O amor de Atena escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 3
Capítulo 3 - Sentença




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Capítulo 3 - Sentença

Seiya ainda sentia o choque de tudo aquilo. Estava se sentindo incompetente e inútil. Acordara deitado em seu quarto com a cabeça enfaixada e doendo bastante quando tocava o local da colisão. Lágrimas silenciosas fluíam por seu rosto. De novo os deuses haviam levado Saori dele e agora tinham levado também sua filha. Sentou-se devagar e olhou para o berço vazio de Aimi e para o travesseiro de Saori, sua mão acariciou um brinquedinho de Aimi que estava ali. Era um pequeno pônei branco de pelúcia que Aimi chamava de Pegasu. Ela dormia com ele toda noite.

– Eu não pude fazer nada pra proteger Saori e Aimi... – sussurrou para si mesmo.

Sentiu a dor rasgar seu coração e olhou para a janela, lembrando-se de que ela estava destruída antes. Parecia recém consertada, uma parte reconstruída da parede estava sem pintura e uma nova janela, quase idêntica estava no lugar. Era um sinal de que Tatsumi estava ali. Era certo que ele havia providenciado o conserto. Através do vidro viu um céu cheio de estrelas e a luz da lua cheia invadindo o quarto escuro. Uma visão lindíssima, mas no presente estado de espírito de Seiya aquilo não tinha encanto algum. Ouviu a maçaneta da porta girar e olhou naquela direção. Uma fresta da luz do corredor entrou no quarto e ele viu alguém ali.

– Seiya...? – Uma doce e gentil voz feminina chamou, e Seiya a reconheceu imediatamente.

– Marin... – respondeu sem muita empolgação.

– Você está acordado... Você parece destruído – falou ao entrar e acender a luz, sendo seguida por duas outras visitantes.

– Que cara é essa Seiya?! Onde está o cavaleiro teimoso que sempre afronta os deuses pra proteger Atena?

– Shaina...

– Se você está bem, nós viemos aqui dispostas a te ajudar.

– Seiya! – A terceira mulher se adiantou para abraça-lo.

– Seika... – ele retribuiu o abraço da irmã, escondendo o rosto em seu ombro, sentindo-se um pouco aliviado – Eu não fiz nada pra protege-las. Eu fui um inútil.

– Não foi. Não foi culpa sua. Nunca foi. Saori só está viva hoje por causa de toda a coragem que vocês sempre tiveram, especialmente você, Seiya. Quando Saori me disse que precisavam esconder Aimi... Não achei que as coisas estivessem tão sérias.

– Nem eu.

– Seiya – ela afastou-se e o fez encará-la – Não viemos aqui só te dar força, viemos te ajudar a trazê-las de volta.

– Seiya... – Shaina começou – Os outros já estão acordados e bem e nos contaram sobre seus sonhos, inclusive os seus. O santuário está realmente um caos. Apareceram várias criaturas desconhecidas que dizem ser ninfas enviadas por Zeus.

– Elas dizem que vieram para tomar o santuário que agora pertence ao deus dos deuses e que ele puniria sua filha por todos os seus desacatos – Marin lhe disse – Elas são muito mais fortes do que parecem e atacaram todos que se atreveram a aparecer lá, inclusive nós.

– A aparência do santuário está alterada. Toda aquela simplicidade está se transformando em pedras douradas e uma névoa densa está por muitos lugares, até parece que se está no céu. Todos desconfiam que Atena e Aimi estão pressas em algum lugar lá dentro, mas até agora ninguém achou uma pista sequer.

– Saori nem sabe que Aimi está lá também.

– Como assim não sabe? – Seika lhe perguntou.

– Eu vi antes de desmaiar. Ela foi com eles por vontade própria, mas pediu que não levassem Aimi. Ela devia saber que não o fariam, mas ela tentou. Ela deixou Aimi com a gente. Mas depois que Astrapih a levou, Ignis ficou pra trás e levou Aimi com ela.

– Os outros não nos contaram isso... Parece que você resistiu por mais tempo, Seiya – Marin falou.

– Continua sendo o mais teimoso, até pra morrer. É por isso que você vai agora mesmo se levantar dessa cama, se livrar dessa cara patética de morto-vivo e vai com os outros até o santuário. Já não temos mais os cavaleiros de ouro, e mesmo que tivéssemos... Nós precisamos de bons reforços. E todo mundo sabe que não há ninguém mais experiente que você em encontrar a localização de Atena.

– Shaina tem razão, Seiya. E agora que ela representa algo ainda maior pra você tenho certeza que irá encontra-la – Marin lhe disse – Volte ao santuário. Eu sei que você iria mesmo que nós não viéssemos aqui. O grande cavaleiro de Pegasu não fugiria assim de uma luta.

– Elas tem razão – sua irmã enfatizou – Sempre me orgulhei de você Seiya e sei que sempre será assim. Saori e Aimi estão te esperando em algum lugar. Reacenda a chama de coragem que nós sempre vimos no seu cosmo – ele beijou a testa do irmão e levantou-se – Eu ajudarei Tatsumi a cuidar da casa na ausência de vocês – ela afagou os cabelos de Seiya e saiu, tentando dar um sorriso confiante ao irmão, mesmo que sem muito sucesso, também estava arrasada com tudo que acontecera.

– Levante-se logo daí ou eu mesma vou tirá-lo dessa cama a pontapés – Shaina falou, e também deixou o quarto, sabia que as chances de Marin animá-lo sozinha eram muito maiores.

Apesar das palavras parecerem grosseiras para quem não conhecia a guerreira, Seiya sentiu todo o carinho e preocupação da amiga nelas e quase conseguiu sorrir. Empurrou os lençóis para o lado e tocou os pés no chão, ainda cabisbaixo.

– Seiya... – Marin se aproximou e pousou as mãos em seus ombros – Eu sei que está doendo muito, mas você pode superar essa dor, como você já fez tantas vezes. E você ainda pode fazer algo a respeito. Não fique assim, está bem?

Uma pontada incômoda atingiu o coração do cavaleiro, ele sabia que Marin estava falando de Thoma. Sua morte não fora culpa de ninguém e sim uma escolha dele mesmo, para salvar Saori. A deusa era muito grata e sempre rezava por Thoma. Mas Marin nunca mais em vida poderia ver seu irmão que havia perdido momentos após reencontrar. Ela tinha razão. Havia uma chance.

– Sua esposa e filha estão te esperando. E há uma boa chance, se você não desistir.

– Tem razão... – disse, ainda de cabeça baixa – Estou sendo um covarde. Você me ensinou a nunca virar as costas pro inimigo e correr. E eu não vou desperdiçar isso!

Quando ele ergueu a cabeça pra olhá-la, ela viu aqueles olhos que sempre pareciam arder em chamas acesos de novo e suspirou de alívio e orgulhoso.

– Eu não esperaria menos do meu discípulo.

Seiya levantou-se e olhou para a caixa de sua armadura num canto do quarto.

– As armaduras sofreram algum dano?

– Apesar de vocês terem se ferido, os danos nas armaduras foram quase imperceptíveis. Ainda pode considerá-las em bom estado.

O cavaleiro abriu a caixa e a armadura brilhou, sendo atraída para seu corpo e se prendendo a ele. Tinha alguns arranhões, mas ainda em ótimo estado.

– Eu acho... Que há algo de que nós vamos precisar - ele se dirigiu ao armário onde estava a armadura de Saori.

– Espere!

– Mas... Marin, não há porque esconder isso de você.

– Eu me sinto lisonjeada pela confiança Seiya, e imagino o que há aí dentro, mas sinto o poderoso cosmo de Atena protegendo esse lugar. Quanto menos pessoas virem, melhor, sejam aliados ou inimigos. Eu estarei lá embaixo com os outros – ela se retirou do quarto, fechando a porta.

Seiya caminhou até a porta e a abriu. O cosmo dourado e quente de Saori pode ser visto e sentido ali. Seiya fechou os olhos por um momento. Aquele cosmo era tão amoroso e gentil que quase sentiu como se ela o abraçasse naquele momento. Forçou-se a sair de seu devaneio e estendeu a mão para agarrar a minúscula armadura de Atena, fechando o armário em seguida. Observou a pequena estátua, havia uma mancha de sangue ali, deixada em algum momento na última batalha que Saori enfrentara. Seiya saiu do quarto e encontrou os demais na sala de entrada da casa, todos em pé, já com suas armaduras e bandagens envolvendo alguns machucados.

– Vocês podem ficar tranquilos, eu cuidarei de tudo junto com a senhorita Seika – ouviu Tatsumi dizer.

Seiya podia ver o rosto dele, estava evidente que havia chorado. Tatsumi parecia ser durão, mas era extremamente apegado a Saori e adorava Aimi. O grupo o olhou.

– Olha só quem está vivo – Ikki brincou.

– Seiya! – Shun sentiu-se aliviado ao vê-lo, tivera medo do amigo ficar no mesmo estado de quando acharam terem sido abandonados por Saori na luta contra Abel.

– Estávamos esperando por você – Hyoga disse.

– Nós todos vamos trazer Saori e Aimi de volta, mas é por você que elas estão esperando. Então levante essa cabeça e vamos em frente – Shiryu falou.

– Sim... Nós somos cavaleiros de Atena! Vamos encontra-las e vamos protegê-las!

Seiya estendeu a armadura de Atena e no momento em que os outros quatro cavaleiros a tocaram, algo mágico aconteceu. A pequena armadura emitiu uma forte luz dourada, que parecia se estender e se derramar sobre eles. Seiya sentiu novamente o calor reconfortante daquela luz e a dor em sua cabeça desapareceu por completo. Os arranhões das armaduras sumiram e o brilho delas se intensificou, pareciam ter acabado de receber o sangue dos cavaleiros de ouro. Toda a fraqueza e tristeza que sentiam naquele momento pareceu se dissipar.

– Esse calor... – Hyoga deduziu.

– É como o sangue de Atena – Shun disse.

– Seiya, como isso é possível? – Shiryu lhe questionou.

– Não achei que a armadura de Atena tivesse essa propriedade – Ikki falou.

– Em algum momento quando estava lutando... Saori se feriu e deixou seu sangue na armadura. Olhem melhor.

Os demais seguiram o conselho e mesmo com toda aquela luz puderam ver uma mancha escura na lateral da armadura. A luz começou a reduzir e junto com ela o sangue de Saori desapareceu aos poucos.

– Saori... Essa mancha podia ter sido removida, mas ela nunca quis fazer isso. Me pergunto se ela sentiu tudo isso... E deixou seu sangue na armadura como uma esperança pra nós – Seiya dizia para si mesmo, fitando o objeto.

– O sangue de Atena nos curou... – Ikki começou – Devemos seguir em frente.

– Tem razão.

– Por Atena! – Todos disseram erguendo seus punhos.

******

Astrapih conduziu Saori pelo santuário, levando-a pelo mesmo corredor inundado por onde ela passara para chegar à sala de Artemis anos atrás, mas ao invés de encontrar o local inteiramente branco, chegaram a uma grande porta dupla dourada, cheia de ornamentos desenhados.

– Não me lembro de existir algo assim no santuário.

– Agora este é o santuário do senhor Zeus, é claro que algumas coisas mudaram.

– Por que sua irmã ficou pra trás?

– Eu não tenho que lhe dar essa resposta. E nós voltaremos a vê-la em breve.

Antes de entrarem o cavaleiro parou à frente dela e a analisou.

– Ainda consigo ver marcas de lágrimas em seu rosto. Apesar de nosso pai já saber o quão humana você se tornou ver provas disso o deixará ainda mais irritado. É melhor enxugar isso antes de entrarmos.

Ele virou-se para a porta, se preparando para entrar. Saori não se importava nem um pouco em irritar ou não um pai que tentara mata-la antes mesmo de seu nascimento. Como diziam as histórias da mitologia, Atena não nascera de mortais, fora enviada à Terra. E mesmo falhando em mata-la, Zeus conseguira matar sua mãe. Em sua reencarnação Atena renascera como Saori, mas tamanha fora sua bondade que nunca havia interferido em seu lado humano. Saori queria evitar conflitos e lutas desnecessários tanto quanto pudesse e fez o que pode para secar seu rosto.

Astrapih empurrou as grandes portas douradas para os lados e adentrou um enorme salão inteiramente dourado e iluminado, como se houvessem mil janelas ali, apesar de não haver nenhuma. Uma densa névoa branca, a mesma que invadia o santuário, tomava o lugar do teto e de lá vinha a iluminação do local. Um grande trono dourado estava visível no centro do salão, ao fundo. Um homem forte de pele morena, barba, longos cabelos brancos e impactantes olhos azuis, vestindo típicas roupas gregas brancas e douradas, estava sentado ali. À sua esquerda, encostado na lateral do trono, podia-se ver um grande escudo redondo de ouro branco, também cheio de ornamentos. Astrapih se aproximou com Saori e ficou de joelhos e uma referência.

– Meu pai, como me ordenou, eu lhe trouxe Atena.

– Muito bem – a voz imponente respondeu.

Astrapih levantou-se e se pôs atrás de Saori. Ela encarou Zeus e sentiu-se olhando para seus próprios olhos, mas nem de longe os olhos do deus dos deuses carregavam o mesmo amor e ternura que podiam ser encontrados nos olhos de Atena.

– Atena, minha filha. Você tem me decepcionado. Você afrontou muitos de nós, muitos de seus irmãos e irmãs. Com aqueles cavaleiros mortais – ele disse com um tom de desprezo na voz – Você se uniu aos humanos e está quase se tornando uma deles, se é que isso não já aconteceu! Você chora, você os protege, você se arrisca por eles! Seus olhos brilham quando você está com eles! Você que deveria ser a deusa eternamente virgem, amou um mortal e teve uma filha com ele! – Zeus falava tão alto que por pouco não gritava – Seus pecados serão punidos com a morte se você não voltar imediatamente para o lado dos deuses. Eu mal acreditei quando Apolo me disse que deu a vocês uma nova chance. Ele e sua gêmea Artemis foram muito benevolentes considerando o esforço daqueles cavaleiros humanos, por maior que tenha sido.

– Eu já disse. Meu coração está com os humanos.

– Coração... Uma coisa abstrata que sequer conseguem definir e dão tanto valor. Você tem algum tempo antes de algo definitivo acontecer. Até mesmo porque por mais que certa criança seja filha de um mortal, ainda mais daquele mortal, que se atreveu a desafiar e superar os deuses, ainda é minha neta, tem os meus olhos, assim como você, e ainda é um ser puro, o que você já não é há tempos. Aquela criança ainda pode ser salva, mas ainda precisa de você para alimentá-la. Enquanto ela tiver tal necessidade, eu a livrarei de cumprir sua sentença caso sua resposta torne a ser negativa.

– O que você quer dizer com isso?!

– Ignis – o deus chamou, apesar de não haver nenhum sinal da mulher ali.

As portas douradas novamente se abriram e murmúrios infantis assustados puderam ser ouvidos. Ignis entrou carregando Aimi e se curvou o quanto pode à frente de Zeus.

– Eu a trouxe, como o senhor pediu.

– Aimi!!

– Mamãe!!

– Como pode?! – Falou nervosa para Ignis.

– Eu estou apenas seguindo ordens e achei que soubesse com quem está lidando, Atena. Ficar tanto tempo com os humanos realmente lhe fez mal.

Aimi fez menção de chorar de novo, mas calou-se e arregalou os olhos assustada quando seu avô caminhou até Ignis e tirou a menina de suas mãos, erguendo-a para vê-la melhor. A criança encarou Zeus e a frieza daqueles olhos a amedrontaram. Ela fez uma careta e desviou o olhar.

– Pobre criança... Logo vai se acostumar a conviver conosco, não cometerá os mesmos erros que sua mãe, e quando despertar seu poder verdadeiramente aprenderá a usá-lo da maneira correta.

Saori sentiu um choque de apreensão e raiva. Ela sabia muito bem que a concepção dos deuses de “usar seu poder corretamente” era muito diferente da que ela tinha.

– Ignis, Astrapih.

Os dois imediatamente voltaram sua atenção para Zeus.

– Conduzam Atena a seus aposentos. Haverá tudo que for necessário para ela e minha neta. E você... – disse a Saori – Se ainda valoriza sua vida e o pouquíssimo que você ainda tem para se considerar uma deusa, pense muito bem no que eu disse.

Os gêmeos se curvaram e Ignis pegou Aimi de volta enquanto Astrapih segurou o braço de Saori e a levou para trás do grande trono de Zeus, onde havia outra porta menor. Os quatro entraram por ela e andaram por um longo e largo corredor dourado, até chegarem em mais uma porta solitária. Ao adentrarem o local, Saori viu o que parecia ser um grande quarto em tons de salmão e branco, com vários adornos dourados e o piso também dourado. Havia uma grande cama, um berço e também dois grandes baús, onde provavelmente haveria roupas. O quarto também possuía uma divisória, na qual se ocultava uma espécie de banheira esculpida em pedra, se destacando no piso brilhante. O teto parecia normal, nenhum sinal de nuvens. Era inteiramente branco com vários adornos antigos em bege. E apesar de não haver nenhuma janela ou lâmpada, a iluminação, que parecia vir do teto, era excelente.

– Você não poderá sair daqui, mas não será incomodada e poderá falar conosco se desejar alguma coisa – Astrapih lhe advertiu.

Aimi parecia incomodada. Saori decifrou imediatamente que além de tudo mais que ela acabara de passar, estava exausta e com fome.

– Essa menina deve estar com fome. Trate de alimentá-la bem. Ela ainda é importante para o senhor Zeus.

– Vamos nos retirar, Ignis. Por mais arrogante que tenha sido nossa irmã até hoje, não vejo porque não lhe dar privacidade para alimentar essa pobre criança. Enquanto nosso pai decidir mantê-la viva, assim deve ser. Vamos embora – Astrapih disse ao retirar-se do quarto.

– Aproveite enquanto nosso pai está sendo benevolente, Atena, e venha logo para o lado dos deuses – Ignis falou ao sair e fechar a porta.

Apesar de sempre ser tão controlada, Saori não podia negar para si mesma que estava nervosa. E ao olhar para Aimi em seu colo, pela primeira vez na vida sentiu medo. Mas ela não tinha culpa de nada disso. Saori deixou uma nervosa e agitada Aimi sentada na cama enquanto vasculhava os baús, onde encontrou roupas de bebê e roupas para si mesma. Saori se pôs em frente à banheira de pedra e apesar de não existir uma torneira ou água, ela tinha uma ideia sobre como funcionavam as coisas no mundo dos deuses. Ela desejou água e imediatamente a banheira se encheu de água morna, onde pode tomar banho e dar banho em Aimi.

Quando terminou, esvaziou a banheira da mesma forma que a enchera e quando ambas já estavam bem vestidas, sentou-se na cama com Aimi em seus braços, encarando os olhinhos azuis. Sentia-se mais calma, mas continuava com medo. Aceitava seu destino, mas temia pela filha. Ela não merecia pagar por nada daquilo.

– Eu não sei o que eu vou fazer, meu amor, mas eu vou dar um jeito de devolver você ao seu pai – sussurrou para a menina quando começava a alimentá-la.

“As chamas da coragem estão refletidas no seu coração ou é a marca vermelha de uma cicatriz?

(...)

A esperança do amanhã está brilhando nos seus olhos ou é a lembrança de memórias tristes?

(...)

Experiências dolorosas sempre terminam, enterradas embaixo das areias do tempo.”

Astrapih e Ignis escutaram Saori cantar. Era pouco o que se podia ouvir através da porta do quarto, mas a Canção de Atena era algo difícil de não ser percebido. Podia até mesmo ser sentida pelo cosmo.

– Ouvi dizer que as mães na Terra cantam doces melodias para acalmar seus filhos e fazê-los dormir – Ignis comentou.

– Essa canção tem muito poder. Mas ela nada conseguirá a cantando nessas circunstâncias. Tola... – Astrapih xingou baixinho.


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