Era hoje.

Eu estava voltando para Hogwarts.

Já havia chegado na estação King’s Cross e logo me dirigi para a coluna que dividia o mundo trouxa com o bruxo. Assim que passei pela barreira comecei a ver os alunos e familiares por todo canto se despendido e senti saudades dos meus pais. Havia deixado uma carta para eles me despedindo e sabia como minha mãe se sentia culpada por não poder ter ficado comigo nessas férias.

– Hermione.

Ouvi Ron me chamando e de longe vi os Weasley junto com Harry perto de trem. Automaticamente comecei a procurar um dos ruivos e senti meu coração acelerar quando vi Fred acenando para mim.

– Hermione querida deveria ter passado o resto da semana conosco. – a senhora Weasley disse me abraçando. – Não gosto de pensar em você sozinha em casa.

Sorri com sua preocupação.

– Ela não ficou sozinha mãe. – Fred reclamou. – É adorável como exclui minha existência.

– Passou a semana na Hermione, Frederich?

E as lembranças da ultima semana veio para minha mente. Para minha felicidade e desespero parecia que Fred esqueceu o que era trabalhar já que no final da tarde ele aparecia lá em casa e eu era entretida com filmes, series e muito mais.

– Senhora Weasley ele quase me enlouqueceu essa semana! – brinquei. – Como a senhora agüentou isso por 19 anos em dobro por George também? Estou feliz por voltar para Hogwarts e me livrar dele.

Todos riram.

– Mi eu sou uma ótima companhia. – ele resmungou sorrindo.

– Concordo com isso. – afirmei com a cabeça. – Quando nos vemos a cada seis meses.

– Isso é injusto a Hermione passou mais tempo com o Fred que comigo! – Gina resmungou.

Sorri para ela e cutuquei-a.

– Vou ficar o tempo todo grudada com você em Hogwarts. – falei. – Tente não ir muito no banheiro okay?

Ela riu.

– Não reclama Gina. – Ron resmungou. – Nós que somos os melhores amigos dela nem a vimos.

– É muito bom se sentir amada assim viu? – eu disse.

E nisso o sinal avisando que logo partiríamos veio deixando uma Molly Weasley abeira de um ataque de nervos nos mandando o mais rápido possível para dentro do trem. Despedi-me dela e do marido e fui em direção a Fred com um aperto no peito.

– Se livrando de mim. – Fred brincou me puxando para um abraço.

– Finalmente. – sussurrei.

Odiei-me por dentro por não estar querendo embarcar nesse trem. Eu deveria ser a única aluna do colégio inteiro que amava voltar para Hogwarts e estudar mas naquele momento eu não queria. Se pudesse ficaria ali aproveitando a minha nova amizade com frente.

– Vou sentir sua falta. – deixei escapar.

Mesmo não vendo seu rosto percebi que ele sorria.

– Você não acabou de dizer que estava feliz por finalmente se livrar de mim? – ele perguntou e o cutuquei mas sem soltar do nosso abraço apertado. – Também irei sentir sua falta baixinha.

– Hey. – protestei tentando me soltar mas Fred não deixou que me afastasse.

Sim tínhamos uma diferença considerável de altura mas siso não era desculpa para deixar que ele ficasse fazendo bullying com meu pequeno problema.

– Fred solte logo a Hermione, temos que embarcar. – Ginny disse e eu ouvi um tom malicioso em sua voz.

Mesmo não querendo soltei Fred e virei-me e dando um ultimo sorriso para todos segui meus amigos para dentro do trem com meu coração apertado.

– Essa cabine esta vazia. – Harry disse entrando.

Todos nos acomodamos na cabine. Coloquei minha mala em cima dos bancos no compartimento e logo me joguei para perto da janela procurando lá fora e para aliviar um pouco esse aperto no peito vi Fred olhando para o trem parecendo... Triste.

A me ver encarando-o o ruivo deu um sorriso e acenou. Acenei de volta enquanto o trem começava a andar e me distanciar ainda mais do meu novo amigo.

– E ainda diz que não esta apaixonada. – Ginny sussurrou no meu ouvido.

Não respondi.

***

– O seu melhor amigo esta desaparecido e você só pensa em comer, Ronald? – briguei com ele batendo o livro que tinha em minha mão em seu ombro.

Chegamos em Hogwarts e na bagunça toda que era desembarcar do trem acabamos perdendo Harry. Já estávamos no salão comunal a seleção de casas para os novatos já havia acontecido e nada de Harry aparecer.

– Pare sua louca. – Ron resmungou. – Olha ele ali, esta mais calma?

Virei meu rosto e vi Harry entrando com um pano no rosto e logo percebi que algo estava errado.

– Ele esta sangrando. – constatei o obvio.

– Por que Harry sempre esta sangrando? – Ginny perguntou parecendo atordoada.

Vimos o moreno se atrapalhar enquanto caminhava para não esbarrar em outro aluno da Corvinal teve que virar e quase tropeçou com o ato. Suspirando parecendo cansado Harry nos viu e veio sentando ao lado de Gina a minha frente.

– O que aconteceu? – perguntei.

– Depois. – ele respondeu.

Gina me jogou um olhar desesperado e rezei para Merlin fazer o coração dela se acalmar. Não agüentaria viver como ela, realmente vendo sempre o garoto que eu amo ferido.

– Harry esta sangrando demais. – Ginny disse tentando ajudá-lo a diminuir o fluxo sanguíneo. – Tem que fazer alguma coisa.

Foi nessa hora que me desliguei.

Minha mente não estava aqui em Harry machucado. Nem no que Dumbledore dizia para boas vinda e muito menos em Hogwarts. Minha mente estava nos últimos dias. Em como foi divertido assistir todo tipo de filme trouxa com Fred e como ri quando assistíamos terror e o ruivo insistia que iria me proteger caso eu sentisse medo e no final ele que ficava apavorado.

Fred me faria falta...

Balancei a cabeça.

Eu não deveria estar pensando nisso agora. Fred era um bom amigo e eu o deixaria assim. Não pensaria mais tanto nele e logo conseguiria afugentar essa saudade imensa que sentia por ele.

– Hermione volte para o planeta terra. – ouço a voz de Gina me chamando e vejo meus três amigos me olhando. – Vamos para o quarto?

Assenti e segui todos para o salão comunal da Grifinória. Enquanto caminhávamos reencontrei vários alunos e senti aquela sensação boa de voltar para Hogwarts e por um minuto aquele desconforto passou mas assim que passei pelo quadro da mulher Gorda e despedi-me de Harry e Ron voltou.

– Mione eu estou realmente preocupada com Harry. – Gina disse quando entramos no meu quarto e vimos que nenhuma garota que compartilhava comigo estava. – Não consigo parar de pensar nisso.

Coloquei a mão em seu ombro tentando dar conforto.

– Ginny não se preocupe. – falei mesmo sabendo que ela deveria mesmo se preocupar. – Harry se mete em encrenca sempre mas consegue se safar.

Ela suspirou.

– Não me preocupar? Quando você ama alguém você não consegue não se preocupar. – ela disse se sentando na minha cama. – Eu só penso nele e em como ele esta. Quando estou longe sinto sua falta e me pergunto se ele também sente a minha e isso tudo é uma loucura e olha que é só um amor não correspondido então imagina como deve ser pior para quem realmente esta num relacionamento serio.

Mordi o lábio.

– Não é bom você dizer isso Gina. – eu disse. – Muitos aqui já sabem que você esta meio que saindo com Dino, vai ficar mal se alguém te ouvir declarar aos quatro ventos que ama Harry.

A Weasley deu um sorriso triste e levantou da cama vindo me abraçar.

– O que eu faria sem você para ser o pé no chão?

A abracei de volta.

– Você provavelmente já teria enlouquecido. – respondi presunçosa aproveitando o momento bom que era estar com a ruiva.

***

Gina ficou um tempo a mais comigo e depois fora para seu quarto que dividia com garotas do mesmo ano. Tomei banho e arrumei minhas coisas antes que as garotas que dividiam o quarto comigo nem prestei atenção nas besteiras que as Parvati falavam apenas me aconcheguei debaixo da coberta e quando elas finalmente foram dormir e tudo se silenciou consegui ouvir meu coração batendo.

Comecei a pensar em como fora o dia e notei que aquela tristeza voltara. Não conseguia entender o por que de sentir tanta falta de Fred já que nunca fomos tão amigos mas nesses últimos dias desde a missão eu consegui uma familiaridade e confiança que era inexplicável.

Só ele sabia do meu medo de chuva e só George e eu sabíamos de sua claustrofobia. Era bom ver uma parte dele que quase ninguém mais vê. E por saber de seus medos eu me preocupava pensando se ele estava bem ou se precisava de uma coisa.

– Quando você ama alguém você não consegue não se preocupar. – e as palavras de Gina vieram em minha cabeça.

Tentei fazer que esses pensamentos saíssem de mim para que eu dormisse mas parecia que eu estava ligada na tomada. Mil pensamentos vinha rapidamente e meu coração acelerava e o nervosismo tomava conta de mim.

Merda, eu tinha que parar de pensar no Fred.

– Eu só penso nele e em como ele esta. – E Claro que a voz de Ginevra Weasley proferindo essas palavras vieram para mim de novo.

Revirei na cama irritada.

Esses Weasley’s ainda iriam me levar a loucura. Prometi que no dia seguinte iria ter uma boa conversa com Gina sobre como ela indiretamente estava fazendo com que eu tivesse pensamentos estranhos sobre o que ela dizia.

Fred era apenas meu amigo e ela teria que tirar essa idéia ridícula de me ter como cunhada da cabeça. Não era por que eu estava pensando muito nele ultimamente que faria ele estar pensando em mim certo? Ele já deveria até ter esquecido da minha existência.

– Quando estou longe sinto sua falta e me pergunto se ele também sente a minha.

Merda Ginevra.

Pare de tentar me convencer que eu estou apaixonada por Fred Weasley por que se continuar assim...Talvez eu acredite.

***

– Quem esta animado para o primeiro dia de aula? – perguntei enquanto tomava café no dia seguinte e via as caras desanimadas de Ron, Harry e Gina.

– Hermione como você consegue não estar com cara de morta a essa hora da manhã? – Gina resmungou com a cabeça em cima da mesa.

– Por que eu provavelmente não fiquei até duas da manhã acordada. – respondi.

Mesmo que não fosse teoricamente mentira. Eu ficara acordada até tarde já que não conseguia parar de me revirar na cama com os mil pensamentos que vinham a cada segundo para mim. Mas mesmo assim conseguia estar animada.

– Eu estou indo para a aula de poções. – falei assim que terminei o café. – Vocês vem comigo?

Harry e Ron balançaram a cabeça.

– Não fomos bons o suficiente em N.O.M’s para fazer a matéria esse ano. – Harry respondeu pelos dois.

Revirei os olhos e peguei minhas coisas me despedindo deles e indo em direção a sala de aula.

Nessa hora tinha poucos alunos andando por ai já que a maioria estava tomando café. E isso me deixava mais animada já que eu adorava andar pelos corredores sozinhas e observando cada detalhe daquele perfeito mundo bruxo que eu tive privilegio de conhecer.

Eu estava tão distraída que nem reparei quando uma sombra apareceu do nada e nos trombamos fazendo eu cair e derrubar tudo no chão.

Por um segundo sem raciocinar meu coração me pregou uma peça e logo associei esse tombo com o ultimo que foi ao esbarrar com Fred na Toca e pensei que seria o ruivo a minha frente e logo faria suas piadas sem graça e me ajudaria a levantar. Então quando digo que olhei e vi Draco Malfoy caído a minha frente pode entender meu completo desgosto.

– Olhe por onde anda Malfoy. – reclamei pegando suas coisas.

– Descul... – ele começou a dizer mas viu que era eu. – Granger, você que deveria ver por onde anda, não deveria estar com seus guardas costas não? O pobretão e o cicatriz?

Levantei e arrumei minha capa.

– Ah vai se ferrar Malfoy. – respondi tentando mostrar meu desgosto por estar no mínimo falando com ele.

Olhei para ele esperando uma resposta engraçadinha mas nada veio. Esperei...Esperei... Mas ele não parecia estar ali comigo e sim em outro lugar. Então quando mesmo depois de ter levantado Malfoy cai no chão e começa a tremer pela primeira vez na vida eu não sabia o que fazer.

– Malfoy...? – chamei. – Pare com isso não ira me enganar. Malfoy! Pare de brincadeira estúpida.

Mas ele continuava ali no chão tendo pequenas convulsões. Fora isso que me convenceu que ele não estava com mais uma de suas brincadeiras sem graças. Abaixei porem não o toquei. Estávamos em um corredor vazio então não podia pedir ajuda e sair e deixá-lo sozinho não era uma boa idéia mas o que eu faria?

– Malfoy se acalme. – falei tentando usar o mesmo truque que usara com Fred uma vez por causa da claustrofobia. Eu vira em alguma pesquisa que se a pessoa ocupava a mente o que estava acontecendo de errado melhorava. – Você esta em Hogwarts não pode demonstrar fraqueja! Muito mais na frente da sua inimiga.

Sua convulsão parou um pouco e eu coloquei sua cabeça loira no meu colo. Ele estava todo encharcado com o próprio suor e quando abriu os olhos vi algo neles que me fez perceber que esse ultimo momento estava acontecendo freqüentemente com ele e isso fez com que eu sentisse um pouco de piedade pela doninha.

– Você esta bem Malfoy? – perguntei nervosa.

Ele tentou se levantar mas logo colocou a mão na cabeça parecendo sentir muita dor.

– Estou. – ele respondeu e sua voz soava muito fraca. – Só me esqueça e vá para a aula.

Olhei-o irritada.

– Não posso te deixar aqui. – eu disse. – Se você morrer vou sentir responsável pelo resto da minha vida.

Malfoy se levantou e se apoiou na parede para ganhar equilíbrio.

– Apenas vá. – ele disse se arrastando para o lado contrario do que eu ia. – Só...Não conte para ninguém o que aconteceu.

E com isso Draco Malfoy se foi me deixando com uma interrogação enorme no meio da cara.

***

– Mandou me chamar professor? – perguntei quando entrei na sala de Dumbledore.

Já era meio da tarde e minhas aulas acabaram. Para um primeiro dia de aula tudo ocorrera de um jeito muito monótono. Claro tirando a parte de que Dumbledore me chama para sua sala, Malfoy quase morre na minha frente e Harry é o melhor aluno em poções- já que no final ele fora obrigado a participar da aula e o novo professor Slugohrn bem que ficou alegre quando o querido Potter apareceu.

– Senhorita eu temo que não tenha achado ainda algum feitiço para nos ajudar com o anel. – ele falou quando me sentei a sua frente. – Sente alguma coisa diferente desde que começara a usar?

Levantei minha mão e olhei para a pedra preta que reluzia tanto. Depois de tanta coisa que estava acontecendo eu já nem lembrava direito sobre aquele anel que estava em meu dedo.

– Não professor. – respondi e logo lembrei-me de uma coisa. – Só meu humor, quero dizer uma coisa que normalmente não me irritaria agora esta. E não acho que seja a TPM.

Eu estava sorrindo até que percebi com o que comparei os efeitos do anel. Boa Hermione, comparar um anel valioso de um ser maligno com uma semana mensal que você sangra loucamente feito um personagem de Jogos Mortais.

Dumbledore deu um sorriso zombeteiro que na minha opinião não ficava bem na face do homem.

– Não só eu senhor. – falei tentando contornar o que tinha dito. – Fred também acaba ficando mau humorado com o anel.

O diretor olhou atentamente para minha mão.

– Estou tentando senhorita Granger, já procurei em livros de feitiços de varias culturas. – ele disse. – Mas tem feitiços demais que poderiam ser o que esta ali e tenho medo de testar para ver qual é e algo dar errado.

Mordi o lábio nervosa.

– Tem algo que possa fazer? – perguntei automaticamente.

Ele pareceu pensar.

– Tem... Mas não sei se devo pedir isso. – Dumbledore disse. – Eu realmente não te pediria isso se não fosse importante mas tenho medo que seja demais para a senhorita.

Meu estomago se embrulhou.

– Pode pedir professor. – falei. – Eu agüento.

Eu esperava por tudo, menos o que ele ia dizer:

– Quero que faça uma pesquisa.

Fora meio broxante já que eu esperava algo bem mais perigoso e desafiador do que uma pesquisa.

– Isso é fácil. – respondi presunçosa. – Faço isso todo dia.

– Mas senhorita eu quero que pesquise feitiços das trevas. – ele disse. – Sei que pode ser um pouco perturbador mas sei que a você é a pessoa certa para pesquisar isso.

Remexi-me na cadeira.

– Algo a mais?

Ele assentiu.

– Vou te dar passagem irrestrita para toda a sessão restrita. Observe e absorva tudo que puder daquele lugar. E também procure mais sobre feitiços satânicos e rituais pagão na mitologia trouxa também. – Dumbledore falava e o ar ficava mais pesado. – Temo que precisamos estar preparados para tudo.

Eu concordava com ele.

Mas não conseguia entender o motivo de estar procurando até na cultura trouxa. Mas Dumbledore sabe o que faz e a ele eu confiaria a minha vida.

***

– Malfoy não é um comensal. – falei para Harry enquanto devolvia um livro para a prateleira.

Como eu não tinha mais nada a fazer resolvi já ir para a biblioteca estudar um pouco a matéria desse ano e se estivesse com animo no final começaria minha pesquisa pedida por Dumbledore. Fui para as prateleiras de DECAT e comecei a fazer a tarefa que Snape havia nos dado. Eu estava concentrada até que Harry apareceu e veio com essa teoria maluca dele que Malfoy havia se tornado um comensal nas férias.

– Mas Hermione eu realmente acho...

– Harry você viu a marca? – interrompi-o e quando ele negou com a cabeça continuei: - Voldemort quer seguidores poderosos e fieis a ele. O que faria com um adolescente problemático e idiota?

O moreno pareceu refletir.

– Hermione eu sinto que estou certo. – Harry teimou. – Aquela voz no fundo da cabeça que diz para ficarmos de olho em Malfoy.

Eu também tinha uma voz em minha mente que dizia coisas esporadicamente então sabia que não podia ignorar a de Harry que talvez estivesse certa.

– Eu realmente acho que você esta errado. – falei. – Mas vamos ficar de olho nele.

***

– QUEM ELE PENSA QUE EU SOU? – praticamente gritei irritada.

Já fazia quase uma semana que havíamos voltado para Hogwarts e Fred estava presente sempre em meus pensamentos mas eu não soubera nada dele depois disso. Então na hora do almoço quando recebi sua carta eu acabei ficando surpresa e irritada o que só piorou quando eu li o que continha.

– O que aconteceu? – Gina perguntou depois de engolir o que comia.

Entreguei a carta para ela que leu rapidamente e olhou para mim caindo na risada logo em seguida.

– Esta rindo do que Ginevra? – perguntei brava.

– É GINA. – ela resmungou mas sem parar de rir. – Hermione sua indignação é engraçada. Você vai certo?

Olhei-a surpresa.

Não era obvio?

– Claro que não!

– Qual é Mione. – a ruiva protestou. – Você tem que ir.

Ela estendeu o braço e me devolveu a mini carta.

Li-a novamente para ver se havia entendido certo.

Querida Hermione

Sei que essa semana deve ter sido horrível voltar a estudar, ver professores chatos, agüentar minha irmã todos os dias, ficar de vela para Ron e Harry e para piorar não receber noticias minhas. Desculpe, achei que fosse melhor você tentar agüentar a saudade que sente de mim.

Mas como já se passou uma semana e sei que já deve estar quase se matando por sentir minha falta resolvi lhe fazer uma surpresa e estarei em Hogsmeade essa noite e poderá me encontrar. Peça o mapa dos marotos para Harry e pegue a passagem secreta que da no porão da dedos de mel. Te encontrarei lá.

Com amor: o cara que você adora secar.

Fred mais bonito que George Weasley.

– E como assim o cara que você adora secar, em Hermione Granger? - Gina perguntou.

– Nada!- respondi corando. - Não é culpa minha se o seu irmão é um narcisista que adora saber que fica bem quando esta praticamente seminu...

– Você andou vendo meu irmão sem roupa? - Gina perguntou rindo mais do que antes. - Céus você não é a Hermione que eu conheço.

– Claro que não Ginny. – falei. - Eu não vou transgredir uma regra da escola só por um capricho de Fred.

Olhei para os lados procurando Harry e Ron que ainda não haviam voltado do campo de quadribol onde resolveram passar o tempo livre deles.

– Hermione ninguém irá notar. – Gina insistiu. – Vamos, você irá se divertir.

Levantei a sobrancelha e encarei-a.

– Você só diz isso por que quer que Fred e eu nos apaixonemos para que eu vire sua cunhada! – acusei-a.

Gina riu e deu de ombros.

– Eu não quero que você se apaixone por ele. Por que você já esta apaixonada.

– Não estou.

– Esta sim.

– Não estou.

– Esta sim.

– Não ES...

– Oi meninas. – uma terceira voz apareceu nos dando um susto. Olhamos para o lado e vimos Luna se aproximar. – Algum problema?

– Luna do Céu não me assuste mais assim. – Gina disse com a mão no coração.

A loira riu.

– Vou tentar. Mas me conte o que estavam discutindo aqui tão concentradamente para não reparar a minha chegada?

Olhei para a ruiva tentando proibi - lá de falar. Não que eu não confiasse em Luna para contar as coisas simplesmente que eu não queria mais uma pessoa achando que eu estava apaixonada por Fred quando eu simplesmente não estou.

– Resumindo: Mione e Fred se apaixonaram, ela não quer admitir ele a chamou para ir a Hogsmeade hoje a noite sem ninguém saber e ela não quer ir por que não quer quebrar uma única regra para ver o grande amor de sua vida. – Gina disse rapidamente.

Revirei os olhos.

– Primeiramente: Eu não estou apaixonada por Fred. – falei levantando um dedo e logo em seguida outro. – Segundo: É claro que eu não vou correr risco de ser expulsa só por causa de um capricho do seu irmão.

– Qual é Mione ninguém te expulsaria. – Gina disse sorrindo. – Nunca te pegaram fazendo nada. Seria primeira transcrição. E no final ninguém nem ia saber que você saiu do colégio se fosse pelos túneis.

Eu não conseguiria convencer Gina, será que Luna conseguiria e mostraria que é uma completa loucura?

– Luna o que você acha? – perguntei.

– Isso é muito romântico. – ela disse e eu já não queria mais saber o que ela pensava. – Que lindo Hermione fazendo algo que nunca faria se não fosse para ver o seu amor e ele vindo de longe para vê-la.

Chutei-a debaixo da mesa para acordar a loira do seu sonho.

– Não somos um casal de um filme. – falei. – Na verdade nem somos um casal!

Gina e Luna se olharam e sorriram.

– Você tem que ir. – as duas disseram juntas.

– Eu não vou! – respondi convicta.

***

QUE MERDA EU ESTAVA FAZENDO?

Pelas cuecas de Merlin eu só podia ter algum problema mental.

Gina e Luna insistiram tanto para que eu fosse e mesmo assim fiquei segura dizendo que não ia. E o tempo foi passando e eu percebi que estava tendo uma chance de ver Fred e diminuir um pouco a saudade que eu sentia dele e estava desperdiçando. A ruiva é claro percebendo que eu estava inclinada a ceder fez uma enorme chantagem emocional o que me fez quebrar de vez.

Agora eu estou aqui nos túneis do castelo que eu nunca andei antes, SOZINHA indo encontrar um ruivo idiota que acabou me metendo nesse enorme problema se alguém me pegar. Tudo isso só conseguia provar que estava faltando algo dentro da minha cabeça.

Vi algo se mexendo e a minha vontade era de gritar.

Rato.

Okay, respira Hermione. Nada vai dar errado. Não é por que você tem fobias de ratos que vai dar para trás e voltar já esta no meio do caminho mesmo. É só você terminar de andar por esse túnel escuro que só esta iluminado por sua varinha e chegar ao final encontrar o ruivo e matá-lo a facadas. Voltarei para Hogwarts e tudo ficara bem.

Não para Fred é claro.

Continuei a caminhada e lembrei-me como Gina quis me usar como boneca quando finalmente concordei que iria. Ela me fez colocar um vestido até que bonitinho e me encheu de maquiagem que parecia mais que eu iria para esquinas vender meu corpo do que encontrar um ruivo desmiolado. Então antes de sair fui ao banheiro e lavei o rosto mesmo sabendo que eu estava bonita como Gina me deixara. Mas aquilo não era eu, não iria encontrar Fred desse jeito. Mas preservei o vestido que acabou me conquistando.

Logo vi uma porta no final do túnel e fechei o mapa dos marotos escondendo na minha capa. Suspirei e passei a mão por meus cabelos já que eu estava nervosa e logo passei pela porta entrando no porão da dedos de mel.

Olhei em volta e nada de Fred o que fez meu coração murchar um pouco. Comecei a reparar a minha expectativa.Quando eu já estava um pouco casada e quase desistindo ouvi uma voz atrás de mim:

– Sabia que você vinha.

Virei-me e iluminei com a minha varinha. Alia estava Fred Weasley completamente sexy mesmo estando no escuro.