Paraíso de Verão escrita por Sorvete de Limão, Risurn


Capítulo 29
Reviravoltas.


Notas iniciais do capítulo

~Sorvete de Limão: Oiii babies
Como vocês vão? Como vai a vida? A tia, o tio, a vó, o papagaio?
Espero que vocês gostem desse capítulo amorzinho.
Boa leitura!
~Risurn: Não posso dizer muita coisa a não ser: curtam, curtam e curtam muito.



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POV Thalia

— Você passou na Columbia. Yay! — quem é a pessoa que me liga às 07: 30 da manhã? Pelo amor de Deus.

— Quem?

— Columbia, Thalia.

— Quem disse “yay”?

— Eu?

— Quem é eu?

— Jason, Thalia.

— Ah. – ficamos um tempo em silêncio. – Quem deixou você abrir a carta?

— Não fui eu, foi nosso pai.— viro os olhos.

— Claro.

— Na verdade, ele até ficou surpreso por você ter passado lá.

— É, eu também. Tchau.

— Tchau.

É. Columbia é melhor que a NYU né? É, deve ser.

Me levanto e novamente sou a primeira a acordar – já que a casa está silenciosa - mas, dessa vez, não vou cometer o erro de cozinhar. Eu realmente precisava falar com todo mundo e perguntar se concordavam em fazer o check-out no hotel.

Porém, pensando bem, nem faz sentido já que só faltam 10 dias para eu e Annie irem embora.

Suspiro. 10 dias.

Troco de roupa e saio do quarto, lavo o rosto e escovo os dentes, quando passo pelo quarto de Nico percebo que há barulho de televisão.

Entro ou não entro? Entro ou não entro? Entro.

Não entro.

Eu nem sei se tenho intimidade pra esse tipo de coisa, afinal, nós somos o quê?

Ah lá vou eu com esse papo de novo.

Mais que amigos. Mais que amigos te dá intimidade de entrar no quarto do seu mais que amigo.

Então entra no quarto!

Entrei no quarto.

Nico está de calça moletom, deitado na cama, os braços atrás da cabeça assistindo TV.

Ah nossa, por que será que os meninos sempre dormem de calça moletom e sem blusa? Nossa gente, vamos mudar isso né?

Você não quer que mude, a gente sabe.

Thalia tarada resolveu aparecer, ela está já há um tempo na minha cabeça, ela sempre é mais rápida do que eu.

Nico abre um sorriso quando me vê. Viro os olhos, deixo a porta encostada e me deito ao seu lado na cama.

Ui, ui.

Ui, ui nada.

Seus braços me rodeiam e eu faço o mesmo. Meu braço na sua barriga e os dele na minha cintura.

Ui, ui.

— Então, o que te traz aqui?

— Você. – coro, quando percebo o que acabei de dizer, e escondo meu rosto em seu pescoço.

Ai nossa. Eu realmente preciso pensar mais antes de falar.

Ele ri, ele ri porque não é com ele.

E, para minha alegria, ele não fala nada, por um tempo.

— Fico feliz de saber isso.

POV Annie

— Columbia? Isso é... Uau Thalia.

— Eu sei. Eu nem esperava.

Olhei para ela um pouco enquanto fazíamos o almoço. Thalia não demonstrava que estava muito animada, mas eu sabia que estava. E que também tinha medo e ansiedade.

— Você vai se dar muito bem.

— Claro que vou. E você? Eles te responderam?

— Não sei nada sobre Columbia ainda. Na verdade, não sei nada sobre lugar nenhum.

Thalia assentiu devagar enquanto picava as salsichas.

— Olha, eu acho que você vai ser ótima em qualquer lugar que você for.

Sorri agradecida.

— Espero que sim.

Diminui o fogo do macarrão enquanto terminava o molho.

— Ei Annie, eu estive pensando. Acho que nós deveríamos fazer o chec...

— Bom dia para as meninas mais lindas!

Dei um pulo e deixei a colher cair no chão.

— Meu Deus Percy, que susto. Não pode fazer as coisas assim.

Ele riu me dando um beijo.

— Desculpe. Nós vamos comprar uns refrigerantes. Quer alguma coisa?

Vi de canto de olho Nico roubar uma salsicha de Thalia e levar um tapa, para dar um beijo nela logo em seguida.

— Vou querer suco. Pode comprar? Daqueles naturais?

Ele assentiu. Thalia não queria nada, ia ficar com o refri mesmo. Quando ela tiver trinta e cinco e tanta celulite que vai parecer uma fatia de queijo, eu vou ser a que vai rir por último.

Coloquei a mesa e esperamos os meninos para almoçar.

Era uma coisa estranha. Nos últimos dez dias ficamos mais naquela casa do que no nosso hotel. E juramos que não faríamos isso nunca mais. Qual será o castigo de se quebrar um juramento?

Havia um clima de paz naquele lugar que eu nem acreditava, o tempo ia passando e nada parecia tão certo quanto aquilo. Thalia e Nico saíam para os encontros cada vez mais bizarro deles. Claro que eles também fazem outras coisas, mas isso merece destaque. Acho que eles não sabem muito bem como ser românticos. As vezes parece que eles querem seguir a minha linha de romantismo com o Percy e isso sai meio estranho, como aquele incidente onde Nico organizou um jantar tão romântico que quase fez a Thalia se jogar de um penhasco. Por outro lado, eu e Percy íamos a sorveterias, livrarias – inacreditável, eu sei –, ele me levou até quando um café abriu aqui. Eu nem acreditava. As tardes nas praias eram com certeza as melhores.

— Ei Nico – tentei sugerir em uma tarde – Porque você não leva Thalia a algum lugar que vocês realmente gostem?

— Como assim?

Ele já estava no terceiro pote de pipoca e eu realmente não queria levantar para fazer um quarto. Thalia havia subido à algum tempo, ela deve ter esquecido que era a vez dela de lavar a louça. E eu acho que Percy morreu no banho.

— Eu não sei. Um dia desses eu passei por um barzinho com um estilo rock. Vocês podiam ir lá, curtir uma música que vocês gostam, beber. Você sabe. Um encontro. Até porque nós vamos embora depois de amanhã.

Nico interrompeu a mão que levava mais pipoca a boca e encarou a TV.

— Depois de amanha? Como... Como passou tão rápido?

— Eu não sei. Só... Aproveite, sim?

Ele assentiu.

Meu celular bipou e ele voltou a comer pipoca, como se fosse a melhor comida do mundo e vi que havia recebido um e-mail do meu pai.

Querida Annie,
Me perdoe. Juro que eu não quis abrir.
Bom, talvez eu quisesse sim e estou mentindo. O que interessa é: você passou!
Senhoras e senhores, vamos aplaudir de pé a nova caloura de Princeton, Annabeth Chase. (Sons de aplausos e gritos, use sua imaginação filha).
Estou tão orgulhoso de você! Finalmente chegou o grande dia!
Espero você em casa.
Com amor, seu pai.
P.S.: Aquele tal de Percy é realmente bonito, não é? Com aqueles olhos, até eu ia querer minha filha. Divirta-se. (Mas não muito)

Larguei o celular e encarei a parede, surpresa.

— Eu... passei.

Nico me encarou de lado.

— Passou no que?

— Em... Em Princeton. Eu entrei. Eu passei.

— Jura? Parabéns. Columbia. Agora Princeton. Percy não vai ficar feliz, Duke é meio longe.

Minha empolgação pela surpresa caiu um pouco.

— É. Tem razão.

— O que está acontecendo? Parece que você viu um fantasma Annie, tá tudo bem?

— Thalia! – levantei num pulo. – Eu passei! Princeton!

— O que? – ela gritou correndo até mim – Princeton? Não acredito! Parabéns! Eu não... Meu Deus! Princeton! Annie, eu sei como você queria isso.

Sorri feliz. Não ia ficar tão feliz quando contasse para Percy, mas tudo bem.

Subi para o quarto onde eu estava para responder meu pai e me acalmar um pouco, quando desci quis saber onde Percy estava.

— Ele saiu. Foi fazer umas compras.

Rolei os olhos.

— Como o cabeça de algas vai fazer isso se deixou o dinheiro comigo?

— Ah. – Nico coçou um pouco a cabeça. – Eu acho que ele ia passar na lanchonete da Mina primeiro. Se você for lá, talvez encontre ele.

Assenti, peguei o carro e fui. O caminho não era longo e em menos de dez minutos eu já havia chego.

Quando desci do carro, comecei a procura-lo. A lanchonete estava cheia. O pessoal provavelmente queria aproveitar os últimos dias da temporada antes de voltarem para casa. Acho que vou convidar o pessoal para nós virmos comer um lanche aqui mais tarde, já tem um tempo que não aparecemos.

Cheguei até o balcão e perguntei à um dos amigos dele, e eles disseram que ele estava lá fora, tinha acabado de sair.

Quando cheguei lá, encontrei Percy facilmente. Mesmo de costas, não havia como não reconhecer o cabelo que parecia nunca ver um pente. Ele ficava gesticulando e coçando a cabeça conforme eu me aproximava e foi aí que eu notei a garota - muito bonita por sinal - que parecia levemente alterada. Quando cheguei a dois passos deles, ela o pegou pelo colarinho e o beijou. Percy. O Percy. Beijava outra garota.

Respirei fundo tentando não me alterar. Dei os passos que me restavam e esbarrei no casal maravilha.

— Ei garota, não viu a gente não? – Ela gritou quando eu os afastei. O beijo deles deve ter durado uns três segundos. Sim. Eu contei. Queria poder dizer que ela tinha um voz enjoada, mas não tinha.

— Me desculpe, o chifre na minha cabeça está tão grande que eu não consigo mais enxergar o caminho.

— Annabeth, espera eu...

— Não. Não diga que pode explicar, nem encoste em mim. Ainda bem que Princeton é bem longe de Duke. Não quero te ver de novo nunca mais.

POV Thalia

Annabeth chegou em casa transtornada, subiu as escadas rapidamente e ouvimos um estrondo de porta batendo. Eu e Nico estávamos no quarto pote de pipoca assistindo filmes.

— Ela está bem? – disse Nico.

— Não, mas do jeito que ela passou por aqui, eu vou esperar mais um pouco antes de ir atrás dela.

— É uma boa ideia. – continuamos comendo pipoca e segundos depois, Percy entrou na casa.

— Cadê a Annie? – ele pergunta, e, convenhamos, ele está horrível. Eu nem tive tempo de analisar Annabeth e assim tentar descobrir o que houve com ela e onde ela tinha ido parar, porque ela passou muito rápido, mas agora com Percy aqui do lado eu já tenho uma ideia.

A) Annabeth foi até a Lanchonete da Mina, viu Percy fazer alguma burrada, voltou pra casa chorando e brava e Percy veio atrás dela tentar consertar.

Ou

B) Percy viu Annabeth ter uma crise bipolar e veio atrás dela, ela dificultou – como sempre ela faz quando fica brava com Percy e tem crises bipolares – e Percy aparece suado, ofegante e vermelho aqui em casa.

É.

— Lá em cima. – eu falo e ele sobe as escadas rapidamente. Ouvimos um “Eu não quero falar com você!” e depois um “Vai embora!” e depois outro estrondo de porta batendo.

— Você acha que eu vou lá agora? – pergunto para Nico.

— Não. Espera mais um pouco. – voltamos a assistir o filme e depois de um tempo, eu subo as escadas. Do quarto de Percy vem um barulho de música alta, mas não tão alta a ponto de ouvirmos lá embaixo. Vou até a porta de Annabeth e fico parada lá um tempo – tentando ouvir alguma coisa – e bato na porta.

— Quem é?

— Thalia. – ela abre a porta, seus olhos estão vermelhos e seu rosto levemente inchado.

— O que foi dessa vez? – eu entro no quarto e logo depois tranco a porta. Tem uma mala em cima da cama, as gavetas da cômoda estão abertas e tem roupas espalhadas pra tudo que é canto. Sim, trouxemos a maioria das nossas roupas para cá e fazer check-out ninguém quer né?

— Percy. Aquele idiota, imbecil, estúpido. – ela se senta na cama. – Estava beijando outra garota, uma menina que nem enjoada é! Não tem voz chata e nem parece ser desprezível e nem chata! O que torna tudo pior ainda! Ela não é o tipo de pessoa que você odeia! Ela parece ser legal, como eu odeio alguém legal?

— Você tem certeza de que tudo não passou de um mal entendido? Quer dizer, o Percy te adora e ele veio igual a um louco atrás de você. Sério, eu não consigo imaginar Percy te traindo. – ela levanta a cabeça. – Você tentou conversar com ele?

— Não. – ela resmunga.

— Então, agora você vai. – pego ela pelos braços e a levanto da cama. – Vamos, eu te levo até lá.

— Eu bato e você fala.

—Ok. – eu abro a porta. – Não. Você fala e eu bato. – ela revira os olhos.

Atravessamos o corredor e paramos em frente a porta. Eu bato uma, duas, três vezes e nada de Percy. Annabeth começa a bater e chutar na porta.

— Tudo bem, você bate e fala. – Percy abre levemente nervoso, mas quando vê Annabeth ele suaviza a expressão. Annabeth respira fundo e eu empurro ela pra dentro do quarto. Ela não parecia feliz com a ideia, na verdade, a julgar pela quantidade de vezes que ela me fuzilou, tenho quase certeza que ela preferia estar em uma caixa com aranhas. Quase. – Hora de conversar. – fecho a porta. Me viro e dou de cara com Nico.

— E aí? – revir os olhos.

— Você podia para com isso de ficar aparecendo do nada.

— Ah qual é, você nem se assusta mais.

— Eu me acostumei. – vou para meu quarto e ele me segue.

— A Annabeth me disse que vocês vão embora depois de amanhã.

— Sério? – ele concorda com a cabeça. – Nossa, passou tão rápido.

— Então, eu estava pensando em ir a...

—Não! Nada de encontros, você sabe que não leva jeito pra isso.

— Dessa vez, vai dar certo. Tem um barzinho estilo rock que eu acho que deve ser legal.

— Hum. – ele sorri e eu sorrio de volta. Ai Deus, eu realmente preciso parar com isso.

Minha filha você quer é pular nele.

Isso nunca foi segredo.

Pular em cima dele é diferente de sorrir toda vez que ele sorri.

Isso é coisa de gente que está apaixonada e eu não estou apaixonada, certo? Nessa altura do campeonato, eu não deveria estar apaixonada. Para falar a verdade, eu nem deveria estar.

Não era para ser assim, isso não foi do jeito que eu planejei.

— Tudo bem. Hoje às 19:00?


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Notas finais do capítulo

~Sorvete: Eu particularmente achei meloso, saudades tretas, mas eu ameeeei esse capítulo, espero que vocês apareçam e deixem suas opiniões!
Beijo, beijo,
Sorvete de Limão.
~Risurn: Se eu disser que amei vou ser linchada? Porque foi exatamente isso! Apareçam, só temos mais um capítulo antes do fim!
P.S.: Rolou capítulo exclusivo no grupo do whats s2



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