Azul. Foi a primeira coisa que eu vi assim que abri meus olhos. Na verdade foi tom de azul específico, um que vejo todos os dias quando vejo o reflexo dos meus olhos e que até hoje só vi em mais duas pessoas. Isso só podeira significar uma coisa, meu pai chegou em casa mais cedo.

–Papai?- resmunguei.

–Oi DylByl, levanta que o jantar já está pronto.

–Mas eu não quelo- fiz um biquinho, que eu espero que tenha sido fofinho- Me deixa dormir.

–Noop, levanta logo a sua bunda gorda daí sua preguiçosa, e desce que sua mãe ligou para o restaurante com muito amor e carinho.

–Seu malvado.

–Você tem cinco minutos.

E foi embora. Se você já se perguntou aonde eu aprendi a ser essa Dylan linda e maravilhosa, o que provavelmente nunca aconteceu, foi com meu pai. Me levante apressada e joguei um água na minha cara de zumbi, sem querer ofender os zumbis.

–Bom dia família linda do meu coração.- digo sorrindo ao entrar na sala de jantar.

–É noite sua idiota-disse Jordy enquanto jogava no seu DS

–Jordan!Não chame sua irmã desse jeito- disse meu querido pai me defendendo daquele pateta, sim eu a chamei de pateta, algum problema?- E Dyl cala a boca e senta na droga da cadeira.

–Não precisa falar assim- eu disse enquanto me sentava fazendo biquinho- Magoei.

–Que bom, agora alimente a fera que você chama de barriga DylByl.

–Essa doeu até no meu pâncreas.

–Cala a boca Jordan- dissemos eu e meu pai ao mesmo tempo.

Deixei de prestar nos seres que estavam sentados na mesa e desviei meu olhar para o jantar. Comida chinesa, adoro.

Enchi meu prato de frango xadrez, rolinho primavera e aquele arroz cheio de coisa, mas não sei o nome. Enquanto tudo isso acontecia minha querida mamãe estava falando no celular com um investidor ou o mais possível contando todas as fofocas para a minha avó.

–Dylan respire, coma mais devagar.

–Desculpe mamãe.

Ela se sentou devagar, beijou meu pai na bochecha e arrancou a toca da cabeça do meu irmão, fazendo seus cabelos negros e lisos cairem sobre seus olhos.

–Hey!

–Shiu!Já te falei para não jantar com essa sua toca fedorenta!

À partir daí foi como normalmente são as nossas refeições em família, minha mãe digitando no celular, meu irmão jogando videogame enquanto "come", meu pai mandando minha mãe e meu irmão pararem de mexer nas suas tralhas,quase enfiando a comida pela guela do Jordan e eu comendo.

–Jordan Cody Brown!Largue a droga desse videogame e começe a comer direito!

–Ahan...

–Eu desito- suspirou meu pai.

–Você não tinha desistido ainda, amor?

–Não.

–Seu bobo- disse depois de dar um selinho no sr. Brown.

–Eu posso ir antes que eu vomite aqui?- perguntei- Tenho lição de casa para fazer.

–Pode DylByl.

–Obrigadinha paizinho.

Levantei da mesa e fui subindo a escada pulando alguns degrais da escada, fui para o banheiro escovei meus dentes e tomei meu banho, meu pijama tem vários pandinhas estampados na calça.

Peguei meu material e fui fazer as minhas lições e estudar um pouco. Já era mais de meia note quando eles apareceram.

Do lado esquerdo do ringue, pesando as pálpebras, temos o SONO!!

E do lado direito do ringue, aquela que já suportou lutas por madrugadas a dentro, a FALTA DE VONTADE DE DORMIR!!

E que comece a luta!

Meu Deus, eu sou muito retardada.

Mesmo assim continuei a estudar,e quando eu percebi já eram seis da manhã, meu despertador estava tocando e eu tinha dormido sentada na minha poltrona. Ai que dor nas costas.

Tomei meu banho voando,vesti uma legging preta, uma blusa branca com o Mickey estampado na frente e que batia um pouco acima do meio da coxa, uma bota preta com um saltinho e um sobretudo preto, prendi numa trança lateral que chegava até a minha cintural porque meu cabelo estava simplismente horrível.

Coloquei minha mochila nas costas e saí correndo, peguei uma maçã da cesta, cheguei na porta e gritei:

–Tchau mãe! Tchau pai! Tchau Jordy!

–Tchau filha!- gritaram juntos

–Não me chame de Jordy!

–Também te amo Jordy!

Fechei a porta e andei até o meu inferno particular, e de muitos outros. Ayumi estava me esperava no portão.

–E ai gata?

– Que foi minha linda?

–Gostei da sua trança.

–Gostei da sua roupa.

Ayumi estava usando um vestido azul claro que ia atá os joelhos,uma jaqueta de couro preta curta e uma sapatilha também azul.

–Obrigada Dyl.

Andamos juntas até o armário, e pegamos o material para as próximas três aula, química, artes e matemática. Socorro! No meio do caminho eu fui parada por uma parede de carne humana. Carter Martin parou na minha frente, se inclinou bem devagar, me beijou no canto da boca e sussurrou no meu ouvido:

–Prefiro seu cabelo solto.- enquanto puxava meu elástico e o colocava na minha mão.

E saiu andando como se nada tivesse acontecido.Caminhei até a Ayu atordoada, ignorando os olhares curiosos e alguns indignados.

–O que foi isso Dylan?

–Não sei Ayu, sinceramente não sei.