Estações escrita por Emma


Capítulo 10
Os Primeiros Indícios da Primavera


Notas iniciais do capítulo

Pessoal que está acompanhando, perdãoooo... Sei que demorei, minha facul está uma loucura e eu precisava dar uns ajustes no capítulo antes de postar. Enfim, vamos lá...



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Sônia passou um mês na Europa, entre semanas de moda, desfiles internos e milhares de fotografias de propaganda... Alexandre ligou algumas vezes, outras vezes foi ela quem ligou, mas por causa dos seus muitos compromissos e do fuso horário não conseguiram se falar. Aliás, mantiveram contato através de mensagens de texto. Ela estava ansiosa para vê-lo e ele também. Assim que seu jato pousou e Sônia desembarcou, recebeu um telefonema de quem ela mais desejava ouvir a voz...

— Doutor... – sorriu mesmo sabendo que ele não veria – Estava pensando em você... Acabei de pousar em New York e quem sabe eu não teria a sorte de encontrá-lo por aqui...

Nesse momento ela foi surpreendida por alguém que chegou por trás e sussurrou em seu ouvido:

— Desejo realizado senhorita! Ou talvez você seja sortuda mesmo – o doutor abriu o sorriso lindo e tímido que tanto a encantou.

Sônia respondeu com um sorriso enorme e Alê não escondeu o seu, ela o abraçou calorosamente e foi correspondida. Ficaram assim por um momento, até ela sussurrar em seu ouvido:

— Acho que você me deve algo... – eles permaneciam abraçados, sem olhar no rosto um do outro.

— Se assim desejar, eu posso pagar agora mesmo! – continuavam sussurrando.

— Por favor dear, pois já esperei tempo demais por esse pagamento!

Eles estavam em uma área mais reservada do aeroporto, não tinha muita gente passando por ali. Ao ouvir isso, Alexandre se afastou um pouco, buscando os olhos azuis que tanto lhe eram preciosos. Ela o fitou, cravando um olhar bem profundo, e por que não, sedutor?! O doutor sentiu-se perdido, seus olhos eram tão lindos, delicados, mas agora podia facilmente notar o desejo brotando deles... Não pensou muito, levou sua boca até a dela enquanto a trazia para mais perto de seu corpo, segurou gentilmente em sua cintura e ela passou os braços ao redor de seu pescoço. Era incrível como pareciam peças de um quebra cabeça, se encaixavam perfeitamente um no outro. O beijo não foi tão suave como o primeiro, e sim cheio de paixão, também não era escandaloso, foi na medida em que o local permitia.

Se afastaram na tentativa de respirar, mas não demorou muito para que suas bocas voltassem a unir-se outra vez, agora de forma mais delicada, porém não menos cheia de desejo...

— Dívida paga? – o doutor perguntou ainda abraçado a modelo.

— Doutor – ela passou o polegar delicadamente no canto da boca de Alexandre para limpar uma mancha de batom – eu espero que sua dívida de beijos dure muito tempo!

Alexandre se derreteu ao ouvir aquilo, ele estava apaixonado por ela, tinha certeza disso e não sabia se ela correspondia, mas ao ouvir essas palavras, não teve dúvidas de que ela também gostava dele...

— Como você sabia que eu estava chegando?

— Eu tenho um informante! – Alê sorriu.

— Pietro! – disse sem duvidar – Eu sei que foi ele...

— Ele me fez prometer que eu não diria, então...

— Pode deixar! Não vou contar...

Ele se aproximou de novo, colocando o braço direito em volta do seu ombro e dando um beijo em sua face:

— Eu senti saudades! Mais do que pensei que poderia sentir...

— Eu também, senti muita saudade de você doutor...

— Essa é toda sua bagagem? – ele perguntou, pois viu apenas uma malinha de mão.

— Essa é para o caso de imprevistos, o restante é despachado direto na minha casa – ele fez uma expressão querendo entender o porque – Acredite, você não ia querer carregá-las até o carro – e os dois sorriram.

Caminharam até a BMW sedan preta de Alexandre, ele como sempre, abriu a porta para Sônia e depois entrou:

— Então, qual destino? Sua casa?

— Isso, minha casa, mas não naquele endereço que você conhece. Preciso ir no meu apartamento mesmo, deve estar uma zona e eu preciso pedir para alguém arrumar e ver se minha bagagem está completa...

— Ok! É só dizer o endereço...

Chegaram a porta do apartamento, não muito longe do anterior:

— Alexandre, muito obrigada! Você como sempre muito gentil...

Ele permanece olhando-a por alguns segundos, com um sorriso e uma expressão terna no rosto:

— Janta comigo hoje?

— Claro! – agora foi ela quem sorriu.

— Te pego ás 20:00h aqui, tudo bem?!

— Está ótimo. Vou aguardar...

Beijaram-se mais algumas vezes antes dela sair do carro, ambos estavam com dificuldade em separar-se.

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Alexandre tinha levado Sônia em um bistrô francês novo, pequeno e elegante. “Para evitar paparazzis” como ele próprio havia dito. Conversaram sobre muitas coisas, principalmente sobre o último mês deles depois do beijo de despedida... O doutor não conseguia tirar os olhos de sua companheira, ela estava linda, o vestido Dolce&Gabanna de caimento fino, provavelmente musselina, era vinho, de mangas compridas e que deixavam os ombros amostra, era justo na cintura e possuía um cinto para completar o look. Sapatos e bolsa lateral Channel na cor bege... Estava graciosa... Um pouco antes de partirem, ele tomou coragem e tirou do bolso interno do blazer uma caixa comprida e estreita, com uma pulseira delicada de ouro e diamantes rosas em forma de flor. A modelo fez uma expressão de surpresa e alegria:

— Alexandre, é linda, maravilhosa, mas eu não posso aceitar...

— Não só pode, como deve! Uma amiga desenhou exclusivamente para você, se não aceitá-la não servirá para outra pessoa...

Ela estava visivelmente corada, Alê adorava quando isso acontecia, ficava ainda mais bonita...

— Muito obrigada mesmo! É perfeita...

— Assim como você! – Ele esticou sua mão até a dela e segurou-a. Afastou a cadeira de leve, deixando-os próximos, olhou em seus olhos e continuou – Sônia, não está difícil de perceber o quanto eu te admiro e que tenho grande apreço por você! Não tenho dúvida que és a mulher mais linda que eu já vi, seu jeito meio menina, meio mulher me encantou... Penso em você desde o dia em que esbarramos naquela festa... Depois de te beijar então, não anseio outra coisa... Não sei o que tem na sua boca, nos seus olhos ou em você toda, que me leva a perder minha tão preciosa razão e apenas pensar em ti... Eu estou apaixonado por você, quero tê-la mais perto e adoraria que fosse minha namorada!

Ela se aproximou bastante do charmoso homem a sua frente, ainda agradavelmente surpresa com a proposta, beijou sua face direita, depois olhou em seus olhos, respirou fundo abrindo um sorriso, justamente aquele sorriso que levava Alexandre as nuvens e disse:

— Eu não posso negar que você rondava minha mente desde aquela festa em Cancún! Nas minhas milhares de viagens conheci diversos homens, porém nenhum despertou tanto interesse em mim quanto você! Tão educado, atencioso, bem humorado, sempre me surpreendo com algo interessante e incrível em seu caráter... Tem o seu sorriso que é lindo e cheio de timidez, me encanta, na verdade você por completo me encanta... E só uma garota tola, insensata e cega não ia aceitar um pedido de namoro seu. Eu certamente não sou nenhuma dessas três coisas e estou apaixonada por você! – passou os braços ao redor do pescoço dele e o beijou com paixão...

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Helena tinha acabado de entrar na 28ª semana, o bebê crescia saudável e o casamento com Heitor fluía muitíssimo bem. Ele quase saltava de alegria quando conversava perto do barrigão de grávida dela e Henrique respondia com um “chutinho”.

Era sábado, por volta das quatro horas da tarde quando ele decidiu revelar a surpresa da casa. (Uma vez que grande parte das casas do condomínio já estavam prontas, as que restavam ser entregues faltavam apenas a interiorização).

— Amor, quero te mostrar um lugar...

— Ok! Vou me trocar... A gente bem que podia passar naquela loja de bebês e terminar de montar o quarto do nosso filho... Não sei por que tanta enrolação Heitor... Vai esperar o Henrique nascer?!

— Calma Helena! – disse se aproximando dela, que estava no closet, e abraçando-a por trás – Já disse que demoramos por que queria encomendar os móveis naquela loja de Miami... Hoje quando voltarmos podemos ir onde você quiser!

— Temos que providenciar o que está faltando, aliás, praticamente tudo. Tenho o projeto pronto, mas temos que mandar executar as coisas... Só faltam dois meses amor... – virou-se para abraçá-lo.

— É eu sei – acariciou a barriga dela e inclinou-se dando um beijo – Nem acredito que falta tão pouco para vermos nosso filho...

Heitor estacionou em frente uma das casas mais bem localizadas do condomínio e que era bem próxima a casa de Alexandre. Ampla, espaçosa e com uma grande área verde. A própria Helena a tinha projetado para “um certo casal desconhecido”...

— Amor, por que viemos ao condomínio?

— Quero te mostrar essa casa!

— Mas se você se esqueceu, foi eu quem a projetei... Essa e a de Alexandre confesso que foram as melhores... Fiz isso por você, já que ambos eram seus amigos...

— Você não viu depois de pronta, terminaram quinta feira. Vamos, quero lhe mostrar como ficou por dentro... Tem umas modificações!

— Ok! – ele foi gentilmente empurrando-a para dentro.

Helena admirou o lugar, realmente tinha ficado esplêndido! Um lugar que ela própria adoraria morar. Olharam o grande espaço verde, o jardim, as muitas árvores, a piscina, um espaço com brinquedos infantis de jardim... Mas foi ao olhar dentro que ela realmente se impressionou...

— Por que esta casa foi feita igual ao projeto que eu fiz para nossa futura casa? – perguntou confusa.

— Porque essa é nossa futura casa meu amor! Eu enganei você, o casal com um filho a caminho éramos nós mesmos! Queria lhe fazer uma surpresa...

Helena sentiu seu coração, mais uma vez, se encher de alegria por estar casada com Heitor...

— Foi por isso que você não queria comprar os móveis do bebê não foi?! – perguntou sorrindo e continuou – Meu amor, eu ameia surpresa! Ficou linda!

— Que bom que você gostou! Ainda podemos fazer modificações se quiser... A única coisa que eu não me atrevi a fazer sem você, foi o quarto do nosso príncipe... Só está pintado e com papel de parede, não queria organizar nada sem sua participação...

— Você é o melhor marido do mundo! Não me deixa outra escolha que não seja te amar mais a cada dia... – deu um beijo rápido nele.

— Eu também te amo! Prometi a seu pai que tentaria mimá-la tanto quanto ele – ambos sorriem...

— Seu bobo!

— Venha, vamos ver lá em cima...

Helena amou tudo! Muita coisa era do projeto original, mas as modificações que Heitor tinha feito foram bem vindas. A casa era enorme, muitos quartos, salas, corredores e varandas no andar de cima, muitos quartos vazios esperando suas funções e possíveis habitantes. Viram o quarto que estava destinado ao pequeno Henrique, ela já teve milhões de ideias com o novo espaço disponível... Por último, foram a suíte principal e mais ampla da casa, e que, claro, era o quarto deles. Tinha uma mesa arrumada na varanda, um possível jantar, a iluminação baixa, um clima bem romântico...

— Eu sabia que essa casa não viria de graça, não é mesmo Sr. Heitor?! – virou para o marido lançando-lhe aquele olhar que ele já conhecia.

— Claro que não meu bem! Eu só quis terminar a surpresa agradando-a ainda mais... Não tinha segundas intenções... Porém – ele puxou-a contra seu corpo, não com firmeza como costumava fazer por causa da barriga, mas com delicadeza. Passou a mão suavemente em seu rosto, beijando sua face de leve – se você quiser estreá-lo, não me oponho...

— Também não tenho nenhuma objeção!

Ela desabotoou-lhe a blusa sem muito esforço, ele cuidadosamente conduziu-a até a cama, abrindo o zíper de seu vestido...

— Amor, estou preocupado com o bebê... Sua barriga já está bem grandinha...

— Eu estou grávida, portanto, cheia de hormônios! Você atiçou e pode ter certeza que não vai me deixar na vontade, vai terminar o que começou...

— Ok! Tudo bem – ele ergueu as mãos para o alto rindo, mas logo passou os braços ao redor dela e voltou a beijá-la...

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Alexandre e Sônia completavam dois meses de namoro, apesar da distância e das constantes viagens que causavam muitos desencontros, eles se mantinham apaixonados e fiéis um ao outro. Heitor e Helena conheceram a modelo, quando resolveram viajar com Alê em um final de semana para “conferir se a moça era mesmo digna do amigo”, onde ele aproveitou para apresentá-la a família em um jantar. Helena logo fez amizade com ela, sorriram e conversaram horas sobre o bebê. O que levou Helena a dizer para o doutor:

— Tenho certeza que já temos a madrinha do meu filho! Ainda não diga nada, mas sei que ela é a moça certa para você Alê! Tem um coração tão puro e sincero quanto o seu... Posso dizer que vocês realmente são almas gêmeas...

— Eu sinto isso também Helena! Amo essa mulher demais, ela me encanta de todas as formas...

— Eu vejo, seus olhos não negam! E nem os dela, ela também te ama amigo...

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Mais alguns meses se passaram, era o dia do nascimento de Henrique, todos estavam reunidos na fazenda, lugar onde Helena escolheu para dar a luz. Alexandre estava no quarto junto com a Dra. Bárbara ajudando no parto, Heitor também. Segurava a mão de sua esposa, tentando acalmá-la, mas estava nervoso... Quando então, ouve o choro de seu filho, eles se olham e lágrimas de felicidade escorrem pelo rosto dos dois. A doutora estende uma tesoura para ele cortar o cordão umbilical e em seguida Alexandre entrega Henrique em seus braços... Ele entendeu a profundidade do amor de pai pela primeira vez... Olhava com tanta ternura o bebê que começava a se acalmar em seu colo e não resistiu chorar... O doutor admirava a cena de longe, o amigo sentado próximo a esposa, com o filho... Tudo caminhava da forma correta...

— É o nosso Henrique, querida! Veja como é lindo...

— Sim – Helena disse emocionada e recuperando as forças – nosso filho é lindo e forte como o pai! Eu disse que ele ia parecer com você! Deixe-me pegá-lo...

Heitor entregou o bebê e beijou a cabeça de sua amada. Ficou por alguns instantes olhando aquela cena...

— É um belo garoto pessoal! – Alê disse esboçando um sorriso – Parabéns! A experiência de ajudar a trazer uma vida, em especial uma tão querida, é indescritível...

— Obrigado! – eles disseram juntos.

— Vou chamar os outros, não sei que milagre seu pai ainda não atravessou aquela porta...

Helena sorriu e disse:

— Isso Alê, chame todos aqui! Quero que vejam nosso príncipe...

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Alguns minutos depois, os que estavam na sala aguardando o nascimento subiram. Inácio foi o primeiro a entrar, não escondendo sua ansiedade em ver o pequeno herdeiro... Não demorou muito e Philip, Victória e Sônia estavam dentro do quarto, já se aproximando da cama...

Inácio se aproximou, beijou a testa de Helena e pegou o menino no colo:

— Meu neto é lindo! Um bambino forte e saudável... Um verdadeiro Soriano! – estava fascinado, seus olhos brilhavam cheios de lágrimas de felicidade por ter o neto nos braços, lembrou-se de quando pegou Helena a primeira vez, uma tarde muito semelhante aquela na Itália... – Veja Philip, nosso Henrique! – estendeu o menino na direção do amigo que não conseguiu conter as lágrimas...

— Sim, nosso Henrique...

Inácio o entregou no colo de Philip e esse se deliciou com o fato de ter o neto nos braços... Victória e Sônia ficaram ao lado olhando o garotinho, que estava quietinho, apenas observando todos aqueles rostos a sua frente...

Helena tinha se aproximado muito da modelo desde o jantar. Se tornaram amigas, ela seria madrinha do menino junto com o namorado. Sonia se aproximou da cama e disse:

— E como você está?

— Cansada, mas estou bem, maravilhosamente bem! A alegria que tenho sentido não cabe em mim, meu coração passou a viver fora do meu corpo quando meu filho nasceu... – Heitor continuava ao lado de Helena, fazendo carinho e abraçando-a, observando os avôs com Henrique...

Sônia sorriu, enquanto Alexandre se aproximou envolvendo-a por trás:

— Desculpe Helena, mas meu afilhado é uma mini cópia de Heitor!

— Tenho que concordar amiga! Ele não tem nada seu! Os olhinhos azuis tão lindos...

— Eu sei gente... Foi a primeira coisa que disse a Heitor, que Henrique e ele são parecidíssimos!

Heitor se pronunciou:

— Ele é lindo mesmo! Já sinto falta de tê-lo no colo, temos que pegá-lo antes que nossos pais o deixem cheio de baba – os quatro sorriram...

— Deixe-os Heitor, nós vamos tê-lo diariamente, eles em poucos momentos...

— Mas e quanto a vocês, quando terão um? – Heitor brincou.

Ambos não sabiam o que responder, mal falavam sobre sexo, quanto mais sobre crianças, se olharam apreensivos quanto ao pensamentos um do outro, até que Alexandre se manifestou:

— Depois que casarmos! Sônia tem os desfiles, bebês estão nos planos a longo prazo, não é querida?!

— Sim, depois que casarmos pensaremos em nisso! Ainda está cedo demais para um bebê – Sônia expressou-se – Enquanto isso eu mimo meu pequeno afilhado...

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O telefone de Alexandre toca...

— Meu amor?! Que saudades... – ele diz.

— Também estou com tanta saudade querido! Onde você está?

— No Saint Louis, sai da sala de cirurgia há uma hora e retornaria hoje a noite para casa, se amanhã não tivesse que conferir se a paciente está bem...

— Muito bom saber que você está aqui...

— Aqui?! Onde você está em dona Sônia?

— Destranque a porta por favor...

Alexandre correu em direção a porta de sua sala, ao abrir deparou-se com a pessoa que ele mais ansiava ver nos últimos meses:

— Amor! – abriu um sorriso e sem muito pensar, puxou-a para dentro, abraçando-a forte e trancando a porta novamente – Que surpresa maravilhosa! – olhou nos olhos dela, segurou seu delicado rosto e beijou seus lábios.

Depois de passarem alguns minutos em pé entre abraços e beijos suaves, o desejo começou a crescer dentro deles, seus corpos começando a queimar, os beijos ficando mais ardentes... O doutor desceu as mãos das costas para a cintura da modelo, apertando com mais firmeza, trazendo-a para si, os braços dela envoltos no pescoço dele, desceram as mãos firmemente pelo seu braço forte... Instintivamente ele foi colocando as mãos por dentro da blusa de Sônia, acariciando-a e levantando tanto a modelo quanto a blusa, descendo o nariz pelo pescoço delicado e divinamente cheiroso e subindo novamente a boca. Com ela suspensa em seu colo, caminhou até o sofá e deitou debruçando-se sobre ela, ambos envolvidos e perdidos em afagos e beijos...

— Você me fascina Sônia... Eu a amo e desejo muito!

— Também te amo! Muito!

Continuaram entre beijos, até que ela começou a sentir um certo receio, amava Alexandre, mas não queria que a primeira vez deles fosse ali em um escritório, sentia vergonha de pedir para ele parar, quando ele começou a recompor-se, talvez por perceber a apreensão dela, gentilmente arrumou a blusa dela e disse:

— Me desculpe meu amor, não queria desrespeitá-la, é que você me encanta, não posso deixá-la passar mais tanto tempo longe assim... Eu realmente sinto sua falta, quero ficar contigo, mas não aqui nesse escritório...

— Eu sei querido, também quero ter mais tempo para nós dois, - respirou fundo - quero amá-lo... Nós vamos dar um jeito nisso, vamos organizar melhor o tempo para termos mais momentos a dois...

— Eu queria convidá-la para viajar, comprei uma casa nova em Cancún e gostaria que você pudesse inaugurá-la comigo em algum fim de semana, seria uma ótima chance de termos um tempo a sós... O que você acha?

— Eu adorei a ideia, entretanto meus finais de semana livre vão demorar um pouco a chegar! Por que não fazemos assim, daqui dois meses meus contratos terminam, sempre os renovo a cada seis meses, então eu prometo conseguir um mês de férias para ficar com você! Podemos ir para Cancún ou qualquer lugar que você quiser... Sei que já o fiz esperar muito, mas não posso deixar de cumprir meus compromissos... Então? - disse abrindo o sorriso que ele tanto amava.

— O que você me pede com esse sorriso que eu não faço?! Eu só quero agradá-la, esperarei por ti o tempo que você precisar, - segurou delicadamente o rosto dela entre as duas mãos - Eu amo você Sônia, amo muito mesmoe antes de qualquer coisa eu desejo sua felicidade! Estou de acordo - se inclinou beijando a testa dela.

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No mês em que Sônia entraria de férias e viajaria com Alexandre, também era o mês em que eles fariam seis meses juntos. O doutor iria aproveitar a data e pedi-la em casamento, já tinha tudo planejado. Resolveu pedir a opinião do amigo primeiro. Sônia estava encantada com o bebê Henrique, Helena constantemente recebia encomendas da Baby Chanel, roupinhas feitas sob encomenda da Dolce&Gabanna e diversos mimos que a madrinha mandava vindos de lojas da Europa ou EUA mesmo. O entrosamento que teve com Sônia foi incrível, se conectaram muito rápido, talvez por Helena nunca ter tido uma amiga, uma figura feminina com quem contar, ou pela modelo nunca ter conseguido fazer uma amizade sólida com outra pessoa devido a correria do trabalho, mesmo estando rodeada de garotas nos desfiles, a maioria que se aproximava era por interesse, seus amigos verdadeiros eram Pietro e um amigo de infância, Victor Campbell, que ela considerava como seu segundo irmão...

O bebê crescia saudável, já quase com dois meses e a cada dia os traços de Heitor nele se destacavam mais, a mãe estava apaixonada pelas covinhas lindas do garoto, pelo sorriso e olhos que tanto lembravam seu marido. Helena sentia-se completa, feliz, plena. Heitor cuidava muito bem dos dois, só estava trabalhando por um período para passar mais tempo em casa, e estava mais abobalhado que a própria esposa pelo menino... Alexandre não escondia seu amor, visitava-os sempre, adorava por o sobrinho para dormir e era impressionante o jeito que tinha com ele. Inácio não ficava atrás, comprou a cria de um dos cavalos de montaria mais caros para o neto, telefonava quase todos os dias e quando estava na cidade ficava bastante tempo mimando-o. Philip e Victória não eram diferentes, se derretiam pelo pequeno, sempre que possível voavam para o México para apreciarem a companhia dele e quase surtaram quando numa tarde de domingo Henrique abriu um sorriso para eles. O garoto era literalmente um príncipe adorado por todos, o aguardado herdeiro de dois grandes impérios, fruto do amor forte e sadio que seus pais nutriam um pelo outro, não podia ser diferente. Com toda essa atenção e os cuidados dispersados ao bebê, Helena e Heitor ainda não tinham conseguido organizar sua vida como casal, mesmo que ambos sentissem falta um do outro. No momento o foco era seu filho...

— Heitor, sei que estou em débito com você e com meu amigão aqui - disse acalentando Henrique em seu colo - Essa semana Villa Real está uma loucura! Também estou reorganizando minha agenda, como você sabe, mês vou tirar férias e preciso deixar tudo em ordem...

— Tudo bem Alê, ainda temos muito tempo pela frente, você ainda vai jogar muita bola com a gente não é filhão?! - tentava fazer o filho sorrir no colo do amigo.

Helena se aproximou deles e disse:

— Alê, que saudade! Estranhei você não ter aparecido essa semana ainda... Henrique sentia falta desse colo, mas - sorriu e ergueu os braços pegando o filho que chorava - está na hora dele mamar, por isso o choro! Assim vocês ficam mais a vontades para conversar... - beijou a face do doutor, dirigiu-se até o marido dando um beijo rápido em sua boca e saiu.

— Alê, fala a verdade... Você é louco para ter um filho não é?!

Alexandre sorriu e balançou a cabeça concordando.

— Sou sim! Quero muito ter um filho, mas acredito que vai demorar para Sônia querer me dar um, com essa profissão então...

— Já falou com ela sobre isso?

— Heitor, eu nunca nem fiz amor com ela, quanto mais falar sobre filhos, não quero assustá-la - os dois riram.

— Devia ser ao contrário, ela te assustar com esses assuntos... Espera ai... Eu ouvi direito?? Você e ela nunca fizeram sexo??? Isso é sério mesmo?! Vocês estão juntos há quase seis meses e nada?? Cara, como assim? - Heitor estampava uma expressão cômica de surpresa.

— Heitor, - Alexandre ria do amigo - você ja percebeu que Sônia viaja muito não é?! Eu não a vejo muito, não temos muito tempo a sós... Você esperou por Helena quatro meses, não é uma diferença tão grande assim! Ela vai tirar férias mês que vem e nós vamos para Cancún, estreiar a casa que comprei... Eu vou pedi-la em casamento, o que acha?!

— Eu acho que você não devia fazer isso antes de dormir com ela, vai que...

— Heitor!!! - ele atirou uma almofada em sua direção e os dois sorriram - Estou falando sério! Eu a amo e você sabe disso!

— Sei sim, estou brincando! Sônia é ótima, acho que você está certo, sempre foi isso que desejou, então siga em frente!

— Tenho medo de assustá-la, dela se sentir pressionada... Sônia é muito nova, só tem 20 anos, não sei o que pensa sobre casamento, tenho medo de perdê-la...

— Você não vai! Ela te ama demais Alê, qualquer um pode ver isso! Se desloca dos EUA para cá só pra te ver quando você não pode ir até ela... Tenho certeza que ela dirá sim...

A expressão de temor no rosto de Alexandre sumiu, dando lugar ao habitual sorriso tímido...

— Tem outra coisa, tenho certeza que você vai sorrir, mas vou falar... Acho que ela é virgem!

Heitor realmente começou a sorrir, mas vendo que o amigo não estava brincando, parou e disse:

— Por que você acha isso? Alê com todo respeito que tenho por ti e por ela, mas pensa comigo, Sônia viajou o mundo, conheceu muitos homens interessantes, com certeza já namorou alguém... Acho meio difícil...

— Heitor, nós homens sabemos quando uma mulher é virgem, eu também não acreditava que ela fosse, mas depois desses meses juntos eu percebi que ela tem grande receio quando falo no assunto, ou mesmo quando eu a beijei mais intensamente e ficamos entre afagos, seu corpo não tinha a resposta do de uma mulher que já foi tocada... Não sei explicar direito, eu simplesmente acho, entretanto, não tenho coragem de perguntar, vou esperar ela sentir-se confortável para me dizer, caso realmente seja...

— Entendo! Vendo por esse lado é você quem a toca, saberia disso melhor que eu... Mas e se ela for mesmo?!

— Se for, para mim não tem problema, pelo contrário, ficarei satisfeito em ser o primeiro homem na vida dela! Eu farei com que a nossa noite em Cancún fique para sempre em sua memória, cuidarei para que tudo seja perfeito!

— Vou conversar com Helena, as duas se aproximaram tanto nesses últimos meses que provavelmente ela deve saber algo sobre isso...

— Ok... Porém, falando em Helena, como está sendo se adaptar a um bebê? Digo, vocês já conseguiram "voltar a ativa"?!

— Alê, ainda não! Ter Henrique foi maravilhoso, ultimamente nossa atenção tem sido exclusivamente para ele, eu sinto falta dela, afinal são quatro meses sem... Você sabe...

— Se sei, estou há bem mais que isso! - os dois sorriram novamente.

— Enfim, o engraçado é que parece que esquecemos disso, durante a gravidez os hormônios eram uma loucura, mas depois não sei, eu a procurei umas duas vezes, como ela não quis ainda, estou esperando ela ter a iniciativa agora...

— Isso, dê o tempo necessário, talvez ela não se sinta bem com o corpo ou emocionalmente, a gravidez e o parto afetam muito o emocional de uma mulher meu amigo, posso afirmar como médico!

— Eu sei, estou esperando, não vou forçar a barra... Eu só quero minha Helena sedutora de volta...

— E na hora certa ela voltará!

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Alexandre não demorou muito, se despediu do amigo deixando um beijo para o sobrinho e a "cunhada", e voltou para sua casa que não era longe da deles... Heitor subiu até o quarto do filho, onde Helena já tinha lhe dado um banho, colocado um pijaminha e agora ele estava concentrado em mamar... Ele foi se aproximando, beijou a cabeça de Helena e depois ajoelhou-se segurando a mãozinha do filho, colocando o indicador pelo meio dela, cheirando sua cabecinha repleta de fios claros. O garotinho estava quase dormindo. Heitor começou a focar o rosto de sua esposa, totalmente enternecido com a cena diante dele, ela era tão dedicada ao bebê, ao filho deles, que instigava-o a amá-la mais, refletiu por instantes em sua vida antes dela, percebeu o quanto era infeliz e quanto tinha sido agraciado, nada o faria desejar uma vida sem sua preciosa Helena. Agora as palavras de Soriano iam se clareando perfeitamente em sua cabeça, ele nunca seria capaz de esquecê-la, jamais sentiria por outra o amor que tinha por ela. Amor esse que a cada dia se tornava mais forte, intenso, verdadeiro e incondicional. Será que era assim com a mãe dela?! Mesmo depois de tanto tempo e com todo esse ressentimento ele ainda poderia amar Elizabeth?! Preferiu se concentrar em Helena e no filho, naquele ser tão pequeno, mas que ele amava mais que a própria vida...

— Ele é tão pequenino, porém já se mostra um garoto forte, quase não nos dá trabalho não é minha rainha?!

— Minha rainha?!

— Sim, minha rainha! Eu tirei você do "reino de Soriano", pois lá eras apenas a "princesa Helena", só que não nascestes para ter somente o título de vossa alteza, você tem a graça e o porte de vossa majestade, por isso te coroei rainha do "reino dos Herrera"...

— Muito obrigada meu rei! - ele sorriu e ergueu-se um pouco dando um beijo em sua bochecha.

— E respondendo a sua pergunta, é verdade! Henrique é um príncipe, quase não nos dá trabalho... Ele é tão lindo, tudo nele lembra você querido, eu me encanto com algo novo diariamente...

— Nem tudo nele é somente meu, aquelas covinhas lindas ele herdou de você... - ele cravou o olhar nos olhos nela, abriu um sorriso doce e continuou - Espero um dia ter uma filha linda como a mãe, com essa vivacidade inigual no olhar... – Eles permaneceram com os olhos cravados um no outro, pareciam perdidos do mundo, apreciando-se...

— Me prometa que nunca deixará de pensar em mim! – Helena disse ainda fitando-o e segurando o quase adormecido Henrique em seus braços.

— Impossível meu amor, simplesmente impossível! Não sei o que você fez comigo, mas estou enfeitiçado por ti desde aquela manhã em meu escritório. Seus olhos, ah seus olhos escuros, como me fascinam, como me encantam, me perco quando fito-os... Pensei que com o tempo eu ia aprender o caminho da volta, mas desde que adentrei neles, a cada dia me perco mais na beleza e imensidão negra a minha frente – Helena ruborizou, ele não desviou o olhar dela enquanto falava – E quanto a mim? Você seria capaz de esquecer-me algum dia?

— Nunca! Por mais que eu pudesse te odiar, dificilmente poderia te esquecer, pois seja lá do que os corações e almas são feitos, os nossos são do mesmo material! – ela olhou pro filho em seus braços que antes de desfalecer de sono abriu um sorriso tão lindo quanto o do pai e fitou-a com aqueles olhinhos azuis – Querido, você me deu Henrique, e eu não te disse aquele dia na praia, mas o motivo para eu querer tanto um filho com seus fenótipos é para me lembrar de ti sempre que o olhasse...

Helena levantou-se da poltrona e colocou o pequeno em seu berço, virou-se para Heitor, passou os braços ao redor de seu pescoço e o beijou apaixonadamente. Ele a abraçou com tanto amor, sentiu o desejo começar a brotar dentro dele. Ela interrompeu o beijo, guiando-o para fora do quarto com as mãos cruzadas as suas, entrou na suíte deles, fechou a porta e disse sagazmente em seu ouvido enquanto passava a mão por dentro de sua camisa:

— Eu tenho saudades de você meu amor, muita saudade mesmo! Acho que podemos acabar com esse jejum hoje...

— Também tenho saudades de ti Helena, seu cheiro - levou o nariz ao pescoço dela e inspirava seu perfume - sua boca sempre tão apetitosa - passou o polegar pela boca dela, sentindo a maciez de seus lábios - e claro, de você toda, seu corpo agora tão mais curvilíneo depois da gravidez - desceu as mãos pelas costas dela estacionando-as pelas nádegas, comprovando o que havia dito e procurando a barra de seu vestido, tirando-o.

Helena o provocava mordendo o lóbulo de sua orelha e deslizando as unhas pelos braços dele, as vezes subindo para o pescoço ou descendo para o peitoral...

— Helena você sabe bem como me enlouquecer! Você me atrai de uma forma que vai além da minha compreensão. A única coisa que tenho certeza é que a amo. Eu a amo com todo o coração e sem reservas.

— Eu também, com tudo que há em mim eu o amo e desejo! – no caminho para cama, foram despindo-se entre brincadeiras e afagos ousados.

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A noite foi pequena para os dois, se amaram, conversaram sobre muitos assuntos, o relacionamento deles, seus pais, planos futuros e claro, sobre o assunto que lhes era típico recentemente, Henrique... Demoraram a pegar no sono, Helena acabou adormecendo primeiro, Heitor antes de adormecer foi conferir se o pequeno dormia bem, parecia que ele sabia, pois seu sono estava pesado, provavelmente dormiria o resto da madrugada. Voltou a seu quarto, desligou a babá eletrônica de sua esposa e deixou apenas a sua ligada, já tinha virado um hábito fazer isso para poupá-la durante a noite. Quando o garoto chorava, ele prontamente e sem acordá-la ia até o quarto e o acalentava, colocava a chupeta, só despertava sua esposa caso não houvesse outro jeito. Aninhou-se ao lado de Helena, arrumou-a em seu peito e enfim dormiu...

Pela manhã, Heitor acordou e Helena não estava ao seu lado, levantou olhando ao redor e viu Henrique dentro de um Moisés próximo a cama deles. Procurou sua esposa até que ouviu o barulho da ducha aberta, sorriu, foi até o filho e disse:

— Continue quietinho filho, papai vai tomar um banho com a mamãe - beijou a cabecinha dele e dirigiu-se para o banheiro.

Foi entrando sorrateiramente no box já abraçando-a por trás, Helena não se assustou pois conhecia o toque dele, se deixou envolver pelas carícia, beijos no pescoço e ombro. Foi se virando até que ficou de frente para ele, sorriu e disse fazendo carinho em seus braços:

— Bom dia Mi amore!

— Bom dia minha vida! Além de acordar primeiro, levantar-se e poupar-me de ter a visão que eu tanto aprecio quando desperto, você ainda vem tomar banho sem mim?! Não a perdoarei por isso, a não ser que...

— Heitor! Pare, eu não estou tomando remédio ainda, se eu engravidar de novo a culpa será sua... - Disse sorrindo enquanto ele a pressionava contra a parede.

— A culpa seria minha de qualquer jeito! Afinal, se não fosse, eu estranharia – eles sorriram e ele beijou-a, suspendendo-a, enquanto seus corpos eram molhados pela água quente da ducha. E dali, Helena só saiu quando realizou os desejos de Heitor.


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Notas finais do capítulo

Tentarei postar o próximo capítulo essa semana, ele já está quase pronto, na verdade, eu tive que dividi esse porque ficou gigante... E já aviso logo que no próximo teremos muito do romance A&S...
Até logo :)



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