After the Dark Days - The first Hunger Games. escrita por FanFicHunger
Notas iniciais do capítulo
Olá meu lindos leitores!
Segue outro cap para vocês. Sim, isso mesmo! Dois caps um atrás do outro, e pretendo postar mais esta madrugada. Só peço a vocês para lerem as notas finais do cap.
Muito obrigada =D
Subo pelo elevador de volta ao nosso andar pensando na reação dos idealizadores com a minha apresentação. Alguns levantaram e se aproximaram da bancada para melhor me observar, outros ficaram apenas sentados com o desinteresse estampado em seus rostos. Mostrei a eles o que sei fazer - arremessar lanças, arco e flecha e montar algumas arapucas mortais, para animais e humanos - porém, mantive o balanço seguindo o conselho que Gendry nos deu.
– Não chamem muito a atenção. - Ele disse. - Uma nota alta pode te transformar em um alvo ambulante na arena.
Saio do elevador e entro no apartamento. Como era de se esperar, apenas Draven estava na sala de estar, na mesma posição que sempre o encontro, os braços estendidos no sofá e o pé descalço apoiado na mesa de centro. Assim que bato a porta ele olha diretamente pra mim.
– Você não faz nada da vida? - Sou obrigado a perguntar.
– Se eu não fizesse nada, você estaria aparecendo em público pelado. - Apesar da situação em que nos encontremos, Draven parece não ter perdido o senso de humor. Sou obrigado a rir da piada. - Como foi?
– O que? Ah! - Demoro um pouco para me dar conta do que ele está falando. Me dirijo para a cozinha e pego um copo e a jarra de suco na geladeira. - Foi bem, eu acho.
– Não chamou muita a atenção? - Ele diz se levantando e vindo até mim. Noto que ele está mancando da perna machucada, e sua postura está meio encurvada. Talvez alguns dos cortes ainda o incomodem.
– Acredito que não. - Digo derramando o suco no copo.
– Eu pessoalmente acho que você não conseguiria não chamara a atenção. - Ele diz me olhando de cima a baixo se escorando na bancada. Vejo um resquício de dor em sua feição ao fazer isso. Já estou acostumado com as piadas de Draven, então, apenas o ignoro.
– Bom, pelo menos tudo parece estar normal. - Tomo um gole do suco. - Você acha que Leslie pode ter mentido sobre Snow saber do plano? - Ele suspira.
– Não sei, Chester. Não quero assustar você, mas acho que estão esperando alguma coisa para botarem as cartas na mesa. E quando isso acontecer... - Ele faz a volta na bancada para se aproximar de mim. - Precisamos estar preparados. Não quero que você se machuque. - Ele diz me olhando nos olhos, e pela primeira vez, vi sinceridade no olhar de Draven. Ele realmente se preocupa comigo, porém suas palavras me fazem pensar. Já fazem umas 12 horas que Leslie desapareceu, o pessoal da capital já deve ter sentido falta dela, porque ainda não vieram nos investigar?
– Não precisa se preocupar comigo. - Me afasto um pouco dele, sua proximidade é um pouco constrangedora. - Só quero que se preocupe um pouco com você também, caso alguma coisa der errado. - Ele se aproxima ainda mais de mim me encurralando contra a geladeira.
– E você, Chester? Se preocupa comigo? - Hesito um pouco antes de responder.
– Eu não estaria falando isso se não me preocupasse. - Ele olha pra mim encantado, seu olhos verdes parecem brilhar. Ele sorri e diz:
– Preciso te dizer uma coisa. Eu não sei como você reagiria se eu dissesse que estou... - A porta bate antes de Draven terminar. Me sinto mal por me sentir aliviado. Tenho certeza de que Draven diria que está apaixonado por mim ou algo do tipo, o que me deixaria completamente sem palavras. Gosto muito de Draven, mas não jogo no mesmo time que ele, porém tenho medo de magoá-lo, seja qual for o motivo. Phillippa entra no apartamento seguida de Lucy. Draven se volta para mim novamente. Ele coça a cabeça e me curvando o canto dos lábios em desapontamento.
– Acho que vamos ter que terminar depois. - Concordo com a cabeça, então Draven se afasta.
_|/_
O resto do dia passou tranquilamente, porém fiquei o dia todo plantando os olhos na porta de entrada, esperando que vários pacificadores invadam o apartamento e metralhem a gente, mas isso não acontece.
No final do dia, sentamos todos na sala de estar para sabermos as notas que foram nos dadas durante a nossa apresentação. Gendry explicou que as notas se baseiam no nosso treinamento inteiro, desde o dia em que chegamos no centro de treinamento. Também disse que as notas são dadas de 1 à 12. Lucy senta ao meu lado e se escora no meu peito. Gendry está ao meu lado seguido de Phillippa. Draven está sentado no chão a minha frente, com as costas escoradas no sofá. Então a programação tem início. Um por um, seguindo as ordens dos distritos, os tributos vão aparecendo na tela com a pontuação conquistada ao lado. Os carreiristas, incluindo Nautylus tiraram ótimas notas. Apenas a garota do dois tirou um 8, o que me faz pensar que ela tentou atirar com o arco, e já vi como a garota é patética com a arma. Seymor tirou um 9 e Thamy um 8. Nafftaly tirou 9 e Peter 10. Fiquei muito surpreso pela nota do garoto. Garanto que montou uma armadilha mortal a ponto de impressionar os idealizadores. O distrito 8 teve notas baixas, porém seguro a respiração quando minha imagem aparece na tela com o número 12 ao lado. Gendry levanta de um salto com os olhos arregalados. Então a imagem de Lucy aparece, também com um 12 ao lado. Gendry se volta para nós atônito.
– O que vocês fizeram?! - Me apresso à responder.
– Eu não fiz nada de mais! Apenas atirei com o arco e arremessei umas lanças. Algumas nem mesmo acertaram o alvo. - Me viro para Lucy. Também começo a ficar nervoso. - Lucy, o que você fez. Lucy! - Tenho que gritar para acordar ela do torpor.
– Eu... - Ela gagueja. - Eu apenas bati meu record no computador. Nada de mais.
– Isso não poderia ter dado um 12 a eles, Gendry. - Quem disse foi Phillippa. - Alguma coisa está errada.
– Mas que droga! - Gendry grita em pleno pulmões. Ele atira o controle remoto na televisão. O objeto acerta a tela abrindo uma rachadura enorme no vidro, distorcendo o rosto da garota do distrito 11 que aparecia na tela, então desaba no sofá novamente e enterra a cabeça nas mãos. - Eles já estão agindo.
– Eu não entendo. - Começa Lucy. - Isso não é bom? Iremos conseguir patrocinadores, não é mesmo?
– Patrocinadores e um banco de loucos psicopatas invejosos querendo a pele de vocês na arena. - Draven diz olhando para a rachadura na tela. Lucy se encolhe contra mim antes de perguntar.
– Porque estão fazendo isso com a gente?
– Porque vocês me ajudaram. - Diz Gendry ainda com o rosto enterrado nas mãos. - Isso é tudo culpa minha. Eu não devia ter metido vocês dois nessa. Me perdoem.- A voz de Gendry está tão deprimida que sinto necessidade de lhe dizer algo consolador, algo que faça ele acreditar que não é sua culpa. Não posso deixar ele assim por uma segunda vez.
– Gendry. - Começo. - Eu estou disposto a passar pelo que vier pela nossa missão. Mesmo agora, sabendo que o plano falhou, acho que valeu a tentativa. - Ele levanta o rosto das mãos e me olha confuso. Seus olhos então inchados e vermelhos. Coloco uma mão sobre o seu ombro. - Você não tem culpa de nada. Quero apenas que saiba que o que me deixa realmente feliz, é saber que vocês todos lutaram contra isso tudo. Eu não perdoo você, e sim agradeço. - Gendry, com os olhos ainda arregalados, se aproxima de mim e me envolve em um abraço. Sinto seu coração acelerado contra o meu, então ele sussurra em meu olvido:
– Muito obrigado, Chester.
_|/_
Demorei para pegar no sono. Fiquei deitado fitando a escuridão do teto enquanto não parava de pensar na minha nota. Doze. Isso não aconteceu naturalmente. Sei que não fiz nada de mais. Snow jogou a primeira carta na mesa, transformando então, eu e Lucy em alvos ambulantes na arena. Com esse desagradável pensamento, pego no sono.
_|/_
Hoje é um grande dia. Será a nossa entrevista pessoas com um apresentador de TV. Não posso deixar de pensar em como tudo isso é doentio. Eles nos conhecem, gostam de nós, se apegam a nós, e depois assistem a nossa morte ao vivo e a cores. O pensamento me dá calafrios. Draven me trouxe uma camisa social branca que se moldou ao meu corpo. A camisa era tão justa que me faltava ar. Logo depois, deslizou um sobretudo negro pelos meus braços, então mandou eu colocar uma calça jeans, também negra, tão justa quanto a camisa. Ele arrepiou meus cabelos loiros como trigo da mesma forma que arrumou para o desfile, então novamente, deixei que ele passasse um delineador sobre meus olhos. Ele manda eu ficar de pé e toma distância para avaliar o serviço.
– Como sempre, você tá lindo. - Sinto meu rosto corar.
– Obrigado. - Respondo.
Saímos para o corredor encontrando Lucy. Ela está linda em um vestido rosa pink que desce até os seus joelhos. O cabelo está solto na frente, mas a parte de trás está em uma trança que foi jogada para o lado, e corre pelo ombro abaixo.
– Pronta? - Pergunto esticando a mão para que ela pegue.
– Não. E você?
– Claro que não. - Respiro fundo e olho para Lucy. Ela me lança um sorriso. Depois da morte de Leslie, é a primeira vez que a vejo sorrir.
– Então vamos indo. - Diz Draven. E com isso, nos dirigimos para a saída.
_|/_
Quando o apresentador anuncia meu nome, respiro fundo e lanço um olhar para Gendry escorado na parede ao meu lado. Ele faz um gesto de cabeça para me encorajar, então me dirijo para o palco. Lucy está vindo na direção oposta, lanço um sorriso pra ela e ergo o polegar em aprovação, sua entrevista foi o máximo. Ela conseguiu encantar a maioria do povo horrendo da capital. Subo os degraus com as pernas trêmulas, mas faço um esforço a mais para controlá-las. Quase caio de costas com a aparência do apresentador. O rosto está deformado e com uma coloração alaranjada pelos anos de cirurgias plásticas e bronzeamentos artificiais. Os cabelos são roxos como uvas maduras em um pomar. Ele estende a mão ossuda.
– Chester! O grande Chester Shephard! É um prazer conhecê-lo pessoalmente. Sou Grusy Cale. - Aperto a mão dele com um sorriso no rosto. O home parece simpático, porém algo em sua feição está fazendo minha cabeça mandar sinais de alerta para todos os lados.
– O prazer é todo meu. - Digo, solto sua mão e me sento na poltrona de veludo a sua frente.
– Sabe, Chester. - Ele começa. - A primeira vez que eu te vi, quase não acreditei na sua beleza. Não é mesmo pessoal? - A plateia aplaude e grita. Escuto alguns assovios. Vejo Draven sentado em um dos assentos da primeira fileira, com um sorriso zombeteiro nos lábios.
– Eu não sei o que dizer. - Digo rindo. Devo estar parecendo um completo idiota. - Muito obrigado.
– E ainda é modesto. - A platéia grita ainda mais. Apenas baixo a cabeça envergonhado.
– Então, Chester. Como é vir para cá com sua irmã? Conte-nos o que passava por essa cabecinha quando se voluntariou para os jogos.
– A única coisa que me passou pela cabeça foi que eu não suportaria viver sem Lucy, e antes mesmo de me dar conta, estava seguindo ela para o palco.
– Acho que todos ficamos com um nó na garganta quando vocês se abraçaram no palco. - Vi algumas pessoas da plateia balançando a cabeça em concordância.
– Mas sabe de uma coisa, Grusy? - Digo me inclinando na poltrona. - Ter algo para proteger vai me tornar ainda mais forte. Vou fazer qualquer coisa para que Lucy volte pra casa com vida. - O apresentador me joga um olhar, que por um momento, juro ter visto desprezo estampado. Então ele sorri novamente.
– Eu sei que vai. E como vocês estão sendo tratados? - A mudança súbita de assunto me deixou nervoso. - O mentor de vocês está se saindo bem?
– Sim, ele é ótimo. - Respondo com a voz trêmula. Começo a ficar nervoso e temo o pior, foi quando escutei do apresentador justamente o que eu estava temendo:
– Como é mesmo o nome dele? Karthus Bane? Ou devo dizer, Gendry Martinelly? O desertor?
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Queridos leitores, preciso ter uma palavrinha com vocês, e peço de coração que me respondam.
Quando decidi criar o Draven, quis botar à tona um assusto polêmico que está em alta nesses tempos, sim, a homossexualidade. Muitos podem não gostar, outros podem achar muito legal o envolvimento de Draven com Chester, já alguns podem tomar uma frente ao lado do preconceito. Então com isso, levanto uma questão: O QUE ACHAM DO DRAVEN?