O amor de Atena escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 15
Capítulo 15 – Lágrimas divinas


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos novamente a Claudio, que deu conta de praticamente metade do capítulo.



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Capítulo 15 – Lágrimas divinas

O cavaleiro de Pegasu olhava com fúria para o deus dos deuses, tinha o punho ainda erguido em sua direção. A armadura exibia danos consideráveis, mas a chama que ardia nos olhos de Seiya nunca parecera tão forte. Saori olhou para ele e seus olhos se encheram de esperança, mas novamente olhou para a filha que não parava de chorar, ainda nas mãos de Zeus. Os outros cavaleiros de bronze que vinham logo atrás também invadiram a sala. Suas armaduras também estavam despedaças e assim como Seiya, apesar de se manterem de pé, já acumulavam muitos ferimentos.

– Seiya...

– Saori!

Correu até ela, preocupado em vê-la tão machucada e afastou alguns fios de cabelo, tentando limpar o sangue que escorria de sua testa.

– Você está quente! – Falava preocupado quando a tomou nos braços – Droga... Perdeu muito sangue – confortou a deusa em seu abraço, embora nenhum dos dois tirasse os olhos de Aimi.

– Há uma mensagem que os cavaleiros de ouro nos deixaram quando estávamos enfrentando Artemis. Eu nunca me esqueci dela – olhou novamente com raiva para Zeus.

Os olhos azuis do grande deus que encaravam os azuis da Aimi, iguais aos seus e os de Saori, se voltaram para os castanhos do cavaleiro de bronze com frieza.

– Não erramos em deixar Atena nas mãos de vocês. Ouçam, sucessores dos cavaleiros de ouro. Todos nós vamos desaparecer da Terra algum dia, mas tem uma coisa que vocês precisam mostrar para eles antes disso. A prova de que existimos na Terra, a prova de que existiram cavaleiros corajosos que não tiveram medo dos deuses, que lutaram por seu ideal – Seiya repetiu a mensagem – Nós nunca esquecemos disso! E não vamos decepcionar os cavaleiros de ouro! Nós vamos sobreviver de novo! E vamos proteger Saori, Aimi e a Terra!

– Palavras tolas... Já ouvi o suficiente de Atena. Se pra acabar com todos os problemas que vocês tem nos causado e os que ainda serão causados se Aimi não vier para nosso lado, eu tiver que destruir você primeiro, eu vou fazer isso!

Zeus colocou Aimi no chão e ergueu sua mão contra Saori, que entrou em pânico ao ver Aimi correndo na direção dela e de Seiya.

– Não venha! Fique aí! Mamãe está bem!

Seu pedido desesperado funcionou e a menina se deteve assustada onde estava, mas Zeus não deteve mais seu cosmo depois disso e o atirou com tudo contra Saori e Seiya. O cavaleiro soltou Saori e se pôs na frente dela, recebendo boa parte do impacto, mas ainda assim Saori foi atirada para trás. Foi tudo rápido demais e Seiya teria sofrido um infarto se Shiryu, logo atrás dele, não tivesse conseguido segurar a deusa. Sem toda a proteção de sua armadura danificada, Seiya ganhou novos ferimentos e caiu de joelhos tentando se recuperar.

– Saori! Você está bem? – O cavaleiro de dragão perguntou, sentando-a no chão e se abaixando ao seu lado.

– Aimi, pare de chorar! – Zeus reclamou – Está me atrapalhando.

– C-calma, querida – Saori sussurrou para a filha que correu para ela, a balançando em seus braços, conseguindo acalmá-la um pouco.

– Seu monstro!!!! – Seiya avançou em fúria – METEORO DE PÉGASUUUU!!!!

O ataque foi lançado com toda a sua força, mas quando a luz desapareceu, percebeu que Zeus não sofrera nenhum dano sequer e enquanto estava em choque foi atirado longe no chão.

– Seiya! – Saori preocupou-se.

– Venham me atacar todos juntos se quiserem!!

– Talvez seja melhor tirarmos Saori e Aimi daqui – Hyoga disse ao se abaixar perto dos três.

– Seiya... – Shun chamou o amigo, vendo-o erguer o rosto, mas sem dizer uma palavra.

– Seiya! – Ikki o chamou – Não desista, Seiya! Todos os inimigos que enfrentamos tinham um cosmo muito maior do que o nosso e nós derrotamos todos eles! Podemos fazer de novo!

– Ninguém vai sair desta sala!

Zeus ergueu as mãos na direção das portas e elas voltaram ao lugar, se fechando firmemente.

– Eu não vou deixar você ferir a Saori, nem a Aimi! – Seiya falou se levantando devagar – Se eu precisar derrotar você, eu vou!

Shiryu levantou-se com Saori no colo e Hyoga pegou Aimi. As levaram para um canto afastado da grande sala dourada.

– Fiquem aqui e não saiam!

– Tenham cuidado! – Hyoga disse antes de se afastar com Shiryu.

A respiração de Aimi mostrava nervosismo, ela parecia se segurar para não chorar, e abraçou Saori, escondendo o rosto na curva de seu pescoço. A deusa abraçou a filha de volta.

– Calma. Eu estou aqui. Não vou deixar nada te acontecer! Eu prometo!

– Papai – ela sussurrou com uma vozinha chorosa.

– Ele vai ficar bem. Papai é muito forte, ele sempre consegue.

– Por mais que vocês queiram... Jamais poderão superar um deus!!

– Deuses como você... – Seiya falou, encarando Zeus – Que não se importam com os humanos! São completamente desnecessários!!!

A atenção de todos foi atraída pelo murmúrio de fúria de Zeus e uma luz invadiu o local. Uma colossal armadura dourada com adornos em ouro branco surgiu no corpo de Zeus, porém um detalhe estranho ficou evidente, uma parte do desenho, onde deveria ficar o coração do deus, estava em falta, e o mesmo do lado oposto, provavelmente os pedaços usados para as armaduras de Ignis e Astrapih.

– Estão vendo isso? – Hyoga falou o mais baixo que pode – Pode ser uma chance.

Zeus emitiu um grito de raiva e ergueu as duas mãos na direção de Seiya, disparando um grande raio dourado com toda a sua força. Vendo isso, em milésimos de segundo, os demais cavaleiros se mobilizaram, formando um escudo humano ao redor de Seiya, ainda caído no chão, e foram atingidos em cheio. Caíram todos ao lado do amigo, quase inconscientes e com o que restava de suas armaduras em pedaços.

– Não... Por que..? Por que fizeram isso?!

– Seiya... – Shiryu começou.

– Nunca deixaríamos ele te atingir sem que pudesse se proteger... – Shun falou.

– Você tem que lutar por Saori e Aimi, Seiya... – Hyoga lhe disse.

– Isso mesmo. Você não pode morrer ainda, Seiya...

Até mesmo Zeus ficou parado de olhos arregalados observando quando ouviram Saori emitir uma exclamação de nervosismo e perceberam que Aimi andava em volta deles, ela estava chorando de novo. Junto com os demais, Seiya comoveu-se e seus olhos se encheram de lágrimas quando viu Aimi inocentemente recolher pedaços das armaduras jogados no chão e tentar juntá-los novamente às armaduras, sem obter sucesso algum.

– Aimi... Querida, volte, saia daqui, por favor... – Seiya pedia baixinho.

A garota continuava chorando e se dirigiu a Shiryu, dando um leve puxão em seu longo cabelo. Mesmo com o choro, o cavaleiro já era hábil em entender palavras misturadas com lágrimas e pode compreender o que a bebê lhe disse.

– Ajuda papai... Ele vai morrer! Levanta!!

Ela corria de um para outro, chorando bastante ao se abaixar sobre cada um deles. Saori observava de longe. Queria fazer alguma coisa desesperadamente, mas com todo o sangue que já perdera não conseguia sequer se mexer e o som das lágrimas de Aimi a torturava interiormente. Estava morrendo de frio de novo, mas dessa vez sentia seu corpo adormecer e sabia que aquele era o pior sintoma possível de sua condição.

– Não precisa se preocupar, querida... – Seiya a chamou baixinho – Papai está bem.

A menina soltou Ikki e correu para abraçar o pai, que segurou suas mãozinhas. A pequena deitou a cabeça sobre as mãos de Seiya e lavou os pedaços restantes da armadura com suas lágrimas.

Zeus desviou os olhos da neta para Saori e tornou a agredi-la com mais palavras frívolas.

– Veja só o que sua filha se tornou, Atena! Uma fraca que se comove com a dor desses insetos! Apesar disso, eu não quero ferir a minha neta. Chame-a de volta, nem que seja com o que resta do seu cosmo, já não consegue mais nem se mexer! Irei lançar meu golpe de misericórdia a esses humanos!!

Zeus parou de falar quando uma luz tão forte quanto a luz do sol se expandiu a partir dos cinco cavaleiros caídos, novas armaduras pareciam surgir em seus corpos e as antigas e destruídas armaduras de bronze se transmutaram em kamuis. Quando o momento cessou os cincos cavaleiros sentiam-se bem novamente e olharam para si mesmos, sem encontrar um arranhão.

– Mas... Como? – Seiya tentava entender – Como as armaduras se transformaram sem o sangue de Atena?!

Ele olhou para a filha, que ainda chorava baixinho, embora agora estivesse mais calma ao ver todos bem, e deduziu algo de que até mesmo ele duvidava, mas não havia outra explicação.

– Como isso é possível?! – Zeus questionou – Esse bebê está mudando o curso natural de tudo, inclusive das coisas divinas! Primeiro faz Ignis enlouquecer e agora isso. Uma armadura só pode se tornar kamui com o sangue de um deus!

Zeus se distraiu novamente observando Saori agonizar no chão. Sua respiração estava lenta e difícil, sua pele já tão clara se mostrava pálida, e vez ou outra ela tremia.

– Aimi...

Seiya pode ouvi-la sussurrar com dificuldade, mesmo de longe, e uma dor terrível cortou seu coração ao sentir o sofrimento dela e o pânico de poder perde-la de novo. Aproveitando a distração momentânea de Zeus, segurou firme as mãos de Aimi e pôs a pequena estátua entre elas.

– Corra filha – sussurrou em seu ouvido – Entregue isso para a mamãe. Ela vai melhorar assim.

Aimi não ficou para ouvir mais, não tinha a mínima ideia do que estava segurando, nem do valor que aquela pequena estátua possuía, só queria ver sua mãe bem. Correu apressadamente por entre os cavaleiros na direção de Saori, deixando Zeus confuso, mas não menos enlouquecido. O deus ergueu uma das mãos e atirou sucessivos raios na direção da neta, perdendo de vez a razão, mas sem acertar sequer uma vez, e sentiu sua mão esquentar, como se o seu próprio poder o desafiasse.

– Astrapih e Ignis... – rosnou de raiva – Seus traidores! Se estivessem vivos, eu mesmo os mataria!

A garota finalmente atingiu o ponto da sala onde estava sua mãe. Saori estava estendida no chão e por um segundo Aimi pensou que estivesse dormindo, mas a deusa abriu os olhos e encarou a filha, se atentando ao que havia entre suas pequenas mãos.

– Papai mandou trazer.

Saori estendeu a mão e a pousou sobre as de Aimi, tirando a pequena armadura de suas mãos. Instantaneamente a estatueta começou a brilhar e Saori pode notar que aquela mancha de sangue, que deixara por pura precaução, havia sumido. Com o passar dos segundos, sentiu seus ferimentos se fecharem, sua visão ficou mais clara e sentiu-se mais forte. Aquele frio torturante tornou-se um calor agradável e acolhedor e a deusa pode finalmente se levantar envolta pela forte luz dourada. Quando o momento cessou, Saori parecia saudável novamente e a bela e imponente armadura de Atena envolvia seu corpo.


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