P.O.V Primmose Mellark ||

Estava na floresta chutando uma pedra, estava emburrada porque minha mãe de novo, não me deixou sair do Distrito 12 com o Tio Gale para visitar o Distrito 2 e eu já tenho 16 anos.Ela sempre soube que eu queria sair do Distrito 12, mas ela nunca saia, nem quando o tio Gale a chamava para ir no Distrito 2. Bem eu já sou diferente, sempre quis sair desse lugar que mais parece um cemitério, mas parece que meu irmão puxou a mãe, sempre quer ficar em casa brincando.

Mas minha mãe me ensinou a caçar e eu devo isso a ela, pelo menos puxei uma coisa boa dela, o meu tiro de arco e flecha. Mesmo que nos não precisemos caçar que nem nos tempos da minha mãe, eu gosto de caçar, eu me sinto livre sinto que posso fazer qualquer coisa.

Tenho dois parceiros de caça, Mell , e Fernando. A família deles são uma das sobreviventes ao ataque aéreo ao Distrito 12. Depois que minha mãe me ensinou a caçar chamei eles para a floresta e eles acabaram aprendendo também.

Quase sempre nos encontramos aqui na floresta, parece que nós sentimos um ao outro e quase sempre nos encontramos na floresta, por isso nós marcamos um ponto de encontro. Eu por exemplo agora estava esperando eles chegarem, bem, se eles chegarem.

Ouço um barulho e logo me preparo para o modo de ataque, espero para ouvir o som e escuto umas risadas, relaxo o corpo e abaixo o arco, e começo a ouvir a voz deles.

– Fernando você tem que pedir logo para ficar com ela – Disse Mell caminhando para o nosso ponto de encontro, ela tem cabelos pretos cacheados e olhos castanhos.

Eu sei de quem eles estão falando, eles estão falando de outra amiga nossa, só que ela não gosta de caçar, seu nome é Ashley, olhos cinzas, e ruiva.

– Você acha que é fácil Mell? – Perguntou ele com cara de incrédulo olhando para ela, ela tinha cabelo curto preto e olhos castanho escuro.

– Sim, porque? –Perguntou ela, acho que eles nem me notaram aqui.

–Alooo eu to aqui sabia? – Disse a eles e os dois me olharam ao mesmo tempo.

–Prim você ta aqui! Nem te vi – Revirei os olhos,claro que ela não me viu.

–Prim explica para Mell que não é fácil dizer para menina que você gosta que você gosta dela! – Disse ele com uma careta eu fingi que não entendi.

– Mais... eu nunca gostei de uma menina – Mell começou a rir loucamente e Fernando revirou os olhos

– Ah vai te catar – Disse ele revirando os olhos, sim ele gosta de revirar os olhos.

–Ah mais e ai como vão as notas – Disse só para provocar a Mell.

–Pera ai , pera ai, agente ta falando de um assunto e você muda do nada para outro – Mell fala, eu e Fernando nos entreolhamos e começamos a rir. – O que tem de tão engraçado.

Rimos ainda mais e estávamos quase chorando de rir quando Fernando disse:

– Nada não – Começamos a rir mais ainda.

– Vou te matar Fernando – Grita Mell assustando todos os bichos

– Fica quieta Mell estamos no meio da floresta – Disse ele rindo que nem um cachorro.

– É né vai que alguém nos sequestra – Diz Mell irônica.

–Isso pode acontecer Mell – Eu disse – Nada é impossível.

Depois disso ouvimos um som e todos ficamos quietos e em modo de ataque, Fernando e eu pegamos os nossos arco e flechas e Mell pegou a lança dela, ficamos esperando alguém nos atacar mais nada veio, mais o som continuava. Disse baixinho aos dois:

–Vamos ver o que é, provavelmente é um animal – Eu disse, e então nos fomos de joelhos ate a direção que estava vindo o som, nós sempre fazíamos isso porque minha mãe ficava com medo de acontecer alguma coisa comigo na floresta e eu tenho precaução.

Enfiamos a cabeça entre os arbustos para tentar ver o que era, vimos um homem com capuz preto com um objeto estranho na mão falando em um telefone.

–Sim, sim, mas... quando o projeto Novo Jogos Vorazes vai começar – Novos Jogos Vorazes? Como assim? Não estou entendendo, os Jogos Vorazes acabaram há anos, porque ele falaria isso? –Não, não as crianças não criarão problemas – Que crianças? Do que ele está falando?

– Você sabe que raramente eu trabalho para você, em algumas coisas eu quero fazer o que eu quero – Que coisas? – Sim, sim eu vou fazer o trabalho mas eu quero a minha recompensa! – Que recompensa?Me incomodei e me inclinei mais para ouvir a conversa, mas fiz um barulho nos arbustos e recuei – Bom...bom,– Ele olhou em volta e depois disse – agora eu sinto que tem alguém que esta ouvindo nossa conversa, vou desligar – E ele apertou o botão de desligar.

Eu fiquei desesperada, e se ele nos encontrasse, olhei para os meus amigos e eles estavam pensando a mesma coisa, falei baixinho para eles:

– Sem fazer barulho e rápido. – Eles assentiram com a cabeça.

Andamos um longo caminho rapidamente e esperamos que ele não tenha achado nossos rastros,andávamos como se esse fosse o último momento de nossas vidas, por fim chegamos ao começo da floresta e começamos a descansar.

– Ainda bem que escapamos – Disse Fernando todo suado sentando embaixo de uma arvore.

– É – Eu disse, e parei para pensar, o que aconteceria se fossemos pegos.

Até que ouvimos um monte de gritos e disparos, vindos de dentro do Distrito 12, parecia um tumulto, eu e os outros nos olhamos e começamos a correr até o Distrito 12, cada passo era uma agonia pois estávamos muito exaustos e não sabíamos o que tinha acontecido, víamos fumaça e gritos vindo de lá, e quando chegamos tudo estava maior confusão, tentamos parar alguém para perguntar o que tinha acontecido, mais ninguém parava, todos corriam como se a vida deles dependesse disso.

–Senhor, o que aconteceu? – Perguntei e ele me ignorou totalmente como se estivesse traumatizado com algo e saiu correndo.

–Você sabe o que aconteceu? – Mell perguntou para um garotinho chorando que saiu correndo.

E foi ai que nos vimos uma faca enfiada dentro de um corpo, ficamos um tempo parado tentando processar tudo, ate que nos percebemos e saímos correndo com medo de que o assassino corresse atrás da gente, a partir daí tudo deu errado para gente, ele nos viu.

Só que ele não correu atrás da gente, ele foi em outra direção, a direção das nossas casas! Eu percebi e sai correndo atrás, meus amigos ficaram meio confusos quando eu virei e corri até ele, mas eles viram e saíram correndo atrás de mim.

Observamos que ele só ignorava as casas e saia em direção de uma, quer dizer não ignorava completamente, jogava umas bombas nelas e elas explodiam, isso fazia ficar mais difícil seguir ele porque os destroços das outras casas atrapalhavam muito.

Ele entrou na casa de Fernando e pegou a irmã mais velha, e a trouxe para fora e a colocou ajoelhada no chão , ele estava olhando para nós com satisfação, sabia que não íamos chegar a tempo, um segundo depois ele deu um sorriso e cortou a cabeça da irmã de Fernando que caiu no chão, Fernando ficou paralisado e começou a chorar, eu não podia consolar ele, sabia que um dos próximos a morrer podia ser da nossa família.

Parecia que ele tinha um GPS de pessoas, pois ele achou uma das irmãs da Mell no meio da rua, pegou ela e colocou em seus ombros e a colocou no centro da praça, Mell sabia, não podia evitar, nós não chegaríamos tão rápido, então foi ai que aconteceu, a um quilometro de distancia podíamos ouvir o grito da irmã da Mell, e dela, porém ela sabia que se ficasse chorando e implorando ter sua irmã de volta não adiantaria nada e começou a me acompanhar, estava em uma ordem, eu era a próxima.

Eu podia ver minha mãe chorando de joelhos no meio da rua, achei que era ela que ia morrer, mas não tinha nenhum assassino perto dela. Cheguei perto dela e perguntei:

–Mãe, o que aconteceu?

–Eles pegaram ele – Minha mãe estava traumatizada, não conseguia nem falar direito – Eles pegaram ele.

Foi ai que eu entendi, eles pegaram Josh, meu irmão. Sai correndo tentando procurar o assassino e chorando ao mesmo tempo, talvez... eu poderia evitar a morte do meu irmão, mas no fundo sabia que não conseguiria. Foi então que eu ouvi um grito pelo meu nome de muito longe e sai correndo, nada importava agora, só a vida do meu irmão. Eu não conseguia ouvir direito por causa das explosões, mas estava focada em achar meu irmão.Foi então que eu o vi, chorando deitado no chão, com o homem de capuz ao seu lado. Gritei:

–Não! – Enquanto corria o mais rápido possível para perto de meu irmão.

Foi então que o Homem abaixou a espada e os choros do me irmão se cessaram, olhei incrédulo para ele que sumiu como ar.

Corri ao meu irmão e ajoelhei ao seu lado e disse:

–Desculpe por não conseguir proteger você, me desculpe, me desculpe. –Estava chorando encima do corpo sem vida dele.