O amor de Atena escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 7
Capítulo 7 - Despertar




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Capítulo 7 - Despertar

Ignis montava guarda na porta do quarto como de costume. Seu irmão estava em algum lugar do Santuário. Apesar de toda a sua aparente seriedade, Ignis não podia negar a si mesma que sentia-se curiosa ao ouvir as risadas de Atena e sua filha vindas do outro lado daquela porta, ou quando escutava a doce voz da deusa conversando com o bebê ou cantando. Como alguém podia se divertir tanto e ficar tão tranquila estando presa e sabendo que talvez nunca saísse viva daquele lugar? Como podia amar tanto outro ser, ainda mais tão pequeno e que nem entendia o que estava acontecendo?

– Nosso pai não erra ao dizer que ela tem um grande poder. Alguém tão controlada só pode mesmo ser uma deusa, apesar de ter nascido humana e ter se corrompido com pecados... – disse para si mesma – Por que estou me importando com isso? Minha única função é vigiar essa porta...

Porém não conseguiu se conter. As risadas daquela criança tinham algo que a chamava. Não sabia se eram irritantes ou simplesmente um som novo, que nunca ouvira atentamente. Virou-se na direção da porta e a entreabriu silenciosamente. Mãe e filha não notaram, estavam bem longe ao fundo do quarto, sentadas no chão. Atena estava de costas para a porta e ria livremente junto com a menina.

– Aimi, você é igualzinha ao seu pai – falou com mais uma gargalhada – Pode afastar a tristeza do coração com gestos tão simples – disse quando puxou a bebê para seu colo.

A pequena fez um esforço para se pôr de pé sobre as pernas de Saori e jogou os bracinhos em volta de seu pescoço, sentindo os braços de sua mãe a apertarem confortavelmente. Aimi deitou a cabeça no ombro de Saori quando sentiu o afago suave em seus cabelos.

Através da fresta da porta Ignis alarmou-se quando aqueles olhos azuis se firmaram na sua direção e a encaram, mas sem dar nenhum sinal de sua presença para Saori. A garota a olhou por um bom tempo, e a deusa gêmea não entendia porque apesar de tudo que estavam fazendo com aquelas duas, o olhar de Aimi parecia tão gentil para ela.

– É mesmo filha de Atena... Embora tenha traços consideráveis de Pegasu, é tão doce e gentil quanto à própria Atena – sussurrou para evitar ser ouvida.

Aimi começava a dar sinais de sono e soltou Saori para sentar-se em seu colo.

– Está com sono?

Ela respondeu com um murmúrio positivo e Saori levantou, sentando-se na cama com ela e a embalando em seus braços. Beijou suavemente a testa da bebê e a balançou de leve, lhe sussurrando uma doce canção. O tempo todo a menina encarou sua mãe, até que seus olhos começaram a fechar-se e ela adormeceu. Saori encostou seu próprio rosto no dela enquanto continuava o movimento suave para a garota dormir.

– Mamãe te ama muito. Tanto que nem sei dizer. Nunca esqueça disso, meu amor.

Ignis não pode ver, pois os longos cabelos da deusa caíram sobre seu rosto, mas lágrimas deixaram seus olhos. Não se importava de sacrificar sua própria vida pela Terra. Só havia uma coisa de que sentiria falta, as pessoas, especialmente Seiya e Aimi.

– Ignis... O que está olhando?

Sentiu um calafrio ao ouvir a voz de seu irmão atrás de si, quando ele havia chegado? Fechou a porta com todo o cuidado para não fazer nenhum ruído e voltou-se para ele.

– Eu estava entediada e é bom vigiar os prisioneiros de vez em quando, por mais impossível que pareça uma fuga.

– Há algo errado com Atena e o bebê?

– Não.

– É bom saber disso. Apesar de tudo, nosso pai não deseja que passem necessidade alguma. Eu soube que aquela pequena ninfa despertou um afeto por Atena e sua filha.

– Sim, eu também percebi isso e já informei a nosso pai para que fique atento. Também alertei a garota de que Atena é nossa prisioneira.

– Tenha cuidado... Não se entretenha demais as observando, você pode acabar gostando delas também – ele emitiu uma pequena risada - Essa aura doce que Atena emana pode encantar qualquer um, até mesmo um deus. Isso não deve acontecer conosco.

– Eu sei.

Tentou focar-se novamente em seu dever, mas sentia algo estranho dentro de si, que não sabia definir. Algo que parecia revirar mil sensações misturadas dentro dela a tal ponto que sua cabeça doía com o esforço para tentar compreender. ‘O que é isso? O poder dessas duas é tão grande que só um olhar pode desestruturar os pensamentos de alguém?’

******

– Isso tudo está muito estranho – Seiya comentou – Parece que entramos nos labirintos ilusórios das doze casas.

– Eu também acho – Shiryu falou – Estamos aqui há três dias, mas parece que só andamos em círculos.

– É verdade – Shun lhes disse – Por causa disso tivemos mais tempo para descansar, mas... Isso também pode ser uma armadilha pra nos atrapalhar ou nos cansar.

– Isso pode ser uma obra das ninfas ou do próprio Zeus. Ou daqueles dois gêmeos – Shaina disse.

– Mas até que encontremos a fonte não podemos fazer muito – Marin racionou.

– Estão ouvindo mulheres cantando? – Hyoga perguntou.

– Sim, muitas delas – Ikki lhe respondeu.

O grupo apurou os ouvidos. As vozes que cantavam juntas pareciam cada vez mais perto. Muito provavelmente estavam sendo ameaçados por ninfas. Uma força enorme de várias energias juntas se aproximou e mal tiveram tempo de se defender quando raios luminosos de várias cores surgiram do nada na direção deles. Saltaram para direções diferentes, escapando com apenas alguns arranhões.

– Mas o que é isso?! – Seiya questionou quando se pôs de pé, ainda não vendo nada além de névoa.

– Seiya! Onde estão os outros?!

– Shiryu! Tem razão... Eles... Sumiram!

– Mas o que está acontecendo?!

Uma risada feminina os interrompeu. Uma voz bonita, mas sombria.

– Pegasu e Dragão. Ouvi falar muito de vocês... E de seus amigos.

– Quem é você?! – Seiya perguntou.

– Isso não é importante agora... Você veio resgatar Atena, não é? Como você sempre faz. E dessa vez também aquele bebê que dizem ser sua filha e de Atena... Saiba que dessa vez não vai conseguir avançar tão facilmente!

Outro raio veio na direção deles e novamente se esquivaram por muito pouco devido à grande velocidade do ataque. Quando se levantaram e olharam à frente, uma silhueta se destacava a alguns metros. Uma mulher de pele clara, longos e lisos cabelos negros, com olhos amendoados em um tom bem vivo de castanho, os encarava com seriedade. Seu kimono verde escuro tinha detalhes brilhantes em azul marinho e seus pés tocavam o chão descalços. Apesar de seu olhar amedrontador, ninguém seria capaz de negar que ela possuía grande beleza.

– Eu sou Arashi, uma ninfa da floresta.

– Ninfas... Finalmente vimos uma – Seiya disse – E uma ninfa japonesa...

– Me surpreende que cavaleiros que todos dizem ser tão poderosos tenham passado três dias quase inteiros perdidos aqui sem nos notar. Se não conseguem nem ao menos lidar conosco que somos simples servas do senhor Zeus, como espera libertar Atena, Pegasu?

– Nós vamos encontrar a saída desse labirinto que vocês criaram! E vamos tirar Saori e Aimi daqui!

– Saori... É assim que você chama Atena? Aimi... São belos nomes. Mas você só voltará a chamar por eles se sair daqui vivo. E mesmo que consiga não irá muito longe quando encontrar Astrapih e Ignis. Mesmo seus companheiros devem estar sendo completamente derrotados pelas outras ninfas agora – ela falou com um sorriso sinistro.

– Onde estão eles?! – Shiryu questionou.

– Isso não importa, eles vão morrer mesmo! Assim como vocês! Já chega de ser tão boazinha, eu não deveria ficar conversando com o inimigo.

Ela os atacou de novo, lançando uma enxurrada de relâmpagos para cada um. Novamente desviaram e Seiya revidou.

– Detesto atacar mulheres, mas você não me deixa escolha! Eu farei tudo para proteger Saori e Aimi! METEORO DE PEGASUUUUU!!!!!!!!

Mas foi em vão. Arashi apenas ergueu a mão e uma barreira de luz prateada surgiu a sua frente. Todo o poder de Seiya se voltou contra ele e Shiryu, os atirando longe e lhes garantindo alguns hematomas.

– É assim que quer resgatar Atena e sua filha, Pegasu? Já acabou? Parece que vocês não são mesmo tudo que falaram.

– Não... Eu não me darei por vencido...

Seiya apoiou as mãos no chão e ergueu-se devagar, tentando se acostumar à dor da queda. Shiryu fez o mesmo ao seu lado.

– Eu também. Não vou desistir agora que estamos só no começo.

Ambos se colocaram de pé novamente e assumiram posição de combate. Arashi fechou os olhos por um segundo em reflexão e riu, encarando-os novamente.

– Agora sim... Estou vendo os olhares queimando em chamas que me falaram. Seria muito chato lutar com dois adversários desmotivados. Preparem-se!


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