eu continue?