Sobreviver escrita por Nadii


Capítulo 10
Memória


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores!
Falei que conforme os comentários, voltaria mais cedo! Aqui estou!

Agora vocês vão saber das surpresas... Espero que gostem!

Obrigada a todos que comentaram. Não vou colocar metas, mas sinto que tem tanta gente acompanhando (muito mais do que eu imaginava) e menos de 10% comenta...

Quero dar as Boas vindas as leitoras novas e aquelas que reapareceram!
Elaine Talevi
Mandy Waters Odair
AryCullenJackson
Paçoca com Chocolate

Também a linda, * Giovannabrigidofic * , por sempre aparecer aqui!

Nos vemos nas notas finais...

Boa Leitura! =)



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Memória (2 meses antes):



Acordei sentindo o vazio da cama naquele dia. Estranhei o fato de Peeta levantar e não me chamar para o café. Confesso que até esperava ser acordada com beijos e mimos como ele gostava de fazer. Era meu aniversário e tudo o que encontro é o frio do lençol ao meu lado junto de um bilhete com a caligrafia impecável do meu companheiro.

Kat, tive que sair mais cedo do que o costume para receber alguns suprimentos da padaria. Quero que vá à floresta e traga aquelas plantas que te pedi ontem, vou tentar receitas novas com elas.

Te amo,

Peeta.



Apesar da decepção de não encontrá-lo, não posso deixar de sorrir com seu cuidado e carinho para comigo. Inspirada pelo bilhete e sem outra opção, saio da cama, me arrumo e ando rumo a floresta comendo alguns pães de queijo que encontrei na cozinha.

Depois de colher tudo o que Peeta pediu, passo a cerca e vou para a padaria. Mas ele não está lá também.

– Ele foi buscar alguma encomenda na estação de trem – fala Jhon, um dos funcionários – Pediu pra avisar que te encontrava em casa.

– Tudo bem, se ele passar por aqui, diz que fui pra casa então, por favor.

– Claro, chefa! - dá uma piscadela.

– Tchau, Jhon. Obrigada.

Fiquei muito chateada com Peeta, tínhamos um acordo de sempre informar onde iríamos e, definitivamente, hoje ele estava o quebrando. Sem ânimo algum fui para a Vila dos Vitoriosos, que apesar das mudanças nos distritos, continua habitada apenas pelos três Vitoriosos do Doze.

Sou surpreendida ao entrar em casa e encontrar cinco figuras em uma conversa animada na sala. Todos me olham atentamente e abrem um belo sorriso.

– Surpresa! - uma Effie contente levanta e vem me abraçar – Parabéns, Katniss! Que saudade estava de você. Temos muito o que conversar – completa chorosa.

– Que surpresa mesmo, Effie – retribuo o carinho – Está diferente, mais bonita – elogio.

Minha amiga fica toda orgulhosa, ajeitando os cabelos, agora sem peruca, que estão em seu loiro natural. Suas roupas não são discretas, ainda coloridas, mas sem os exageros que tinham antes.

– Docinho – cumprimenta Haymitch – Parabéns e espero que não se incomode com a invasão na casa de vocês.

– Então pra isso você passou essas duas semanas na Capital? - pergunto – Para trazê-las hoje?

– Também – ele dá uma piscada para Peeta que sorri mais – entre outros motivos, claro.

– Greasy! Não estaria de folga hoje? Você tinha pedido...

– Tudo parte da surpresa, menina! Parabéns!

Só aí a figura loira com os olhos azuis que eu já não via há certo tempo se aproxima.

– Filha – abre os braços e corro para abraçá-la.

– Mãe! Que saudade! - não foi preciso dizer mais nada. Choramos juntas as nossas tristezas e também a alegria de ainda termos uma a outra.

– Peeta! - disse depois de separar-me da minha mãe.

– Culpado – ergueu as mãos e riu – Espero que tenha gostado, amor – completa ao me abraçar – Parabéns, linda – sussurra.

– Adorei! Obrigada.

O almoço já estava pronto, assim nos juntamos à mesa. Durante a refeição fomos atualizados sobre o que acontece na Capital e no Distrito Quatro. Quando percebi, Peeta estava trazendo um lindo bolo de aniversário, redondo, branco com detalhes verde. Um verde como a campina, bem no meio da primavera, recheada de flores, da quais se destacavam uma katniss e uma prímula. Vindo dele, não podia ser diferente. Muito alegres eles cantaram um “Parabéns pra você” e comemos o bolo.

– Bom, tenho alguns presentes, Katniss – começou Haymitch, o que me fez torcer o nariz pois ele me chamou pelo nome e só fazia isso quando o assunto era sério – passei por alguns distritos, apenas para rever uns amigos. Beetee te mandou um presente – e me entregou uma caixa.

Abri o pacote, encontrei um equipamento e uma folha com instruções. Uma máquina fotográfica que revelava a foto na hora. “Coisa do Beetee mesmo”, pensei.

– Obrigada? - não era bem ao meu ex-mentor que eu deveria agradecer e ele deu de ombros.

– Esse é da Johanna. Vocês são estranhas, ela disse que você entenderia – explica entregando um embrulho.

Envolto em um pedaço de pano, encontrei uma bola feita de pinha, folhas e flores. Sorrio muito ao cheirar o presente e constatar que tinha o cheiro da floresta, provavelmente do Distrito Sete. Ela não havia esquecido.

– Ela é maluca! - dou risada alta e sei que ninguém entendeu – Johanna sendo Johanna – justifiquei – É uma boa amiga.

– E esse é meu, apesar de tudo, você é como uma filha – disse entregando um pacote pequeno.

Dentro havia uma pulseira dourada, com elos entrelaçados e quatro pequenos pingentes pendendo por ela. Não pude conter as lágrimas ao ver o cuidado de Haymitch em seu presente. Ele sabia o que me faria bem. Pendurados na pulseira tinha um arco, uma flecha, um pão e uma caixinha marcada com uma cruz.

– Eu, Peeta e Prim? - apenas queria sua confimação – Seu bêbado nojento! - o abracei forte – Eu te amo! - ele me olha espantado mas logo muda para ironia e prevendo suas palavras, acrescento – E não adianta, eu não repito e se me perguntarem, eu nego! - todos caem na gargalhada.

– Minha menina, é simples, mas de coração – Greasy chega em minha frente – Ah, tem esse, é da minha neta pra você – entrega-me um papel dobrado.

Em uma caixa pequena há um par de brincos, pequenos, delicados e discretos. Ela realmente me conhecia. Abro a folha e encontro um desenho que não deixa dúvida terem sido feitos por uma criança, ali havia uma mulher com seu arco e flechas, um homem ao lado de um bolo e um animal pintado de amarelo. “Buttercup”, pensei.

– Obrigada, Greasy! Mas eu quem deveria de presentear por tudo o que fez por mim – lhe dou um abraço.

– Filha, esse presente foi Annie quem mandou – entrega minha mãe.

Uma caixa que abro com todo o cuidado. A primeira coisa que encontro é uma foto de um bebê com poucos meses de vida, atrás da foto tem um nome: Finnick Odair Júnior. Sim, é o filho do meu aliado e amigo. Ainda dentro da caixa há um porta retrato com quatro fotos: uma do pequeno Finnick sozinho, outra do pequeno no colo da mãe, há uma de Finnick e Annie juntos e a última onde meu amigo está sozinho e sorrindo. Deixo-me chorar um pouco por ele que nunca verá o quão lindo seu filho é. No fundo da caixa tem um envelope, uma carta da minha amiga, mas separo para ler mais tarde.

– Obrigada, mãe!

– Por nada. Mas o meu vou entregar mais tarde apenas.

– Ah, sim. Eu também trouxe tantas coisas pra você – se anima Effie – mas só lá em cima, depois te mostramos tudo.

– Acho que agora é a minha vez – Peeta diz – Katniss, tenho dois presentes. Mas quero que saiba que você é a pessoa mais importante da minha vida. Por mais que tenham tentado me fazer te odiar, eu odiava muito mais a mim por não entender que um lado meu queria simplesmente te proteger, sempre. Mas isso não importa – sorriu – quero que abra primeiro esse – me entrega uma caixa pequena e retangular.

Dentro havia uma corrente de ouro com um pingente. Uma pérola. Olhei dela para Peeta tentando entender o que acontecia.

– Essa pérola? - olhei novamente para ele que confirmou. Era a minha pérola. Lembro que fiquei dias procurando por ela, pensando que tivesse perdido, sentindo falta de um pedaço importante meu – É lindo. Coloca em mim?

– Agora tem o outro presente – disse após arrumar a corrente em meu pescoço e eu, que já segurava minha pérola entre os dedos, mexendo-a lentamente, fiquei observando-o, estava nervoso e ansioso – Kat, você é o amor da minha vida e eu não mudaria nada nela porque tudo o que passamos nos trouxe até aqui. Estamos juntos há o quê? Cinco meses? E nunca fiz um pedido oficial. Pode parecer cedo e você tem todo o direito de negar – então ele pega outra caixa quadrada e menor que todas, abre – Katniss, sei porque vi em vídeos que já fiz isso uma vez, mas agora vai ser de verdade. Quero que você tenha o meu sobrenome. Casa comigo?

Essa, com toda certeza, era a última coisa que eu esperava. Ou nem esperava mesmo. Casar? Nunca pensei que cogitaria isso um dia. Na verdade, eu sempre disse que nunca me casaria. Também disse tantas coisas e hoje sei que posso mudar muitas delas. Peeta fez isso comigo, mudou tanta coisa e não foi ruim. Apesar de tudo, de todas as perdas, de todos os medos, tenho vivido os melhores dias da minha vida com ele. Ele que ainda espera uma resposta, me olha com olhar apreensivo. “Cadê as palavras quando se precisa delas?”

Respiro fundo e olho na imensidão azul de seus olhos. Cor essa que está chegando ao topo das minhas preferidas, pelo simples fato de lembrar-me dele. O meu garoto do pão.

– Sim, claro que sim! - me jogo em seus braços e ele me beija.

Peeta me afasta de seus braços, tira o anel da caixa e coloca em meu dedo. Nossos amigos aplaudem e vem nos parabenizar.

Effie começa a fazer planos de onde pode ser a recepção, quem serão os convidados e como a imprensa vai querer cobrir toda a cerimônia. Tenho que pará-la antes que fuja do controle. Digo que não quero festa, basta o ritual do pão. Peeta insiste em, ao menos, irmos ao Edifício da Justiça, pois quer que eu tenha oficialmente seu sobrenome. Muitos empasses começam, cada um dando sua opinião. No fim, digo que Peeta e eu decidiremos e quando estiver tudo em acordo comunicaríamos a eles. Effie não ficou nada contente, mas Haymitch acabou convencendo ela de que era o correto, afinal o casamento era nosso.

– Mãe, você e Effie disseram que tinham coisas pra mim lá em cima, certo? - minha tentativa de mudar de assunto funciona, pois minha amiga se anima, agarra minha mão e me leva escada acima.

No quarto, Effie abre uma enorme caixa que, segundo ela, trouxe da Capital. A primeira coisa que faz e me entregar uma pasta, semelhante a que recebi no Treze quando aceitei ser o Tordo. Não preciso abri-la para entender do que se tratava.

– Cinna... - sussurro ao passar os dedos pela capa preta da pasta.

– Você sempre foi a modelo preferida dele. Depois que te conheceu, todas as suas roupas foram inspiradas em você, Katniss. Todo estilista tem sua musa, você era a dele – diz Effie – Aqui – aponta para o objeto em minhas mãos – são roupas que ele desenhou pra você. Tomei a liberdade de mandar produzi-las. Seu corpo não mudou muito, um pouco mais magro, mas com curvais mais a mostra. Peeta está cuidando bem de você – brinca.

– Está sim – rio – Essas são as roupas? - olho da caixa para ela que confirma. Pego algumas peças para conferir e são perfeitas – Ele ainda se preocupou comigo – digo.

“Continuo apostando em você, Garota em Chamas”, até posso ouvir ele falar.

– Nos desenhos tem até um modelo de vestido de casamento. Posso mandar fazê-lo, será lindo! - bate palmas animadas por sua “brilhante” ideia.

– Filha! - minha mãe segura um tecido dobrado – Quero que fique com ele. Sei que os vestidos de Cinna são lindos e esse não chega aos pés deles, mas quando Peeta me ligou no mês passado, pedindo que viesse hoje e contando que faria o pedido de casamento, pensei que seria o momento de dá-lo a você.

Pego o tecido e abro, revelando um vestido branco simples. Um vestido de noiva. Fico me perguntando de onde ela trouxe pois nunca o tinha visto.

– Usei esse vestido quando casei com seu pai – responde parecendo que ela entendeu minhas dúvidas – Eu era a filha dos donos do Boticário e me apaixonei por um mineiro. Meus pais não aceitaram e quando descobriram que estava grávida me expulsaram de casa. Seu pai me acolheu e logo marcou nosso casamento. Um dia antes minha mãe me visitou e trouxe um vestido de noiva, ela usou em seu casamento e guardou para sua única filha. Me casei com ele e guardei porque eu sentia que teria uma menina também. Minha mãe morreu meses depois de você nascer e meu pai um tempo depois. Depressão, não suportou viver sem ela. No fim eu tive duas lindas garotas e só não morri de tristeza ao perder seu pai por vocês. Sei que te decepcionei muito, filha, e não esperava que fosse dá-lo a você – sorri e entendo, ela daria a Prim – já que dizia que nunca iria casar. Mas é seu, não precisa usar. É uma lembrança minha e de seu pai para você.

Deixo o vestido sobre a cama e choro abraçada a ela. Imagino o quanto sejam dolorosas lembranças como essas. Talvez agora eu consiga entender um pouco ela. Se hoje eu perdesse o Peeta, acho que morreria, assim como meu avô. Sempre a achei fraca por ter se deixado abater pela morte do meu pai, a critiquei e julguei. Agora vejo o quão forte ela foi por não se entregar ao torpor. Quando pensei ter perdido o amor de Peeta fiquei arrasada. Peço perdão por tê-la tratado mal esses anos todos.

Passamos o resto da tarde conversando e matando a saudade. No início da noite, levamos Effie e minha mãe até a estação de trem, já que elas não poderiam ficar mais tempo, ainda mais pelo fato de estarmos sem comunicação por telefone há dias.

Termino o dia do meu aniversário nos braços do meu noivo.

Noivo.

“Acho que posso conviver bem com isso”. Sorri com esse pensamento.


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Notas finais do capítulo

Galera, preciso de uma ajuda: Uma música que vocês achem que representa o amor de Peeta e Katniss, mas não com letra triste. Ela vai ser importante para o próximo capítulo... (spoiler? rss)

Agora sim, o que acharam?
Gostaram das surpresas? O que acharam dos presentes?
E o pedido?

PS: Quando o meu noivo/marido me pediu oficialmente em namoro ele me deu uma corrente (que eu não tiro pra nada) e a aliança... É, praticamente como o Peeta fez com a Katniss... Lindo, não? Tive que colocar isso aí! hehehe

PS²: Tenho um bônus que é a carta da Annie, vocês querem ela no próximo capítulo, ou querem a continuação da visita do Gale?

Comentem, favoritem, recomendem!
Amores, aguardo ansiosa a resposta de vocês!

Beijos!