Winter is Coming escrita por Natalhando, Jane Tudor


Capítulo 11
How to get away with murder


Notas iniciais do capítulo

O que dizer sobre esse capítulo que eu considero pakas?



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– E então, qual é o seu plano? – perguntei para Bucky.

– Eu não tenho um plano pronto. A minha ideia era só chegar e atirar.

– Você está falando sério? – Eu o analisei, com o cenho franzido. – Sorte sua que eu vou te ajudar. Olha, você é um assassino procurado e eu sou uma fugitiva perigosa. Eles estão nos rotulando como criminosos, e não é o que somos. Ao fim de tudo isso, não vamos deixar que eles tenham razão.

– Onde você está querendo chegar?

– Não me entenda mal, eu realmente quero que eles sofram. Mas acho que a gente devia fazer isso de um modo que, no final, não nos incrimine.

– E como você sugere que façamos isso?

– Nós vamos nos vingar de três pessoas – estendi três dedos, para servir de ajuda visual. – Lorde Antares, o que estava lá quando te torturaram, Collins e Edward, dois traidores filhos da puta.

Bucky me observava atentamente. Nós estávamos sentados em um banco que havia ali. Dizem que falar mal de inimigos em comum une as pessoas, e isso realmente era verdade.

– Eu tenho certeza de que Collins é o chefe, o líder – afirmei. – Trabalhei com ele por anos, e mesmo que ela tenha mentido para mim em tantos aspectos, não creio que sua personalidade seja diferente do que conheço. Collins não entraria para a Hydra se não fosse para comandar. Então eu digo: Collins é o líder e os outros dois trabalham para ele.

– Não o conheço, mas acredito que isso seja verdade – Bucky concordou. – O modo como ele mandou que eu te prendesse naquele dia na W.H.I.S.C prova isso.

– Então eu te direi como faremos. Eu quero que eles morram, mas não vamos nos sujar com isso. Nosso primeiro alvo vai ser o Lorde Antares. Primeiro vamos estudá-lo, entendê-lo, para assim pensarmos em como executar a vingança.

– E como é possível que não nos sujemos?

– Preste bem atenção – aproximei-me um pouco de Bucky. – Como Collins é o chefe e os outros são meros peões, nós faremos com que Collins os mate. Primeiro daremos um jeito de sacanear com ele, mas fazer parecer que o responsável foi o Lorde Antares. Então o Collins o risca da lista, e o nosso próximo alvo é o Edward.

– Essa é uma boa ideia.

– É claro que é, afinal, foi minha ideia.

Bucky estalou a língua e eu dei um sorriso convencido.

Nós passamos os próximos dias correndo atrás de informações sobre o Lorde Antares. Com o pouco dinheiro que eu havia pegado na casa de Isabelle na última vez em que tivemos lá, nós compramos roupas e criamos disfarces.

Fomos a uma loja de computadores, e Bucky distraiu o vendedor enquanto eu acessava o banco de dados da W.H.I.S.C. Consegui encontrar o Lorde Antares registrado como William Vratasky, este era seu nome original, Lorde Antares era apenas um nome de vilão. Também descobri que ele passou anos de sua vida trabalhando em uma loja de medicamentos.

Pesquisei sobre esse estabelecimento na internet e não encontrei nenhuma referência, então conclui que aquilo era apenas uma fachada, provavelmente alguma das instalações da Hydra. Usando um disfarce de velhinha, eu fiquei esperando do lado de fora por algum tempo, até que vi de relance William saindo da farmácia, eu me apressei e forcei um esbarrão.

– Oh, céus, me desculpe – falei com a voz tremida. Eu havia me jogado no chão, fingindo uma queda. Lorde Antares me deu a mão, ajudando-me a levantar e pegando sua carteira e a minha bolsa no chão. Eu o observei enquanto isso. Sem a máscara e o sobretudo ele era quase irreconhecível, mas eu já que eu sabia que era o Antares, eu consegui encontrar semelhanças. – Eu sou tão desajeitada! É a idade, não é?

– Deve ser sim, minha senhora – ele respondeu um pouco impaciente. – Mas eu preciso ir agora.

– Não, meu caro. Não vá ainda! Você trabalha para a farmácia, não trabalha? Eu preciso de uma informação, por favor. Eu tenho um bichinho de estimação e ele está doente, coitado.

– Senhora, a farmácia é aqui do lado. Pergunte a um dos atendentes.

– Não vai demorar muito, meu filho. Só me ajude – coloquei a mão em seu ombro. Olhei disfarçadamente para o bolso onde ele havia enfiado sua carteira. – Você deve ter algum bichinho de estimação. Pode me ajudar.

– Não, eu não tenho.

– Mas nunca teve? – fingi surpresa. – É que preciso de ajuda com o meu cachorro.

– Tive sim. Só que era um gato, o Simon. Agora se me dá licença, eu tenho que ir.

Ele colocou as sacolas que havia pegado no chão em meus braços e passou por mim. Eu ainda olhei para trás e fiz um sinal para Bucky, que estava um pouco distante. Ele se levantou e abordou o Lorde Antares, que já estava impaciente.

– Conseguiu alguma coisa? – perguntei para Bucky assim que William o espantou, depois de alguns poucos minutos de conversa.

– Ele estava tão estressado que respondeu às perguntas da minha enquete rapidamente, para que eu fosse logo embora – Bucky fez aspas com os dedos quando mencionou a palavra enquete. Ele havia dito que era um estudante universitário e que estava realizando uma pesquisa com alguns transeuntes. – O Lorde Antares disse que o nome do seu tio por parte de mãe se chama Joshua Littlechap.

– Parece que já temos o que precisamos.

Nós sorrimos e fomos em direção ao banco mais próximo. Eu parei em frente a um dos caixas eletrônicos e Bucky ficou ao meu lado. Eu tirei da minha bolsa a carteira de Lorde Antares, que eu havia roubado usando a telecinese, e peguei um cartão de crédito.

Enfiei o cartão na abertura do caixa eletrônico e cliquei para realizar um saque. Quando a senha foi pedida, eu selecionei a opção de responder a pergunta secreta. Havia duas perguntas. A primeira pedia o nome do primeiro bichinho de estimação, cuja resposta, Antares havia dito, era Simon. A segunda perguntava o nome de solteira da mãe, e eu soltei um sorriso ao digitar Littlechap.

Sacamos uma boa quantia em dinheiro, o suficiente para pôr nosso plano em prática. Eu e Bucky fomos para um shopping na rua ao lado. Primeiro fomos ao banheiro e trocamos os disfarces. Eu agora era uma mulher loira patricinha e Bucky um moço com cabelos cacheados e que usava óculos de grau.

Nós nos separamos. Bucky foi a uma loja de malas e eu a uma agência de viagens.

– Boa tarde – cumprimentei o vendedor.

– Boa tarde.

– Eu gostaria de comprar uma passagem de avião para Londres.

– Para quando deseja, moça?

– O mais breve possível.

– Bom, temos um voo amanhã às seis horas da tarde. É de seu interesse?

– Sim, sim. Sim. Está ótimo.

O homem me guiou até o balcão, onde ele começou a digitar algo em seu computador. Eu o observei sorridente.

– Registre no nome de William Vratasky, por favor – eu disse, e ele continuou digitando no teclado, sem nem mesmo olhar para mim. – Meu chefe vai ficar de férias hoje, e ele quer viajar. Isso é ótimo, porque isso quer dizer que eu também terei férias. Bom, você sabe como é, não sabe? Você tem um patrão, e com certeza ele deve ser bem chato. Não tão chato quanto o meu, mas ainda assim...

– Só de ida, Senhora?

– Sim. Ele não sabe quando vai voltar, então por enquanto ele não vai comprar a passagem de volta. Sabe, isso deve ser bom, não deve? Viajar sem ter dia certo para voltar – comecei a tagarelar sobre qualquer coisa. Porque não tem algo que incomode mais um vendedor do que um cliente tagarelando.

Ele me interrompia sempre que eu começava a falar coisas desnecessárias. E eu consegui responder todas as perguntas sobre o Lorde Antares, baseado no que havia visto em sua ficha e no banco de dados da W.H.I.S.C.

– Por favor, entregue neste endereço hoje às oito horas, sim? – pedi, entregando um papel com um endereço anotado. Disse ao vendedor que este era o único horário em que meu chefe estaria em casa.

Depois de efetuar o pagamento, eu fui para a praça de alimentação e me sentei em um banco, esperando por Bucky. Ele não demorou muito em chegar.

– Comprou a passagem? – perguntou-me.

– Sim, e você? Comprou as malas?

– Comprei, eles vão entregar na casa do Lorde Antares hoje oito horas. Duas malas grandes com as inicias L e A gravadas.

– Excelente.

No dia anterior, eu havia mandado uma carta para Collins, em nome de Antares, convidando-o para um jantar em sua casa, e também tinha enviado uma carta para Antares, em nome de Collins, avisando sobre uma visita, às oito horas.

O resto foi só esperar.

Eu e Bucky nos sentamos em um banco em frente à casa do Lorde Antares. Estava escuro, e estávamos em uma parte sem iluminação. Eu deitei minha cabeça no ombro de Bucky, e ele acariciou meus cabelos. Estávamos imitando um casal de namorados.

Quando o relógio anunciou oito horas em ponto eu vi o carro de Collins parando na rua ao lado. Eu e Bucky nos entreolhamos rapidamente.

Lorde Antares apareceu na porta e convidou Collins para entrar. Desgraçados, pensei. Nós corremos para a lateral da casa de William, e ficamos próximos à janela, a fim de escutar tudo o que se passava.

O que faremos agora, chefe? – era a voz de Antares. – Com a agente Wayland foragida, como nós seguiremos com o plano?

Anteriormente, o plano era forjar a sua morte, Antares, e continua sendo esse – agora Collins falava. – Você foi descuidado em deixar aquelas pessoas flagrarem você matando aquele homem, e como diretor da W.H.I.S.C, eu tinha que tomar alguma providência, não podia deixar a mídia pensar que estava deixando um assassino à solta. E como a Georgiana já matou um de seus alvos durante uma missão, eu havia entregado a ela a função de te capturar. O seu único papel era fazer parecer que ela o havia matado, para que você pudesse continuar a agir, mas você falhou, seu tolo bastardo.

– Miseráveis – resmunguei.

Ainda não consigo acreditar que você foi capturado. Sorte sua que eu tenho muitos agentes infiltrados na agência, então facilitar a sua fuga foi muito simples.

Eu encarei Bucky, confusa em relação à conversa dos dois traidores.

O plano continua sendo o mesmo, William. Com a Georgiana fora da W.H.I.S.C, será ainda melhor, nos livraremos de dois problemas de uma única vez. Nós encontraremos a Srta. Wayland e a capturaremos, sob acusação de te assassinar. Você é dado como morto e pode finalmente agir nas sombras, e Georgiana fica em nosso poder para que possamos...

A campainha tocou. Um homem trazia duas caixas grandes. As malas. Lorde Antares abriu a porta e ficou discutindo com o entregador, dizendo que aquilo era um engano. Depois de alguns minutos insistindo, o pobre entregador disse que seu trabalho era apenas entregar, então Antares deveria se resolver com a companhia depois.

A porta se fechou.

Você comprou malas, William?

Não, Collins. Deve ter sido um equívoco.

Nesse momento a campainha soou novamente. Antares estava telefonando para a loja das malas, para tentar avisa-los de seu erro, então ele pediu para que Collins atendesse.

– Senhor, assine aqui, por favor – uma mulher estendeu um papel para Collins.

Ele o assinou.

– Pronto – ela entregou um envelope. – Aqui estão suas passagens só de ida para Londres. Seu voo é a amanhã às seis horas. E, ah, tenha uma ótima viagem.

Collins adotou uma expressão curiosa. Ele acenou com a cabeça para a mulher e fechou a porta. Encostados na janela, eu e Bucky pudemos ver Collins olhando para as malas, analisando o LA gravado em sua parte superior.

Quem era, senhor? – Antares apareceu.

Você acha que eu sou idiota? – ele perguntou, mas sua voz era calma.

Claro que não. Por que está dizendo isso?

Está planejando fugir, William? Pensou que eu não fosse descobrir?

Eu não sei do que está falando.

Collins tirou uma arma da calça e apontou para Antares. Este nem pôde recuar ou dizer alguma coisa antes que Collins disparasse.

Isso é para você aprender que ninguém me passa a perna, filho da mãe – ele ainda atirou mais algumas vezes no corpo caído de Lorde Antares.

Eu e Bucky corremos para a outra esquina e nos escondemos, para que Collins não percebesse que nós estávamos ouvindo. Ele saiu da casa e olhou para os dois lados antes de entrar em seu carro e ir embora. Eu virei-me para Bucky.

– Um já foi, faltam dois.


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Notas finais do capítulo

O que vocês têm a dizer? tan tan taaaan