POV. Austin

Ela me olhava como se estivesse pedindo algo, era tão bom enxergar seus olhos novamente fitando os meus, meu sorriso de abriu, meu olhar já estava realizado ao vê-la, mas ela fez um único pedido, o qual eu também desejava e não podia recusar.

– Austin - Ela disse com voz embargada e eu me emocionava a cada palavra, por depois de quase 1 semana poder ouvir sua voz novamente.

– Sim? - Pus a mão em seu rosto, para conforta-lá.

– Me beija - Foi o pedido o qual eu desejava, mesmo ficando surpreso resolvi concedê-lo

Me aproximei de seu rosto, olhei para seus lábios ainda imóveis e depois me perdi em seus grandes olhos castanhos me fitando, dei um leve beijo em seus lábios, mas a mesma me puxou pela nuca me fazendo aprofundá-lo, era um beijo suave, sem qualquer tipo de selvageria, era delicado e carinhoso, lento, e desejável, ela pôs uma das mãos em meu rosto e pudi sentir que elas voltaram a ficar quentes como antes.

– Ei - Disse segurando seu pulso - Não se esforce, só relaxe - Com isso colei nossos lábios novamente de leve.

Meu corpo sentia uma felicidade imensa, um sorriso enorme se formava em meu rosto, era como se eu estivesse sonhando, o sonho mais real que eu já tive, mas eu estava ali, beijando minha pequena denovo e dessa vez a pedido seu. Separei nossos lábios levemente e voltei a encara-lá com uma enorme felicidade em meu rosto.

– D-Desculpe, eu não... não era pra isso acontecer. - Ela falou com a voz ainda frágil abaixando sua cabeça.

– Eu precisava disso, eu não aguentava mais ficar sem seus beijos, sem te ver sorrir, eu não sai desse hospital nem por um minuto Ally, prometi que não iria até você acordar, e funcionou - Ela me olhava curiosa, mas ao mesmo tempo demonstrou sinal de dor.

– O que foi? - Perguntei.

– Minha perna, está doendo muito.

– Eu vou chamar um médico, não se mexa - Sai as pressas, cheguei a massaneta mas a voz de Ally me parou.

– Austin... esqueça o que houve aqui, só esqueça o que eu disse - Olhei confuso e me aproximei da pequena novamente.

– Mas Ally, eu-eu te amo - A mesma parecia sem saber o que dizer.

– Chame o médico, por favor - Assenti, passei a mão em seu rosto e sai do quarto procurando o Dr. Ed.

POV. Ally

Acordei do meu possível longo sono, eu sabia que estava em um hospital e provavelmente depois de tudo fiquei lá por um bom tempo. Eu estava confusa, quando acordei vi o loiro em minha frente com o olhar mais feliz do mundo, mas... por que ele? O que ele queria? Por que disse que estava apaixonado por mim? Não faz nenhum sentido.

Depois de analisar sua face, eu pedi para que o mesmo me beija-se, não o por que mas... eu precisava daquilo, necessitava de seus lábios.

Nos separamos e minha perna esquerda começou a doer muito pela pancada, não conseguia ver seu estado, ela estava enjessada, reclamei para Austin e o mesmo foi correndo procurar o doutor.

Depois de uns 3 minutos, é Austin foi extremamente rápido, o doutor entra na sala com a mesma expressão do loiro ao seu lado.

– Allyson! Finalmente acordou, como se sente? - Ele disse chegando perto e analisando meu rosto.

– Estou bem mas minha perna dói - Tentei me levantar mas Austin novamente me impediu.

– Sim, você sofreu um grande ematoma nela, por isso quando sair terá que ficar alguns dias com a perna engessada, mas fora isso, deu tudo certo. - Me alíviei com a notícia - Austin pode avisar a família e me deixar sozinho com Ally, precisamos fazer alguns exames para ver se está tudo ok! - Austin assentiu e me deu um beijo na testa e disse um pequeno '' Estou tão feliz Allyzinha '' e saiu.

– Ally - O homem que observava a cena interrompeu meus pensamentos e me passou um olhar simpático. - Sei que não deve saber o que houve nesses últimos dias.

– Realmente não sei de nada, mas... você sabe?

– Deve saber apenas que Austin gastou todas as suas energias para estar aqui dia e noite, sem sair por nenhum momento.

– O que está querendo dizer? - Olhei confusa para o doutor.

– Que eu pude observar o quanto ele a ama, todos se preocuparam, choraram e se desesperaram quando souberam, mas o que mais me chamou atenção foi a determinação de Austin, vi o quanto ele estava cansado e desgastado de ficar aqui todos os dias, qualquer sinal de movimento que você fazia ele prestava a devida atenção, ele vinha no quarto se desculpar várias vezes com você, por um fato que aconteceu no passado eu acho, você deve saber, passava todos os dias pelo seu quarto o via deitado na poltrona e as vezes cantando para você, com o proposito de te despertar, pelo que eu soube de sua mãe Penny ele faltou a semana toda na escola para ficar aqui com você, eu acho que isso é a ação de uma pessoa que morreria por você Allyson, e não estou exagerando.

Fiquei chocada com o que ele acaba de me dizer, quase sem palavras, nunca ninguém fez tanto por mim, nem mesmo Riker, minha vontade era de abraçar Austin e agradeçer por tudo, mas ao mesmo tempo eu achava a coisa mais estranha do mundo, nem sei ao menos se o odeio, se o amo, se gosto dele, se... eu não sei.

– Posso ver Austin? - Perguntei.

– Claro, vou chama-lo - O doutor se retirou e logo veio Austin entrando pela porta.

Ele parecia cansado, mas ao mesmo tempo alíviado e feliz, seus cabelos estavam bagunçados do jeito que eu gosto, sua blusa xadrez estava surrada e entreaberta, seus jeans era azul claro e seu tênis parecia ter sido mergulhado em uma poça de lama, acho que ele não é lavado faz um bom tempo.

– Oi - Ele disse.

– Oi... você pode... - Acho que ele entendeu meu gesto, ele me levantou pondo as mãos em minha cintura e me abraçou fortemente.

– Pq ficou aqui tanto tempo? - Susurrei em seu ouvido.

– Ah essa é fácil, eu cuido do que eu amo. - Ele se separou olhando para meus olhos e voltou a me abraçar, me dando mais conforto.

Derrepente uma loira com cara de desesperada entra no quarto:

– Ei casal desculpa acabar com o momento aí mas eu também preciso de um abraço - Austin e eu nos separamos e Rydel veio e me deu um daqueles abraços sufocantes.

– E nunca mais faça isso com a gente de novo, ouviu mocinha? - Diz ela se soltando me arrancando um leves risos.

Logo todos entram na sala, Ellington, Riker, Rocky, Trish e Dez, todos vem pra cima de mim formando um tipo de abraço em grupo, nesse momento estou quase me sentindo amada, até demais, Uau!

Depois de longos abraços e as palavras fofas de Dez, sim o ruivo chegou com uma folha cheia de coisas escritas, parecia até uma redação, ele disse que havia preparado ela a semana toda e leu ela toda pra mim, apesar de faltar alguns parafusos em sua cabeça, eu até me emocionei com suas palavras.

Riker parecia abalado, ele conversou comigo por um momento no quarto e disse que sabia que ficou sem chão, que eu realmente era uma das pessoas mais importantes da sua vida, e que nunca mais me deixaria fazer uma coisa dessas. Rimos, choramos, e falamos sobre o que havia acontecido quando eu estava em meu sono profundo, e disse o mesmo sobre Austin, o que ele tinha feito, e como ele tinha mudado de uma hora pra outra, e que minha recaida tinha o afetado mais do que a todos. Não aguentava mais isso, era espantoso, saber que o garoto que eu mais odiava no mundo agora é a pessoa que mais se importa comigo.

– Riker? - Nesse momento estavamos no quarto almoçando juntos.

– Oi? - Ele largou seu prato na mesa do lado da cama e me olhou curioso.

– Onde minha mãe está?

– Ela teve que sair hoje de manhã, mas já avisamos ela, meus pais também já estão a caminho.

– Hmm - Ri fraco e voltei a comer minhas panquecas. Elas me lembravam Austin, sei que seu prato favorito era esse, e foi o que me fez ficar curiosa para saber onde o loiro estava - Quando eu vou poder ir pra casa?

– Não sei, vou perguntar ao doutor, você fica aqui? Ou quer que eu chame alguém?

– Eu fico, pode ir - Ele assentiu e saiu levando o almoço na mão.

Na hora que ele ia sair, uma enfermeira entrou no quarto, e o prato de Riker foi derrubado na mesma, ri da cena, Riker ficou desesperado em limpar o jaleco da enfermeira, mas a mulher se irritou e saiu batendo o pé, ri da cara de Riker e o mesmo me fuzilou com os olhos e saiu.

Fiquei ali sentada observando tudo que estava ao meu redor, Riker não havia voltado faz um bom tempo, aquela gazela me deixou sozinha? Não acredito! Claro que eu disse que ficaria aqui mas... eu sou bipolar, idaí?

Logo minha mãe entra desesperada no quarto me abraçando, levei um baita susto, mas logo me confortei em seus braços.

POV. Austin

Riker me disse que Ally poderia sair do hospital daqui a 2 dias, tempo suficiente para nós prepararmos uma festa surpresa, deixei meus pensamentos sobre a festa de lado e fui falar com meus pais e dizer que Ally estava bem e blá blá blá.

Fui até o quarto de Ally, fazia 5 horas que não via ela, todo mundo começou a entrar no quarto e eu fui deixado para trás, tentei entrar na hora do almoço mas Rydel bateu a bolsa na minha cabeça, e pior que ela tem uma puta força, sorte minha que não ficou um galo enorme na minha testa, e entrou no quarto, essa garota é louca ou o que?

Abri a massaneta e vi a morena sentada na cama, ela parecia intediada, dei mais um passo mas acabei atropeçando em alguma porcaria no chão e cai de cara.

– Meu deus ! Austin, você ta bem? - Ela dizia quase gargalhando.

– Mais que droga - Eu reclamava e ela ria ainda mais da minha desgraça, mostrei a língua pra ela e ela riu ainda mais.

– Que infantilidade da sua parte - Mostrou a língua pra mim e sorriu.

– Ei não me zoe, posso ser bem vingativo quando quero - Disse me levantando.

– Arram, faça alguma coisa comigo e quem vai ficar em coma vai ser você - Ally ameaçou e voltou a gargalhar.

Observava a mesma rindo, seu sorriso, sua graça, suas risadas, tão... perfeitas, tão fofas, me faziam entrar em tranze facilmente, como seu cabelo balançada, suas mechas caiam sobre seus ombros de modo delicado. Ela era linda!

Sentei ao seu lado e ela começou a me passar olhares.

– Gosto de como estamos... só, não estou entendo algumas coisas. - Ela disse olhando para baixo.

– Que coisas? - Perguntei.

– Os seus sentimentos - Respondeu.

– Foi o que eu te disse, eu não sei como aconteceu mas... é isso, eu me apaixonei, me apaixonei por uma garota linda, morena, e que consegue me encantar em apenas 1 segundo. - Ela sorriu.

– E tudo muito estranho, uma hora você diz que me odeia, e outra hora você está apaixonado? As coisas não são assim

– Acontece que..., eu não sou uma pessoa normal, e muito menos uma pessoa que perde tempo, e que tem certeza do que quer. - Me aproximei e selei nossos lábios em um selinho demorado.

Nos afastamos, segurei sua mão e deitei ao seu lado e a mesma se aconchegou em meu peito.

Começei a murmurar em seu ouvido:

'' And I

Will stumble and fall

I'm still learning to love ''

'' E eu

Tropeçarei e cairei

E continuo aprendendo a amar ''