POV. Austin

Acabei puxando a garota com força de mais fazendo a mesma colar seu corpo ao meu e nosso rosto em uma distância perigosa. Meu olhar pousou na sua boca perfeitamente desenhada e com um batom vermelho que a deixava ainda mais perfeita, se é que isso era possível.

Rapidamente a afastei um pouco de mim se não perderia a pouca sanidade que ainda tinha. Imagina, eu beijando a Ally. NÃO NÉ!

– Escuta aqui garoto, eu não preciso das suas desculpas e nem da sua pena se é que me entende. E se me dá licença, eu tenho coisa melhor pra fazer do que ficar perdendo meu tempo com pessoas como você Austin. – Disse ela se soltando.

– MEU DEUS! Será que da pra me escutar pelo menos dessa vez? Não da pra fazer um esforço e me ouvir por dois minutos? – Agora ela iria me ouvir.

– Você tem UM minuto Moon. – Desde quando ela tinha ficado tão desafiadora?

– Okay esquentadinha. Primeiramente, se você me conhecesse bem saberia que eu não faço nada forçado. E se eu estou aqui pedindo desculpas é por vontade própria, aquela discussão ficou martelando na minha mente a noite toda e não me pergunte por que, nem eu sei. Eu me arrependi ta legal? Não sabe o quanto foi difícil admitir isso, então pelo menos faça um esforço e pense nas minhas desculpas. – As palavras saíram tão rápido da minha boca que nem eu sabia bem o que eu tinha dito, mas deve ter feito efeito porque a garota a minha frente estava paralisada, mas não tirava a expressão de raiva do rosto.

– Você age que nem babaca comigo e ainda pede pra eu fazer um esforço e te entender? Austin realmente se você achar alguém nesse mundo que te entenda por favor me apresente a essa pessoa porque ela deve ter algum poder extraordinário. Eu não sei o que falar pra você agora porque você chegou ontem e já estamos os dois aqui discutindo. Então prove que está diferente. – Ela disse, se virou e saiu. Deixando-me plantado ali abismado. Essa não era a mesma Ally de ontem, eu preciso descobrir o que se passa na cabeça dessa morena. E como ela disse, eu vou provar que estou diferente, ou não, MEU DEUS o que ela faz comigo? Eu só sei que eu quero a atenção dela, e por isso comecei aquela briga ontem. Não foi um ato muito legal, mas parece que tem algo pregado em mim que sempre me faz querer arrumar alguma intriga com ela.

POV. Ally

Riker ficou comigo até eu pegar no sono, o que não adiantou muito pois meia hora depois já estava acordada novamente.

Eu não sou mais uma criança de 13 anos, tenho que aprender a tratar as pessoas como elas me tratam, o Moon não vai sair ileso dessa. Ele pensa que é quem? No mesmo dia em que essa criatura volta já quer arranjar briga. E aquela frase na foto? Não significou nada?

E todo aquele papo de: “Ally podíamos ser amigos e bla bla bla”
BABACA
Estou começando a pensar, na verdade tenho quase certeza, que esse loiro aguado não mudou nada mesmo, continua sendo aquela criança idiota, babaca, imbecil e se eu continuar chingando ele mentalmente vou ficar até amanhã enumerando seus diversos defeitos.

Mas como o próprio disse, eu fico me doendo pelos cantos, MAS isso não vai mais ser assim. Se esse otário pensa que chegou aqui e encontrou aquela Ally de anos atrás está totalmente enganado.

Vamos ver como será amanhã com o Moon, quer dizer hoje, já são uma da manhã, melhor ir dormir.

Acordo com um susto causado pelo meu despertardor, tomo um banho, me arrumo e desço para tomar café.

– Ei baixinha, que cara de quem morreu e esqueceu de deitar é essa? – Perguntou Ell, esse garoto nunca deixa nada passar despercebido, nem a minha cara de sono.

– Vai a merda Ell, antes estar com cara de sono do que cara de apaixonado. Rydel merece meus parabéns por te deixar tão bobo assim. Ah! Bom dia mãe – Disse andando até a torradeira preparar o meu café já que Ell provavelmente deve ter devorado todas enquanto eu ainda me arrumava.

– Bom dia filha, quem te trouxe em casa ontem? – Minha mãe perguntou enquanto colocava seu prato na bia ao meu lado.

– Eu vim com o Riker, aí ficamos conversando e depois ele foi embora. – Acho que ela não sabia do ocorrido na casa dos Moon ontem, e nem precisa saber.

– Vamos vocês dois, se não vão se atrasar. Ellington, não esqueça, leve o carro para oficina hoje á tarde. – Minha mãe disse se levantando, colocando o prato na pia e me dando um beijo na testa.

– Espera vou só comer uma torrada. – Disse quase colocando uma torrada inteira na boca.

– Não senhorita, se quiser comer vai ter que ir comendo no caminho. Já perdeu a primeira aula ontem e eu também me atrasei. Então vamos agora. – Ell já estava indo em direção ao carro. Ótimo, não se pode nem mais tomar café em paz.

POV. RYDEL

Ontem o dia foi longo, Austin e Ally e suas brigas que me impressionam não sair ninguém ferido fisicamente.

Já não posso dizer o mesmo emocionalmente, tanto Austin quanto Ally ficaram meio estranhos depois dessa briga. Isso é estranho, porque quando éramos crianças eles nem ligavam um para o outro, brigavam e logo depois estavam rindo, lógico que não era um com o outro. Eles nunca se deram muito bem, disso todo mundo sabe.

Mas Austin parecia tão diferente nas nossas conversas, ainda não entendi por que ele fez aquilo, tentei conversar com ele, mas parece que Riker foi o único que conseguiu alguma coisa.

Estávamos na aula de Estudos Sociais, eu e Ally, mas como o professor tinha faltado por algum motivo que ninguém liga, estávamos de horário vago então ficamos conversando na sala.

– Sério que você está aceitando ir lá em casa hoje a tarde de boa? Pensei que depois de ontem você não quisesse nem respirar o mesmo ar que o Austin, muito menos passar à tarde na casa dele. – Chamei a Ally para minha casa hoje, como sempre, chamei a galera toda também, esse povo praticamente mora lá em casa. Ela aceitou de boa, o que me assustou pelo fato da briga dela com o Austin ontem.

– Olha, estou pouco me lixando para o Austin, você é minha amiga, eu sempre vou na sua casa à tarde e isso não vai mudar só porque aquela coisa voltou. Foi mal falar assim do seu próprio irmão, mas você conhece a nossa relação melhor do que ninguém né. – Ela estava certa, e pelo o que eu sei ele pediu desculpas pra ela hoje no início da aula e o clima foi tenso.

O resto da manhã seguiu normalmente, fora o fato que durante toda a aula de química eu e Ell estávamos conversando por mensagem.

Depois eu, Ally, Dez e Trish fomos para minha casa como todos os dias.

– Hoje pelo menos não encontramos o Riker todo molhado aqui fora. – Dez disse entre risos.

– Exatamente- Ally mexia atentamente no celular.

O resto da tarde seguiu normal, Austin não estava em casa, provavelmente estaria fazendo os testes para o time de basquete. Foi só falar na criatura que ela aparece.

– E aí pessoas- Austin entra na sala e se joga no sofá. – Estão falando com o novo capitão do time de basquete - Convencido.

– Parabéns irmão mais convencido do mundo. Ah cara eu estou entediada, alguém pelo amor de Deus tenha uma ideia do que podemos fazer.

–Ahhhh já sei!! Quem topa um verdade ou desafio? – Rocky se levantou todo animado.

–Sério? Verdade ou desafio? Ta brincando né? – Disse Ally, ela nunca gostou muito desse jogo porque uma vez a desafiaram á beijar o Greg Connor e ela não teve coragem.

–Não, vamos lá gente! Oh povo morto, vamos animar isso aqui. – Disse Rocky praticamente obrigando Ally levantar do sofá.

Depois que todos concordamos em jogar, nos sentamos em um círculo no chão e começamos o jogo. Pude observar o olhar de Austin sobre Ally. Na minha opinião tem alguma coisa mau resolvida na cabeça de Austin.