Winter is Coming escrita por Natalhando, Jane Tudor


Capítulo 10
Insurgentes


Notas iniciais do capítulo

Hey hey hey



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A princípio eu não consegui esboçar reação nenhuma, fiquei ali parada, sentia que meu coração ia parar, minha amiga estava morta bem na minha frente. Eu me deixei cair no chão, mas Bucky foi mais rápido e me segurou, me virando contra ele, me abraçando e tentando me confortar; agarrei-me a ele com toda força que tinha, tentando abafar meus soluços.

– Por que fariam algo assim? Por quê? – dizia ainda chorando. Bucky ficou apenas em silêncio, me olhando, com uma expressão preocupada. Ele se aproximou e me abraçou, me virando de costas para Isa.

– Eu não sei.

Virei-me novamente para olhar para minha amiga. Uma parte de mim ainda não acreditava que aquilo estava acontecendo, uma parte de mim não queria acreditar. Aproximei-me do corpo de Isabelle lentamente e me abaixei, ficando de frente para ela.

– Bucky, me ajude aqui.

Eu estendi os braços, fazendo menção de que ia segurá-la. Barnes foi para o meu lado em um segundo. Nós levamos o corpo até a cama e eu fiquei ali por alguns segundos, apenas a observando. Bucky me olhava preocupado, mas nada dizia.

Saí do quarto após algum tempo, Bucky permaneceu neste um pouco mais, contudo, ele logo me seguiu.

– O que você vai fazer agora?

– Vou ligar para a polícia. Não posso deixar o corpo de Isabelle apodrecendo aqui.

Descemos pelas escadas e eu peguei o celular de Isabelle para ligar para a polícia. Fui breve e apenas informei-lhes o endereço e a situação, não queria responder perguntas.

– Venha, vamos sair daqui – disse para Bucky, com pesar.

Ele caminhou na direção da porta, mas eu, antes de acompanha-lo, fui desligar a televisão, que Isa certamente estava assistindo antes de morrer. Limpei as lágrimas que começaram a se formar em meus olhos.

Quando estava aproximando o dedo do botão para desligar a televisão, olhei para a tela e fiquei paralisada. Minha foto estava estampada no noticiário, e estavam se referindo a mim como uma foragida potencialmente perigosa.

– Você está bem? – Bucky perguntou-me, desviando minha atenção para ele.

– Como se isso fosse possível – dei um sorriso fraco.

– Quando a polícia encontrar o corpo, eles vão notificar algum parente ou conhecido. Certamente farão um funeral digno para sua amiga. Você se sentiria melhor se fosse ao velório, para se despedir?

– Eu não posso. Pode ser uma cilada. – Fiz uma breve pausa. – Além disso, eu não sei se suportaria vê-la novamente.

– Eu entendo. Mas Georgiana, não estamos seguros aqui, você agora é procurada não só pela Hydra, como também pela W.H.I.S.C. É melhor irmos embora.

– E nós temos para onde ir? A única pessoa em quem eu confiava foi morta. – Abaixei o olhar novamente, suprimindo a lembrança.

– Eu sei que sou apenas um cara que não tem a maioria das lembranças, mas eu entendo a dor que você está passando, e se me lembro bem eu disse que ia te proteger.

– Obrigada, Bucky – foi tudo que consegui dizer.

– Eu odeio ver você nesse estado.

– Você não deveria se importar comigo.

– Mas eu me importo – ele tirou uma mecha de cabelo da frente do meu rosto.

– Tudo bem.

Levantei-me do sofá, fazendo com que ele levantasse também.

– Puxa vida... – Suspirei. – Para onde nós vamos agora?

– No mesmo lugar onde eu me escondia antes daqui.

– É, pode dar certo.

Fui para o quarto de Isa. Peguei algumas de suas roupas e algum dinheiro em sua bolsa, ela não ia precisar, mas nós sim.

Saímos do apartamento, sempre atentos para ver se ninguém nos seguia. Subimos na moto e fomos até o galpão abandonado, as ruas estavam calmas e ninguém nos viu.

– Nada mais justo, eu deixei você ficar no meu apartamento e você me deixa ficar na sua... Casa? – dei um sorriso torto enquanto amarrava o cabelo.

– Pode-se dizer que sim. É bom ver que está recuperando o humor.

Eu balancei a cabeça levemente e nós fomos até a varanda da última vez.

– Bem, pelo menos a vista é ótima – Bucky disse.

– Você está sendo gentil comigo? – Arqueei a sobrancelha ao lembrar-me da última vez que estivemos aqui, e nós tivemos essa mesma conversa, só que com os papéis invertidos.

Sentei-me no chão e deixei cabeça cair para o lado, Bucky se sentou também.

– Meu chefe é da Hydra, minha melhor amiga está morta, eu não tenho onde ficar e ainda estou sendo tachada de criminosa em rede internacional. Basicamente eu perdi tudo. Não tenho mais ninguém.

– Você tem a mim.

Olhei para Bucky e dei um meio sorriso, mas algo me veio à cabeça, e meu sorriso desapareceu.

– Você não me disse por que foi à W.H.I.S.C hoje, e nem o que eram aqueles papéis na sua mão.

– Eu fui porque achei que fosse precisar de mim – ele disse se levantando, parecia incomodado.

– E os papéis? – Segui seus passos.

– Apenas alguns documentos sobre mim, talvez pudesse fazer com que me lembre de algo.

– Você está mentindo para mim.

Acelerei meus passos e o virei bruscamente para mim.

– O que eram aqueles papéis?

– Você está desconfiando de mim?

– Sim, eu estou. Se os papéis são o que você está dizendo, então me deixe vê-los.

Ele não disse nada, nem se moveu.

– Não vai me mostrar? Tudo bem.

Eu dei alguns passos e peguei a chave da moto sobre uma cadeira, depois caminhei até a entrada do galpão.

– O que está fazendo? Aonde está indo? – Bucky perguntou-me. Ele parecia nervoso e apreensivo ao mesmo tempo.

– Eu vou embora. Obrigada por me mostrar que eu não tenho mais ninguém.

Eu me virei para ir embora, mas ele segurou meu braço. Olhei para ele, que foi até uma mesa que havia ali e me trouxe uma pasta. Eu a examinei e havia várias fichas de criminosos da W.H.I.S.C e alguns da S.H.I.E.L.D, o que todos tinham em comum era o fato de trabalharem para a Hydra.

– Desculpe – Bucky disse, olhando-me.

No momento eu não entendi o que aquilo significava, o porquê de ele ter mentido. Mas tudo logo ficou bem claro pra mim.

– Você quer se vingar dessas pessoas? – Perguntei incrédula. – Você estava me usando desde o começo para conseguir esses arquivos?

– Não, é claro que não, eu...

– E-Eu realmente não quero saber. Me poupe de suas mentiras. Você podia ter confiado em mim, podia ter me contado sobre isso.

Virei-me para ir embora, mas ele me virou novamente contra ele.

– Georgiana, eu não podia te contar. Você nunca me apoiaria nisso.

– Você tem razão, eu não te apoiaria, mas pelo menos você teria sido honesto comigo, assim como eu fui com você. Está feliz agora? Eu vou embora e você continua com esse plano suicida.

– Eu sinto muito. – ele disse num sussurro.

– Eu também.

Ele ainda segurava meu braço, mas bem de leve agora, dando liberdade para que eu fosse embora e assim o fiz, deixando um Bucky estático ali.

Saí do galpão e fiquei parada por alguns instantes. Eu não tinha para onde ir ou o que fazer. Nunca imaginei que minha vida chegaria a esse ponto. Depois de pensar por um bom tempo, lembrei de uma pessoa que poderia me ajudar, a única.

Montei na moto e fui em direção ao seu apartamento, tentando ao máximo não pensar em Bucky, e falhando miseravelmente. Olhei para os lados quando cheguei para ter certeza que não tinha sido seguida, entrei rapidamente no prédio e bati algumas vezes na porta, esperando impacientemente.

– Georgiana?

Deparei-me com um Edward apenas com uma calça e sem camisa, bocejando e confuso ao me ver.

– Me desculpe por isso, mas eu não tenho para onde ir.

– Claro, pode entrar – ele fez sinal para que entrasse e fechou a porta rapidamente – Você está bem?

– Na verdade não, acho que você deve ter visto no noticiário que eu sou uma fugitiva agora e eu não tenho onde ficar. Sei que menti pra você, mas foi preciso.

– Sem problemas, você pode ficar o tempo que quiser.

Ele apontou para o sofá, pedindo-me para sentar, e assim o fiz.

– Obrigada mesmo por me deixar ficar, você é realmente uma pessoa maravilhosa.

– Eu sei que você não é o que estão dizendo que é. E além de tudo você ainda está lidando com a morte da Isa. E falando nisso, meus pêsames.

Eu o olhei no momento em que ele disse isso, confusa e curiosa.

– Como sabe da morte da Isa? – Levantei-me e afastei um pouco, olhando-o.

– Isa também era minha amiga – ele hesitou. Estava mentindo.

– Só há uma explicação para saber da morte dela, seria se você estivesse no apartamento dela. E se você estava lá, por que não ligou para a polícia? Por que não mexeu no corpo? Por que não fez nada? – Fiz uma pausa. – Quem é você ?

– Geo, sou eu, Edward. Você não confia em mim?

Ele se levantou e se aproximou de mim. Eu dei um passo para trás.

– Na verdade, não, você não questionou o porquê de eu estar aqui, e me acolheu sem muitos questionamentos. – Falei me aproximando da minha bolsa. Fiquei atenta a qualquer movimento, eu tinha uma arma ali.

– Você é esperta – ele abriu um largo sorriso. – Não é só você que tem uma identidade secreta. Eu sei desde o começo que você trabalha para a W.H.I.S.C. Sabe o que me deixa intrigado? Você ter se aliado à sua missão, Bucky Barnes.

Escutei tudo atentamente, mas sem deixar transparecer minha confusão.

– Como? – Perguntei num sussurro.

– Eu me aproximei de Isa com o intuito de chegar até você, coitadinha, não merecia morrer, foi necessário.

Aquilo me gelou dos pés a cabeça.

– Foi você que matou a Isa? – murmurei, enfiando a mão na bolsa para pegar a arma. Mas ele foi mais rápido e me prensou na parede, apertando meu pescoço fazendo com que eu sufocasse.

– Sim, eu matei a sua amiguinha e o mais triste foi que você mentiu pra ela a vida toda, pobrezinha. É devastador saber que ela morreu por sua culpa, não é? Francamente, o que você pensou? Que eu me apaixonei por você? Você foi útil, só isso.

Ele era perverso, e estava conseguindo me abalar. Eu até poderia lidar com isso em outra ocasião, mas não agora, com tudo o que estava acontecendo.

– Você é da...

– Heil Hydra – ele saudou.

Num movimento rápido eu o chutei para longe, fazendo com que ele caísse no chão, mas ele logo se recuperou e veio até mim. Ele deu um soco em minha direção, e eu me abaixei, fazendo com que ele acertasse a parede.

Eu estendi o braço em direção à minha arma e ela veio voando em minha direção. Dei uma punhalada na cabeça de Edward, fazendo-o atordoar por alguns instantes, e eu aproveitei sua distração para atirar em sua perna.

Ele caiu no chão, e eu comecei a chutá-lo, furiosa, e ele estava impossibilitado de se mover por causa da perna ferida, logo, ele não pôde revidar. Quando notei que ele estava inconsciente, eu me controlei e interrompi os chutes.

– Você vai pagar por isso, filho da puta.

Sai correndo de seu apartamento. Agora, mais do que nunca, eu queria vingança. Vingança por tudo o que me fizeram. Pela primeira vez eu entendi o que Bucky sentia.

Eu queria ter matado Edward ali, em seu apartamento, mas não podia. Eu não era uma assassina. Eles me tiraram tudo, mas não podiam tirar minha honra.

Voltei para o galpão, ao encontro de Bucky. Entrei rapidamente. Ele estava de costas e se virou imediatamente quando me ouviu chegar.

– Você voltou – ele abriu um pequeno sorriso.

– Agora eu te entendo perfeitamente – eu dizia enquanto andava em sua direção, até que parasse a sua frente. – A Hydra matou a Isa e eu quero vingança, por isso eu vou te ajudar.

– O que a fez mudar de ideia?

– Você tinha razão Bucky. Me perdoe por ter te tratado daquela maneira, por ter desconfiado de você e te julgado. Você é a única pessoa que me resta.

Ele sorriu e passou a mão em meu rosto.

– E você é a única pessoa que enxerga que eu sou mais do que o Soldado Invernal. A única que acreditou em mim. Você é a única pessoa que vê um lado bom em mim. Georgiana, você é a única pessoa que eu tenho.

Ele aproximou o rosto de mim e nossos lábios se tocaram. Em meio a todo esse caos que reinava em nossas vidas, todas essas tragédias que estavam acontecendo, nós dois juntos, isso parecia o certo. Eu me afastei e dei um pequeno sorriso.

– Agora vamos acabar com a Hydra.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam desse capítulo? Seus comentários são muito importantes para nós autoras. Então, por favor, não sejam fantasminhas :3
Ei, cadê a Aki? A gente sente sua falta, amore