Os Contos do Gelo - O Deus Esquecido escrita por Carlos Eduardo Rici


Capítulo 1
Ninguém saí de cabeça quente




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Tudo bem, vamos lá, como posso contar tudo isso?

Vamos começar do começo, meu nome é Barry, eu morava no Brasil, onde tudo começou.

Eu estava com sono. A viajem de carro para São Paulo já durava horas, a todo momento eu perguntava a minha mãe Mellie se já havíamos chegado. Minha mãe era tinha cabelos longos e castanhos, iguais ao olhos, sua pele branca refletia a luz do sol, seu rosto fino, vestido longo com estampa em flores eram os melhores e únicos. Talvez eu tenha exagerado um pouco em "melhores e únicos".

– Mãe, – Eu disse – nós já chegamos?

– Ainda não filho, – respondeu com delicadeza.

Eu estava ficando impaciente. O rosto de minha mãe parecia calmo, mas conhecia muito bem aquele sorriso sem jeito que algum problema estava por vir.

Algo bateu na traseira de nosso carro.

Logo pensei que algum motorista idiota havia ocasionado a batida, queria levantar e pedir para ele pagar o concerto, mas parei. Minha mãe agora tinha no rosto um olhar desesperado. Seu pé estava empurrando com força o acelerador, mas não nos movíamos.

Olhei pelo retrovisor do carro, primeiro vi meu reflexo, um garoto com o cabelo penteado para cima, olhos verdes em um tom escuro, e no peso ideal, usava roupas comuns, uma camisa do Aquaman, com um tridente amarelo gigante estampado no centro da camisa branca, uma jaqueta moletom azul e

O carro empinou para trás.

Minha mãe não soltava uma palavra, parei de pensar em mim e vi outra imagem, maior que um elefante, havia segurando o carro pelas mandíbulas gigantescas, um cão negro com os pelos cobertos por lascas de gelo finas.

– Mãe, o que é isso?

O tempo acabou, antes de minha mãe responder, o carro foi arremessado alguns metros a frente na estrada.

O carro branco foi parar bem no meio da estrada, que estranhamente estava vazia, olhei pelo retrovisor novamente e vi o cão gigantesco correndo para matar a nós dois. Tentei soltar o cinto que me prendia, foi fácil. O cinto de minha mãe estava preso, ela estava desmaiada.

– Quem eu sou? – Gritei para minha mãe.

Uma voz soou em meu ouvindo. Devolva-me o poder.

A voz grave me vez despertar quando o cão de gelo apareceu do lado do carro, ele lambia a janela loucamente tentando morder a nós dois.

Tudo aconteceu muito rápido, a janela se partiu, o cão me abocanhou, uma bola branca se formou em minha mão e congelou os dentes do cão antes de se fecharem em minha cintura, minha mãe despertou e eu explodi o carro. Tudo a minha volta havia congelado num raio de cem metros, a estrada, o cão, um caminhão que se aproximava, tudo menos minha mãe e eu. Das minhas mãos pingavam gotas frias, não de suor, mas sim de gelo, eu estava todo molhado pelo gelo que virara água, minha mãe se mantinha seca.

– Quem sou eu? – perguntei

– Marte não fazia isso quando o conheci.

Quem era Marte? Me perguntava sem parar, quem sou eu?

Marte não fazia isso quando o conheci... Marte.


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Notas finais do capítulo

Bem, esse foi o primeiro capítulo, espero que tenham gostado semideuses, entre outros que lerem, obrigado, até mais ;)



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