O amor de Atena escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 9
Capítulo 9 - Dúvida


Notas iniciais do capítulo

Os nomes das ninfas, dos deuses gêmeos e também de Aimi não são dados ao acaso, todos tem um significado em grego ou japonês (caso de Arashi). Celeste é a úncia exceção, uma vez que já se encontra em português, mas ainda assim tem uma ligação com sua origem.



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Capítulo 9 – Dúvida

– Onde eu estou?! Pra onde foram os outros?! – Hyoga perguntava tentando ver alguma coisa além da névoa.

– Hyoga...? – Chamou uma voz distante.

– Shun?! Você também está aqui?

– Sim – disse, agora mais próximo, mas ainda fora de vista.

– Shun?

– Ikki?! – Os cavaleiros de cisne e andrômeda se surpreenderam.

– Não vejo sinal dos outros dois ou de Shaina e Marin – Ikki falou quando finalmente os três estavam reunidos.

– Não podemos nem ao menos sentir os seus cosmos – Hyoga tentava captar o sinal, sem sucesso.

– Fiquem atentos – Ikki avisou – Não estamos sozinhos. Há mais dois cosmos aqui.

Hyoga e Shun silenciaram e olharam em volta, apesar de não conseguirem ver quase nada. Ikki estava certo, eles tinham companhia.

******

– Ando preocupado com você.

Ela apenas olhou o irmão sem dizer nada.

– Você anda estranha desde cedo. Faz só três dias que Atena e sua filha estão aqui...

– Quase quatro. O dia de hoje logo irá acabar. E lembre-se que devido a nossos poucos afazeres, o tempo parece passar mais devagar aqui.

– Tem razão, mas não é disso que quero falar. Você volta nervosa e agindo de maneira esquisita quando entra nesse quarto. A que voltou mais estranha foi quando ficou cuidando daquele bebê. O que aconteceu?

– Aquela menina realmente tem um poder incrível.

– O que quer dizer? Ela fez alguma coisa na sua frente?

Ignis ergueu a mão onde deveria haver um ferimento, mas o gêmeo mais velho olhou estarrecido ao notar a falta do corte que fizera ali há algumas horas.

– Mas... O que? Ela tem sim um grande poder, mas ainda devia estar adormecido. Ela só tem dois anos, e há pouco tempo!

– Eu sei. Também fiquei surpresa. Ela tem a mesma aura dourada, quente e calma de Atena quando queima seu cosmo. E apesar de tudo que estamos fazendo, não entendo porque as duas, principalmente essa criança, conseguem ser tão felizes.

– É uma criança, não tem noção do que está acontecendo.

– Sim, mas ela sabe que a tiramos de seu pai, isso é algo ruim. Ela perguntou por ele quando você saiu do quarto com Atena. Tem um pouco de noção sim. Mas o tempo todo ela parecia feliz.

– É isso que está te atormentando? Algo tão supérfluo?

– Não. Eu não sei... Sinto algo estranho perto dessas duas, principalmente da criança. Algo que nunca senti antes. Quando essa menina ri me sinto muito esquisita, não sei se é um som irritante ou algo completamente fora do nosso mundo.

– Coisa dos humanos... Se Atena for inteligente, vai acabar cedendo ao desejo de nosso pai, e então, com o tempo, nós faremos as duas aprenderem como deuses se comportam.

– Você parece estar certo, mas... É mesmo tão errado assim uma criança rir livremente? E junto com sua mãe... Eu nunca vi você reclamar das risadas das crianças ninfas.

– Ninfas não são deuses, são somente ajudantes.

– Mas se você observar qualquer lado, quando são crianças, ambos não tem noção do mundo e não parece haver diferença alguma entre um e outro.

– Está dizendo que Atena e sua filha não são uma ameaça?

– Seu grande poder pode sim parecer maior até mesmo que o de nosso pai, mas tudo que aconteceu nas outras batalhas em que Atena se envolveu... E tudo que ela parece ser... Às vezes eu penso que toda a preocupação de nosso pai não é tão necessária. Atena não parece ser o tipo de deusa que ataca de graça. Todas as vezes ela só estava se defendendo porque nós a incomodamos.

– Mas ela defendeu a Terra! Aquele planeta cheio de humanos maus e miseráveis, que maltratam e desprezam a própria espécie e o próprio planeta, Ignis!

– Isso é verdade... Mas a filha dela ainda não vê diferença alguma entre humanos e deuses e nem de longe parece ser má. E se existirem outros assim? E se toda a bondade de Atena não for somente por ela ser uma deusa?

– Aquela menina é um bebê! Uma semideusa, filha de Atena, que só tem dois anos e não sabe de nada. E Atena ficou fraca assim por passar tempo demais ao lado dos humanos. Até mesmo abandonou seu eterno dever de se manter como uma deusa virgem para ter uma filha com um mortal. O que há com você?! Está querendo desafiar nosso pai e defender os humanos também?!

– Eu nunca levantaria a ira de nosso pai. Mas... Tudo isso está me cansando. Eu não sei o que essa menina está fazendo comigo. Eu sinto coisas e não sei o que elas são. Eu não consigo compreendê-las por mais que eu me esforce. Mas... Queria entender porque Atena tem tanto amor pelos seres humanos. Porque os protege. Porque aqueles cavaleiros de bronze continuam arriscando suas vidas e derramando seu próprio sangue para ajuda-la, mesmo depois de tantas batalhas. O que estou vendo acontecer no santuário agora não me parece nem um pouco diferente das outras vezes. Como vai acabar dessa vez?

– O contato com essas duas está te deixando maluca. Até parece que duvida do poder de nosso pai. Não contarei de nossa conversa a ele, pois ficará enlouquecido, e não desejo que te castigue, mas esqueça tudo isso! Talvez eu deva substituir você quando alguém precisar passar por essa porta!

– Não, Astrapih! Apesar de estar aqui como nossa prisioneira, ela precisa de privacidade para alimentar o bebê, cuidar dela e de si mesma. Essa foi uma das exigências do nosso pai. Você não é mulher, quer constranger Atena? Só deve entrar aqui junto comigo e depois de mim. E com todo esse seu pavio curto ia terminar assustando a criança. Quer que ela fique chorando como no dia em que a trouxemos? Não me lembro de você ter ficado feliz com isso.

Ele ficou pensativo por um tempo e Ignis entendeu seu silêncio como um assentimento.

– Você diz a verdade. Mas volto a te alertar que tenha mais cuidado, não se aproxime tanto. Tudo que nosso pai está fazendo é para evitar problemas e guerras futuros. Precisamos ter certeza de que Atena estará sob nosso controle agora, antes que algo possa acontecer! Não há outro caminho.

– E o que está acontecendo neste exato momento não é uma guerra entre os deuses e os seguidores de Atena?

– Mas estamos em guerra porque eles se recusaram a reconhecer sua posição perante nós e vieram aqui causar confusão, mesmo sabendo que podem morrer facilmente.

– Morrer por aquela a quem são leais... Não é exatamente o que nos dispusemos a fazer se necessário? Por nosso pai.

– Você sempre foi mais calma do que eu e nunca gostou de perturbações por aqui, mas não exagere. Devido a todo o sofrimento de Atena para aquela menina nascer, e também por seu grande poder, nosso pai foi muito benevolente em aceita-la como sua neta, apesar de tudo. Quando aquela criança estava prestes a nascer, nosso pai nos criou para que desde já nós observássemos a situação, para que nos preparássemos para o que está acontecendo agora. Não arrisque pôr tudo a perder.

– Astrapih... Nunca sentiu falta de uma mãe? Não tem curiosidade de saber como seria? Nós nunca fomos crianças. Nós nem nascemos de outro corpo realmente. Celeste parece sempre feliz, assim como Aimi. Não se sente curioso para saber porque? Se você raciocinar, nós somos irmãos de Atena e temos um parentesco até mesmo com seu bebê. Por que então somos tão diferentes? Será que é porque nascemos em condições diferentes? Será mesmo que a diferença é tão grande?

Ele ficou em silêncio. Não queria dizer para a irmã, mas já havia se pegado pensando em tais coisas. Na manhã em que haviam visto Aimi nascer, após Atena sofrer por tantas horas seguidas, lembrava-se de ter sentido algo estranho, que nunca conseguiu compreender, mas rapidamente afastara tais sensações. Não entendia porque aquela criança valia tanto para Atena, e muito menos porque Pegasu ficara tão feliz com seu nascimento. Como a deusa podia ficar tão feliz com alguém que lhe causara tanta dor e sofrimento para nascer? Deuses não deveriam passar por tais coisas. Era arriscado demais deixar-se envolver pelos humanos. Astrapih era orgulhoso e centrado demais. Leal demais ao seu pai. E não se sentia confortável em pensar em algo que poderia alterar tanto sua já formada concepção de certas coisas.

– Pare de falar asneiras, Ignis! Você está maluca. Mataria nosso pai de desgosto. Não entendo como alguém pode ficar tão feliz com uma criança que lhe causou tanta dor e sofrimento para poder nascer, que até mesmo pôs a vida de Atena em risco durante aquelas várias horas. Vocês mulheres ficam todas malucas às vezes. Nosso pai devia ter nos feito como dois homens. Ele nos criou como um casal de gêmeos na esperança de eu cuidar dos assuntos mais perigosos e você saber lidar melhor com essas duas, mas não de ter ideias insanas como essas. Vou esperar você voltar ao normal. Devemos cumprir nosso dever, simplesmente isso.

– Será mesmo, meu irmão? Que este é o único caminho?

Ela não sabia porque havia discutido tais coisas com ele, mas se sentia um pouco mais leve. Astrapih era mesmo irredutível na maioria das vezes, mas porque agora parecia tão confuso e nervoso?

******

Hyoga ergueu uma parede de gelo quando sentiu uma pressão perigosa no ar, mas esta imediatamente se derreteu e ele espantou-se quando viu do que tratava a luz alaranjada que vira refletida ali. Era fogo.

– Mas... De onde veio isso?

– Estão se aproximando – Ikki alertou.

Os cavaleiros irmãos se defenderam ambos ao mesmo tempo quando uma corrente de ar gelado os envolveu, não atingindo-os diretamente graças à Defesa Circular de Shun. OS três guerreiros se aproximaram, Shun e Ikki ficando de costas para Hyoga, e puderam ouvir risadinhas de bonitas e ameaçadoras vozes femininas adultas, mas ainda não viam nada.

– À primeira vista até que parece que são mesmo tudo aquilo que falaram.

– Vamos ver se são mesmo.

A névoa pareceu se dissipar um pouco e puderam ver que havia árvores ali e algo parecia brilhar adiante. Seria água? Então estavam em local mais distante do centro do santuário, mas como haviam ido parar ali? Uma mulher de pele clara, cabelos curtos e louros tão claros que pareciam brancos apareceu de pé diante dos dois irmãos. Ela tinha olhos azuis bem claros e profundos. Era muito bonita, mas emanava uma aura perigosa. Seu vestido branco e azul bem claro ondulava com o vento. Hyoga viu surgir em meio aos galhos de uma árvore um pouco adiante uma mulher de vestido vermelho escuro, cabelos num tom avermelhado de castanho, presos em um coque atrás da cabeça, olhos cor de âmbar e um olhar encantador e ameaçador ao mesmo tempo.

– Finalmente chegou a hora de vermos se os cavaleiros de Atena são mesmo tudo aquilo que nos disseram – falou com um sorriso malvado – Eu sou Káfsi, a ninfa que controla o fogo.

– Me chamo Kýma, sou uma ninfa da água – disse a primeira – Sua busca por Atena termina aqui.

******

– Ei! Arashi! – Chamou a menina quando abaixou-se ao lado da amiga.

Sem resposta, a ninfa estava desacordada e tinha vários machucados, mas nenhum fatal. Sua mãe estava cumprindo outras tarefas para Zeus, como limpar as roupas de Atena e seu bebê e lhes enviar outras. Tháyma não gostava de lutar, por isso sempre ficava encarregada de outros afazeres. Enquanto pudesse, Celeste esconderia Arashi dela e cuidaria da ninfa sozinha. Sua mãe era muito leal a Zeus e se visse o estado da oriental, certamente causaria problemas a Seiya. Se ausentou por uns momentos, voltando com panos e água, e começou a limpar os vários machucados.

– Apesar de tê-la machucado, vocês estão comprimindo sua promessa. Mas Arashi não é alguém com quem se possa brincar, ela é muito forte – dizia para si mesma olhando os pedaços dos elmos que recolhera jogados por ali - Obrigada, Seiya. Espero que estejam bem.


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