O amor de Atena escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 8
Capítulo 8 – O poder de Aimi




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Capítulo 8 – O poder de Aimi

— Eu não posso perder mais tempo! Sabe-se lá o que Saori e Aimi estão passando! Eu preciso encontra-las! METEORO DE PÉGASU!!!!

Arashi novamente ergueu seu escudo de luz, devolvendo toda a energia dos meteoros, que só não atingiram Seiya porque Shiryu o defendeu com o escudo de dragão.

— As florestas sempre ganham muitas tempestades e com suas asas molhadas não podem voar, não tão bem. SINTAM A FORÇA DA TEMPESTADE!!

Uma quantidade muito maior de raios foi lançada sobre eles e com uma intensidade bem mais forte. Mesmo o escudo de dragão não foi suficiente, e não só os elmos voaram de suas cabeças e se espatifaram no chão como eles mesmos foram atirados para longe.

— Não podemos nos dar por vencidos! – Shiryu disse, levantando-se – COLERA DO DRAGÃAAAAAO!!!

O guerreiro teve certeza de ter atingido Arashi, mas arregalou os olhos quando viu que nada aconteceu. Seiya levantou-se em seguida e apontou espantado.

— Shiryu! Veja isso!!

— Mas como isso é possível?! Ela está por toda a parte!!

Os dois deram um paço atrás, ficando de costas um para o outro. Arashi parecia ter se clonado em várias cópias dela mesma. Estavam cercados, e não tinham ideia de qual fosse a verdadeira.

— E então? – Todas elas disseram ao mesmo tempo – Vão ficar aí parados?!

— Seiya... Alguma delas deve ser a única a ter sombra. É provável que assim possamos descobrir qual é a verdadeira.

— Mas com toda essa névoa... Mal consigo vê-las com clareza, ainda mais as sombras.

— Se elas todas nos atacassem ao mesmo tempo e ficássemos de olhos bem abertos. Mas não acho que seja tão fácil fazê-la cair numa provocação.

— Tem razão... Mas não podemos fazer isso, então vamos verificar uma a uma nós mesmos!

O cavaleiro de pegasu escolheu uma ninfa aleatoriamente e avançou. Shiryu revirou os olhos ao ver o quanto Seiya continuava agindo sem uma boa estratégia às vezes, mas realmente não tinham escolha, e seguiu o exemplo do amigo. O que começou mais parecia uma guerra. Eles combatiam arduamente contra cada uma das clones, que pareciam ser feitas de carne e osso, e o pior, todas elas tinham sombra e nenhuma diferença aparente, o que começou a preocupar os dois cavaleiros. Após bons minutos atacando, os dois lados se cansaram e ambos tinham arranhões e manchas de sangue pelo corpo. Todos estavam parados em posição defensiva, com respiração ofegante, tentando se recuperar o mais rápido possível.

— Tem que haver um meio de derrota-la – Shiryu dizia para si mesmo.

‘Concentre-se, Seiya! Concentre-se!’ Ele dizia para si mesmo em seus pensamentos. ‘Se pudesse falar comigo agora, certamente Saori diria pra não desistir e que é possível! Como posso acabar com isso? Não podemos perder mais tempo!’

— Droga! Eu não sei o que fazer!

— Talvez se nós sentirmos a presença da verdadeira...

Shiryu fechou os olhos, tentando sentir onde o cosmo da ninfa estava mais forte. Seiya tentava fazer o mesmo, mas estava desconcentrado. Precisava pôr a cabeça no lugar! Começava a sentir-se realmente mal quando um som distante chamou sua atenção.

— O que foi isso?

— Não ouvi nada, Seiya – o dragão respondeu, continuando de olhos fechados.

O barulho insistiu. Seiya desligou-se perigosamente da batalha para aqueles murmúrios infantis que pareciam chama-lo. ‘Papai!’ Era claramente a voz de Aimi!! E aprecia tranquila. Seu coração acelerou, de medo, ansiedade, alívio, orgulho por sua bebê tão pequena já ser capaz de enviar mensagens mentais.

— Isso mesmo... Eu não posso me entregar facilmente. Provavelmente nem estamos na metade do caminho.

Seiya fechou os olhos e concentrou-se a tal ponto que a energia brilhante e azulada de seu cosmo tornou-se visível a sua volta. Sentia que aquelas clones e a própria Arashi, onde quer que ela estivesse, voltavam a se mover, e logo cairiam em cima deles com tudo. Podia sentir onde cada uma delas estava pisando ao seu redor e concentrou-se em cada uma até se deter, ao mesmo tempo que Shiryu na ninfa mais afastada da multidão.

— ENCONTREI! – Os dois disseram juntos.

— Seiya! Eu cuido das outras! Vá atrás dela! COLERA DO DRAGÃAAAO!!!!

O grande dragão verde luminoso surgiu diante de seu cavaleiro, arrastando várias cópias consigo e lhes dando um sumiço quase que imediato. Seiya avançou em toda a sua velocidade através dos poucos clones restantes para a verdadeira Arashi.

— Não vai conseguir, Pegasu!!! – Ela ergueu seu escudo, dessa vez maior, mas foi inútil.

— METEORO DE PEGASU!!!

Um grito de Arashi cortou o ar quando seu escudo se desfez e ela foi atirada para longe. Já não restava clone algum e parte da névoa pareceu se dissipar. Os dois correram na direção da ninfa ferida, torcendo para que estivesse viva.

— Está sangrando – Shiryu secou um filete de sangue no rosto dela e seu olhar se deteve nos demais arranhões e alguns rasgões na seda do kimono.

— Ela está viva. Ainda bem!

— Por que... – a mulher sussurrou abrindo lentamente os olhos – Somos inimigos. Por que se preocupam com meu estado? Por que não me matou, Pegasu?

— Nós não somos inimigos. Isso é o que Zeus quer que pensemos e nos jogou uns contra os outros. Eu não tenho motivos pra matar você, nem ninguém aqui. Nem mesmo o próprio Zeus. Eu só quero a minha família de volta. Mesmo que eu morra, eu quero que Saori e Aimi saiam daqui em segurança.

— E nós fizemos uma promessa pra uma amiga importante. Nós juramos não matar nenhuma ninfa.

A ninfa ficou alguns momentos em silêncio, olhando profundamente nos olhos de cada um.

— Foi Celeste, não foi?

— Como sabe?

— Ela é a única ninfa que está sendo sensata aqui, apesar de ter apenas sete anos. Ela é a única que não tem medo de Zeus, e não é somente porque ele não a ameaça como a nós – ela fechou os olhos com a pontada de dor que sentiu ao se mexer.

— Você vai ficar bem? – Seiya perguntou preocupado.

— Sou uma ninfa e ainda estou viva, é claro que vou... Sua filha é muito parecida com você e Atena, uma mistura perfeita de cada um. É uma criança muito bonita, extremamente doce e com um olhar forte e gentil ao mesmo tempo. Eu não tenho mais o que fazer por esta batalha. Vão em frente. Tenha certeza que encontrarão o caminho. Quando seus amigos vencerem, eles voltarão a cruzar com vocês. Zeus está cego de poder, vocês são a única esperança para todos.

Os dois assustaram-se quando ela de repente fechou os olhos e perdeu a consciência, mas parecia estar só dormindo. Seu coração batia vigorosamente e sua respiração estava calma.

— Não podemos deixa-la aqui assim – Shiryu lhe disse.

— Tem razão.

Seiya pôs a ninfa no colo e caminharam algum tempo até acharem um bom lugar entre as gigantescas paredes de pedra do santuário. Era um lugar bonito e um tanto isolado, havia flores ali. Arashi poderia descansar sem interrupções, ao menos por enquanto. Deitou-a na grama e partiu com Shiryu para buscar uma nova rota.

— Seiya... O que você ouviu naquela hora?

— Aimi.

— O que?!

— Isso mesmo, Shiryu! Eu ouvi a voz de Aimi chamando por mim! – Ele disse com um enorme sorriso.

******

— Atena.

Ela deixou Aimi no berço e virou-se para a porta, vendo Ignis ali.

— O senhor Zeus requisita a sua presença, eu cuidarei da sua filha enquanto estiver com ele.

A deusa encarou Ignis por alguns segundos, percebendo que a gêmea já começava a ficar impaciente com aquele olhar demorado, e virou-se para Aimi.

— Mamãe volta logo – disse, beijando o rosto da bebê.

A olhou por um tempo e dirigiu-se até a porta.

— Eu a conduzirei – Astrapih levou Saori para fora do quarto, fechando a porta e caminhando pelo corredor até desaparecerem no caminho para a sala de Zeus.

******

— Papai... – Aimi murmurou, em tom interrogativo, andava sentindo bastante falta de Seiya, e sabia que Ignis a separara dele.

— Seu pai não está aqui.

Ignis aproximou-se do berço da criança, que inicialmente recuou, sem emitir um som sequer. A jovem deusa ainda tentava entender o turbilhão dentro dela na última vez em que encarara aquele bebê.

— Astrapih, seu idiota...! – Xingou o irmão baixinho – Isso está ardendo – falou olhando para o corte que riscava três de seus dedos.

Os gêmeos estavam treinando cedo pela manhã quando o mais velho acertou a irmã com um tanto mais de intensidade do que devia.

— Dói?

Voltou-se para Aimi, que estava de pé de novo no lugar de antes, atenta ao movimento da mão direita ferida de Ignis.

— Por acaso você sabe o que é dor?

— Mamãe disse. É ruim. Dor machuca.

— Na verdade os machucados é que causam dor. Mamãe... Atena parece se derreter quando você fala isso. Até posso sentir o cosmo dela queimar muito mais forte. O que há de tão importante nessa palavra?

Aimi não respondeu, mas esticou-se um pouco para fora do berço, tentando alcançar a mão machucada de Ignis. Ela não se importou por um momento, mas cedeu para evitar que a menina se empolgasse demais e caísse. Novamente aquele turbilhão se formou dentro de si, sentiu um tremor em seu interior e seu corpo esquentou quando a bebê agarrou sua mão com as duas mãozinhas e a beijou rapidamente.

— O-o que é isso? Uma deusa completa não deveria ter sensações estranhas como essas.

Uma gargalhada de Aimi chamou sua atenção.

— Como pode estar tão feliz...? Mas nem tem noção do que acontece... – interrompeu a si mesma quando algo estranho começou.

O ferimento em sua mão brilhou. Uma luz dourada, quente e reconfortante. Lentamente, sua pele se regenerou por inteiro, como se nada tivesse acontecido. Ignis aproximou o rosto para ver com clareza. Seus olhos se arregalaram ao ver que não havia nenhum rastro do corte ali.

— Mas o que foi isso?! Então você tem mesmo um poder enorme... Não poderia esperar menos da filha de uma deusa e de alguém que superou os deuses, mesmo sendo um cavaleiro, e mortal.

Aimi gargalhou para ela, lhe mostrando um belo sorriso, e Ignis desviou o olhar ao sentir novamente aquela sensação estranha. E a pele macia das mãos da bebê contra a parte exposta de seus dedos só fazia aquilo aumentar.

— O que essa menina está fazendo comigo? Será mais um efeito de seu grande poder?

******

— Atena, minha filha. Você já está aqui há três dias. Pode parecer pouco tempo, mas tenho curiosidade em saber algumas coisas.

— O que deseja saber?

— Apesar de seu pecado em destruir sua imagem como deusa virgem, e ainda mais envolvendo-se com um cavaleiros mortal e que ousou superar os deuses... – ele falou com certa irritação na voz – Não posso negar que me afeiçoei à minha neta. Ela tem traços cavaleiro irritante, principalmente aquela cor incomum de cabelo, mas ainda assim seus olhos se parecem muito com os nossos.

— Aquela cor de cabelo e suas variações são as mais comuns na Terra e as considero tão belas quanto as nossas.

Faça-me o favor, Atena! Não me venha falar daquele seres! E minha neta é linda ainda assim.

— Eu fico feliz por isso.

— Diga-me, ela anda se alimentando bem? Você está em boas condições para alimentá-la e cuidar bem dela?

— Completamente.

— Também quero saber... Se você já tem alguma resposta.

— Eu já disse, meu coração está com os humanos.

Zeus a olhou silencioso, mas com raiva no olhar.

— Eu vou lhe dar uma última chance. Se você me voltar aqui de novo com essas palavras, nós passaremos a cuidar de Aimi e você oferecerá sua vida se quiser seu amado planeta vivo!

******

Saori entrou no quarto, vendo Astrapih fechar a porta atrás de si e ouviu Aimi chorando. Ignis a olhava sem saber o que fazer.

— Eu não tenho ideia de qual seja o problema. Irritou-se de repente.

Saori sorriu e caminhou até Aimi, a tirando do berço e sentando-se na cama. Afastou o tecido e começou a amamentar a menina, que logo se acalmou.

— Como sabe que ela tinha fome?

— É um laço... Quando se tem um filho, seu laço com ele é tão grande que não pode estimar, as duas vidas se entrelaçam de forma inquebrável como se fossem uma só, afinal... Aimi nasceu de uma parte de mim e de Seiya... É como se fossemos um só. Quando ela nasceu eu também não sabia de muitas coisas, mas basta amar alguém profundamente pra que logo você aprenda institivamente a decifrar todos os gestos e sentimentos dessa pessoa.

— Isso não faz sentido para nós.

— Quem sabe... Um dia você poderá entender.

Ignis virou-se e caminhou na direção da porta, parando rapidamente apenas quando ouviu a voz de Saori.

— Obrigada por cuidar de Aimi. Ela gosta de você. Posso ver isso nos olhos dela.

Ignis não respondeu, apenas ficou alguns segundos parada ali e se retirou, procurando esconder qualquer traço de seu momento nervoso de minutos atrás, mas ainda assim seu estado não passou completamente despercebido a Saori, que fitou a porta fechada por alguns instantes antes de olhar novamente para Aimi.

— O que você andou fazendo, querida? Tenho certeza que foi algo bom – disse acariciando o rostinho da bebê.

Seu olhar ficou preocupado, ainda pensava nas palavras de Zeus. Ofereceria de bom grado sua vida, mas jamais deixaria Aimi ali. Tinha que haver um jeito de entrega-la a Seiya!

— Eu não vou deixar nada de mal acontecer com você, meu amor. Eu prometo.


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