Off with her Head escrita por Ghost Writer


Capítulo 5
Tramas de amor e guerra


Notas iniciais do capítulo

Ano 3 - 1786

(Me perdoem a demora novamente, fiquei de recuperação e... Enfim, boa leitura!)



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A crise econômica atingiu a toda França nos últimos três anos que se passaram. Maria Antonieta já se reinstalara com sua mais nova filha Maria Teresa Carlota no Palácio Real. Eu passava vários conhecimentos para minha irmã Josefina, já que naquele momento era seu único parente de sangue vivo. Logo após minha irmã completar um ano de idade de idade, Elizabeth Buttenbender foi assassinada por matadores contratados pelo Rei para apagar a mulher qual lhe concebeu sua terceira filha indesejada. A venda dos poucos pertences de minha mãe lhes renderam lucro o suficiente para manter o conforto de parte da nobreza, enquanto a mesma ignorava o fato que a falta de pão para o povo era mais importante que a falta de suas roupas extravagantes e de seus doces cobertos por glacê. Minha vida continuou no limite do possível, mas aquele dia era deveras especial, pois eu completava 20 anos de idade. Os serventes me cumprimentavam calorosamente com doces e sorrisos únicos. O Rei e a Rainha não se encontravam no Palácio devido a reuniões envolvendo política.

Estava no jardim deitado na grama sob a sombra fresca de uma árvore, de longe, lembro-me de avistar o sorriso apaixonado de Edmontine se aproximando de onde eu estava. Estava linda como sempre, com seus cabelos roxos soltos caindo aos ombros e um vestido simples azul pastel de ombros nus. Logo atrás Beth a seguia com uma cesta de guloseimas e uma garrafa de champanhe. Ela passou a frente de Edmontine com passos curtos e rápidos, deixou a cesta próxima a mim e beijou minha testa.

– Parabéns querido! Bom lanche- disse Beth, que voltava para a porta dos fundos da cozinha em seus passinhos curtos e rápidos.

Quando sumiu de vista, Edmontine abandonou os saltos no meu do caminho, largou o pano que segurava para apoiarmos a comida e correu até mim, se jogando em cima de meu peitoral e me banhando de beijos por todo o rosto e por fim beijando meus lábios.

– Feliz aniversário mon amour!- disse Edmontine entusiasmada.

Espalhamos as comidas que Beth havia posto na cesta e nos servimos de champanhe, levantamos as taças e brindamos. Depois de um tempo, Edmontine pegou do fundo da cesta uma versão melhorada dos bolinhos de Beth e espetou uma vela. Acendeu-a e olhou para mim com expectativa.

– Faça um pedido!- disse entusiasmada.

“Faça um pedido”. Pedido... Pediria o clichê de sempre: saúde, paz, felicidade... Mas a questão era eu não teria paz nem se os anjos viessem diretamente a mim e me absolvessem de todos meus pecados, não poderia ter saúde sendo só, não poderia ser feliz sem uma única coisa... Edmontine. Ela já fazia parte de quem eu era e de quem eu pretendia ser. Não era mais uma questão opcional amá-la, tê-la, era algo necessário, extremamente necessário. Ela continuava me olhando com um sorriso de criança, na esperança de que eu soprasse logo aquela vela para que comêssemos o bolo. Soprei e ela abriu o sorriso, quando se virou para pegar algo na cesta me aproximei de seu pescoço.

–Ed- sussurrei em seu ouvido.

–Sim?- respondeu.

–Eu posso te contar uma coisa?- sussurrei rindo baixinho.

–Fale logo traste!- exclamou rindo.

–Eu te amo- sussurrei sem hesitar.

Ela se virou rapidamente e avançou em meus lábios, derrubando-me no chão.

– Eu também te amo James- disse Edmontine, voltando seus lábios para próximo dos meus - Você não sabe a quanto tempo espero ouvir isto de você.

Nos perdemos em um beijo que jamais tivera sido tão intenso e apaixonante. Ficamos debaixo daquela árvore por toda tarde até a hora de recolher da princesa. Acompanhei-a até a porta de seus aposentos dando-lhe um último beijo de boa noite.

Estava prestes a abrir a porta de meu quarto quando vejo a luz fraca de velas cintilando no chão polido e escapando por debaixo da porta. Ao abri-la, me deparo com a cena inesperada de Abigail seminua enrolada em meus lençóis. Abismado, fechei a porta lentamente e tentei especular alguma palavra de questionamento, mas estava boquiaberto, era algo degradante. Abigail levantou-se da cama revelando sua lingerie rosa pastel com expressão atrevida.

–James Buttenbender- disse Abigail sensual e lentamente se aproximando- Como pude apaixonar-me três anos atrás por um menino? Tão jovem e imaturo, cheirava até à leite- aproximou-se ainda mais- Mas agora, homem formado com vinte anos... - eu a interrompi.

–O que você pretende com tudo isto Abigail?- questionei sínica e seriamente.

–Ser amada James!- exclamou Abigail se jogando em meus braços já aos prantos- Quero o mesmo brilho nos olhos que você tem com Edmontine! Não importa quanto me custe, eu tenho ouro e minha vida para lhe pagar! Eu só desejo ser amada James... - continuou desesperada.

– Amor é algo que não se compra Abigail- disse seriamente olhando para a mesma que aos prantos se agarrava à minhas pernas- Amor é algo que se conquista, se adquire, sinto por não poder ajuda-la- me interrompeu.

–Eu lhe suplico!- disse Abigail trêmula- Esqueça aquela tola dos cabelos roxos, eu sou sua eternamente! Faço qualquer coisa para tê-lo, posso lhe dar prazer, felicidade, filhos, uma vida banhada em ouro e riquezas!

Eu me afastei desfazendo o vínculo que seus braços faziam com minhas pernas encostando-me na porta, olhando a cena degradante de Abigail no chão seminua e com os olhos vermelhos de tanto chorar.

–Eu amo Edmontine e nenhuma de suas tentativas para afastá-la de mim irá render, agora peço-lhe que saia de meus aposentos, agora- falei com firmeza.

De tristeza, o olhar de Abigail transformou-se em ódio. Levantou rapidamente do chão e avançou em meu pescoço com uma adaga que tirara de sua cinta liga. Engoli em seco quando senti a lâmina fria tocar minha pele.

– Pois bem James, se não posso tê-lo, não permitirei que outra o tenha- olhou-me subitamente- Você se arrependerá amargamente de não ter escolhido a mim.

–Saia daqui agora!- empurrei-a e exclamei.

Enrolou-se em um dos lençóis jogados no chão e saiu sem dizer uma única palavra. Deslizei e sentei no chão com o sangue fervendo de adrenalina, respirando rápido e compassadamente. A partir daquele momento estava claro que eu havia arranjado um inimigo mortal, mas percebi também que além de uma assassina prodígio, Abigail era loucamente tarada por mim (ainda não entendo o efeito que causo nas mulheres, estranho).

Nervoso, olhei para o relógio freneticamente durante três horas sem paz. Estava inquieto com as palavras de Abigail ecoando em minha mente, não suportaria o peso de outra morte em minha alma. Eu nunca pensei eu sentiria isto em toda minha vida mas estava com medo.

Saí de meu quarto e olhei para o corredor completamente escuro, subi um lance de escadas para o andar seguinte e bati três vezes na porta do final do corredor de cima.

–James?- perguntou Edmontine sonolenta.

–Posso dormir com você hoje?- perguntei inquieto.

–Claro, o que houve?- perguntou coçando os olhos com os punhos e entrando no quarto.

Não respondi. Entrei e fechei a porta enquanto Edmontine se deitava e cobria. Eu sentei em sua cama e suspirei, levando as mãos à testa.

–Algo errado?- perguntou Ed, sonolenta.

–Estou com medo- disse- Com medo de perder você por causa de uma ameaça que me fizeram, que algo lhe aconteça... – comecei a chorar.

–James... – sentou-se ao meu lado- Vai ficar tudo bem, confie no que lhe digo certo?

Assenti com a cabeça enquanto ela enxugava minhas lágrimas sorrindo delicadamente.

–Vamos dormir porque estou bêbada de sono- disse seguida de uma risada sonolenta.

Não ficaria tudo bem, eu sabia disso, e acertei. Seis meses depois, fui convocado pelo exército para assumir o cargo de meu pai e combater as revoltas do povo francês (caso não aceitasse, seria preso na Bastilha, acusado de traição). Quanto a Edmontine, tanto ela quanto a irmã começaram a ser apresentadas aos possíveis pretendentes que, através do dote, ajudaria financeiramente ao Rei em conter as dívidas e gastos que naquele momento caíram à tona. Neste meio tempo tentávamos nos encontrar mas a maioria dos planos elaborados não eram bem sucedidos.

Tudo estava teoricamente sob controle até o dia fatídico qual o Rei anunciara o casório de Abigail Bourbon com um duque qualquer qual não recordo o nome. Com Abigail de casamento marcado, Edmontine estava a mercê da decisão do Rei de lhe escolher um pretendente. Era hora de agir. Assim que voltasse para Paris, pediria a mão de Edmontine em casamento.


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Notas finais do capítulo

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