After the Dark Days - The first Hunger Games. escrita por FanFicHunger


Capítulo 24
The Entire Plan Goes to Hell


Notas iniciais do capítulo

Olá meu lindos leitores!
Segue outro cap para vocês. Sim, isso mesmo! Dois caps um atrás do outro, e pretendo postar mais esta madrugada. Só peço a vocês para lerem as notas finais do cap.
Muito obrigada =D



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Subo pelo elevador de volta ao nosso andar pensando na reação dos idealizadores com a minha apresentação. Alguns levantaram e se aproximaram da bancada para melhor me observar, outros ficaram apenas sentados com o desinteresse estampado em seus rostos. Mostrei a eles o que sei fazer - arremessar lanças, arco e flecha e montar algumas arapucas mortais, para animais e humanos - porém, mantive o balanço seguindo o conselho que Gendry nos deu.

– Não chamem muito a atenção. - Ele disse. - Uma nota alta pode te transformar em um alvo ambulante na arena.

Saio do elevador e entro no apartamento. Como era de se esperar, apenas Draven estava na sala de estar, na mesma posição que sempre o encontro, os braços estendidos no sofá e o pé descalço apoiado na mesa de centro. Assim que bato a porta ele olha diretamente pra mim.

– Você não faz nada da vida? - Sou obrigado a perguntar.

– Se eu não fizesse nada, você estaria aparecendo em público pelado. - Apesar da situação em que nos encontremos, Draven parece não ter perdido o senso de humor. Sou obrigado a rir da piada. - Como foi?

– O que? Ah! - Demoro um pouco para me dar conta do que ele está falando. Me dirijo para a cozinha e pego um copo e a jarra de suco na geladeira. - Foi bem, eu acho.

– Não chamou muita a atenção? - Ele diz se levantando e vindo até mim. Noto que ele está mancando da perna machucada, e sua postura está meio encurvada. Talvez alguns dos cortes ainda o incomodem.

– Acredito que não. - Digo derramando o suco no copo.

– Eu pessoalmente acho que você não conseguiria não chamara a atenção. - Ele diz me olhando de cima a baixo se escorando na bancada. Vejo um resquício de dor em sua feição ao fazer isso. Já estou acostumado com as piadas de Draven, então, apenas o ignoro.

– Bom, pelo menos tudo parece estar normal. - Tomo um gole do suco. - Você acha que Leslie pode ter mentido sobre Snow saber do plano? - Ele suspira.

– Não sei, Chester. Não quero assustar você, mas acho que estão esperando alguma coisa para botarem as cartas na mesa. E quando isso acontecer... - Ele faz a volta na bancada para se aproximar de mim. - Precisamos estar preparados. Não quero que você se machuque. - Ele diz me olhando nos olhos, e pela primeira vez, vi sinceridade no olhar de Draven. Ele realmente se preocupa comigo, porém suas palavras me fazem pensar. Já fazem umas 12 horas que Leslie desapareceu, o pessoal da capital já deve ter sentido falta dela, porque ainda não vieram nos investigar?

– Não precisa se preocupar comigo. - Me afasto um pouco dele, sua proximidade é um pouco constrangedora. - Só quero que se preocupe um pouco com você também, caso alguma coisa der errado. - Ele se aproxima ainda mais de mim me encurralando contra a geladeira.

– E você, Chester? Se preocupa comigo? - Hesito um pouco antes de responder.

– Eu não estaria falando isso se não me preocupasse. - Ele olha pra mim encantado, seu olhos verdes parecem brilhar. Ele sorri e diz:

– Preciso te dizer uma coisa. Eu não sei como você reagiria se eu dissesse que estou... - A porta bate antes de Draven terminar. Me sinto mal por me sentir aliviado. Tenho certeza de que Draven diria que está apaixonado por mim ou algo do tipo, o que me deixaria completamente sem palavras. Gosto muito de Draven, mas não jogo no mesmo time que ele, porém tenho medo de magoá-lo, seja qual for o motivo. Phillippa entra no apartamento seguida de Lucy. Draven se volta para mim novamente. Ele coça a cabeça e me curvando o canto dos lábios em desapontamento.

– Acho que vamos ter que terminar depois. - Concordo com a cabeça, então Draven se afasta.

_|/_

O resto do dia passou tranquilamente, porém fiquei o dia todo plantando os olhos na porta de entrada, esperando que vários pacificadores invadam o apartamento e metralhem a gente, mas isso não acontece.

No final do dia, sentamos todos na sala de estar para sabermos as notas que foram nos dadas durante a nossa apresentação. Gendry explicou que as notas se baseiam no nosso treinamento inteiro, desde o dia em que chegamos no centro de treinamento. Também disse que as notas são dadas de 1 à 12. Lucy senta ao meu lado e se escora no meu peito. Gendry está ao meu lado seguido de Phillippa. Draven está sentado no chão a minha frente, com as costas escoradas no sofá. Então a programação tem início. Um por um, seguindo as ordens dos distritos, os tributos vão aparecendo na tela com a pontuação conquistada ao lado. Os carreiristas, incluindo Nautylus tiraram ótimas notas. Apenas a garota do dois tirou um 8, o que me faz pensar que ela tentou atirar com o arco, e já vi como a garota é patética com a arma. Seymor tirou um 9 e Thamy um 8. Nafftaly tirou 9 e Peter 10. Fiquei muito surpreso pela nota do garoto. Garanto que montou uma armadilha mortal a ponto de impressionar os idealizadores. O distrito 8 teve notas baixas, porém seguro a respiração quando minha imagem aparece na tela com o número 12 ao lado. Gendry levanta de um salto com os olhos arregalados. Então a imagem de Lucy aparece, também com um 12 ao lado. Gendry se volta para nós atônito.

– O que vocês fizeram?! - Me apresso à responder.

– Eu não fiz nada de mais! Apenas atirei com o arco e arremessei umas lanças. Algumas nem mesmo acertaram o alvo. - Me viro para Lucy. Também começo a ficar nervoso. - Lucy, o que você fez. Lucy! - Tenho que gritar para acordar ela do torpor.

– Eu... - Ela gagueja. - Eu apenas bati meu record no computador. Nada de mais.

– Isso não poderia ter dado um 12 a eles, Gendry. - Quem disse foi Phillippa. - Alguma coisa está errada.

– Mas que droga! - Gendry grita em pleno pulmões. Ele atira o controle remoto na televisão. O objeto acerta a tela abrindo uma rachadura enorme no vidro, distorcendo o rosto da garota do distrito 11 que aparecia na tela, então desaba no sofá novamente e enterra a cabeça nas mãos. - Eles já estão agindo.

– Eu não entendo. - Começa Lucy. - Isso não é bom? Iremos conseguir patrocinadores, não é mesmo?

– Patrocinadores e um banco de loucos psicopatas invejosos querendo a pele de vocês na arena. - Draven diz olhando para a rachadura na tela. Lucy se encolhe contra mim antes de perguntar.

– Porque estão fazendo isso com a gente?

– Porque vocês me ajudaram. - Diz Gendry ainda com o rosto enterrado nas mãos. - Isso é tudo culpa minha. Eu não devia ter metido vocês dois nessa. Me perdoem.- A voz de Gendry está tão deprimida que sinto necessidade de lhe dizer algo consolador, algo que faça ele acreditar que não é sua culpa. Não posso deixar ele assim por uma segunda vez.

– Gendry. - Começo. - Eu estou disposto a passar pelo que vier pela nossa missão. Mesmo agora, sabendo que o plano falhou, acho que valeu a tentativa. - Ele levanta o rosto das mãos e me olha confuso. Seus olhos então inchados e vermelhos. Coloco uma mão sobre o seu ombro. - Você não tem culpa de nada. Quero apenas que saiba que o que me deixa realmente feliz, é saber que vocês todos lutaram contra isso tudo. Eu não perdoo você, e sim agradeço. - Gendry, com os olhos ainda arregalados, se aproxima de mim e me envolve em um abraço. Sinto seu coração acelerado contra o meu, então ele sussurra em meu olvido:

– Muito obrigado, Chester.

_|/_

Demorei para pegar no sono. Fiquei deitado fitando a escuridão do teto enquanto não parava de pensar na minha nota. Doze. Isso não aconteceu naturalmente. Sei que não fiz nada de mais. Snow jogou a primeira carta na mesa, transformando então, eu e Lucy em alvos ambulantes na arena. Com esse desagradável pensamento, pego no sono.

_|/_

Hoje é um grande dia. Será a nossa entrevista pessoas com um apresentador de TV. Não posso deixar de pensar em como tudo isso é doentio. Eles nos conhecem, gostam de nós, se apegam a nós, e depois assistem a nossa morte ao vivo e a cores. O pensamento me dá calafrios. Draven me trouxe uma camisa social branca que se moldou ao meu corpo. A camisa era tão justa que me faltava ar. Logo depois, deslizou um sobretudo negro pelos meus braços, então mandou eu colocar uma calça jeans, também negra, tão justa quanto a camisa. Ele arrepiou meus cabelos loiros como trigo da mesma forma que arrumou para o desfile, então novamente, deixei que ele passasse um delineador sobre meus olhos. Ele manda eu ficar de pé e toma distância para avaliar o serviço.

– Como sempre, você tá lindo. - Sinto meu rosto corar.

– Obrigado. - Respondo.

Saímos para o corredor encontrando Lucy. Ela está linda em um vestido rosa pink que desce até os seus joelhos. O cabelo está solto na frente, mas a parte de trás está em uma trança que foi jogada para o lado, e corre pelo ombro abaixo.

– Pronta? - Pergunto esticando a mão para que ela pegue.

– Não. E você?

– Claro que não. - Respiro fundo e olho para Lucy. Ela me lança um sorriso. Depois da morte de Leslie, é a primeira vez que a vejo sorrir.

– Então vamos indo. - Diz Draven. E com isso, nos dirigimos para a saída.

_|/_

Quando o apresentador anuncia meu nome, respiro fundo e lanço um olhar para Gendry escorado na parede ao meu lado. Ele faz um gesto de cabeça para me encorajar, então me dirijo para o palco. Lucy está vindo na direção oposta, lanço um sorriso pra ela e ergo o polegar em aprovação, sua entrevista foi o máximo. Ela conseguiu encantar a maioria do povo horrendo da capital. Subo os degraus com as pernas trêmulas, mas faço um esforço a mais para controlá-las. Quase caio de costas com a aparência do apresentador. O rosto está deformado e com uma coloração alaranjada pelos anos de cirurgias plásticas e bronzeamentos artificiais. Os cabelos são roxos como uvas maduras em um pomar. Ele estende a mão ossuda.

– Chester! O grande Chester Shephard! É um prazer conhecê-lo pessoalmente. Sou Grusy Cale. - Aperto a mão dele com um sorriso no rosto. O home parece simpático, porém algo em sua feição está fazendo minha cabeça mandar sinais de alerta para todos os lados.

– O prazer é todo meu. - Digo, solto sua mão e me sento na poltrona de veludo a sua frente.

– Sabe, Chester. - Ele começa. - A primeira vez que eu te vi, quase não acreditei na sua beleza. Não é mesmo pessoal? - A plateia aplaude e grita. Escuto alguns assovios. Vejo Draven sentado em um dos assentos da primeira fileira, com um sorriso zombeteiro nos lábios.

– Eu não sei o que dizer. - Digo rindo. Devo estar parecendo um completo idiota. - Muito obrigado.

– E ainda é modesto. - A platéia grita ainda mais. Apenas baixo a cabeça envergonhado.

– Então, Chester. Como é vir para cá com sua irmã? Conte-nos o que passava por essa cabecinha quando se voluntariou para os jogos.

– A única coisa que me passou pela cabeça foi que eu não suportaria viver sem Lucy, e antes mesmo de me dar conta, estava seguindo ela para o palco.

– Acho que todos ficamos com um nó na garganta quando vocês se abraçaram no palco. - Vi algumas pessoas da plateia balançando a cabeça em concordância.

– Mas sabe de uma coisa, Grusy? - Digo me inclinando na poltrona. - Ter algo para proteger vai me tornar ainda mais forte. Vou fazer qualquer coisa para que Lucy volte pra casa com vida. - O apresentador me joga um olhar, que por um momento, juro ter visto desprezo estampado. Então ele sorri novamente.

– Eu sei que vai. E como vocês estão sendo tratados? - A mudança súbita de assunto me deixou nervoso. - O mentor de vocês está se saindo bem?

– Sim, ele é ótimo. - Respondo com a voz trêmula. Começo a ficar nervoso e temo o pior, foi quando escutei do apresentador justamente o que eu estava temendo:

– Como é mesmo o nome dele? Karthus Bane? Ou devo dizer, Gendry Martinelly? O desertor?


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Notas finais do capítulo

Queridos leitores, preciso ter uma palavrinha com vocês, e peço de coração que me respondam.
Quando decidi criar o Draven, quis botar à tona um assusto polêmico que está em alta nesses tempos, sim, a homossexualidade. Muitos podem não gostar, outros podem achar muito legal o envolvimento de Draven com Chester, já alguns podem tomar uma frente ao lado do preconceito. Então com isso, levanto uma questão: O QUE ACHAM DO DRAVEN?



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