O amor de Atena escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 10
Capítulo 10 - Seguindo adiante


Notas iniciais do capítulo

Deixo aqui registrada minha homenagem a nossa querida Maralise Tartarine, dubladora de Shina (Shaina), que faleceu nessa madrugada.

Ela deu voz a uma personagem que ora nos irritava, ora nos divertia, nos deixava felizes ou nos dava coragem, e que assim fez parte de nossas vidas desde que éramos crianças.

Você continuará vivendo dentro do coração de cada um de nós, querida Shina. Que Deus te abençoe. Nunca te esqueceremos. Obrigada. Nós te amamos. S2

O céu acaba de ganhar mais uma estrela.


Em homenagem, exibirei uma imagem no final do capítulo.



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Capítulo 10 – Seguindo adiante

Celeste entrou no quarto carregando as mesmas coisas de sempre e surpreendeu-se ao ver Aimi correndo pelo quarto. Saori, sentada na cama, morria de rir a observando.

– Olá, Celeste.

– Oi – falou com a voz falha quando Aimi colidiu com ela e a encarou, dando boas risadas.

– Celeste – a bebê falou, deixando a garota impressionada.

– Ela... Sabe o seu nome, querida – uma mulher muito parecida com a pequena ninfa se abaixou ao lado das duas, havia entrado depois de Celeste.

– É a primeira vez que ela diz.

– É mesmo linda e parecida com Atena – disse estendendo a mão para acariciar os cabelos de Aimi.

A mulher tinha uma voz suave e bonita. Celeste ergueu Aimi em seus braços. Era um pouco pesada para uma criança de sete anos, mas podia carrega-la. A bebê riu a abraçou a menina pelo pescoço, fazendo ela e as duas adultas rirem também.

– Eu disse que ela gostava de você.

Tháyma ficou encantada ao ouvir a voz da deusa e olha-la atentamente pela primeira vez. Era uma das vozes mais doces e acolhedoras que já ouvira e Atena tinha uma beleza impressionante, assim como sua bebê. A ninfa adulta olhou para Aimi novamente, ainda brincando com Celeste. Era mesmo muito parecida com a mãe, mas tinha tantos traços diferentes... Aquele cabelo de cor tão distinta... Devia ser de Pegasu.

– Minhas saudações, Atena, perdoe a minha grosseria – Tháyma falou, caminhando na direção de Saori e se curvando levemente.

– Por favor! Isso não é necessário. E me chame de Saori.

– É como Celeste a chama, mas eu já insisti que a chame de Atena.

– Eu prefiro Saori.

– Como quiser.

– Você é a mãe de Celeste? Também se parecem muito. Como se chama?

– Fico feliz em saber – respondeu com um pequeno sorriso – Me chamo Tháyma.

– O brilho nos olhos dela...

– Não se preocupe, está tudo bem. Os olhos de nossas crianças brilham quando outras ninfas estão próximas. É uma forma de nos localizarmos mais facilmente ficarmos de olho em nelas.

As duas se entreteram por bons minutos apenas observando suas filhas correndo atrás uma da outra e rindo.

‘Eu encontrei Arashi ferida.’

Saori arregalou os olhos quando os pensamentos de Celeste alcançaram sua mente, mas felizmente Tháyma não pareceu perceber e ela se forçou a manter sua expressão normal.

‘ Quem é Arashi?’

‘Uma ninfa. Se fosse humana, seria o que você chamam de oriental. Ela esteve aqui uma vez com a gente, mas você estava dormindo. Eu a encontrei desmaiada num canto meio escondido do santuário. Acho que lutou com Seiya e Shiryu. Encontrei pedaços dos elmos.’

‘Mais alguma coisa?!’

‘Não, só os elmos. Eles me prometeram que não matariam nenhuma ninfa. Acho que a deixaram ali antes de irem embora.’

‘Mesmo que não prometessem, eles jamais matariam alguém que não tem culpa do que está fazendo. Fique tranquila. Sua mãe sabe disso?’

‘Não. Ninguém. Estou cuidando dela sozinha. Se eu contar, podem dizer a Zeus. E ele vai saber que Seiya está mais perto.’

‘Obrigada, Celeste. Tenha muito cuidado quando estiver explorando o santuário sozinha. Por favor! Recue a qualquer sinal de luta ou movimentos suspeitos.’

‘Minha mãe me diz isso sempre. Eu que fujo dela de vez em quando. Não se preocupe.’

‘Não faça isso sem um bom e forte motivo. Você nem imagina como o coração dela deve ficar tendo você longe na situação em que estamos.’

‘Tudo bem.’

Não trocaram mais pensamentos, mas a criança não pode deixar de notar a tristeza no olhar de Saori. Tanto pelas batalhas que poderiam ser evitadas quanto por preocupação com seus cavaleiros, especialmente Seiya.

– Está na hora de irmos, Celeste.

Ela olhou para a mãe com uma cara chateada, mas sabia que tinha razão. Astrapih e Ignis poderiam fazer perguntas demais depois. Celeste puxou Aimi pela mão até onde estava Saori, que pegou a garotinha no colo, e a ninfa segurou a mão de Tháyma, que se despediu curvando levemente a cabeça e afastou-se para a porta com a filha.

– Tchau, Saori.

– Até logo, Celeste. Obrigada a você e Tháyma por virem nos ver.

A porta se fechou e ela ergueu Aimi, a colocando em pé sobre suas pernas. Depois deitou-se na cama macia, levando a menina junto.

– Sozinhas de novo... Estou acostumada a isso, mas... Dessa vez eu tenho você comigo, querida.

Aimi aproximou-se mais e aconchegou-se na mãe, fechando os olhos para dormir. Saori afagou seus cabelos até ela própria adormecer também.

******

– Eu serei sua oponente Cisne!

Káfsi juntou as duas mãos e direcionou a Hyoga uma boa rajada de fogo, que o teria atingido em cheio caso não fosse rápido em erguer uma parede de gelo, que derreteu rapidamente.

– Pensa em lutar contra mim só com isso? Logo vai queimar.

– Não se deixe levar pela provocação dela, Hyoga.

– Eu já percebi, Shun.

– Vocês dois, irmãos, olhem pra cá. Prestem atenção em sua oponente!

Kýma fez surgir uma onda enorme, que se concentrou em volta de Ikki e Shun, lhes tirando o ar por um tempo considerável até libertá-los. Os dois ofegavam tentando recuperar o oxigênio.

– Assim não vão durar cinco minutos – a ninfa de olhos claros falou.

– De jeito nenhum! Não nos renderemos! – Ikki respondeu.

– Somos cavaleiros de Atena! – Shun enfatizou.

– Andrômeda, a princesa que foi acorrentada para morrer afogada, e Fênix, a ave mitológica que renasce cada vez mais forte. Vamos ver se honram suas constelações protetoras! – Provocou, atacando-os novamente.

– Meu ar pode ser congelado, mas a chama que queima no meu coração será maior que a destruição das suas chamas, Káfsi!

– É o que veremos, Cisne!

A ninfa do fogo lançou novas chamas, e Hyoga as bloqueou novamente, dessa vez com uma barreia mais forte, que novamente derreteu.

– Assim esse combate nunca vai acabar. Nossos ataques se anulam sempre que se tocam – o guerreiro reclamou para si mesmo.

– Isso mesmo. E quando você não aguentar mais Cisne, meu fogo irá consumi-lo! – Káfsi provocou, lançando bolas de fogo uma atrás da outra, sem dar um segundo de descanço.

Hyoga bloqueou todas elas, mas era evidente que a ninfa tinha razão. Em algum momento não resistiria se as coisas continuassem daquele jeito. Olhou rapidamente para onde Ikki e Shun, além de nem conseguirem se mexer, quase se afogavam novamente, presos em uma correnteza fortíssima de água. Kýma movia as mãos controlando o redemoinho, e o guerreiro fez menção de tentar se comunicar com os outros, mas foi interrompido por Káfsi.

– Preste atenção em mim! Eu sou sua oponente. Quer ser morto enquanto se distrai? Fui muito generosa permitindo que tivesse uma última visão de seus amigos nesses segundos que desviou sua atenção – ela falou, atacando novamente, mas dessa vez com muito mais agressividade, atirando o cisne no chão e lhe causando boas queimaduras superficiais.

‘O que vamos fazer...?, o cavaleiro de fênix tentava pensar, ‘Pela primeira vez estou sem boas ideias. Vamos acabar nos afogando’, dizia para si mesmo quando Shun o surpreendeu sendo mais rápido, abrindo um espaço vazio no centro do redemoinho com a corrente nebulosa. Ele tossiu algumas vezes e finalmente pode falar.

– Ao menos por enquanto não seremos afetados. Temos que pensar em algo pra sair daqui e ajudar Hyoga. Ele vai acabar ficando seriamente machucado.

– Tem razão, mas como vamos acabar com o controle dela?

– Eu ainda não sei...

– Não resistirão por muito tempo! – Ouviram Kýma gritar do lado de fora – Logo a sua corrente também vai ceder, Andrômeda!

Do lado oposto, Hyoga estava numa situação cada vez mais complicada. O fogo de Káfsi já havia anulado seu pó de diamante e até mesmo a execução aurora, lhe deixando alguns ferimentos mais graves, enquanto a ninfa tinha apenas alguns arranhões, apesar de também demonstrar sinais de exaustão.

– Vocês não sabem mesmo a hora de desistir. Estão à altura de tudo que ouvimos, mas não deixarei que continuem avançando.

– Káfsi... As suas chamas podem me causar queimaduras artificiais na pele, mas não mas de forma alguma me causarão marcas tão profundas quanto as dos ensinamentos de meu mestre Camus! Eu não vou desistir aqui! ZERO ABSOLUTO!!!

– Mas o que é isso?!!

Káfsi sentiu o vento gelado lhe atingir com muito mais força e teria sido completamente petrificada se não usasse suas chamas como defesa. Foi atirada longe e colidiu contra o chão, sentindo seu corpo paralisado e cheio de dores devido ao frio intenso. Uma quantidade muito maior de machucados riscava sua pele agora. Sentia que congelaria e arregalou os olhos ao ver um grande cristal de gelo formado pelo ar congelado, um tanto deformado à sua frente. Se não tivesse agido rápido, certamente estaria presa ali dentro para sempre. Viu o Cisne a certa distância, caído no chão, e sua visão começou a escurecer até que ela não visse mais nada. Hyoga apoiou-se nas mãos para erguer-se um pouco e juntou o restante de suas forças para falar com os companheiros.

– Ikki e Shun...! – Ele chamou o mais alto que pode – As mãos... Dela... – dizendo isso, desmaiou.

– As mãos...? – Shun tentava raciocinar.

Àquela altura já estavam encurralados em pouco mais de um metro de espaço sem água e não podiam ver muito bem o que havia do lado de fora.

– Essa ninfa deve estar usando as mãos pra controlar toda essa água – Ikki presumiu – Shun, pare a corrente!

– Mas vamos acabar nos afogando!

– Não vamos, confie em mim!

O mais novo respirou fundo e recolheu sua corrente, vendo toda aquela água desabar sobre eles, mas no mesmo instante notou algo estranho, a água estava ficando quente. Só então notou a intenção do irmão e aproveitou o brilho confuso que o poderoso cosmo de Ikki causava na água para agir, e conseguiu alcançar as mãos de uma já cansada Kýma, acorrentando-as fortemente.

– Mas... COMO?!

– AVE FÊNIX!!

A ninfa gritou ao ser jogada ao chão e todo indício de água por perto desapareceu. Os dois irmãos olharam preocupados para Hyoga, mas antes andaram até Kýma. Ela estava sem mais forças para continuar, e encarou os dois com o que lhe restava.

– Tragam a paz de volta ao santuário... – disse baixinho, perdendo a consciência.

– Então as ninfas estão mesmo sendo manipuladas por Zeus... – Shun comentou.

– Parece que sim.

O cenário em volta começou a mudar, a névoa diminuiu e puderam reconhecer um pouco do que antes fora o santuário de Atena. Levaram as duas ninfas desfalecidas para um local mais isolado e voltaram até Hyoga.

– Ele precisa de cuidados – Shun virou o amigo para cima, percebendo que felizmente não tinha queimaduras graves.

– Ele vai ficar bem. Vamos espera-lo acordar enquanto tentamos melhorar seu estado com nossos cosmos.

******

– Shaina... Onde estamos?

– Oras, eu já disse que não sei! – A guerreira respondeu, mais irritada consigo mesma por não conseguir saber onde estavam do que com a amiga.

Ouviram uma risada ecoando do nada e olharam em volta buscando a origem do som, mas sem verem nada além de névoa e mais névoa.

– Bom... Certamente não sei onde estamos, mas não estamos sozinhas.


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