Stay escrita por With


Capítulo 9
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Cá estou eu com o final de "Stay", foi muito bom compartilhá-la. Quero deixar um agradecimento especial a Leh, por ter acompanhado e me incentivado com seu carinho e comentário. Muito obrigada!
Boa leitura!



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Stay

Epílogo

— Onde coloco isso? — House questionou Bárbara, que segurava um caixa tão grande quanto a sua.

— Podemos pensar nisso depois. — Ela exclamou cansada. A casa estava revirada, pilhas de caixas trazendo os pertences de House se espalhavam pelos cômodos e ela não conseguia ter noção de quando terminariam de ajeitá-las. — Como foi que acumulou tanta tralha?

— Não jogue a culpa em mim, a culpa é toda sua por ter insistido nisso. — O médico limpou o suor da testa e sentou-se no sofá, observando que Bárbara ficava na ponta dos pés para alcançar o alto da estante. E ele não pôde evitar um riso.

Após dois anos, ele ainda se perguntava onde estava com a cabeça ao oficializar a relação. Bárbara e ele não tinham muitas coisas em comum, mas se completavam e supriam as necessidades de ambos, o que seria um ponto positivo se ela lhe desse algum descanso. Entretanto, com o passar dos dias, ele conseguiu se adaptar a nova personalidade dela.

— Por que está sentado? — Evan pulou nas costas do pai, nos lábios um sorriso divertido. — A mamãe vai ficar uma fera vendo você aí.

— Ela não vai ver se você não contar. — House virou o rosto para o menino. — Pode manter segredo?

— Não sei... — Evan disse pensativo, logo estendendo a mão para o médico a espera de algo.

E House já sabia do que se tratava. Revirando os olhos, ele sacou do bolso da calça um pirulito e entregou-o ao menino. A mania de Evan ter aquele doce quando lhe pedia alguma coisa não havia sumido, apenas se intensificara. E precisava urgentemente parar aquela chantagem do filho antes que se tornasse um problema.

— Tomara que estrague seus dentes.

— Você já me jogou essa praga e nada aconteceu. — Evan falou embolado, preocupado demais em consumir o doce. — Então agora seremos uma família?

Bárbara ouvia a conversa dos dois como um som baixo, mas ela não deixou passar aquela pergunta. Refreou os movimentos, atenta a resposta que House daria, porém os segundos seguintes foram silenciosos. Não deveria esperar nada de imediato do médico, entretanto seria vão declarar que não havia um pouco de frustração dentro de si. Apenas estavam juntos há dois anos, e mesmo sabendo de todas as coisas que poderiam passar, ela não podia simplesmente deixar de ter aqueles sentimentos. Conhecia House, sempre o conhecera, contudo poderia dizer também que existia uma parte dele que lhe era um mistério.

— Não soa estranho para você tudo isso? — House jogou a interrogação, apesar de não saber o que esperar. — Bárbara, você e eu morando juntos?

— Por quê? — Evan deu de ombros. — Você é meu pai, o que está errado?

Quando terminaram de desempacotar as caixas já passavam das onze horas da noite e Evan já subira para o quarto, deixando os pais sozinhos. Ele já tivera seu tempo, e era evidente que Bárbara e House gostariam de ficar a sós. Abrindo uma garrafa de vinho, Bárbara serviu duas taças e entregou uma a House, sentando-se à mesa em seguida.

O líquido arroxeado espelhava sua imagem enquanto ela pensava se tinham tomado a decisão certa, pois nada lhe tirava da cabeça a idéia de ter forçado House a fazer parte de uma vida que não era dele, que não o interessava. Havia sido muito importante que ele tivesse aceitado Evan, contudo, algo lhe alertava que não passariam daquilo.

Enquanto se submetia aos pensamentos, não percebia os olhos do médico voltados para ela. Ele não precisa ter poderes especiais, pois era muito fácil saber o que se passava na cabeça dela. Entretanto, ele não a julgava. Se ele havia concordado em participar daquela família foi por pura vontade e não por pressão. Claro que estava complicado conciliar casa/trabalho/família, mas se esforçava e acreditava que havia feito um grande progresso. Todavia, era como se apenas ele visse isso.

— O que foi? — Ele questionou, resgatando a atenção dela.

— Nada... É que... Eu ainda não consigo acreditar que tudo isso está acontecendo. — Bárbara confessou tímida, sorvendo um pouco do vinho. — Estamos juntos há dois anos e você já veio acampar na minha casa.

— Se quiser eu posso voltar... — O médico sugeriu, escondendo um tom de brincadeira.

— Não disse isso! — Ela riu. — Você entende o que estou dizendo. E eu estou realmente feliz, amo você, mas... Queria saber como se sente com toda essa situação, porque eu não paro de pensar que persuadi você para estar aqui.

— É, e isso não foi jogo limpo!

— E?

— E é bom que se acostume comigo.

— Certo... — Ela escondeu uma mecha de cabelo atrás da orelha. Ainda tinha outro assunto a tratar com House, e não conseguia encontrar um momento apropriado. — Eu...

— Já estou sabendo. — Ele confessou, bebendo o vinho. A cara de surpresa dela não lhe comoveu.

— Como? — Bárbara ouviu por alguns segundos sua própria voz.

— Eu sou médico, eu percebi.

Bárbara não sabia o que dizer, apenas bebeu o restante do vinho em apenas um gole. A mão trêmula evidenciando seu nervosismo. Ele sempre seria o único homem a desvendar seus segredos.

— Evan vai ficar chato quando souber que daremos um irmão ou irmã para ele. Acredite, vai ser insuportável.

— Então...?

— Então que dessa vez não vai ter como você sair correndo. Porque eu vou ficar. Vamos ficar.


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Notas finais do capítulo

Então, foi isso. Espero que tenham curtido, qualquer dúvida, crítica construtiva, sugestões... Tudo será sempre bem vindo.
Até a próxima.
Beijos,
With.