Estações escrita por Emma


Capítulo 9
Deixando a borboleta encontrar o jardim


Notas iniciais do capítulo

Um romance novo no ar... Será que finalmente o doutor encontrou sua alma gêmea? Leiam para saber...



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Vinte dias se passaram desde o casamento, Helena e Heitor passaram esse tempo na Irlanda e arredores em lua de mel e chegariam hoje. Alexandre tinha uma viagem para EUA no final do mês. Tinha umas palestras e pesquisas para terminar no hospital conveniado com o Villa Real.

— Graças a Deus vocês voltaram! Pensei que ficariam o resto da vida por lá... – Alexandre disse brincando enquanto abraçava Heitor na porta do aeroporto.

— Estávamos com saudade também! – Helena foi em sua direção para abraçá-lo.

— Meu Deus Helena, o que você andou comendo por lá?! – perguntou ao notar sua barriga com um volume bem maior do que quando partiram – Ela não estava deste tamanho quando os vi por último.

Os três sorriram e ela disse:

— Eu comentei isso com Heitor hoje! Foi muito rápido, nós nos assustamos também, mas já fiz cinco meses Alê, estranho seria se ela não aparecesse... Se tivéssemos demorado mais um pouco para casar eu teria que vestir uma bata!

— Você está linda! Mais bonita do que nunca meu bem! – Heitor dizia visivelmente apaixonado enquanto beijava a esposa.

— Vamos então? Pensei em almoçarmos no Bistrô Del Vincenzo?

— Ótimo! Estou faminta e a comida lá é maravilhosa...

— Mas amor, você comeu agora pouco! – ele sorria.

— Eu comi querido! Agora é o bebê quem está com fome – e mais uma vez os três sorriram.

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Já no restaurante, sentados e comendo, Alexandre perguntou:

— Vocês já decidiram onde vão morar?

— Vamos ficar lá em casa Alê, já estamos pensando no que fazer no quarto vago que pretendemos dar ao bebê... Mas, será provisório. Queremos ter mais filhos e tanto eu como Helena queremos um espaço maior para que eles possam brincar, correr...

— Concordo! Por isso comprei um lote de seu condomínio e pedi aquela casa gigantesca. Para quando eu casar e tiver meus filhos também...

— Gente preciso ir ao banheiro, com licença!

Helena se afastou e quando ela já não podia ouvi-los ele prosseguiu:

— Ela vai ao banheiro a cada minuto – riu e continuou – Na verdade Alê, eu quero fazer uma surpresa para Helena, já reservei um terreno no condomínio faz muito tempo, desde que começamos a namorar. Ela já até começou a fazer o projeto de nossa casa sem saber. Disse que era de um amigo da época de faculdade, que iam ter um bebê agora e que o local precisava de espaço, eu até disse para ela projetar essa casa como se fosse para nós dois. Será uma das primeiras a serem concluídas, assim que estiver pronta vou levá-la lá e dizer que é nossa... – terminou de falar com um sorriso no rosto.

— Você tem me surpreendido viu moço! Tão dedicado com Helena, seu filho... Isso é muito bom. Sua felicidade me inspira...

— E você hein amigão?! Ninguém ainda roubou esse coração nesse tempo que estive longe?!

— Infelizmente não, ou talvez já tenham roubado... – ele parecia querer contar algo.

— Não me diga que ainda pensas na Sônia? – indagou simpaticamente.

— Penso sim Heitor! Penso até demais...

— Poxa Alexandre, eu queria poder ajudar! Vejo que realmente se interessou por ela, mas não tenho contato nenhum com essa mulher...

— Tudo bem! Seu pai me disse algo que me fez ficar mais tranquilo...

— O que foi?

— Que a borboleta sempre encontra o jardim!

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Alexandre caminhava por uma rua de New York, após um dia extenso de trabalho, seu relógio marcava 16 horas, percebeu que fazia um tempo que não comia, sentia fome e decidiu ir a um café que adorava e ficava muito próximo de onde estava.

—______________________________________

— Pietro, você faz jus ao posto de irmão caçula, é um perfeito chato sabia?!

— Eu só disse que se você se interessou por ele, deveria procurá-lo!

— Eu não me interessei, ele só é... Muito educado...

— E bonito, agradável, inteligente e blá, blá, blá... Sônia, você gostou dele sim! Faz o que, dois meses que se encontraram?! – ele parou um pouco para pensar – Isso mesmo, desde então sempre te ouço falando dele...

— Pietro ele não deve nem lembrar mais quem sou... Com certeza tem muitas mulheres ao seu dispor, isso se não tiver namorada...

— Desculpe irmãzinha, mas não lembrar quem é você, é impossível! Você é Sônia Colucci, todos a conhecem! E ele seria um tolo se não ficou interessado...

— Ok! Vou pegar um cappuccino e ver se paro de ouvir um pouco de suas bobagens...

Ela levantou-se e se dirigiu ao balcão, no caminho ouviu o som do alerta de mensagens em seu celular, olhou para dentro da bolsa procurando-o e só voltou o olhar para frente novamente quando esbarrou em alguém:

— Desculpe eu – ela ficou muda, sua face expressava surpresa.

— Sônia?! Nossa – ele disse visivelmente constrangido – acho que precisamos parar de nos encontrar assim – ambos sorriram – Como vai?

— Eu concordo! Estou bem, e o senhor Dr. Del Rio, como vai?!

— Oh, por favor, não me chame de senhor, apenas de Alexandre...

— Eu prefiro Dr. Del Rio, é mais charmoso! – ela sorriu e ele corou – Você está na cidade a trabalho?

— Sim, acabei de sair do Saint Louis. Estamos fazendo uns testes para uma nova técnica nas cirurgias... Eu amo a comida aqui, então decidi dar uma passada... E você, está sozinha?

Pietro já tinha percebido a conversa entre eles, se aproximou a tempo de ouvir a pergunta de Alexandre e respondeu no lugar de Sônia:

— Não, ela está comigo!

O rapaz de dezessete anos, apesar de novo aparentava ser mais velho, era tão alto quanto o doutor, forte, cabelos loiros, olhos azuis, rosto bonito... Alexandre se entristeceu ao vê-lo, pensou ser o namorado dela, Pietro percebendo a situação, tratou de reverter isso:

— Desculpe, eu não queria incomodá-los... – Pietro o interrompe.

— Sou Pietro – fez ênfase ao falar – COLUCCI, irmão de Sônia. E você, quem seria?

O doutor respirou aliviado e respondeu:

— Sou Alexandre Del Rio, um amigo!

— Espera ai, você é o famoso Dr. Del Rio?! – perguntou abrindo um sorriso, como se estivesse tramando algo...

— Nossa eu não imaginava ser tão conhecido, sou médico sim, mas não famoso...

— Eu já tinha ouvido falar de você sim doutor, não só pelos seus feitos na medicina, mas por que minha irmã comentou sobre você...

Alexandre com um sorriso olhou para Sônia, que ruborizou e metralhou Pietro com os olhos...

— Espero que tenha falado bem então!

— Não tenha dúvida, doutor! Bom... Como eu já estava de saída mesmo – Sônia lançou-lhe um olhar confuso – Agora que você chegou pode fazer companhia para minha irmã... Prazer em finalmente conhecê-lo Alexandre – estendeu sua mão para o médico que a apertou e deu um beijo na testa de Sônia – Tchau irmãzinha...

— Tchau Pietro! – sorriu e quando Alexandre virou-se ela apenas mexeu os lábios dizendo: “Você me paga!”

Pietro sorriu e jogou um beijo de longe. O médico tinha ido fazer seu pedido no balcão, virou-se novamente e disse:

— Vamos sentar?!

— Claro... Deixe-me pedir um café primeiro...

Os dois sentaram-se e conversaram bastante. Sobre diversos assuntos, tanto que não viram a hora passar...

— Nunca imaginei que um médico pudesse ser tão divertido!

— E eu que uma modelo fosse tão inteligente e tivesse planos e sonhos tão nobres...

— Por quanto tempo ainda pretende ficar na cidade?

— Acredito que até o final da semana... Segunda-feira estarei retornando para o México... E você?

— Eu fico até sexta. Sábado parto para Paris, fashion week... E nem sei quando vou voltar para casa de novo...

Alexandre não conseguia tirar os olhos dela, pensava em como ela podia ser tão simples sendo quem era... Ela percebia os olhares, sorria tentando disfarçar a vergonha e timidez... Sônia olhou para o relógio e disse:

— Nossa! Já está tarde, como pode o tempo passar tão rápido?! Precisarei ir, tenho um compromisso com meu tio daqui a pouco...

— Sônia, eu queria lhe fazer um convite...

— Um convite?! Qual? – perguntou simpaticamente.

Alexandre já tinha superado toda sua timidez praticamente, mas ela o fazia ficar abobalhado, tomou coragem e disse:

— Você jantaria comigo amanhã?

A modelo começou a pensar que Pietro tinha razão, ele era um homem muito interessante e inteligente, não podia negar que era bonito, e conseguiu sua afeição, não tinha motivos para negar-se e negar-lhe um jantar... Sorriu e disse:

— Por que não?! Acho que será adorável! Que horas?

Ele não escondeu a felicidade que sentiu, mas era muito discreto, então controlou-se internamente e continuou:

— Me dê seu número e endereço, eu ligo para você confirmando a hora e passo para buscá-la, tudo bem?!

— Tudo bem doutor. Anote...

— Certo então, amanhã você receberá uma ligação minha Srta. Colucci.

Ambos levantaram-se e foram caminhando até a porta do local, Alexandre a abriu e deu passagem a Sônia. Do lado de fora, pararam um de frente para o outro, já era noite e fazia um pouco de frio...

— Você está a pé? – ele perguntou.

— Não, meu carro está logo ali. E você está? Quer carona?

— Estou, mas não é necessário. Meu apartamento é bem próximo daqui, vou andando... Também não quero atrasá-la...

— Ok! É... Foi muito bom passar a tarde com você.

— Foi muito bom mesmo! Obrigado pela companhia.

— Não precisa agradecer, se foi bom para os dois então estamos acertados! Tchau – estendeu a mão para ele.

Ele gentilmente beijou o dorso de sua mão e fitou-a dizendo:

— Tchau. Até amanhã...

—_______________________________________

Os dois foram para casa pensando um no outro. Alexandre não resistiu ligar para os amigos e contar a agradável surpresa que tivera hoje e o fato de que jantaria com ela na outra noite. Pietro encheu Sônia de perguntas e elogiou muito a educação e fineza do doutor...

— E então, o que aconteceu? Ele te beijou?

— Pietro, você parece um menino de treze anos agindo assim? E por falar nisso – ela deu um beliscão nele.

— Aiiiii... Posso até tê-la deixada constrangida, mas diga que não gostou?! Vai até jantar com ele...

— Jantar com quem? – Viviene e Guilhermino perguntaram juntos.

— Com um amigo...

— Que amigo Sônia? – Viviene perguntou curiosa.

— Alexandre Del Rio.

— Eu sei quem é! O médico cirurgião plástico não é querida? Minhas clientes o adoram...

— É sim titio. Nós vamos sair para jantar amanhã...

— Onde você conheceu esse rapaz filha?

— No desfile em Cancún há uns meses atrás...

— E ela não para de falar nele desde então mãe...

— Pietro! Não é bem assim, eu só o achei um gentleman, é difícil encontrar homens assim atualmente... Ele parece ter saído de um livro da Jane Austen...

— Hum... – exprimiu Viviene parecendo não muito feliz com a história.

— Estão vendo o que eu disse... “Parece que saiu de um livro da Jane Austen...” – caçoou Pietro.

Guilhermino se aproximou e disse apenas para sua sobrinha ouvir:

— Querida, você gosta dele?

— Mais ou menos... Sim... Não sei tio! Ele é maravilhoso, estou encantada só de conversar com ele...

— Então não tenha medo, vá a esse jantar amanhã e deixe-o saber de seus sentimentos... Tenho certeza que ele deve admirá-la tanto quanto você o aprecia... – Sônia sorriu e ele prosseguiu – E também, já vi fotos dele, é lindo, pode investir!

— Tio! – disse um pouco alto chamando a atenção dos outros dois que olharam curiosos e eles permaneceram rindo e sem tocar mais no assunto.

—_____________________________________

Sônia foi acordada por Pietro que entrou em seu quarto carregando um enorme buquê de tulipas brancas, ela sorriu e logo endireitou-se sobre a cama. Ele correu e entregou a irmã o presente, apontando-lhe o cartão:

— Leia em voz alta irmãzinha!

— Você é inconveniente e intrometido, mas eu te amo Pi!

— Eu sei, a recíproca é verdadeira, agora leia, por favor – ele implorava de tanta curiosidade.

“Bom dia,

No caminho para o hospital vi essas flores, instantaneamente me lembrei de sua beleza tão natural quanto a delas. Na verdade, penso em você já faz um tempo! Desculpe se fui inconveniente. Só queria que soubesse o quanto a aprecio e estou encantado. Até mais tarde,

Del Rio”

Além das flores, uma mensagem de um número desconhecido até então, mas com um remetente que tomou seus pensamentos durante a noite, estampava a tela:

“Espero não tê-la despertado. Não me perdoaria se o tiver feito. Tomei a liberdade de mandar-lhe um presente, tomara que tenha sido de seu agrado.

A.Del Rio”

Ela não tinha dúvidas de que ele era um verdadeiro cavalheiro, comprovaria no jantar mais tarde, e tudo isso somados a sua timidez, doçura e simpatia a deixavam encantada... “Doutor, doutor... Será que acabarei me apaixonando por você?! Sua beleza, não vou mentir, chamou minha atenção... E agora, a forma como me trata tem me arrancado suspiros...” Continuou com o cartão e o celular nas mãos, olhando e sorrindo... E decidiu responder a mensagem...

“Bom dia Doutor!

Eu adorei receber tanto seu presente quanto sua mensagem! As tulipas são lindas. Confesso que fiquei agradavelmente surpresa por ter escolhido minhas flores preferidas... E me deixou curiosa para saber o que essa noite me espera?! Até mais tarde,

Sônia C.”

— Ou ele pesquisou sobre você, ou é sortudo mesmo... Como ele sabia que tulipas eram suas flores preferidas?! E esse cartão?! Essa SMS... – disse Pietro

— Se foi pura sorte ou não, eu não me importo! Ele conseguiu me agradar... – ela diz sorrindo e satisfeita.

— Ele está visivelmente interessado em você...

—Espero que você esteja certo mesmo! Por que ele tem mexido comigo...

—_______________________________________

Mais tarde Sônia recebeu outra mensagem dele informando o horário em que ele passaria para buscá-la. E exatamente na hora marcada, Alexandre estacionou em frente um dos luxuosos arranha-céus de Manhattan. Saiu do carro e esperou que ela descesse. Cerca de quinze minutos depois ela aparece no hall de entrada do prédio, linda, encantadoramente linda, com um vestido Prada verde água, de renda e justo até o começo da saia, dando lugar a um caimento rodado. Possuindo ainda uma transparência leve e pequena no decote, as sandálias altas e elegantes eram Jimmy Choo pretas, junto com uma bolsa de mão de mesa cor. O doutor não conseguia tirar os olhos dela, mesmo que ele não percebesse, ela também o olhava deslumbrada, ele combinou uma camisa social branca evidenciando seus músculos, e uma calça de sarja azul titânio...

Quando ela se aproximou ele foi na sua direção, deu um beijo demorado em sua mão e depois acariciou-a por alguns segundos, deixando a modelo corada. Em seguida abriu a porta e guiou-a para dentro do veículo.

Conversaram até chegarem no restaurante e era interessante a forma como sempre tinham o que compartilhar... Sônia se surpreendeu quando ele parou em frente ao seu restaurante favorito e perguntou:

— Quem te contou sobre o restaurante?

— Contou o que? – perguntou com um sorriso, mas estranhando a pergunta.

— Esse é meu restaurante preferido! Como você sabia?!

— Eu não sabia, te trouxe aqui por que adoro esse lugar! É o meu favorito também...

— Doutor, doutor... Primeiro as flores, agora o restaurante... O que mais você tem para me surpreender?!

— Espero que muitas coisas...

Entraram e sentaram-se. Não demorou para que seus pedidos chegassem e continuaram conversando, descobrindo cada vez mais coisas que agradavam um ao outro...

— Sério Alexandre, me diga a verdade...

— O que?

— Você está muito elegante, a combinação de sua roupa impecável... Quem foi que te vestiu?!

— Você está dizendo que não tenho bom gosto?! – ele se fez de ofendido e os dois acabaram sorrindo...

— Só perguntei porque vocês homens geralmente não são bons com combinações...

— E você tem razão, devo isso a Sophie, – Sônia o olhou desejando saber que era a moça que ele tinha falado “Será sua filha, namorada?!” ele percebeu a agonia e demorou um pouco para continuar, tomando um gole de vinho – minha irmã caçula...

Ela respirou discretamente aliviada, e disse sorrindo:

— Eu sabia!

— Mas foi eu que comprei as peças, ela só me disse o que ficaria melhor... Ela ia adorar conhecê-la, é tão apaixonada por moda quanto você!

— Que ótimo! Vamos marcar uma próxima vez... – ao ouvir isso Alexandre esboçou um largo sorriso “Ela quer sair comigo de novo...” – Qual a idade dela?

— Dezessete anos. Ela está no último ano do colegial...

— Tem a mesma idade que Pietro. O que ela pretende cursar?

— Sophie ama moda, mas está em dúvida... Acho que fará odontologia...

— Pietro ama fotografar, é muito talentoso por sinal, mas cursará administração para cuidar dos negócios da família...

— Espero que não ache inconveniente minha pergunta, mas quantos anos você tem? Pietro não é muito mais velho que você pelo que me disse antes...

— Bom, quantos anos você acha que eu tenho?!

— Ah, eu não vou responder essa, vocês mulheres sempre conseguem virar o jogo a seu favor! Se eu disser algo que não for o certo estarei encrencado... – os dois sorriram.

— Eu tenho vinte anos! –imediatamente o doutor a olha incrédulo.

— Você só tem vinte anos? Sério?!? – pergunta ainda descrente.

— Isso mesmo, acabei de fazer vinte anos. Minha altura ajuda parecer mais velha...

— E com apenas vinte anos você já é tudo o que é?

— Como te disse outra vez, tenho sorte de ser filha de quem sou. Viviene Colucci me ensinou a desfilar desde os primeiros passos. Comecei muito cedo a ir para as passarelas, aos treze anos eu já fazia viagens internacionais... Para facilitar as viagens, eu fui emancipada aos dezesseis – os dois sorriram.

— Nossa, eu nunca diria que você só tinha isso... Tão inteligente, madura, sábia...

— Obrigada! Mas e você doutor, quantos anos tem?

Alexandre ficou temeroso de falar sua idade, apesar de Sônia ser tão nova, ela não aparentava e para ele isso não era um problema, porém, e se para ela fosse? Se ela o achasse velho?

— Tenho vinte e sete anos...

— Você também é bem novo para ser tudo o que é, viu doutor! – ele sentiu-se aliviado após ouvir isso.

Continuaram a conversar sobre muitos assuntos, descobriram infinidades de coisas afins, mas chegou a hora de ir embora...

—______________________________________

Parados em frente a casa de Sônia, ainda dentro do carro conversavam mais um pouco:

— A noite foi maravilhosa, há muito tempo eu não tinha uma companhia tão agradável assim – disse a modelo.

— Eu digo o mesmo! Você é incrível Sônia, adorei nosso jantar, nós precisamos repetir...

— Com certeza! Tens meu número, quando estiver na cidade me liga, se eu estiver por aqui também, será ótimo uma reprise dessa noite!

— Pode apostar que sim! Você tem meu número também, adoraria receber uma ligação sua, mesmo que eu esteja lá no México, ou em qualquer lugar – ela corou.

— Então é... Boa noite! – virou-se para abrir a porta.

— Espere, não vou deixá-la abrir essa porta, sou um cavalheiro senhorita! – rapidamente saiu do carro e abriu a porta dela.

Ela desceu e o agradeceu. Ficaram olhando-se por alguns instantes, seus rostos mantinham pouca distância, Sônia começou a sentir seu coração bater mais rápido, o doutor entendia muito bem o corpo humano, sabia o que estava acontecendo... Continuou fitando seus olhos, logo desceu o olhar para a boca, desejava beijá-la, e como desejava... Ela virou-se para subir, quando sentiu a mão macia dele segurando seu braço, era como se uma corrente de energia subisse pelo seu corpo ao sentir aquele toque:

— Espera! – Alexandre disse virando-a e aproximando seus corpos, mas não colando – Não posso deixá-la partir sem antes fazer algo pelo que espero há meses...

A respiração de Sônia começou a ficar ofegante, ela não podia negar que queria beijá-lo tanto quanto ele queria... Alexandre delicadamente a trouxe para mais perto do seu corpo, um braço passou ao redor de sua fina cintura e outro ergueu, passando a mão por seu rosto, desceu a mão para o pescoço e depois apoiou-a na nuca, encostando sua testa na dela. Ele percebeu que ela parecia tensa, então começou beijando sua testa, bem carinhosamente, foi descendo os beijos até que chegou próximo ao ouvido e sussurrou:

— Você está com medo de alguma coisa?!

As mãos de Sônia até agora permaneciam paradas, ela as levantou pausando-as nas costas de Alexandre, como era alta não precisava ficar na ponta dos pés para chegar próximo ao ouvido dele e também sussurrou:

— Eu não costumo ter medo de médicos! Geralmente eles são de confiança...

Voltaram a encarar-se, ambos olhavam intensamente nos olhos um do outro, Alexandre estava apaixonado por aqueles olhos azuis claros, transmitiam-lhe tanta paz, tranquilidade... Já ela perdia a razão quando fitava-o, aqueles olhos castanhos tais quais avelãs, eram tão meigos, passavam-lhe doçura, ternura... Ele desviou o olhar para a boca dela, fina, delicada e não esperou mais, beijou-a com delicadeza e em seguida, com desejo. Ela respondeu ao beijo, acariciou as costas dele enquanto ele a envolvia mais, abraçando-a, sentindo seu cheiro...

Afastaram-se depois de alguns minutos, eles sorriram um para o outro, Sônia estava embaraçada, seu rosto corou e Alexandre sorria vendo o quanto ela ficava linda daquele jeito...

— Acho melhor eu subir! – ela disse contrariando sua vontade de permanecer ali beijando o doutor.

Ele segurava a mão dela e disse:

— Infelizmente está tarde não é?! Suba, não quero que seus pais pensem que não respeito a filha deles... – soltou-a com relutância...

Quando ela chegou próximo a porta do prédio, ele chamou seu nome:

— Sônia! – correu na direção dela e segurando-a pela cintura novamente deu-lhe outro beijo, talvez mais apaixonado e intenso que o primeiro...

— Não sei por quanto tempo ficarei sem vê-la, precisava guardar na memória! – disse ainda ofegante ao terminar.

— Doutor, quando eu chegar, quero outro beijo desse! Dê seu jeito de me encontrar, vou esperar pelo próximo! Tchau e boa noite – abriu a porta e caminhou para dentro do prédio.

—_________________________________________

Sônia chegou em casa e logo encontrou Pietro sentado na sala assistindo TV, ele olhou para ela e bateu na almofada do sofá, indicando que era para ela sentar ali:

— E como foi seu jantar?

— Muito bom Pi, muito bom...

— Eu imagino, pelo que pude presenciar do final, ou melhor, da despedida – sorriu divertida e cinicamente para a irmã.

— Seu... – a modelo se calou para não xingar, ainda que brincando, o irmão – Você é muito mal educado, espiando os outros pela sacada hein?! Está parecendo aquelas vizinhas bisbilhoteiras – os dois sorriram.

— E então, como ficou? – perguntou curioso.

— Eu tenho que viajar amanhã, e ele volta para o México segunda. Mas eu disse para ele, que quando eu voltasse queria vê-lo...

— Isso! Eu gostei dele...

— Você e tio Dolce sim, mas dona Viviene, acho que não...

Sônia foi deitar-se e não tinha dúvida que aquela noite sonharia com Alexandre... “Que beijo doutor, que beijo! Eu quero dar continuidade a essa história, quando eu voltar da Europa, darei um jeito de vê-lo!”

—_________________________________________

Alexandre estava até agora pensando nas últimas palavras dela, ela queria outro beijo quando voltasse da Europa... Não podia ser verdade! Ele realmente estava encantado pela beleza e agora, pela pessoa dela. Tinham tanto em comum, seria ela realmente a mulher com quem passaria o resto de seus dias?! Ao chegar em casa, ainda inebriado pelo cheiro e beijo de Sônia, Sophie diz:

— Pela sua cara de bobo maninho, com certeza se deu bem com Sônia não é mesmo?! – Alê volta os olhos para sua irmã e diz:

— Sim, muito bem! – abre um largo sorriso e depois continua – Agora eu gostaria de saber o que você faz acordada mocinha?! Você tem aula amanhã de manhã, vá dormir – deu-lhe um beijo em sua testa.

— Eu já estava indo, queria apenas olhar sua expressão de apaixonado primeiro.

— Sophie vai dormir menina! E eu não est... – ele começou a rir e calou-se “É claro que estou, estou apaixonado por você Sônia Colucci”

Já estava bem tarde, não queria incomodar Helena que estava grávida e decidiu ligar para o amigo só pela manhã. Limitou-se a passar uma mensagem apenas:

“Boa noite irmão,

Espero que por ai tudo esteja bem! Segunda-feira retorno, e como você sabia hoje era o jantar com Sônia, tudo foi ótimo, o final, inesquecível. Eu a beijei e mais de uma vez! Não sei quando a verei de novo, mas ela me disse que quando retornasse ia esperar por outro beijo meu. Eu estou gostando muito dessa garota, espero que dê certo.”

Depois escreveu uma mensagem para o Tio:

“Tio Phil, boa noite!

Só queria dizer que acho que a borboleta finalmente pousou no jardim!

Saudades, Alexandre.”


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Notas finais do capítulo

Provavelmente só postarei segunda, tenho que ajeitar o capitulo 10 primeiro... Beijos



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