Red Angel escrita por Malina Endou


Capítulo 22
Capítulo 22- Fãs?


Notas iniciais do capítulo

Yo!
Aqui está mais um capítulo! Saiu rápido porque estou a tentar despachar esta fic!! XD kkk

Enfim, boa leitura!



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Pov Malina

A sensação de sermos vencedores, de ganharmos um jogo e avançarmos para o próximo era a melhor que podia haver!

Graças à nossa vitória, os rapazes começaram a treinar com mais empenho, a chegar cedo aos treinos e tentar fazer técnicas. Todos temos melhorado consideravelmente e isso têm-se notado, principalmente nos treinos; eles conseguem driblar melhor, assim como tirara bola ou marcar. Até seguem melhor as minhas ordens quando tento coordenar o ataque e a defesa ou ajudar nos passes para que sejam bem sucedidos.

—Isso mesmo! Marquem bem! Continuem!- pedi, correndo até ao banco para beber um pouco de água.

—É incrível!- parei de beber, olhando para a Haruna que estava de câmara na mão- A equipe está cada vez melhor!

—Sim! Com este ritmo talvez consigamos outra vitória.- Discordava da Aki num aspeto... Porque eu tinha a certeza que iríamos ganhar outro jogo.

Voltei-me para o campo, sorrindo, ao ver todos os meus companheiros a treinarem com tanto empenho e dedicação! Até o Someoka rematava com imenso força, a ponto do Mamoru ter que usar o Nekketsu Punch para parar o remate. Alarguei mais o meu sorriso, fechando a garrafa e pousando a no banco. Ao correr para o campo, para continuar o treino, vi os rapazes parados a olhar para a ponte onde estava imensa gente a observar-nos desde que começamos a treinar.

—O que se passa, rapazes?

—Não me digam que já temos...- murmurou o Kazemaru.

—Temos o quê?- ia perguntar, mas o meu primo acabou por ser mais rápido.

—Os nossos próprios fãs.

Com a frase do azulado, o nosso capitão quase deixou cair a bola com o espanto.

—Fãs?! Fãs da equipe?!- olhei para ele e vi que quase se desfazia em lágrima.

Assim que ouvi os rapazes a comentarem sobre as câmaras que os supostos fãs tinha, fiquei preocupada. O facto deles estarem ali a fotografar e a filmar lembrava-me algo, e não era uma coisa nada boa.

—Daqui a pouco sairemos na televisão.- Comentou o Shishiro.

—Estou muito nervoso, capitão. Posso ir ao banheiro?- ri-me com o comentário dele.

Levantei a cabeça na direção das pessoas que nos observavam, vendo que não paravam de nos gravar e fotografar. Parecia haver crianças ali no meio, talvez não fossem aquilo que eu estava a pensar.

—Vamos lá rapazes, vamos treinar! Temos que melhorar as nossas técnicas!- todos aceitaram a decisão do capitão.

De repente, ouviu-se um grande estrondo a aproximar-se do campo, e quando olhamos para a zona de relva, vimos um carro preto descer a toda a velocidade e aos solavancos pelo monte a baixo. Começou a vir na nossa direção, fazendo-nos correr antes que fossemos atropelados. E mal o carro parou dentro da área do goleiro, de dentro dele saiu... Natsumi Raimon.

—Proíbo-vos de treinar as técnicas.- Como é que ela nos podia pedir uma coisa daquelas?

—Mas o que estás a dizer? Se não usamos as técnicas, nunca poderemos ganhar o torneio.- Ela limitou-se a apontar para a ponte onde estavam as pessoas.

—Mas vocês não estão a ver toda aquela gente?- ao que parecia, eu devia realmente ter ligado às minhas suspeitas.

—Referes-te aos nossos fãs?!

—Não, Mamoru...

—Eles não são fãs.- Continuou o Goenji, completando o que eu queira dizer- São espias das outras equipes de futebol. Estão a reunir todos os dados que podem sobre nós.

—O quê?! São espias?!- todos ficaram completamente admirados. Como é que nenhum deles reparou nisso?

—Quando uma equipe desconhecida ganha a uma famosa e depois consegue várias vitórias contra oponentes fortes e conhecidos, é normal que isto aconteça.

—Tu já sabias disto?- o Mamoru tinha uma completa cara de espanto. Assenti, vendo o meu primo deixar cair a bola.

—S-Sim.- Afirmei, vendo aquela expressão dele, apanhando a bola a meus pés- Quando estive em Itália isto também aconteceu à equipe de um amigo meu. Eles começaram a ganhar partida atrás de partida e várias pessoas tentaram espiá-los e era quase impossível eles treinarem as técnicas porque ao fazê-lo, estariam a mostrar as suas cartas aos rivais, assim como acontecerá se treinarmos as nossas.- Mais uma vez, os rapazes ficaram abismados.

—Precisamente. Por isso mesmo é que vos proíbo.

—Sim, seria um desastre se pudessem estudar as nossas técnicas.- O Goenji tinha razão, e isso era coisa que não podíamos deixar acontecer.

—Mas Goenji, como vamos treinar sem as técnicas?

—O futebol é algo mais do que usar técnicas, Malina.- O Goenji tirou-me a bola das mãos antes de me colocar a mão na nuca e afagar os meus cabelos- Há os passes, os foras de jogo, os lançamentos... Há imensas coisas para treinar.- Após as suas palavras, tirou a sua quente mão de cima da minha cabeça, levando alguns fios de cabelo enrolados nos seus dedos.

—Por isso mesmo!- começou o Mamoru- O que temos que fazer é treinar as técnicas num lugar onde ninguém nos possa ver!

—E tu conheces algum sitio assim?- o Goenji tinha razão. Seria útil haver um espaço desses se o Mamoru conhecesse.

—Não, mas viria a calhar, não é?

—Sim...- Suspirei.

*

—Para onde é tudo isso, mamma?- era um pouco difícil livrar-me dos hábitos italianos. Não sabia se era por ter sido o país que mais me marcou, se era por achar aquela língua lindíssima.

Cheguei à cozinha e vários sacos em cima da mesa, assim como caixas, as quais se enchiam de comida, sendo colocadas, cuidadosamente pela minha mãe, dentro dos grande e coloridos sacos. Alguns deles estavam no chão para ao contrários dos que estavam em cima da mesa, os do chão pareciam ter braços felpudos a sair deles.

—São para o refugiu que ajuda os sem-abrigo e para o hospital.- Baixei a cabeça e comecei a esfregar o cabelo com a toalha- Malina!- levantei-a logo, deixando o cabelo cobrir-me completamente a face. Abri espaço com as mãos, sorrindo para ela.

—Sim?!- tentei fazer o sorriso mais inocente de sempre, mas sabia bem porque estava com aquele tom de voz.

—Se queres secar o cabelo, sabes perfeitamente onde fazê-lo, e não é na cozinha.

—Desculpa.- Ri-me. Já sabia bem que seria aquilo. Mas foi então que percebi algo- Disseste que esses sacos são para o hospital?

—Sim.- Virou-se para os sacos do chão e apontou com o polegar por cima do ombro- Aqueles ali. São peluches para a sala das crianças.

—E vais agora lá?!

—Sim, eu...- antes que a minha mãe tivesse tempo de terminar a frase, já eu corria escada a cima.

—Espera por mim!- gritei- Estou pronta em cinco minutos!

*

Não demoramos muito a chegar ao hospital, demoramos mais foi a levar a comida ao refugio já que a minha mãe não queria que ela ficasse fria e também porque tinha passado da hora de jantar. Sempre admirei muito a minha mamma e tudo o que ela faz pelos mais necessitados. Como deixou o seu trabalho para viajar com o meu pai devido ao seu trabalho, ela acabou a dedicar-se a causas nobres, ajudando da maneira que pode; passa os dias a cozinhar, todos os brinquedos de criança que eu tinha foram doados e nunca deitados fora, ela sempre proibiu que o fizesse, sempre ajudou nas campanhas contra fome, e até mesmo a recolher comigo, até já perdi a conta de quantas vez voluntariado nos lares pelos países que já passamos! Admiro-a imenso!

—Porque quiseste vir comigo?- perguntou enquanto me entregava um dos sacos.

—Há uma pessoa aqui no hospital que quero muito visitar.

—Quem?

—É... É uma amiga!- sorriu, olhando para mim com um ar desconfiado.

—E compraste uma flor para uma amiga?- riu-se.

—Sim.- Olhei para a rosa cor de rosa na minha outra mão- É uma amiga especial, mamã.

—Está bem, vai lá ver a tua amiga que eu vou entregar os brinquedos sozinha.

—A sério?!

—Sim. Quando estiver despachada eu ligo-te.- Abracei a minha mãe, sorrindo.

—Obrigada, mamma!

Comecei a correr para dentro do hospital, deixando a minha mãe sozinha no parque. Tentei lembrar-me dos quarto da Yuka, mas só acabei por recordar o andar, tendo que ir a verificar as placas uma a uma. Foi então que o sorriso me iluminou a face ao ver escrito “Yuka Goenji”. Abri a porta bem devagar, pensado que o talvez o seu irmão pudesse estar com ela, porém, o quarto estava vazia, apenas a pequena Yuka habitava aquele frio quarto. Entrei e fechei a porta atrás de mim, aproximando-me da cama.

—Olá Yuka. Sei que não me conheces, mas sou amiga do teu irmão.- Sabia bem que ela estava em coma, mas eu sempre acreditei que as pessoas naquela estado nos podiam ouvir perfeitamente, apenas não nos respondiam- Chamo-me Malina Endou, e estou no mesmo clube de futebol que ele.- Voltei-lhe as costas e fui até ao vaso vazio por cima de uma estante- Queria também pedir-te desculpa, Yuka.- Olhei para dentro do vazo vendo que tinha água no seu interior- Insisti tanto com o teu irmão para que ele jogasse connosco na Raimon... É a nossa equipe, sabias?! Ele também joga! E é incrível em tudo o que faz! Admiro-o imenso.- abanei a cabeça. Estava a desviar-me do assunto- O que queria dizer é que insisti tanto que acabei a sentir-me mal por isso.- Após pousar o vaso e a flor, voltei-me para ela indo na direção do banco junto à cama, onde me sentei- Nunca imaginei que estivesses nesta situação e sabia ainda menos da promessa que ele te fez.- Curvei-me- Peço desculpa.- Levantei a cabeça, encarando a pequena menina- Eu só o queria ver jogar. O teu irmão é espantoso, Yuka. Eu precisava mesmo que ele jogasse connosco, queria vê-lo na nossa equipe e creio que fui um pouco egoísta, nem me dei ao trabalho de pensar porque razão ele não queria jogar. Mas é que...- senti as lágrimas virem-me aos olhos. Sempre odiei isso em mim; choro por qualquer coisa. Ainda assim, obriguei-me a sorrir- Eu gosto muito dele! Estou apaixonada pelo Shuya!- apercebi-me de que dissera o nome nele, o que me fez corar e rir com a vergonha. Puxei a cadeira para a frente e tirei o casaco de ganga de cima do meu vestido branco, deixando-o em cima das pernas tapadas. De seguida, deitei os braços sobre a cama, posando a cabeça em cima deles- Gostava tanto de ter coragem para lhe dizer o que sinto.- Sorri, olhando para a pequena menina- Mas por agora, sou feliz por ter a sua amizade.

Pouco a pouco, o som que comecei a ouvir foi da máquina que estava ligada à Yuka apitar, mas parecia estar tão distante, como se me afastasse, como se a minha consciência fosse para outro local. E quando dei por mim, os meus olhos não viam nada mais além da escuridão.

*

Repentinamente, abri os olhos. Tinha acabado por adormecer junto à cama da Yuka! Como pude deixar isso acontecer?! Era suposto ser uma visita rápida.

Olhei para os meus joelhos procurando o meu casaco e retirar de lá o telemóvel, mas ele desaparecera. Endireitei as costas que me doíam um pouco por estar curvado, e também devido ao jogo contra a Wild, que tinha deixado as suas sequelas, mas nada de grave. Foi ao pôr-me direita que senti algo deslizar-me pelas costas, e ao olhar para trás, vi o meu casaco cair ao chão.

Ele estava em cima dos meus ombros? Eu tinha a certeza que o tinha deixado no colo. Levantei-me e olhei para todo o quarto, mas não havia ninguém para além de mim e da Yuka. Teria estado ali alguém? Senti-me corar automaticamente ao pensar que pudesse ter sido o Goenji.

—Que vergonha.- Só me apetecia esconder num buraco bem fundo.

Nesse instante, ouvi o meu telemóvel vibrar dentro do casaco. Pensei logo que fosse a minha mãe e no facto de me ter esquecido de pôr com som, já que nos treinos meto em silêncio ou a vibrar, quando vou treinar com o Mamoru. Baixei-me e peguei no casaco, retirando de lá o telemóvel vendo que era realmente a minha mãe. Devia estar furiosa porque, segundo o relógio, já se tinha passado mais de uma hora e meia!

—Sim?- rapidamente, afastei o telemóvel do ouvido.

Puedo saber en donde te has metido, ninã?!- sabia bem que sempre que a minha mãe se punha a falar espanhola era porque estava de castigo- Estoy harta de llamarte y tu no me dices nada! Vete inmediatamente para el coche y esperame! Ya hablaremos!(1)— e desligou sem me dar tempo para responder.

A minha mãe pode ser a pessoa mais querida do mundo, mas quando a irritam é melhor nem abrir a boca. Até o meu pai tem medo de o fazer. Mas de uma coisa tinha a certeza... Estava metida em sarilhos.

Se bem que ainda havia algo que me intrigava... Se não foi a minha mãe que esteve no quarto da Yuka, quem terá sido?


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Notas finais do capítulo

(1) Para quem não entendeu, neste caso, que não espanhol, eu traduzo: "Posso saber onde te meteste, menina?! Estou farta de telefonar-te e tu não me dizes nada! Vai imediatamente para o carro e espera por mim! Já falamos!" Caso alguns não saibam, a mãe da Malina é espanhola, o pai é que é japonês.

Quem achas que esteve no quarto da Yuka e tapou a Malina?! :3 Deixo isso para a vossa imaginação!

Reviews?!
Kissus!



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