Sobreviver escrita por Nadii


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores!
Voltei!
Quero agradecer a linda, * Giovannabrigidofic * por ter comentado a maioria dos capítulos!

Quero dar as boas vindas a RAFA! Sim, ela leu a fic bem no comecinho, antes de digitar, me apoiou a publicar e finalmente fez uma conta aqui! o/
Gente, ela foi minha aluna (êêê), sim ela me aturava na sala, mas tem se tornado uma amiga especial!

O capítulo ficou gigante! Então acabei dividindo ele e a surpresa vai ficar no próximo... MAS, esse é importante e vai liga-los até lá!

Boa leitura! =)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/556939/chapter/9

Somos acordados por insistentes batidas na porta, afinal após um flagra bastante constrangedor de Haymitch, aprendemos a trancá-la. Levanto-me antes de Peeta e, como não usava nenhuma roupa, visto sua camiseta do pijama que estava na guarda da cama, enquanto ele me olha bastante sonolento.

– Deve ser Haymitch, as vezes ele não tem noção mesmo! Deixa que eu atendo – mas nem espero sua resposta e desço para anteder.

– Já vai! - grito ainda da escada – Haymitch – falo irritada enquanto destranco a porta – juro que hoje eu te...

– Gale?! - meu amigo era quem estava parado na minha frente.

– Catnip – ele dá um pequeno sorriso mas logo morre ao olhar para a escada, onde uma figura loira, descabelada, com cara de sono e vestindo apenas a calça do pijama estava – Peeta.

– Oi, Gale – responde.

Saio do meu momento de choque ao observar os dois se encarando.

– Entra, vamos para a sala – faço sinal para que ele passe e ele concorda.

Ao meu lado, me abraçando pela cintura, Peeta deposita um beijo em meus cabelos, respondendo em um sussurro a pergunta que o fiz com os olhos.

– Tudo bem – diz.

Percebo que Gale está reparando atentamente os detalhes da sala, provavelmente comparando com a última vez que a viu. Ao longo desse tempo trocamos a estante por algo mais leve e que desse outra visão ao local. No lugar dos quadros colocados pela Capital, se encontra um quadro feito por Peeta, onde a imagem em que Prim e eu sorrimos está representada. Sim, ele cumpriu sua promessa, tornou-a em uma bela pintura e ainda me perco em lembranças ao observá-la. Há também outros quadros dele, um onde representou o pôr do sol do lago na primeira vez em que fomos, outro em que estou entrando na floresta, além de algumas fotografias de momentos importantes que temos vivido nesses meses. Substituímos as poltronas que antes adornavam o lugar por um confortável jogo de sofá, além de duas poltronas grandes, o que deixou o lugar com cara de um lar de verdade.

– Sua casa está diferente, andou se ocupando bastante aqui – comenta meu amigo, agora nos observando.

– Fizemos algumas mudanças, sim. Mas pode sentar, Gale, só vou trocar de roupa e volto – saio para o quarto.

– Vou fazer um café, me acompanha na cozinha? - ainda consigo ouvir Peeta perguntar.

No quarto, coloco uma calça, a bota, uma blusa mais quente e a velha jaqueta do meu pai. Refaço minha trança e reparo na melhora da minha pelo depois que comecei a usar os cremes que Effie trouxe em sua última visita. A casa está muito silenciosa. Encontro os dois na cozinha, Gale sentado à mesa que já está posta. Peeta escorado na pia terminando de coar o café que aprendemos a fazer e sorri para mim.

– Fiz chocolate quente – aponta para a mesa – Agora vou subir e me arrumar, não demoro – aceno concordando e ele sai.

Ficamos em silêncio, eu porque tinha muito e nada a falar ao mesmo tempo e antes que um de nós tomasse a iniciativa, ouvimos o som da porta de entrada ser aberta.

– Haymitch! - digo para que ele saiba onde estou e para explicar a um Gale confuso o que se passa.

– Caçador! - cumprimenta, certamente sem saber o que está acontecendo – Docinho – ele sabe que não gosto desse apelido – onde está o Garoto?

– Aqui! - ele mesmo responde – Estava lá em cima – explica.

Tomamos café em uma conversa calma. Claro que nosso ex-mentor não poderia deixar de fazer um verdadeiro interrogatório ao meu amigo sobre a segurança de Panem. Haymitch se mantém sempre informado sobre os assuntos da Capital, Gale responde a todas as perguntas tranquilamente e, conhecendo-o como acho que ainda conheço, sei que ele realmente gosta do seu trabalho, o que não me surpreende, pois durante a Revolução ele parecia muito a vontade sendo um soldado.

– Vocês vão para a floresta? - Peeta pergunta.

– Acredito que sim – olho para Gale que confirma – mas vamos uma parte do caminho com você.

– Preciso que vocês – aponta para Haymitch e para mim – passem lá depois assinar alguns papéis. São contratos com os fornecedores – explica.

– Você sabe que não precisa, não é? - pergunto e ele dá de ombros – Mas se faz questão! - sorrio.

Arrumadas as coisas na cozinha, saímos de casa. Haymitch disse que tinha algumas ligações para fazer e foi para sua casa. Caminhamos em direção ao centro, com Gale de um lado e Peeta do outro, segurando firme minhas mãos. Na entrada da cerca nos despedimos com beijos e abraços carinhosos.

– Me avisa quando voltar da floresta? - pergunta Peeta.

– Claro – respondo.

– Não vá esquecer! - levanta uma sobrancelha – falo sério, Kat.

– Sim, senhor! - brinco – Te vejo na padaria – falo em tom sério agora.

Assim, meu amigo e eu adentramos a floresta, nosso lugar. Pego meu arco e flechas e procuro outro para Gale. Alguns metros e avisto um peru selvagem. Preparo minha arma, miro e o tiro é certeiro. Pego o animal abatido vendo o quão grande é. “Vai dar um belo assado”, penso.

– Continua tão boa caçadora quanto antes – tinha até esquecido que ele estava aqui – a floresta é o seu passe de liberdade, então? - sinto uma certa ironia em sua fala.

– Todos somos livres o tempo todo – respondo – acredito que por isso lutamos em uma guerra.

– Mesmo? Porque o padeiro estava muito firme quando ordenou que fosse à padaria – alfineta.

– Ele não mandou – justifico – é um acordo que temos.

– Acordo? - ironizou – Parece que muita coisa mudou por aqui.

– Sim, Gale, mas eu te conto tudo – tento amenizar o clima – vamos sentar e conversar.

Sigo para a pedra na entrada da floresta, onde costumávamos nos encontrar em outro tempo. Ouço Gale resmungar baixo, mas não presto atenção para distinguir alguma frase. Lá nos sentamos, ajeito minha caça junto da bolsa e deixo em um lado. Não temo pelas coisas que direi ao meu amigo, somente não confio em sua reação.

– Desembucha, Gale. O que quer saber? - quebro o silêncio indo direto ao assunto.

– Que acordo é esse que faz você obedecer as ordens dele? Você nunca obedeceu ninguém.

– Não são ordens – começo – mas tivemos problemas há meses atrás e depois disso, nós dois e Haymitch, combinamos em sempre dizer onde iremos e avisar quando retornamos.

– Ainda não faz sentido. Algo realmente grave deve ter acontecido. O que foi, Katniss?

– Foi comigo. Eu sumi um dia, eles ficaram me procurando e pensando que eu tive um surto. Haymitch me encontrou escondida no porão no final do dia, mas Peeta já estava aqui na floresta a minha procura. Vim atrás dele e demorei para achá-lo. Depois desse dia fizemos um acordo de avisar onde quer que formos – mesmo que desse dia guarde lembranças bonitas, ele nunca vai deixar de ser uma data triste.

– Quando foi isso? - pergunta, mas não respondo. Fico olhando o chão e suspiro. Esse é um assunto delicado - Quando, Katniss? - insiste.

– No aniversário da Prim – ao ouvir a explicação, Gale fica parado alguns minutos apenas me olhando. Noto que ele parece se segurar para não chorar, apertando os lábios e respirando profundamente.

– Katniss, eu... me desculpa, me perdoa pela Prim!

– Tudo bem, Gale – interrompo-o.

– Não, não está tudo bem – ele se irrita – eu amava ela como se fosse minha irmã.

– Eu sei – corto novamente.

– Eu... foi a minha bomba, Katniss! - agora ele está exaltado, um misto de confusão, raiva e culpa pesam em seu rosto.

– Disso eu já desconfiava. Peeta e Haymitch confirmaram, mas também disseram que não foi sua culpa. Lembro de uma conversa sua com Beete, onde vocês planejavam um ataque surpresa com bombas, mas vocês não jogaram elas. Coin tinha tudo planejado, enviou Prim para a Capital mentindo para minha mãe que ela estava na área de isolamento do hospital atendendo algum paciente.

– Ela era um monstro mesmo. Como eu não percebi antes?

– Você não tinha como.

– Mas você sabia o tempo todo, não é? - confirmei – Como?

– Pelos mesmos olhos de cobra que Snow. Coin era igual, apenas com cabelos longos e em corpo de mulher. Convivi tempo suficiente com ele pra reconhecer nela o mesmo veneno e cede por poder. Você não tinha como saber. Depois das duas arenas, uma Turnê da Vitória, onde você via coisas estranhas acontecendo, acaba aprendendo a separar esse tipo de pessoa.

– Você deveria me odiar, Prim era tudo o que você tinha.

– Eu também achava que ela era tudo o que eu tinha, mas não era. Eu tinha minha mãe, você, Haymitch e Peeta. Te odiei por muito tempo, demorou até que essa raiva passasse. Na verdade, deve agradecer ao Peeta por ter te perdoado, ele me ajudou muito, principalmente com relação a você.

– Catnip, eu deveria ter vindo com você ou poderia ter vindo antes, talvez fosse diferente agora. Eu te amo! - nesse momento ele tenta se aproximar ainda mais e uma mão tocando em meu rosto.

– Nada seria diferente – me afasto dele – Quero que entenda.

– Mas eu te amo, Catnip.

– Eu também te amo, mas como o meu irmão, meu amigo, meu companheiro de caçada.

– Não é esse amor, Katniss. - se desespera.

– Mas é o que eu tenho. Estou com Peeta, já deve ter percebido e estamos bem. Estamos construindo uma vida juntos.

– Você não pode! Eu tentei te ligar por dois meses, todos os dias. Mas você não atendia ou não queria falar comigo – sua tristeza é grande ao lembrar isso.

– Não atendia ninguém. Por dias não falei com ninguém. Apenas quando Peeta voltou as coisas mudaram.

– É, pelo visto as coisas mudaram mesmo – fala desanimado e apontando para mim – nunca imaginei que a veria usando esses... adereços – fala com desdém.

– Ah! - só então dou conta de que estou agarrada ao pingente do colar que uso, um hábito que adquiri nesse tempo. É impossível não sorrir – Foram presentes. Eu gosto.

– Percebi, não largou dela enquanto conversamos. Eu tentei ligar no teu aniversário, mas ninguém atendia ou não completava a ligação.

– Naquela semana estavam fazendo manutenção na rede – explico – Foi o que disseram – dou de ombros.

– Me conte a história dos presentes – pede, aparentemente mais calmo.

– Tem certeza? - ele assente. Então me perco nas lembranças daquele dia...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, galera?

Esperavam briga? Barraco?
Perceberam que o Gale falou "adereçoS"? Isso, no plural! O que será que vem por aí?

Se vocês forem legais e comentarem bastante! Quem sabe alguns fantasminhas apareçam...
Enfim, posso postar o próximo capítulo bem mais cedo!
Talvez essa visita ainda vá durar até o capítulo 11... É, ainda tem muuuita coisa pra acontecer!

*CURIOSIDADE* = Para a descrição da sala eu baixei Esperança - parte 1, sim, eu passei e repassei várias vezes a cena em que a Katniss entra na casa dela. A sala (versão antes) é a que aparece no filme, as mudanças eu fiz porque achei aquela muito fria e nada a ver com eles. Só pra esclarecer mesmo hehehe

Comentem, favoritem. Apareçam, gente linda!

Beijos ;)