After the Dark Days - The first Hunger Games. escrita por FanFicHunger


Capítulo 13
We can Trust Him




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Lucy deslizou o pé no degrau da carruagem soltando um grito agudo. Tentei segurá-la porém tarde de mais. Seu queixo veio de encontro com meu nariz, e o impacto nos jogou contra o asfalto do círculo da cidade. Por sorte, amorteci sua queda, mas bati minha cabeça com força no chão.

Chester! - Ela gritou enquanto saia de cima de mim. - Me desculpe!

– Foi nada, acontece. - Digo pegando sua mão e me colocando de pé. Na verdade estou morrendo de vergonha, mas podemos estar mortos daqui à alguns dias, então tento não pensar muito nisso. Olho para os outros tributos. Alguns estão apenas encarando com feições sérias. Até mesmo vi uma garota se aproximando, talvez no intuito de oferecer ajuda, mas ela para assim que percebe que estamos bem. Escuto gargalhadas nada discretas e vejo os tributos do distrito 2 tentando conter os ataques de risos.

Mas que diabos foi isso? - Gendry e Phillippa se aproximavam atônitos.

Isso... - Respondo acariciando minha cabeça aonde latejava. - Foi eu e Lucy caindo de uma carruagem de um metro e meio.

– Querida, se machucou? - Phillippa correu para Lucy.

Não. Estou bem. Chester amorteceu minha queda. Mas acho que ele bateu com a cabeça. - A última parte saiu entre tentativas inúteis de segurar a risada.

Achou legal né? - Digo despenteando seus cabelos. Até que ela tem uma crise de risos que me deixa surpreso. Lucy, uma garotinha tão inocente sendo levada para algo tão violento, e ainda arranja forças para rir. Aquilo me fez a amar ainda mais. E antes de perceber estou rindo com ela. Então um pensamento me atinge como um tiro. Um pensamento que eu não tinha analisado desde à colheita. Olhando para o lindo sorriso de Lucy, lembro o meu verdadeiro objetivo, e este é: fazer com que ela volte pra casa com vida, e isso significa: tenho que morrer para que isso ocorra. Meu sorriso some repentinamente e ela parece notar, pois já não está mais rindo também.

Chester, tudo bem? - Ela pergunta. Apenas fico em silêncio fitando os lindos olhos azuis, que daqui à alguns dias, nunca mais conseguirei ver. Sinto uma lágrima rolar fazendo uma listra negra de rímel em meu rosto. Até que Gendry quebra o silêncio.

Tudo bem. Vamos subindo. Tá na hora de vocês conhecerem o centro de treinamento. - Ele joga o braço sobre meus ombros e me conduz para o elevador com Phillipa e Lucy logo atrás.

_|/_

Gendry me explicou que cada distrito fica com um andar correspondente ao número e então, todos subimos até o nono andar. Tento disfarçadamente limpar o borrão negro que as lágrimas deixaram em meu rosto, mas vejo Lucy me olhando de soslaio. Aquilo me perturbou um pouco. Não posso fazer com que Lucy se preocupe comigo. Esse é o papel que eu devo protagonizar. O irmão protetor que fará qualquer coisa para salvar a irmãzinha. Eu estava ali para isso, e se precisasse morrer para que isso ocorra, que assim seja.

_|/_

Se o trem me deixou boquiaberto, nosso andar quase deslocou meu maxilar. Tudo era aberto e muito arejado. Por uma enorme parede de vidro podia se ver a capital inteira. Até que não era um lugar ruim para se passar os últimos dias de vida. Phillipa nos dirigiu até nossos quartos para trocarmos de roupa.

Meu quarto no distrito 9 caberia três vezes dentro deste. A cama de casal impecavelmente arrumada ficava no meio do cômodo. Prateleiras e criado-mudos jaziam pelos cantos assim como poltronas de veludo vermelho. Uma enorme janela dava para uma vista fantástica da cidade. Entrei no quarto tentando não ficar hipnotizado pelo local.

Nossa! - Deixo escapar.

Só não deixe levar muito por esse lugar, Chester. - Phillipa diz às minhas costas. - Afinal, nada é melhor do que o nosso lar.

Aquilo me fez refletir profundamente. E instantaneamente, o lugar já não parecia tão belo assim. Na verdade, eu odeio tudo isso.

Tem razão, Phillippa. Me desculpe. - Me viro pra ela. - Posso tomar um banho?

Você DEVE tomar um banho. - Ela diz rindo.

Vou fingir que não entendi a piadinha. Até depois Phillippa. Temos muito o que conversar.

Sim, temos. - Ela diz fechando a porta.

Até mesmo os malditos chuveiros são difíceis de ajustar. Apertei freneticamente em vários botões para achar uma temperatura que me agradasse. Saio do box e assim que piso para fora, um agradável jato de ar morno me atinge por baixo secando minha pele. Realmente estava precisando disso. No distrito treze tínhamos um chuveiro, mas quando as coisas começaram a piorar, tínhamos que esquentar a água no velho fogão à lenha para tomarmos um banho quente. Pensando no distrito treze tento imaginar o que Geremy está fazendo neste exato momento. Será que assistiu ao desfile? Será que nos viu, eu e Lucy, fingindo ser felizes na capital? Ou estaria chorando sozinho em frente à janela apenas rezando por nós dois?

Enrolo uma toalha na cintura e saio do banheiro. Quando ouço os "toc tocs" insistentes na porta.

Chester? - A voz de Draven, meu estilista chamava.

Só um minuto! - Grito em reposta procurando alguma coisa para vestir.

Rápido, é importante. - E sem ter mais tempo, abro a porta apenas de toalha. A visão pareceu perturbar Draven um pouco.

Certo, Garoto Magia. Já te vi pelado o bastante.

– Não sei onde encontrar roupas.

– Tudo bem. - Ele diz abrindo caminho quarto à dentro e fechando a porta. - Sabe porque eu estou aqui?

– Não? - Digo confuso. Mas na verdade eu sei. Ele está desconfiando de Gendry ser um desertor. Por algum motivo ele sabe disso. Motivos que talvez nunca saberei.

Qual é, Chester? - Ele levanta as mãos para o alto e se joga sentado na cama. - Você tá me enrolando desde cedo.

– Como eu poderia saber de onde você conhece o Kartus? - Abro os braços mas me arrependo na hora. A toalha desliza por minhas pernas e no reflexo, a pego no ar pressionando contra minha parte frontal. Draven dá uma olhada rápida para minhas pernas e só então começo a questionar a orientação sexual da minha equipe de preparação. Ele desvia o olhar constrangido, o rosto ficando corado. E então vejo que posso usar isso ao meu favor. Relutantemente, deixo mais uma parte da minha coxa à vista e me aproximo dele. - Draven, acredito que você esteja o confundindo com alguma outra pessoa. - Tento soar o mais calmo possível. Agora estou tão próximo dele que sinto o seu jeans raspando na minha perna nua. Então com uma rapidez surpreendente, ele agarra o meu pulso. E me puxa para mais perto, deixando o rosto à poucos centímetros do meu.

Você realmente tem os seus dotes, garoto. Mas eu não sou nem um pouco burro. O homem que chama de Karthus na verdade é Gendry Martinelly, um desertor. - Por um momento esqueci de como se respirar.

Do que você está falando? - Digo livrando o pulso da sua mão. - Quem é Gendry? E quem seria burro o bastante para desertar da capital?

– Boas palavras gatinho, mas não é convincente o bastante. Admita. - Agora ele esta gritando e vindo para sima de mim. Recuo e sinto minhas costas se chocarem sobre a parede. Apesar de apresentar sinais de homossexualismo, Draven era forte e muito maior do que eu. - Diga quem é o seu mentor, Chester. - Ele grito me encurralando em seus braços.

Eu não sei!

– Mentira! - Ele me acerta um tapa no lado esquerdo do rosto. Estou atônito e assustado demais para reagir. Penso em gritar por ajuda mas isso seria embaraçoso. - Gendry é o nome dele não é? - A vos de Draven carregada de ódio me faz voltar à tona, e então, decido reagir. Dou uma joelhada na sua virilha e enquanto ele se contraia pela dor, disparo para a porta sem largar a toalha, mas Draven é mais rápido do que eu pensei. Ele se lança sobre mim abraçando minhas pernas me derrubando de bruços. Me viro e me contorço feito um peixe fora d'água tentando inutilmente me livrar dele, mas ele já está sobre mim colando meus braços no chãos com as duas mãos. - Vamos Chester! Você só precisa dizer. Quem é o seu mentor?

– Tudo bem, Draven. - A voz de Gendry vinha da porta. - Ele não vai dizer. Acho que podemos confiar nele.


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