Os Contos do Gelo - O Deus Esquecido escrita por Carlos Eduardo Rici


Capítulo 2
Turbulência em minha vida




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Viajar de avião é até legal.

Após a explosão do carro provocada por mim, minha mãe e eu pegamos carona com um táxi, que cobrou caro até demais. Tudo bem que nós estávamos no meio da estrada, mas fala sério, 160,00 reais é muito.

Quando chegamos no aeroporto minha mãe comprou uma passagem e me colocou no primeiro voo para Nova York, nos Estados Unidos.

– Você não vai comigo? – Perguntei friamente.

Ela tirou os cabelos castanhos do rosto, pegou minhas malas que estavam ainda molhadas.

Dessa vez não.

Nos abraçamos, foi muito bom.

Eu subi no avião, depois quem subiu foi o avião, ele mergulhou entre as nuvens brancas, mas eu só pensava naquela palavra, Marte, ela não deveria estar falando do planeta Marte.

Peguei meu livro na mochila, O Sangue do Olimpo, eu estava relendo ele a semanas tentando entender o final. O marcador estava parado na metade das folhas amareladas, Abri o livro e o tirei de lá, comecei a ler.

O avião estava começando a tremer, olhei pela janela e dessa vez não vi meu reflexo e sim uma tempestade enorme, raios amarelos desciam do céu resgando entre as nuvens, a chuva batia no casco do avião como pedras enormes. Uma voz masculina exclamou no interfone da cabine do piloto, Estamos entrando em uma turbulência, favor colocar os cintos de segurança.

Obedeci o piloto, puxei o cinto e o envolvi em minha cintura. Eu sentia que de alguma maneira que aquela tempestade era para mim, as gotas no casco diziam, Você tem que morrer.

O avião pousou em Nova York. Olhei pelo lado de fora, ele estava todo arranhado e o casco com alguns lugares perfurados.

Não sabia para onde ir.

Moça, oi. – Lembrei que não falava inglês.

– Sim? – Respondeu ela. A moça tinha cabelos negros feito carvão e era asiática, estava com uma plaquinha do lado de fora do aeroporto com o nome, Ruan Carlito.

– A você fala português. – Ufa.

– Não, eu só falo inglês, – respondeu ela me olhando estranho.

Corri, eu estava falando inglês? Como?

Tropecei em uma pedra no chão, voei com as minha malas para pelo menos um metro de distância. Um táxi parou na minha frente com a porta de trás aberta. O carro era estranhamente feio, a pintura parecia velha, o amarelo estava desbotando, parecia ser feito de fumaça. Entrei.

Não via o motorista, havia uma janela preta me separando dele, ou dela. Mas em alguns minutos o carro parou perto de um rio, de alguma maneira sabia que lugar era, o Estreito de Long Island.

Quantos que deu? – Gritei.

A janela se abaixou dois centímetros.

Já foi pago. – Disse três vozes juntas.

Saí do carro e subi a pequena montanha que cortava o rio, seja lá o que me esperava no topo, era grande.

Você chegou vivo. – A sombra era um homem com roupas de um militar.

– Quem é você? – Perguntei.

O homem tirou os óculos negros e seus olhos vermelhos brilharam como fogo.

Sou Marte, – respondeu – seu pai.


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Notas finais do capítulo

Capítulo 2, gostou? Deixe sua opinião aí, em breve teremos o capítulo 3 :)



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