Stay escrita por With


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Bom dia!
Então, este é o último capítulo da história, porém ainda postarei um epílogo, que encerrará.
Espero que gostem.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/557467/chapter/8

STAY

Capítulo 7

Quando Gregory House fechou a porta do quarto de Evan, encontrou Bárbara no corredor a sua espera. Ainda tinham o que conversar e talvez não houvesse hora melhor do que aquela. Caminhou até ela, os olhos divagando entre a imagem feminina e o chão. Ele jamais negaria o quanto sentia algo mudar dentro dele cada vez que tinha os olhos castanhos voltados para si, procurando os seus em um nostálgico reconhecimento. E ao mesmo tempo em que era assustador reconhecer que gostava de Bárbara, também o assustava.

Gregory amara uma vez há muitos anos e desistira da pessoa quando finalmente ela o havia aceitado, por algum razão ele de repente não enxergava futuro, pois algo lhe alertava que não seriam felizes, que não poderia destruir a vida de Stacy. Por outro lado, a cicatriz que ela deixara ainda não havia se fechado, mas com certeza não doía tanto como antes.

Finalmente olhou para Bárbara, percebendo o quanto ela mudara, tornando-se ainda mais bonita. Os trinta anos lhe rejuvenesceram misteriosamente, era como se ele visse a Bárbara de cinco anos atrás. E também reconheceu o mesmo impacto de quando ela lhe sorriu, tão cheia de vida e com um ar leve que o fazia duvidar de seus sentidos.

— Como foi? — Ela quebrou o silêncio, os braços cruzados em um rotineiro hábito.

— Não precisa perguntar, eu sei que escutou tudo atrás da porta. — Com o comentário ela riu, batendo de leve no ombro dele.

— Estava nervosa, não tive culpa! — E o sorriso aberto logo se fechou. Bárbara escondeu o cabelo atrás das orelhas, o rosto ligeiramente avermelhado. Jamais negaria que amava Gregory House, disso ela sempre tivera certeza, porém se tornava complicado controlar seus sentimentos tendo-o tão perto. Não queria que ele se fosse, por isso ela ajeitou a postura e procurou os bolsos da calça, enfiando as mãos. — Aceita um café?

— Eu sei que pode me oferecer coisa melhor. — O médico rebateu, deixando-a sem graça. — Mas por enquanto está bom.

Ambos desceram para o primeiro andar, adentrando a cozinha. House acomodou-se à mesa enquanto Bárbara colocava a água para ferver. Por minutos, após o café estar pronto, nenhum dos dois quis iniciar uma conversa. Não havia novidades a contar, só a velha e desgastante explicação de atitudes. E Bárbara não sabia como começava. Queria muito esclarecer a House porque preferiu se afastar quando soube da gravidez, entretanto talvez não fizesse sentido agora. Seria justo romper o clima agradável desenterrando o passado?

Logo, como se o destino quisesse mantê-los juntos, uma fina chuva começou a cair. House olhou os respingos manchando o vidro e sorriu imperceptível. Se ele acreditasse em um ser maior, poderia dizer que Ele o estava ajudando. Acasos não aconteciam, coincidências sim. E ele não se incomodava nem um pouco com isso.

— Há cinco anos, eu nunca pensei que estaríamos assim. Você e eu bebendo café e observando a chuva. — Bárbara iniciou, nervosa. Ela não conseguia dizer tudo o que queria sem um pouco de filosofia. — Em um bar talvez, mas na minha casa? Eu acho que o fim dos tempos está se aproximando. Mas eu quero que saiba que a sua presença me faz bem, apesar de você ser todo esquisito e ter esse senso de humor horrível, eu gosto de ouvi-lo falar. De ver que está aqui. E sim, eu queria que você me dissesse o mesmo e ficasse. Eu te amo, Greg. Acho que sempre amei.

— Por que foi embora? — Não necessariamente House precisava de uma resposta, contudo ele se sentiria melhor se entendesse. Nesse momento, ele girava a xícara na mesa, prestando atenção nos movimentos do café.

— Eu... Eu não queria estragar as coisas entre nós. Você era meu chefe, foi apenas um caso de uma noite. — Bárbara deu de ombros, sua reação contradizendo os batimentos acelerados de seu coração. — Estava bêbada e sabia muito bem que isso não teria importância para você. E de repente me dei conta que eu sempre te quis por perto.

— Poderia ter dito e talvez não tivéssemos passado por tudo isso. — As palavras saíam facilmente, carregadas de um teor genuíno.

— Mas já está feito. Não estou te pedindo nada, só queria que soubesse que eu sinto muito. Por tudo, de verdade.

E House não disse nada após, apenas se levantou e colocou a xícara vazia na pia. Bárbara permaneceu de costas, temendo olhá-lo e perceber que o tempo deles — se é que ele existira — passara e recuperá-lo já não era mais possível. Um trovão retumbou na noite, porém nenhum dos dois se assustou. Refletindo em seus pensamentos, House era aquele que mais alimentava dúvidas. Sim, gostara de saber que Bárbara o amava. Sim, gostaria de dizer que poderiam se dar uma oportunidade. Então por que as palavras não saíam? Por que era complicado se expressar como ela fizera? Nunca foi bom em lidar com esse tipo de situação, reconhecia. Contudo, ele sabia que precisava dar uma resposta a ela.

— Acho que a chuva não vai passar agora, quer que eu arrume o quarto de hóspedes?

Pelo tom trêmulo que ela usou, House percebeu que Bárbara estava alcançando o seu limite. O objetivo de ter aceitado fazer companhia a ela foi para ouvi-la falar, apreciar as inúmeras desculpas que ela daria, mas nada saiu como planejado. A casa, a presença dela e de Evan já fazia parte de sua rotina, e por mais que quisesse ficar e aceitar aquela nova etapa de sua vida, as correntes do medo e insegurança o prendiam.

— Eu quero que venha até aqui. — Ele disse, sua voz atingindo um tom indecifrável.

Conspirando contra eles, um relâmpago explodiu no céu e casa foi tomada por uma escuridão silenciosa. O som da chuva se chocava contra o som da respiração alterada de Bárbara, que aos poucos afastava a cadeira e deixava-se guiar por House. Encontrou o corpo alto, uma das mãos dele se apoiou em sua cintura enquanto a outra se responsabilizou em erguer o rosto dela. Não era necessária luz, pois os lábios sabiam se encontrar.

— Isso é um sim? — Bárbara interrogou após o breve beijo, temerosa que House matasse a pequena chama de esperança dentro dela.

Mesmo na escuridão, House conseguia ter fleches do rosto dela. Os olhos ansiosos conectados com os seus. E notou mais uma vez como ela era bonita.

— Se você quiser que seja.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por ler, espero que tenha gostado.
Qualquer dúvida, crítica construtiva, sugestões... Tudo será bem vindo.
Beijos!