Estações escrita por Emma


Capítulo 5
A Resposta!


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, mais um capítulo...
Hoje tem um momento especial H&H, como dito ontem...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/558080/chapter/5

“Lembre-se, um pouco de determinação é tudo o que é preciso, e você conseguirá tudo que seu coração desejar.”

 

Helena chegou à fazenda aquela noite desejando que seu pai estivesse ali, queria o colo dele, as palavras sábias e de conforto, ainda se sentia perdida, confusa, chateada... “Eu não acredito que Heitor fez isso comigo, com ele próprio... Quando ficávamos a sós ele parecia me amar tanto, apesar de nunca ter me dito, seus olhos e beijos não negavam...” balançou a cabeça na intenção de eliminar seus pensamentos... Deixou a mala na sala, pediu a uma empregada que levasse para seu quarto, pegou uma cesta com diversas frutas e saiu em direção a estrebaria, um dos capatazes a viu e perguntou:

— Patroa, desculpe me intrometer, mas a senhora vai montar uma hora dessas?

— Não Juan! Só vou pegar um ar fresco...

— É que a senhora sabe que o Sr. Soriano não gosta que a senhora cavalgue a noite, sei que a patroa monta muito bem, mas é perigoso, está escuro e se algo acontecesse seu pai não nos perdoaria...

— Juan – ela sorriu amigavelmente para ele – Eu sei que só queres o meu bem, e eu não menti quando disse que não ia montar, apesar de estar precisando... Só quero ficar um pouco sozinha...

— Então boa noite senhora! Desculpe mais uma vez...

Helena apenas sorriu fazendo um aceno com a cabeça e retribuiu o “boa noite”. Continuou caminhando até entrar na estrebaria, a última baia era o seu “lugar de fuga”, tinha criado aquele espaço há muito tempo, quando eles se mudaram para a fazenda e ela queria se esconder de todos para chorar por causa da irmã e da mãe, corria para lá, nem mesmo seu pai sabia da existência dele por uns anos...

O local era arejado e nunca nenhum cavalo o ocupou, tinha dois metros de largura por quatro de comprimento. No decorrer dos anos ela foi levando objetos e móveis para o local, tinha uma cama e um sofá feitos de madeira rústica, alguns livros na estante e prateleiras, uma mesa lateral, um som, uma mini geladeira e etc... Ali ela descobriu sua paixão por arquitetura e interiores, deixando um ambiente com um ar rústico e antigo. Como aquela estrebaria era próxima a casa, cerca de uns 350 metros, não servia de moradia para os cavalos, os que permaneciam ali eram apenas os mais usados por Helena e Inácio. Com o tempo, os funcionários entenderam e por ordem de Soriano também, que aquela baia era um espaço particular da (na época) menina Helena e que ninguém devia mexer ou ir lá sem autorização dela. E assim era, se Helena estivesse lá dentro, ninguém a interrompia...

Entrou e sentou-se na cama, fazia frio, então se cobriu com uma manta, levantou para pegar algumas uvas e procurou na mini geladeira algo para beber, achou uns iogurtes e tomou um... Depois que comeu deitou e tentou não pensar em Heitor, mas não foi bem sucedida e lágrimas brotaram novamente de seus olhos... “Eu te dei meu coração Heitor e você o partiu! Eu confiei em você, pedi que não destruísse isso e na primeira oportunidade você jogou tudo por água abaixo...”. Ela acabou adormecendo ali...

Heitor sentia uma dor enorme no peito só de imaginar o sofrimento que causara a Helena e sem querer, podiam estar juntos agora naquele chalé... “Como isso foi acontecer minha Helena? Eu não suporto saber que estais sofrendo, dói em mim também, se eu pudesse voltar algumas horas no tempo...” Demorou a dormir, seus pensamentos lhe incomodaram bastante até conseguir realmente descansar...

—__________________________________________

Helena acordou bem cedo, caminhou até a casa, foi até a cozinha, preparou um lanche e subiu para seu quarto, sentou-se à mesa que ficava na varanda para comer e começou a olhar para cima... Hoje o céu tinha acordado nublado, poucos raios de sol passavam pelas densas nuvens, aquele era o dia perfeito para a melancolia, se chovesse seria melhor ainda... Voltou para a cama e ligou a TV, olhava para a mesma, mas não assistia, sua mente estava longe...

Como foi dormir tarde Heitor acabou acordando muito além do que esperava acordar e só acordou por que o amigo telefonou...

— Cara, vi seu carro na garagem, você não foi até o heliporto por quê?

— Nossa Alê, eu perdi a hora, já está quase na hora do almoço, dormi tão tarde ontem que nem ouvi o despertador... Droga!

— Então levanta, tome um banho, se arruma e vai... Não perca mais tempo!

— Já estou fazendo isso! – deu um salto da cama e correu na direção do banheiro – Mas, você não acha inconveniente de minha parte chegar na hora do almoço na casa dela?

— Heitor, inconveniente é você ficar sem Helena, não acha? Almoce primeiro então, se esse é o problema... – ambos sorriram e Heitor entrou no banheiro.

—_______________________________________

Depois de almoçar, Helena resolveu ir cavalgar, andar pelo bosque que ela adorava, lembrava tanto Soriano, e ela tinha saudade de sua cidade, exceto quando se lembrava de Isabel... Preferiu parar de pensar nisso, colocou uma calça de sarja bege, camisa social branca, calçou uma bota de montaria preta e fez uma trança no cabelo, saiu rumo a estrebaria para pegar Vicenzo, seu Puro Sangue Inglês negro como a noite. Montou e saiu correndo pelos campos...

Heitor se arrumou rápido, no caminho para o heliporto parou em um restaurante e comeu, ainda teve que esperar o helicóptero ser abastecido e seu piloto chegar. Explicou que desejava ir a fazenda de Inácio Soriano, por sorte ele sabia o caminho. As 15:30h Heitor voou rumo ao encontro de Helena.

Não demorou mais que uns sete minutos e Heitor já contemplava do alto o quão esplêndido era aquele lugar, e o piloto lhe disse que essa era pequena perto das outras fazendas que ele possuía no interior, todas grandes e suntuosas, cheias de lavouras e gados, falou ainda que essa ele construiu apenas por que precisava de uma casa mais próxima a cidade por causa da filha, e mesmo sendo tão grande sua única função era servir de moradia...

— Como você sabe de tudo isso? – perguntou Heitor.

— Eu já trabalhei para o Sr. Soriano há uns meses atrás...

— Por sorte tem uma pista do lado de fora também...

— E por que não pousamos lá dentro?

— Por que se pousarmos lá dentro sem permissão ou nos identificar corremos o risco de sermos fuzilados... Sr. Herrera, esse e todos os outros lares do Sr. Soriano são extremamente protegidos, e esse em especial, porque é o lugar favorito de sua filha, e ela está aqui, então a segurança dobra...

Heitor confuso disse:

— Mas como você sabe que Helena está aqui?

— Por que eu já trouxe a moça para cá várias vezes, conheço seu carro e o vi daqui de cima... – apontou para o lugar onde o veículo estava estacionado.

Enquanto o helicóptero descia, ele pensava no por que essa proteção excessiva com Helena, realmente Inácio tinha medo de perdê-la, assim como ele, mas precisava tanto?! Com as hélices ainda rodando um segurança se aproximou, pedindo identificações e dizendo que não receberam aviso de que teriam visitantes, Heitor mostrou seu documento e disse que era patrão de Helena (o logotipo no helicóptero ajudou bastante), falou que precisava resolver com ela assuntos de urgência e que ela não estava esperando por ele, por isso a falta do aviso.

— Senhor, eu não posso deixá-lo entrar sem autorização da Srta. Soriano – disse enquanto o outro senhor na guarita balançava o dedo indicador mostrando que não havido conseguido falar com ela.

Heitor buscou toda sua sagacidade tentando persuadi-lo:

— Senhor, sei que está apenas fazendo seu trabalho, mas eu realmente preciso falar com a Srta. Helena, eu voei até aqui justamente pelo assunto ser de extrema importância. Veja bem, eu estava verificando uns cálculos nos projetos dela e notei algumas irregularidades, se eu mandar isso para a operação, e eu preciso enviar até daqui uma hora, dessa forma e depois as casas desabarem, a carreira dela já era, e nem todo dinheiro do Sr. Inácio seria o suficiente para limpar seu nome – ele exagerou um pouco, porém fazer o que? Ele estava desesperado e apelaria mesmo – E então, vai me deixar passar agora?

O homem fez um gesto para seu companheiro na guarita e este abaixou as travas do chão e abriu a porteira, Heitor dispensou o piloto e disse que ligaria para que ele viesse buscá-lo, agradeceu os seguranças e entrou. Olhou para frente e percebeu que faria uma longa caminhada até a casa, foi quando um funcionário chegou ao seu lado em um carrinho de golfe e ofereceu-lhe carona. Heitor sorriu e aceitou.

Bateu na porta de entrada central e quem atendeu foi uma empregada, perguntou por Helena e a senhora disse que ela não estava em casa, provavelmente estava cavalgando... Não sabia se a esperaria ou se ia atrás dela, saiu andando meio perdido com tanta beleza, a casa, os jardins, os campos que ele conseguia avistar... Tudo belíssimo... “Inácio tem mesmo um bom gosto, gastou milhões com esse lugar com certeza, mas tudo está perfeito...” Esbarrou em um senhor, que aparentava ter mais de 50 anos, que vinha puxando as rédeas de um cavalo...

— Boa tarde senhor! Meu nome é Heitor.

— Boa tarde Sr. Heitor!

— O senhor saberia me informar onde Helena está?

O homem o olhou suspeitamente e perguntou:

— Por que o senhor quer saber onde a patroinha está?

— Desculpe senhor, sou o patrão dela e estou a sua procura para que ela possa assinar alguns documentos – o olhar do homem abrandou-se.

— A dona Helena está cavalgando senhor, quer que eu vá chamá-la?

— Não precisa, eu mesmo vou... É... Mas o senhor poderia me emprestar esse cavalo e indicar o caminho? – e sorriu.

— Claro que sim senhor – deu as rédeas na mão de Heitor e apontou o caminho – é por ali que ela costuma correr, depois da colina...

— Obrigado!

Subiu no cavalo e correu na direção indicada. O vento soprava forte, olhou para o céu e percebeu que de quando saiu da cidade até agora o tempo só fechara mais, imaginou que provavelmente choveria... Ia andando rápido e observando o local, era tudo bem instalado, organizado, limpo e suntuoso... Ele não esperava menos dado a fama da família Soriano.

Chegou ao topo da colina e finalmente avistou sua amada. Helena corria com intensidade, os cabelos estavam presos por uma trança, mas alguns fios soltaram-se devido a força do vento. Seu porte era elegante e impetuoso em cima do cavalo, daquela forma se mostrava tão forte, tão independente e majestosa... “Me apaixono por você todos os dias Helena, você realmente roubou meu coração”.

Correu na intenção de alcançá-la e por mais que fosse muito bom no Jóquei e mais todas as aulas de equitação que fez, não foram suficientes para que ele conseguisse pegar seu ritmo. Não desistiu, continuou correndo até que conseguiu ficar ao seu lado, ela parecia não perceber que ele estava ali, parecia chorar, e então ele segurou seu braço e a fez diminuir a velocidade, quando percebeu que era ele, literalmente parou e ficou encarando-o, até que:

— Heitor! – disse completamente surpresa.

Ele apenas a olhou, tentou sondá-la e ela continuou:

— O que faz aqui? Quem te deixou entrar? – disse friamente enquanto puxava seu braço da mão dele.

— Helena – ele foi mais forte e continuou segurando-a na altura do punho – vim para conversar contigo, e você vai me ouvir, por que eu não saiu daqui até que assim seja!

— Solte-me agora e deixe-me correr, ou gritarei e em dois minutos um segurança aparecerá aqui!

Ele soltou o braço dela, desceu e ficou parado em frente ao cavalo dela:

— Já disse Helena, só vou te deixar ir depois que me ouvir, ou então terá que passar com esse cavalo por cima de mim...

— Não me desafie a fazer o que eu estou afim desde ontem! Vamos Heitor, saia logo que eu não estou brincando...

— Serei inflexível quanto a isso Helena! – disse sério.

Ela respirou fundo, desceu do cavalo, parou na frente dele fitando-o ameaçadoramente... Heitor apesar de não saber o que se passava na cabeça dela adorou como ela o olhava, mesmo que estivesse querendo afrontá-lo ao invés de flertar...

— Te dou dois minutos e nada mais, o que você tanto quer me falar... – disse elevando o nariz o máximo que pode, querendo passar um ar de superioridade, mas na verdade tentava segurar as lágrimas.

Ele se aproximou bastante, ela deu um passo para trás, mas continuaram próximos...

— Por favor, me deixe explicar aquilo que você viu...

— Você tem dois minutos que já começaram a correr - outra vez empinou o belo nariz sem perder seu ar de indiferença...

Heitor segurou com firmeza a ponta do queixo dela e abaixou-o, deixando seus olhos na mesma altura e disse:

— Olhe nos meus olhos enquanto eu estiver falando – continuava segurando seu queixo – para que você veja que não estou mentindo, abaixe seu nariz também, não sou um de seus muitos criados... E em dois minutos não conseguirei falar o que preciso, então a senhorita vai me escutar o tempo necessário! – começou a perceber uma expressão de espanto em seu olhar e uma lágrima pulou...

Helena permaneceu calada diante da atitude dele, assustou-se também, limpou a lágrima que escorreu e disse com a voz falha:

— Fale logo o que tem para me dizer Heitor e vai embora... – abaixou a cabeça para esconder o choro...

— Helena não, não chore – ela estava com os braços em volta de si própria, e ele a abraçou assim mesmo.

— A culpa é sua, você prometeu não destruir o que tínhamos... – chorou mais ainda...

— Hei – disse suavemente e ainda abraçando-a – eu cumpro o que prometo! Se eu te pedir um voto de confiança você me daria? Acredite em mim, eu não quero nada com aquela mulher, ela faz parte de um passado ao qual eu não quero nunca retornar...

— Não parecia quando vi vocês juntos ontem à tarde... – sua voz quase não saia, embaçada em meio ao choro.

Heitor enxugou as lágrimas do rosto de Helena e continuou:

— Olhe dentro dos meus olhos Helena e veja que estou dizendo a verdade – ela o fitou e quase se perdeu naquela imensidão azul – Eu nunca imaginei que quem estava atrás de mim naquela sala era ela, que Deus me puna agora mesmo se for mentira! Eu a envolvi em meus braços por que achei que era você, fiquei tão confuso que não tive tempo de reagir ao beijo dela... E depois você chegou e tudo ficou mais embaralhado na minha cabeça, parecia um pesadelo terrível...

Ela estava pensativa, continuou olhando-o... Balançava a cabeça negativamente, como se quisesse negar algo para si mesma...

— Veja, eu estou aqui, vim até sua fazenda e não foi fácil passar por aqueles seguranças, por que eu quero você Helena, se eu quisesse estar com aquela mulher, se sentisse falta dela, teria vindo até aqui atrás de ti?! Não posso perdê-la, ou nunca mais serei feliz... – passou a mão no rosto dela, tirou uma mecha de cabelo, colocou atrás da orelha e beijou sua testa.

O barulho de um trovão assustou-os, ela olhou para ele e o vento soprava mais forte, balançando os cabelos loiros, os olhos estavam marejados como se ele quisesse chorar, afastou a cabeça e focou o olhar nele e dizendo:

— Isso é verdade mesmo? Não tinha ideia que fosse ela? – ele apenas sorriu balançando negativamente a cabeça – E o que sente por mim então?

Ele chegou bem próximo a sua boca, muito próximo mesmo, com os olhos fixos nela e quando ia responder, outro trovão, que dessa vez trouxe uma rajada de chuva forte consigo, ela pegou na mão dele e pediu que subisse no cavalo e a seguisse...

—_______________________________________

Chegaram a estrebaria bem molhados, estava fazendo frio, Helena tremia e Heitor puxou-a para si com a intenção de aquecê-la. Ela o olhou e disse:

— Eu sofri muito pensando que ainda sentia algo por aquela mulher, em pensar que o que me dizia era mentira e essas coisas... Mas olhar nos seus olhos hoje me fez ver o contrário. Sinto muito por ter agido assim, eu estava muito assustada e confusa, acostumei-me com decepções e logo supus que você era mais uma... Não quis pensar e acreditar em outra coisa que não fosse você ter mentido pra mim e me enganado... – afundou a cabeça em seu peito, abafando algumas lágrimas...

Heitor passou as mãos delicadamente em seu cabelo, depois beijou sua cabeça, abraçou-a mais apertado e disse:

— Tudo bem querida, tudo bem! Vamos deixar esse mal entendido para trás e esquecer isso... Ok?!

Ela finalmente sorriu, ainda que fosse um sorriso bem pequeno, era algo...

— Só não quero vê-lo com essa mulher de novo, nunca mais! Não permita que ela se aproxime de nós outra vez... Eu ouvi quando ela me chamou de “secretariazinha”... Estou falando sério Heitor, não deixe!

— Ok, é você quem manda! – fez uma saudação de soldado e abriu um largo sorriso para ela.

Ela sorriu também e eles fitaram-se, Heitor não conseguia esconder o que sentia e seus olhos estavam dizendo tudo, Helena abaixou um pouco a cabeça ruborizada apenas pelo olhar dele, ergueu novamente e ele disse:

— A resposta é eu amo você!

— Resposta? – perguntou com um sorriso de confusão.

— A resposta para a pergunta que me fez agora pouco, sobre o que sentia por você... É isso! Eu amo você Helena! Amo demais... – e foi se aproximando dela.

Já bem próximos, sem perder o olhar um do outro, ela falou:

— Eu também amo você! Muito!

O que viria a seguir era esperado. Beijaram-se numa mescla de amor, doçura, paixão e desejo. Heitor puxou Helena contra seu corpo e desceu a mão pelas costas dela, quando já estavam sem ar, ele parou se afastando um pouco... Nunca tinham se beijado assim, suas respirações aceleradas, olharam-se, sorriram e voltaram aquele ato... No ápice de seus beijos, Helena não tinha mais dúvida alguma, aquele era o momento certo para se entregar a Heitor...

A chuva estava forte lá fora, não haveria como sair sem se encharcar, Helena olhou ao redor procurando uma maneira de irem até a casa e então se lembrou de onde estavam... Ele continuava a acariciá-la com desejo e paixão, empurrou, não com força e sim firmeza, ela contra a parede mais próxima e continuou a beijá-la, cheirava seu pescoço e encantava-se ainda mais pelo aroma que absorvia...

— Você deve ser irreal Helena, tão bonita e tão provocante, eu a desejo mais que tudo... – ele afastou um pouco a cabeça tentando se recompor, ela estranhou e abriu os olhos questionando-o com os mesmos – Se continuar a te beijar, não conseguirei mais parar, é melhor me afastar – disse enquanto descolava seu corpo do dela...

Helena lançou um olhar a Heitor como ele nunca tinha visto, sentiu um calafrio pelo corpo todo e seu desejo de tê-la só aumentava, se ela não parasse de provocá-lo ele não tinha ideia do que faria. Ela se aproximou dele novamente, colando seus corpos outra vez, chegou com a boca bem próxima ao seu ouvido e sussurrou:

— Então não se afaste, muito menos pare! – Heitor olhou surpreso para ela que o puxou pela mão guiando-o para o fundo da estrebaria, abriu a porta da última baia e disse:

— Eu o desejo tanto quanto imagino que me desejas, não esperarei nem resistirei mais, eu o amo e quero ser sua!

Heitor olhou para dentro daquele lugar, parecia um pequeno quarto, voltou os olhos para ela ainda agradavelmente surpreso e antes que ela se arrependesse, entrou com Helena, beijando sua boca com ardor enquanto pressionava-a contra a porta...

Trocavam carinhos e sorrisos, uns um tanto abobalhados, outros totalmente provocantes e maliciosos... Helena tinha que admitir que o riso dele era encantador... Heitor estava extasiado, como ela era perfeita, olhava-a de cima a baixo, beijando-a desesperada e ardentemente, acariciando-a e sabendo que dali para frente ela seria apenas dele... E na medida em que despiam seus corpos, iam desnudando todos os seus sentimentos, expressando o quanto se amavam...

—____________________________________

Estavam deitados na cama, sua única cobertura era um lençol, Helena apoiada sobre o peito de Heitor, deslizando os dedos carinhosamente por ele, radiante como o sol, se sentia realizada, completa, amada... Ele ainda estava inebriado, tão feliz que podia voar, ele era correspondido e pela primeira vez entendeu o que era ser amado. Aquilo para ele não tinha sido apenas sexo, foi mais profundo, uma ligação forte, ele já a amava, porém essa tarde servil para ratificar todo esse sentimento...

— Nunca imaginei que um homem pudesse ser tão encantador e apaixonante assim... – falou erguendo um pouco a cabeça para fitá-lo.

— É você Helena que desperta tudo isso em mim! Nunca imaginei amar uma mulher como amo você! – ele passou a mão no cabelo dela que estava bagunçado...

Ela sorriu e o beijou, ele levantou o corpo e o apoiou em um travesseiro, trouxe-a para ele, encostando sua cabeça no abdômen... Fizeram carinho um no outro. Heitor começou a finalmente observar o lugar e perguntou:

— Amor, eu estava ocupado demais – sorriu – para prestar atenção, mas que lugar é esse? Um quarto no “meio” de uma estrebaria?

— É mais ou menos isso! Aqui é o meu lugar secreto, onde me refugio do mundo, quando quero paz venho para cá...

— Agora é o nosso lugar especial, meu e seu apenas! – Ao dizer isso, ele viu o semblante de Helena cair e perguntou – O que foi meu bem? Disse algo errado?

— Não amor, não tem nada haver com você! É só que... Heitor, eu já trouxe outro alguém aqui, alguém que não merecia... Nem meu pai entrou aqui e eu trouxe logo um canalha – ela abaixou a cabeça envergonhada e ele levantou-a em seguida.

— Hei – beijou a testa dela e fitou-a – isso ficou para trás, quem quer te tenha sido esse idiota que brincou com você, eu roubei dele as memórias que você tinha desse lugar, agora quando entrares aqui vai se lembrar de nós dois, da nossa primeira vez aqui e do quanto foi melhor, até mesmo do que planejei...

— Você tem razão, foi muito melhor! Mas como diz o ditado, “a primeira vez a gente nunca esquece!”...

— Desgraçado! Quem é ele? – falou sorrindo – Com esse lance de “primeira vez” é difícil competir... Mas para sua sorte eu confio muito bem no que faço, essa também foi a NOSSA primeira vez e como você mesmo disse, foi muito melhor! – ele deu um sorriso largo de satisfação.

Ela sorriu também, deu um beijo demorado nele, e ele perguntou:

— Mas sério Helena, quero saber quem é esse cara, você disse que me contaria sua história e se estiver tudo bem pra você, eu gostaria de ouvir...

— Bom, o nome dele é Marcelo, filho do dono da fazenda vizinha, deve ser uns 4 ou 5 anos mais velho que eu, é forte, alto, bem apessoado, cavalga muitíssimo bem, cabelos castanhos claros, olhos verdes – Heitor estava ficando enciumado da descrição que ela fazia, percebendo ela continuou – mas não tão bonitos quanto esse par azul bem aqui... Enfim, eu tinha uns dezesseis anos e ele me pediu em namoro, pediu que fosse escondido, pois meu pai não ia permitir e proibiria de nos vermos e etc, eu boba concordei. Como já fazia faculdade, não morava mais aqui, vinha de vez em quando, nunca foi fiel, e eu não imaginava claro, pra mim era meu “príncipe”... Uns dias, depois de meu aniversário de dezessete anos, ele apareceu, trouxe um presentinho e falou que me amava e etc.. Era muito menina para perceber o que realmente ele queria, nessa semana ainda eu o trouxe aqui e aconteceu... – ficou meio envergonhada, Heitor apenas sorriu e balançou a cabeça para que continuasse – E assim seguiu, ele vinha aqui e eu... Ai como fui tola! Bom eu... Sempre estava disponível. Até que um dia, eu já tinha dezoito anos e tinha acabado de passar em Harvard, estava feliz, mas algo estranho aconteceu, minha é... você sabe... estava atrasada – Heitor arregalou os olhos temendo o que ela iria lhe revelar dali para frente... “Meu Deus, Helena engravidou desse homem?! E onde está o bebê?!”... Helena percebeu a reação de Heitor e brincou mais ainda com ele – suspeitei que poderia estar grávida e fiz um teste farmácia que deu positivo – Heitor ficou sem ar nessa hora, perplexo, mas continuou sem dizer uma palavra – como Marcelo estava na cidade, eu chamei-o aqui na fazenda para contar que teríamos um filho... – ela parou um pouco sondando-o, Heitor engoliu seco...

— E? – disse sem coragem de ouvir o resto da história.

— Ele veio e eu muito feliz mostrei o teste pra ele, que não entendeu, então eu disse que o que ele tinha nas mãos era a prova de que íamos ter um filho, ele quase me bateu, levantou a mão, mas não teve coragem... – Heitor chamou-o de covarde nesse momento – Disse que não tinha certeza se era o pai, por que eu ficava aqui sozinha e ele não sabia o que eu fazia... Disse também que mesmo se fosse ele eu deveria dar um jeito, me virar, por que ele não pediu nem queria um filho – a voz de Helena falhou, ela ameaçou chorar, porém segurou-se, Heitor mesmo ainda amortecido pelo que ela contava, sentiu uma imensa compaixão nesse momento – Eu fiquei perdida, sem chão, pela primeira vez tinha um segredo com meu pai e não fazia ideia de como ia contar para ele que estava grávida... Eu pensei em largar tudo para ficar com ele Heitor, minha faculdade de arquitetura, minha vida ao lado do meu pai, o que fosse preciso... Meu pai estava viajando muito nessa época, quando eu liguei, ele não hesitou em vir, no mesmo dia chegou e me consolou, só não matou Marcelo a pedido meu e posteriormente cortou relações com o pai dele, disse que eu não precisava me preocupar que ele seria não só avô, mas pai do meu filho também...

— Helena, por favor, estou angustiado, o que aconteceu com seu filho? – perguntou não agüentando mais de curiosidade.

Helena fez um sinal com as mãos para que esperasse e prosseguiu:

— Fomos ao hospital no outro dia pela manhã, levei o teste e mostrei para a doutora, ela pediu um exame de sangue para confirmar, grande foi minha surpresa quando peguei o resultado do hemograma e ela me disse que eu não estava grávida! – Heitor respirou aliviado – A médica me disse que eu tinha uma desregulagem hormonal e que isso poderia acontecer algumas vezes e etc.. Para finalizar a história, eu nunca mais vi Marcelo desde então e possivelmente ele acha que tenho um filho dele...

— Que canalha! Eu não entendo como um homem poderia ser tão insensível com uma mulher como você?! Ele e Bianca dariam um ótimo casal, tomara que se encontrem por ai – sorriu.

— Aposto que sim! Não que eu não ia amar meu filho se tivesse ficado grávida, mas respirei aliviada e fiquei feliz por não ter sido ele o pai!

— Por isso teve tanto medo quando me aproximei de você, não é?

— Dado sua fama de ‘Don Juan’...

— E como foi depois disso, não se apaixonou de novo?

— Não, até eu encontrar um belo par de olhos azuis há quatro meses atrás – ela passou a mão pelo cabelo de Heitor.

— Espera, você não se envolveu com mais ninguém desde o Marcelo?!

— Não, eu me fechei totalmente para qualquer tipo de relacionamento, foquei na faculdade e logo quando voltei para cá encontrei você...

— Desculpe a indiscrição, mas se você não teve nenhum relacionamento desde então, eu fui o segundo? – perguntou esperançosamente feliz.

— Foi, e eu espero que seja o último também! – ela aproximou-se para beijá-lo.

— Com certeza! Não deixarei que outro a toque, você é minha, minha!

Heitor atendeu a iniciativa dela de beijá-lo, olhou para fora, a chuva ainda caia e já estava escurecendo, olhou para ela e não parou mais de beijá-la, até se amarem novamente.

—_________________________________________

Quando a chuva parou, os dois foram para casa, a empregada serviu o jantar no quarto, Helena prendeu os cabelos em um coque e vestia apenas a camisa de Heitor, ele um short de dormir que ela pegou emprestado do guarda-roupa do pai, comiam e trocavam olhares, até que Heitor não resistiu falar:

— Minha camisa ficou melhor em você do que em mim! – Heitor lançou-lhe um sorriso.

Helena sorriu também e respondeu:

— Pena que não posso dizer o mesmo sobre o short, está incrivelmente engraçado com o pijama do meu pai! – e não segurou a risada – Prefiro você sem ele!

— A gente resolve isso quando terminarmos o jantar!

Ficaram se olhando por um tempo, Helena desviou o olhar para o prato, e quando voltou ele ainda estava com os olhos cravados nela:

— O que foi?

— Só observando o quanto és bela, simples, delicadamente provocante... Agora entendo porque seu pai me prometeu algo no restaurante aquele dia...

— O que? – perguntou curiosa.

— Nada! Eu o entendo... Quando tiver uma filha, e ela for assim linda como você, se a machucarem eu não sei do que seria capaz... Mas agora, isso não interessa. Eu só queria agradecer por esse Marcelo ter sido um idiota e ter deixado você para mim... – se aproximou para beijá-la.

— Ele não deixou, é como se essas coisas tivessem que acontecer, tanto contigo quanto comigo e então a gente se encontrar... Heitor o que eu sinto por você é forte, intenso, verdadeiro e faz com que me sinta completa a ponto de não querer outro homem! – eles se beijaram.

O resto da noite seguiu assim, cheia de paixão, carinho, desejo e amor, compartilharam segredos, histórias engraçadas, riram bastante e buscaram esquecer certas lembranças do passado. Tinham muito em comum, o que os levou a pensar: como duas pessoas distintas uma da outra poderiam se parecer tanto?! Depois de muitas coisas acontecerem, dormiram abraçados e sem conseguir desfazer o sorriso em seus rostos...

—_______________________________________

Era manhã de domingo, Heitor acordou cedo, e nem parecia que tinha caído uma chuva torrencial noite passada, pois o sol estava lindo e convidativo. Parou por uns instantes e ficou admirando-a... “Você é tão linda e é minha, parece frágil assim dormindo em meus braços, mas eu bem sei que se existe uma mulher forte nesse mundo, ela se chama Helena... E se tem alguém com quem desejo acordar todas as manhãs é você!”... Levantou com cuidado para não acordá-la, pegou sua camisa que já estava com o cheiro do perfume dela, colocou e foi até a cozinha, uma mesa com dois lugares estava servida, ele pediu a funcionária que colocasse em uma bandeja e o ajudasse a trazer para o quarto que eles tomariam café lá...

Rápida e silenciosamente organizou tudo, como ele queria ter trazido o colar, decidiu que daria um jeito de entregá-lo para ela até de noite... Então lembrou-se do chalé, ainda tinha uma noite paga lá, e eles precisariam dormir na cidade hoje, já que teriam assuntos importantes a resolver na segunda-feira sobre o condomínio...

— Amor da minha vida, acorda vai... – ele disse baixo e bem próximo ao ouvido dela, enquanto beijava e acariciava sua costa descoberta...

Escutou um barulhinho de uma respiração profunda, como se ela estivesse acordando, se ajoelhou ao pé da cama ficando da altura dela, continuou a beijar-lhe as costas e mais uma vez disse:

— Minha Helena preguiçosa, acorde!

—hmm...

Ela abriu os olhos, sorriu para ele e foi sentando-se na cama, ele levantou e sentou-se ao lado dela

— Bom dia! Pensei que não ia acordar mais...

— Hoje é domingo, tenho direito de dormir até mais tarde... – sorriu e continuou – Bom dia meu amor – deu um longo beijo nele...

Alguns minutos depois:

— Uau – falou quase sem ar – eu ia te convidar para tomar café primeiro, mas se você insiste, tudo bem, fica para depois disso – deitou-a na cama, desfazendo-se da camisa que vestia e beijando o corpo despido da sua amazona.

—_____________________________________

Já sentados a uma confortável mesa localizada na varanda do quarto de Helena, ele envolvido em um roupão, ela vestida com a camisa dele e com os cabelos molhados, conversavam e comiam...

— Meu bem, eu preciso ir em casa pegar umas roupas, as de ontem estão sujas e úmidas, e eu não posso ficar vestindo seus roupões nem os pijamas de seu pai, imagina se ele chega e me ver com eles – os dois sorriram.

— Concordo, acho que você fica mais atraente com seu próprio pijama! E meu pai está na China, não cruzará com ele por enquanto...

Ao falar isso, Helena se lembrou que ligou para o pai muitas vezes ontem e que ele deveria ter retornado as ligações, como ela não atendeu com certeza estava preocupado...

— O que foi amor? Você parece ter ficado tensa...

— Na verdade, eu fiquei preocupada, preciso achar meu celular... – Heitor ajudou-a a procurar e aproveitou para checar o seu.

— Minha nossa! Alê deve ta achando que morri ou que fui sequestrado... Doze ligações ontem e hoje...

— Achei – ela disse pegando o aparelho em cima de uma prateleira – Quinze chamas perdidas do Sr. Soriano – fez uma expressão cômica de espanto – É melhor eu retornar...

— Eu também vou aproveitar e ligar pro Alexandre...

—_______________________________________

— Heitor, graças a Deus está vivo! Onde você está? Quer me matar do coração é?! Eu já ia ligar para a polícia...

— Calma meu amigo, é que eu virei refém de uma moça muito bonita – falou sorrindo e olhando para Helena que, mesmo de longe, lhe devolveu o sorriso – e agora estou preso em uma fazenda!

— Devia imaginar mesmo! Eu aqui me preocupando, pensando que podia ter acontecido algo e você ai aproveitando sua namorada... Podia ao menos ter mandado uma mensagem... Mas e como foi?

— Ah Alê, não dá para te contar agora né... Mais tarde estarei indo em casa e te ligo, ok?!

— Tá bom! Você merece ser feliz...

— Obrigado! Tchau.

—_______________________________________

— Oi, papai...

— Graças a Deus você deu sinal de vida! Pensei que tinha me trocado de vez por Heitor, isso é por que nem se casou ainda, imagina quando casar...

— Como... Como... o senhor sabia que estou com Heitor? – perguntou surpresa.

— Ora Helena, ontem quando vi suas chamadas perdidas a primeira coisa que fiz foi retornar, e como você não atendia eu liguei em seu apartamento e nada, liguei na fazenda e a empregada que atendeu disse que você estava ai, que estava bem e até tinha levado um senhor para jantar... Ou você trocou de namorado em um dia, ou é Heitor que está contigo ai...

Helena olhou para Heitor, cobrindo o telefone e disse sorrindo:

— Ele sabe que você está aqui, e está morrendo de ciúmes... – Heitor apenas riu enquanto acariciava e beijava as pernas de Helena estiradas sobre a cama...

— Aconteceu algo para você ter me ligado querida?

— Não se preocupe, já está resolvido!

— Diga a esse senhor, que pelos meus cálculos ele já pode ir para casa, pois já passou tempo demais em sua companhia...

— O senhor está com ciúmes dele papai, não acredito! – disse sorrindo.

— Não, só acho que como eu não estou perto, ele pode... – ela o interrompeu

— Não seja bobo papai, o senhor sabe que eu o amo mais que tudo! – Heitor fez um sinal silencioso de protesto – E também amo Heitor, mas de formas completamente diferentes... Tem espaço para os dois em meu coração...

— Ok, querida! Eu amo você mais que tudo! Tome cuidado – Helena sorriu – e qualquer coisa me ligue ou chame os seguranças...

— Pode deixar pai, beijos!

— Beijo, princesa!

—_____________________________________

Os dois sentaram na cama e Helena sugeriu que passeassem ou a pé ou a cavalo pelos bosques da propriedade, Heitor adorou a ideia, disse que estava curioso para conhecer o local e que seria muito bom, caso ele não tivesse que ir de pijama, sorriram e ela disse que conseguiria uma roupa para ele, pois a camisa que ela estava vestida agora, era dela!

— Minha lembrança desses dois dias...

— E eu ganho o que? – perguntou maliciosamente

— Além do que já lhe dei? – sorriu – O que você gostaria de ganhar?

— Você só para mim já está bom... – e deram um beijo rápido.

— Queria te convidar para ir a um lugar comigo hoje a noite?

— Que lugar? – perguntou Helena curiosa...

— O lugar que eu devia ter te levado sexta...

— Oh meu amor, é claro que vou!

— Então, vamos fazer assim, andamos pelos bosques até o almoço, depois comeremos e iremos embora, ok?

— Ok!

— Tem mais uma coisa...

— O que é?

— Eu vou precisar de carona – e os dois sorriram...

— É bom que pago minha dívida com você!

—________________________________________

Helena deixou Heitor em casa e ele combinou de pegá-la as oito horas. Entrou e ligou para Alexandre que desceu o mais rápido que pode...

— Você está radiante Heitor! Pelo visto sua tentativa de reconciliação foi melhor do que esperava...

— Muito melhor Alê, muito mesmo!

— E como foi?

— Alexandre, Helena é incrível, em todos os sentidos! Ela é sexy, envolvente, provocante... Quase me enlouqueceu! Mas tinha uma singeleza em seu toque, foi muito bom, sério, eu e ela não fizemos só sexo, foi diferente... Como se... Hum... Tivesse feito amor pela primeira vez!

O médico sorriu pela ironia que parecia a afirmação de Heitor, mas entendeu ao que ele se referia:

— Vendo por esse lado, acho que nunca fiz amor então!

Heitor encostou a mão no ombro do amigo e falou:

— Se eu encontrei uma boa moça, você é que encontrará mesmo! E ela será tão incrível e perfeita como Helena...

— É, eu espero mesmo! Quero ter isso que vocês têm sabe, o jeito como você fala dela, como a olha e vice versa... Eu quero encontrar isso em alguém também!

— E vai! Eu sei que vai Alê, pois você é merecedor disso!

Alexandre sorriu, agradeceu e o abraçou. Disse que deixaria Heitor descansar para mais tarde, o amigo o acompanhou até a porta. Heitor deitou na cama e dormiu por umas horas...

—________________________________________

As 19:45h Helena terminou de se arrumar, colocou o vestido vermelho que havia separado para sexta e como Heitor pediu, deixou o pescoço despido para que ele pudesse dar-lhe o outro presente... Heitor colocou um terno azul titânio e blusa preta que valorizou seus olhos e traços claros, estava tão sedutor quanto sua amada. As vinte horas estacionou na frente da recepção e ela vinha em sua direção, Heitor ficou fascinado com a visão diante dele, aquele tom de vermelho valorizou seus traços escuros e sua pele clara, deixando-o completamente enfeitiçado. Ele saiu para abrir a porta e beijou sua mão enquanto a conduzia ao carro, sussurrando em seu ouvido:

— Prefiro borrar o batom mais tarde... E a propósito, eu amei, amei o vestido! Você está divina!

— É – o olhou de cima a baixo – você também não está nada mal! – riu entrando no carro.

—_______________________________________

Helena adorou o ambiente, o quarto que ele tinha escolhido era perfeito! E imaginou como teria sido se tudo tivesse dado certo na sexta-feira, mas agora isso não importava, eles passariam a noite ali e fariam com que essa noite fosse tão especial quanto a de ontem. Heitor não conseguia tirar os olhos dela, ao ponto de constrangê-la as vezes... Depois do jantar, ele se levantou e pegou uma caixa preta, Helena não pensou que fosse um anel pelo tamanho e pelo pedido que havia feito anteriormente. Abriu a caixa e mostrou-lhe o colar, ela agradeceu com um beijo e ele se posicionou atrás dela, acariciou seus ombros e subiu delicadamente as mãos pelo pescoço, aspirou seu cheiro e depois de dar um pequeno beijo na nuca, colocou o colar...

— Como você conseguiu meus desenhos? – perguntou levantando-se e sorrindo.

— Sou muito esperto meu amor e para agradá-la faço qualquer coisa! – colocou-se a sua frente, olhou o colar e prosseguiu – Ficou perfeito em você! Tirarei tudo o que estiver usando, mas o colar eu quero que use a noite toda – aproximou-se e beijou-a com ardor.

Ambos sentiam queimar um desejo mútuo, uma necessidade pelo corpo um do outro, pela boca, pelo toque, pela alma... Não foi difícil para as habilidosas mãos do engenheiro e da linda arquiteta despirem um ao outro, quando perceberam já estavam sobre a cama, envolvidos em toques que casavam sutileza e ousadia. Beijos desesperados, como se nunca aquelas bocas tivessem provado o sabor um do outro. A amazona sabia como enlouquecê-lo e usava suas armas mais poderosas, tudo o que ela queria era satisfazer seu amado e Heitor não pensava diferente. Não sabia dizer o quanto amava aquela mulher, o quanto a desejava, o quanto a queria para sempre em seus braços e a cada beijo que lhe dava, ele prometia internamente que nunca a perderia, preferia morrer a ter que viver sem o cheiro, o sorriso, os olhos, a boca e tudo mais de Helena...

— Helena, minha Helena... Minha... Você ainda vai me enlouquecer, sabia? – dizia ainda ofegante nos ouvidos de uma extasiada Helena sob ele.

— Por que você adora colocar um pronome de posse na frente do meu nome?! – ela disse enquanto Heitor se deitava ao seu lado e a trazia para repousar a cabeça em seu peito – Quem disse que sou sua?

— Você – ele beijava o topo de sua cabeça e deslizou a mão pela suas costas – seu corpo quando respondeu perfeitamente aos meus estímulos, sua pele quando se ouriçou ao sentir meu toque e principalmente seus lábios quando eu a tomei agora pouco e perguntei a quem você pertencia... Eu pude ouvi-los proclamando cada sílaba do meu nome, enquanto essa sua boca incrivelmente sedutora – lhe deu um beijo de leve – mordiscava minha orelha...

Ela sorriu e respondeu:

— Você não pode já me conhecer tão bem Sr. Herrera, se não estarei perdida! Eu amo você “Bonitão”

— Não mais que eu, “Bonitona” – sorriram e permaneceram abraçados. E isso foi apenas um prenúncio de como seguiriam suas vidas a partir dessa noite...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Estações" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.