Off with her Head escrita por Ghost Writer


Capítulo 4
Prostituta Burguesa


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!! Semana de provas acabou de começar! E também, esse capítulo é gigante TT-TT

Ano 1- 1783



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No dia seguinte acordei com o estridente som de louça sendo quebrada. Levantei rapidamente e sai do quarto com pressa.

–COMO VOCÊ PODE FAZER ISTO COMIGO? - gritou o Rei, seguido por mais um som de porcelana estilhaçada- NÃO SE PASSA DE UMA PROSTITUTA BURGUESA!

Era evidente que Maria Antonieta havia tido um caso durante o baile. Senti-me desolado (não pela Rainha, e sim por minha mãe), sabia que seria metido nisso mais cedo ou mais tarde. Seria obrigado a tomar a posição de meu pai, assumir todas suas responsabilidades quais eu ainda não estava preparado. Eu tinha apenas 17 anos, era imaturo e sonhador demais para entregar minha vida às mãos da França.

Desci as escadas silenciosamente para tentar ouvir mais claramente a discussão.

– Não quero uma vadia barata vivendo no Palácio. Junte seus pertences e saia até o meio-dia, se eu a ver novamente após este horário terei de degolá-la em praça pública.

O Rei saiu da sala com passos firmes e expressão séria. Escondi-me rapidamente e esperei que subisse. Ele bateu a porta do salão que ficou meio aberta, o que me permitiu espiar dentro da mesma.

A imagem que vi foi chocante. Maria Antonieta estava ajoelhada no chão com as mãos ensanguentadas e mais de cinquenta peças de louça quebradas no chão ao seu redor. Passos rápidos logo é percebidos pelo corredor; era Beth, que passara por mim avoada sem nem mesmo notar minha presença e correu até a Rainha. Ajoelhou-se e começou a limpar os ferimentos nas mãos da mesma. Maria Antonieta desaba no colo de Beth e começa um choro incessante e incansável, enquanto Beth afagava delicadamente a cabeça da mesma. Naquele dia pude concluir que até o ser humano mais intolerante e sangue frio tem um mínimo de sentimentalismo, eu já havia visto o bastante. Subi as escadas até meu quarto e tranquei a porta. Fui em direção à janela e sentei em seu peitoril, logo comecei a observar o jardim. Estava um dia chuvoso e nublado. Distraído, avistei uma árvore perto da pequena ponte de entrada do Palácio, árvore qual estive com Edmontine na primeira vez que nos conhecemos. Ao pensar nela, lembrei-me de seu rosto, seus lábios que, em um dos melhores dias de minha vida, beijaram os meus.

De repente uma carruagem atravessa rapidamente o jardim. Quando para, dois serviçais vão até ela carregando uma dúzia de malas junto a um cofre. Estavam preparando o despache da Rainha para seu palácio de veraneio no sul da França; ela despensa os dois homens e se dirige ao cofre. Maria Antonieta o abre e pega um punhado de joias, entregando-as à uma servente, qual dá um sorriso choroso e abraça a Rainha; vira-se e sai apressada para dentro, sendo que deixa escapar uma mecha de cabelo inexplicavelmente roxa de seu capuz, era Edmontine.

Logo em seguida veio Beth carregando duas maletas nas mãos. Ela as coloca na carruagem e depois abre a porta para a Rainha e em seguida, a mesma entra na carruagem e se senta de frente com Maria Antonieta. Naquele momento, preocupei-me com Edmontine, que com certeza estaria completamente abalada agora.

Vesti-me o mais rápido que pude e saí do quarto. Os empregados estavam todos agitados, zanzando por todo o Salão Principal gritando ordens, mas não pareciam estar falando sobre a partida da Rainha.

–Rápido! Preparem mais um quarto!- uma servente exclamou para outras cinco.

–Não está meio cedo para preparar um quarto de uma criança que nem sequer nasceu? – reclamou uma das cinco.

Minha mãe estava grávida. De perplexidade passei a sentir ódio, tanto que me consumiu por inteiro. Andei firme até a porta da varanda qual abri bruscamente. Cego de raiva, não vi nada além de uma pessoa qualquer, logo berrei para quem estivesse lá que saísse imediatamente; mas não percebi que acabara de expulsar minha amada.

Antes ela chorava, mas passou para perplexidade quando me viu urrar de raiva. Seus olhos azuis tristes e sinceros quebraram tudo aquilo que sentira e, eu desabei ajoelhado no chão. Eu encarava melancolicamente o chão até que Edmontine me envolve em um abraço, acariciando de leve minhas costas.

– Tudo vai ficar bem... - sussurrou-me, sorrindo levemente- Nem que tenhamos de fugir desta loucura.

Ela levantou minha cabeça pelo queixo, beijando suavemente meus lábios até que eu relaxasse completamente. Ela se afastou um poucado e beijou minha testa.

–Sinto muito por Beth- disse ainda aninhado em seus braços.

–Não é com ela que me preocupo...

–Como assim?- perguntei.

–Maria Antonieta está grávida.

–Do amante?

–De meu pai- respondeu Edmontine.

Meses se passaram e enquanto a barriga de minha mãe crescia, eu e Edmontine nos aproximamos ainda mais (também pude notar o persistente interesse de Abigail por mim mas, nada fora do normal). Chegara o grande dia do nascimento de meu meio irmão/irmã e o Palácio inteiro se agita. Os empregados estavam todos apressados e confusos à espera da parteira (que parecia nunca chegar). Os gritos de minha mãe vindos do segundo andar ecoavam em todos os cantos, me causando muita dor de cabeça e desgosto.

Finalmente a bendita parteira chegou a tempo que acabar com toda aquela confusão geral. Ela sobe rapidamente as escadas e instruciona às criadas com tarefas e listas de coisas que precisaria. Ao mesmo tempo, a Rainha também dava a luz ao seu terceiro filho ou filha; e estava em companhia de sua filha mais nova e sua criada predileta (Edmontine e Beth). Apenas Abigail estava no Palácio e também não resolveu assistir o parto. Saí daquela casa de horrores e dirigi-me ao jardim. Abigail me seguiu e começa a dar uma “corridinha” para me alcançar.

–James!- gritou Abigail. Virei-me e a esperei com as mãos nos bolsos da calça-Não vai ficar com sua mãe?

–Estou me deserdando oficialmente dos Buttenbender. Minha mãe é a só uma das vadias do Rei da França e meu pai era um galinha sanguinário. Se você souber algum motivo para que eu mude de ideia, estarei disposto a ouvir.

–Mas ainda sim é bem vindo a morar conosco aqui no Palácio- disse Abigail um tanto encabulada.

–Obrigada- agradeci -Mas só até eu arranjar outro lugar.

–Certo- respondeu a princesa sorrindo.

Um choro ensurdecedor invade do Palácio à o que tem fora dele. Abigail sorriu de leve para mim com um olhar doce.

–Vamos ver sua mãe?

–Claro...- respondi com certo desinteresse.

Entramos e subimos as escadas até os aposentos de minha mãe e vimos descendo ligeiramente o próprio Rei resmungando possesso de raiva. Cheguei ao quarto e me deparei com minha mãe deitada e coberta, com águas nos olhos e sorrindo.

–É uma menina James- disse com um sorriso cansado- Venha ver sua irmã.

Eu a abracei e beijei sua testa e a da criança, mas sai rapidamente do quarto, deixando minha mãe e a recém-chegada filha para trás. Em poucos minutos eu já estava fora do Palácio e me dirigi à ponte, qual atravessei e fui em direção à cidade.

As nuvens escureceram ainda mais ao meu redor até que a primeira gota de chuva caísse, dando início a um temporal. Eu caminhei na estrada de terra durante umas duas horas e estava aflito. Comecei a lembrar de meu irmão, qual não conhecera, de suas incríveis aventuras de um menino prodígio de seis anos. Lembrei-me também de meu sexto aniversário, no qual meu pai me amaldiçoou pela morte de Joshua. Suas palavras ecoavam em minha mente, “Você o matou! A culpa é sua e somente sua!”, ”Eu lhe desejo todas as tragédias que um homem pode sofrer em toda sua vida! Que todos e quaisquer seres repugnantes que você ame morram da forma mais horrenda e brutal possível!”. Pois bem, tenho trauma de novos familiares, mas, eu temia que a mesma “maldição” se manifestasse por toda a família. Eu não me perdoaria se algo a acontecesse, mas, não teria remorso algum em não impedir que algo aconteça. A chuva se tornara mais forte e eu parei no meio do caminho, avistando na noite um lampião se aproximando de mim. O homem que comandava a carruagem resmungava da chuva que o ensopava por inteiro. Quase ao meu lado, o homem desceu do comando e saiu xingando e amaldiçoando cada gota de chuva que molhava seu casaco. Ele jogou sua cartola na lama e deixou a carruagem para trás. Pude espiar no vidro turvo com a água da chuva alguns cachos roxos, jogados por cima de ombros nus de mangas, era Edmontine.

Peguei a cartola ensopada, a limpei e subi no comando da carruagem, a qual virei e mudei o curso. Após horas, a chuva se dissipara e a noite tornou-se clara repleta de estrelas.

–Carter, já chegamos?- perguntou Edmontine, cansada.

–Estamos quase lá milady – imitei um sotaque forçado inglês.

Chegamos à praia e desci do comando par abrir a porta para a princesa. As cortinas das janelas estavam fechadas, então bati na porta levemente umas três vezes. Edmontine abriu um trecho da porta e eu escondi meu rosto colocando-o baixo, tampando os olhos com a cartola. Ao avistar seu rosto, logo tampei seus olhos.

–O que diabos você pensa que está fazendo?!- desesperou-se.

Eu a beijei e abri seus olhos. Dei um sorriso torto que logo se desfez com o tapa que recebera. Ela estava com expressão enfezada fazendo bico.

–Ai!- exclamei rindo, levando minha mão à bochecha.

Perplexa, a princesa levou as duas mãos a boca e implorou por desculpas mais de mil vezes.

–Nunca mais te levo para um passeio romântico... - disse irônico.

–Você quer dizer um sequestro romântico! – disse rindo Edmontine.

Levei minhas mãos novamente a seus olhos e a guiei em direção ao mar. Lhe disse para tirar os sapatos. Quando seus pés receberam o choque das ondas, todo seu corpo se enrijeceu e então destampei seus olhos, quais se arregalaram à ponto de perceber que ela nunca havia visto o mar. Peguei seu queixo com as duas mãos e o levantei para que pudesse ver a lua majestosa que iluminava a noite.

–James...

–Sim?-respondi.

–Este lugar... É fantástico!- disse entusiasmada com tudo que vira. Deu um passo a frente molhando a bainha de seu vestido longo de tecido pesado.

–Quer nadar?- sugeri sorrindo.

–Eu... - gaguejou- Não sei nadar.

–Tire o vestido- disse já desabotoando a camisa.

– EU NÃO VOU FICAR NUA JAMES! – disse nervosa.

–Tolinha, fique só com o forro- disse rindo.

Joguei a camisa em um canto na areia e, enquanto tirava as botas, pude apreciar a silhueta de Edmontine, que vestia apenas seu espartilho e o forro de sua saia de linho leve. Me aproximei ao litoral e ela fez o mesmo. Nós andávamos em direção ao fundo. Quando a água chegou a atingir nossos quadris Edmontine começou a hesitar por medo.

–James... Vamos voltar- suplicou.

–Tive uma ideia- respondi.

Levei meus braços as costas e pernas de Edmontine e comecei a carrega-la para alto mar. Enquanto nadava carregando-a, ela não tirava os olhos da lua. Quando meus pés já não alcançavam mais a areia eu parei. Edmontine olhou para mim com olhar doce e distraído.

–Obrigada- sussurrou no meu ouvido.

Fixou seus olhos nos meus e então me deu um beijo leve e estalado, inicialmente. O beijo tornou-se mais intenso assim que segurou meu pescoço com firmeza. Meus braços quais antes seguravam com delicadeza o corpo de Edmontine tornaram-se rígidos e a puxavam para perto. Comecei a recuar para a praia de acordo com o curso das ondas, mas, mesmo sendo atingidos diversas vezes pelas mesmas, Edmontine não parava.

Cruzou os braços em volta de meu pescoço mordeu meu lábio inferior. Perto da praia, caí sentado e deixei que a onda nos levasse de volta à areia. Edmontine estava sentada em meu colo e eu estava apoiado com os cotovelos na areia, ela não parava de me beijar.

Sua ansiedade não era nem um pouco disfarçada. Desceu seus lábios até meu pescoço e assim por diante. Eu desabei na areia.Me derretia a cada estalo que sua boca fazia ao beijar meu peitoral nu. Eu a desejava, mas não tinha certeza absoluta se ela me amava, eu teria de ter certeza sobre o que ela sente por mim. Por Deus... Eu me arrependo até hoje de tê-la parado, mas era o certo a fazer (droga, droga, droga!). Ela chegou a abrir o primeiro botão de minha calça quando a interrompi.

–Ed... - gaguejei.

Ela levantou de meu abdômen com olhos pervertidos que desejavam cada parte de meu corpo. Eu me reergui e sentei à sua frente. Seu olhar era confuso, como se dissesse “Você não me deseja?”, droga! Como eu a queria! Mas teria de esperar o momento certo.

–Ainda não Ed.

Seu olhar foi de desapontamento à aceitação. Aproximou-se com um sorriso pervertido e mordeu meu lábio inferior em um beijo intenso.

–Está bem, você está certo- disse agora com um sorriso doce de dentes à mostra.

Levantou-se e andou até a pilha de roupas jogadas. Colocou seu vestido lentamente na esperança de que eu mudasse de ideia (esperta).

–Por Deus, pare de me seduzir!- gritei brincando.

–Nunca- respondeu Edmontine com um sorriso torto.

Ensopados, voltamos à carruagem, qual eu comandei de volta ao palácio.


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Notas finais do capítulo

Comentem *u*



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