Red Angel escrita por Malina Endou


Capítulo 23
Capítulo 23- Precisamos treinar.


Notas iniciais do capítulo

Yo! Aqui está mais um capítulo!

Boa leitura!



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Pov Malina

—Cada vez há mais pessoas a observar-nos.

O Kazemaru estava certo. De um dia para o outro parecia que o número de pessoas que aparecia na ponte aumentava. Era normal que estivéssemos todos preocupados.

—E hoje também não poderemos praticar as técnicas.

—O futebol é muito mais do que técnicas, Kurimatsu.- Levantei-me, terminando uma parte do aquecimento, voltando-me logo para o Goenji estava ao meu lado, a aquecer- Não é?!- olhou para mim, sorriu e assentiu. Não consegui evitar fazer o mesmo.

—Ei, pessoal. Estão a chegar uns camiões!

Quando estávamos a terminar o aquecimento, tal como o Domon disse, dois grandes camiões cinzentos aproximaram-se do passeio que dava para o campo de treino onde pararam. Num deles, a parte lateral rapidamente foi aberta, revelando imensas máquinas, com um ar extremamente moderno, até com radares... A espionagem começava a passar dos limites, tanto que os dois rapazes vestidos de cinzento tiveram a ousadia de dar a cara e encarar-nos.

Eu, o Goenji e o Endou, ao percebermos, desde o banco, o que se estava a passar, corremos até junto dos rapazes, já reunidos a comentar.

—Quem são esses dois?

—Jogadores do nosso próximo rival.- Voltamo-nos os três para trás, vendo a Haruna.

—Do nosso próximo rival?

—Sim, pertencem à equipe da Secundária Gris. Percebi-o porque fiz uma base de dados com todos os rival contra os quais poderíamos vir a enfrentar-nos.- De seguida abriu o seu pequeno portátil para os mostrar. Eu e o meu primo aproximamo-nos para ver- Este é o atacante estrela, Shimozuru Arata. E o outro é o goleiro e capitão, Sugimori Takeshi.

—E vieram espiar-nos em pessoa, não é?- desta vez o Someoka tinha razão para estar chateado. Só faltava eles descerem as escadas, pegarem numa câmara e sentarem-se no banco a filmar como se nada fosse.

—É melhor fingirmos que não estão.- Após o seu pedido, o Goenji começou a correr- Vamos praticar os remates.

—S-Sim.- Não estava muito confiante se conseguiria ignora-los, mas tinha de treinar.

Pouco a pouco, acabamos por decidir praticar o remate à baliza com os outros elementos da equipe. Os três atacantes, incluindo-me, iríamos auxiliar os restantes jogadores, dando-lhes dicas e passando a bola para que rematassem. O Someoka passava a bola para cada um deles, o Goenji apanha as bolas sempre que iam para o seu lado e entregava ao nosso companheiro, já eu dava-lhes instruções para que o próximo avançasse.

—O seguinte!- pedi após o remate do Kazemaru- Max!- e ao rematar também o Mamoru defendeu- O seguinte! Vamos, Jin!- mas foi quando o meu primo fez uma cara de espanto que todos paramos e nos voltamos para trás vendo os dois jogadores da equipe adversária descer as escadas até ao campo.

—Tempo!- pediu o Mamoru, fazendo-nos parar e correndo até eles- Ei, rapazes, parem agora mesmo!- e parou diante deles- És o capitão da equipe da Secundária Gris, não é? Pois não venhas para o nosso campo de treino.

—Por que razão não praticam as técnicas?- perguntou o capitão adversário deixando-me abismada.

—É inútil que as tentem esconder. Já conhecemos os vossos pontos fortes e as vossas habilidades.- Como?

—Vocês estão classificados como um menos de zero. Um falhanço total. A nossa vitória está assegurada.

—Ai sim? Mas ainda nem jogamos.- Ia protestar contra as palavras deles, mas o Mamoru cortou-me a fala.

—Jogar? Será como esmagar uns insetos.- Não sei o que foi pior, se as suas palavras ou se a forma rude como o disse.

—O quê?!- o nosso capitão também não gostou nada do comentário.

—Mas quem pensas que és?!- gritei.

—Chamaste-nos insetos?!- gritou o Shishido.

—Agora sim fiquei chateado!- concordava com o Kurimatsu. E não era para menos!

—Mal educado!- gritou a Haruna.

—Vão-se embora agora mesmo...

—Silêncio!- gritou o meu primo sem deixar que o Someoka acabasse a sua ameaça, cortando também a fala aos nossos companheiros que gritavam indignados.

—Ma-Mamoru...- sabia que o meu primo não era uma pessoa violenta nem nada que se parecesse, mas tinha medo do que ele podia fazer depois do que foi dito sobre a sua equipe.

—Retira o que acabaste de dizer.

—Limitei-me a dizer a verdade. Parece que não percebem algo tão simples.

—Isto eu não permito!- dei um passo em frente ao ver o Mamoru levantar a mão, mas limitou-se a apontar- Está bem! Vamos mostrar-vos as nossas técnicas, mas num duelo contra vocês os dois.

Todos ficamos espantados com a decisão. Era uma má ideia... Era uma péssima ideia!

—Vamos mesmo solucionar isto com um duelo?

Após aceitar a proposta do nosso capitão, todos nos dirigimos até ao outro lado do campo, indo para o gol junto à ponte Inazuma.

—Claro!- foi realmente muito rápido a responder-me. Suspirei- Cada um atira uma vez e vamos ver quem para o remate, pode ser?

—Não percebo qual a necessidade dessa complicação.- Fiquei espantada com as palavras do outro capitão. Como não compreendia?

—Pode ser que não percebam, mas é assim que nos sentimos.

—E como é que se sentem?- a sério que ele não percebia?

—Não vamos aceitar o que nos disseram!

—Ainda assim somos incapazes de perceber.- Passei-me.

—Oh, por favor! Será que não percebem que estamos indignados com as vossas palavras?! Simplesmente não podemos aceitar isso só porque vocês o disseram.

—Querem que o demonstremos com um exemplo?

—Sim. Assim é.- Concluiu o meu primo.

—Já percebi.- Suspirei. Pensei que aquela escola fosse de génios.

—Ótimo!- se bem que ver o Mamoru todo feliz só por eles terem percebido aquilo só me deixava envergonhada, e segundo o que via, ao resto da equipe também- Já vão ver como não nos vão conseguir vencer!- estava feliz por ele ter tanta fé em nós, mas nem sabíamos que tipo de técnicas eles usariam nem como jogavam.

Os dois companheiros voltaram para um dos grandes veículos onde se trocaram e colocaram uma espécie de fios na cabeça. Era realmente estranho. Já não bastava a atitude sombria deles, ainda tinham que parecer robôs?

—Vamos, Mamoru! Tens que parar essa bola seja como for!- gritei. Tinha fé no meu primo.

—Todos contamos contigo, capitão!- acrescentou o Shishido.

—Sim! Confiem em mim!- o problema nem era esse.

Mal a Aki apitou, o atacante da Gris começou a correr na direção do nosso capitão, encarando-o. Que tipo de truque teria na manga, era o que despertava a curiosidade. E foi então, que com o calcanhar, elevou por cima da sua cabeça antes de lhe dar forte pontapé para o alto. Iria fazer uma técnica? Mas... Aquele movimentos... Não podia ser! Esta estupefacta ao perceber que ele ia fazer o Fire Tornado. Como assim ele estava a fazer a técnica do Goenji?! Não o ia perdoar por isso!

O Mamoru tentou defender mas sem sucesso. Sem a God Hand jamais conseguiria parar aquela técnica, e ao bater na trave, a bola acabou por entrar. Todos estamos pasmados, não pelo facto da bola ter entrado, mas sim por ele ter feito a técnica do Goenji.

—Que analisaram os dados é uma coisa, mas que sejam capazes de copiar as nossas técnicas...- O Megane tinha razão. Isso já era passar dos limites.

Sem mais demoras, o Goenji avançou até ao campo e caminhou até ao Mamoru que lhe deu a bola para que fosse ele a rematar. Ele tinha de marcar!

—Vai Goenji! Mostra-lhe quem és! Eles que percebam que o Fire Tornado é a tua técnica e que uma cópia barata não tem a ver com a original! Contamos contigo! Tu consegues!

—Malina... Acho que ele já percebeu.- Quando o Mamoru me chamou, parei de gritar e percebi o escândalo que estava a fazer. Estava toda a gente a olhar para mim e para a minha figura triste. Baixei o braço e a cabeça com a vergonha. Acabei por me entusiasmar.

Mais uma vez a Aki apitou para o duelo começar, fazendo o Goenji correr na direção do goleiro adversário antes mandar a bola para o ar e fazer a sua técnica que foi com toda a força na direção do gol. O goleiro também conseguiu fazer a tempo a sua técnica, SHOT POCKET, colocando uma barreira de cor à sua frente para deter a bola... O que acabou realmente por acontecer.

Ficamos boquiabertos, completamente sem fala com o que tinha acabado de acontecer. Só conseguimos ficar parados a assistir ao capitão a adversário a aproximar-se do nosso companheiro, deixando a bola cair a seus pés.

—A demonstração terminou.

Não podia acreditar que aquilo tinha acontecido. O Fire Tornado original tinha... Perdido.

***

—Malina?- olhei por cima do ombro, vendo a minha mãe aproximar-se com um cesto para apanhar a roupa- O que estás ai a fazer sentada?

A frustração era tanta que acabei por sair do quarto para me ir sentar na varanda que dava para o jardim da minha casa. Precisava de apanhar ar, mas também não tinha disposição para sair. Devia estar ali à uns quinze minutos, com a bola de baixo dos pés, balançando-o.

—Nada. Estou só a pensar.

—E já pensaste nos teus trabalhos de casa?- perguntou, caminhando até à roupa.

—Já!- eu era responsável!

—Parece que vai chover.- Olhei para o céu vendo que o sol se punha e que tinha aparecido nuvens negras ameaçando com chuva.

—Sim.

—O que se passa?- perguntou, começando a apanhar a roupa.

—Nada.

—Nada, não. Pareces triste, filha.- Fiz a bolar levantar, agarrando-a com as mãos antes de me levantar.

—É impressão tua!- ri-me- Eu estou bem. Estou apenas nervosa com o próximo jogo, só isso!

—Mas não é só daqui a uns dias?

—Sim, mas estamos a ter vários problemas para nos podermos preparar para a partida.- Também havia o que aconteceu esta tarde

—Porquê? O que se passa?- olhei para trás vendo o meu pai.

—Bem vindo, querido.

—Olá papá!

—O que se está a passar com o meu anjo?- perguntou, sentando-se ao meu lado antes de me retirar a bola das mãos e começar a dar toques com ela.

Acabei por lhes explicar que não podíamos continuar a treinar no mesmo local uma vez que os espiões não paravam de chegar, acrescentando o que aconteceu estar tarde quando nos defrontamos com os dois jogadores da Gris. Suspirei ao terminar. Realmente não sabia o que fazer.

—Não conheces nenhum sitio em que eles possam treinar, Taro?

—Sim, papá! Tu estás cá a ajudar na renovação de um estádio, não é?! Não haverá um sitio onde possamos treinar sem que ninguém nos veja?

—Eu trabalho fora de Inazuma, filha.

—Eu sei, mas ainda assim...- começou a sua barba por fazer deixando a bola rolar até aos pés da minha mãe, que a chutou na minha direção.

—Agora assim de repente, não me ocorre nada. Desculpa, filha.- Baixei a cabeça antes de ir ao encontro da bola com os pés. Estávamos realmente com azar- Mas prometo que amanhã vejo alguma coisa e depois digo-te, sim?- afagou-me os cabelos, sorrindo, fazendo o meu crescer.

—Sim. Obrigada, papá!- abracei-o, sendo logo retribuída.

—E tal um jogo?- soltei-o logo- Eu fico como goleiro.

—Claro!- ambos nos levantamos, mas fomos logo detidos pela minha mãe de mãos à cintura e com uma cara furiosa.

—Nem pensem nisso! Da última vez que jogaram partiram-me três vasos de flores e sujaram-me a roupa que estava pendurada! Se querem jogar vão para um campo!

—Mas mamã...

—Vá lá, mamã...- ela olhou para o meu pai de tal forma que o fez sentar-se de novo. Suspirou.

—Além disso, preciso da vossa ajuda para apanhar o resto da roupa. Não tarda a chover.

—E depois podemos jogar?!- bastou um olhar da esposa para que ele percebesse a mensagem e começasse a ajudar- Entendi.

Não pude evitar rir. Realmente tinha sorte em ter uns pais que me apoiavam em tudo e que faziam o que podiam para me ajudar e para me ver feliz. Só que nem as brincadeiras deles me estavam a conseguir animar. Olhei para o céu, pedindo por tudo para que conseguíssemos um local para treinar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!

Reviews?!
Kissus!



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