Dez dias se passaram, e a relação de Damon e Elena começava a melhorar. Já riam e voltaram a fazer as refeições juntos, porem nada mais que isso. Suas camas e seus corpos continuavam separados.
– Atrasado de novo? - Elena disse estendo a xícara de café para Damon que descia as escadas apressado e tentando arrumar a gravata.
– Sempre passo da hora por causa desta bendita gravata.
– Venha cá e me deixe cuidar disso.
Ele caminhou em sua direção e ela deu um nó em sua gravata rapidamente.
– Pronto. - ele disse enquanto ele bebia o café rápido.
Alguém tocou a campainha. Ou melhor, dizendo “esqueceu” o dedo na campainha, e não adiantou de nada Elena gritar enlouquecida três vezes um “já vai!”.
Abriu a porta com cara de poucos amigos, e se deparou com Caroline, mais branca que um papel:
– O que houve? Parece preocupada.
A loira entrou sem ser convidada como sempre fazia. Lena fechou a porta dando de ombros.
– Ei Car. - ela disse sorrindo – E ai?
– Preciso de você... - a loira disse aflita, parecendo a ponto de chorar
– Bom dia Caroline. – Damon disse. Ela não respondeu seu comprimento – Bom, já vou indo. - ele disse pegando a maleta e indo até a porta - Até mais meninas. Car, algum recado pro Klaus? - ela apenas negou com a cabeça, e Damon arregalou os olhos – Tudo bem. Um ótimo dia pra vocês. Tchau Lena. - ele disse fechando a porta
– Tchau! - ela gritou para que ele escutasse. - Fale o que quer?
– Eu sou uma idiota! Sou a maior idiota do mundo! - ela disse parecendo entrar em pânico
– Descobriu há pouco tempo? - Elena disse com humor
– Eu falo serio! - a loira ralhou – Estou em primeiro lugar na lista dos idiotas!
– Puxa... desde quando Damon caiu para a segunda posição?
A tentativa de animar a amiga não ajudou muito, pois ao contrario de rir ela bateu o pé no chão, bagunçou os cabelos e sentou no sofá escondendo o rosto com as mãos.
– Eu não acredito que fiz isso! - ela disse quase sussurrando
– Que? fez o que? Que ganhou de Damon em questão de idiotice? - a loira balançou a cabeça – Bom, é difícil de acreditar mesmo que alguém ganhe dele. Até eu estou chocada.
Elena chegou mais perto de Caroline e percebeu que ela começava a soluçar.
– O que houve? - disse ficando seria de repente e vendo que o assunto não permitia brincadeira.
Poucas vezes na vida virá Caroline tão... desesperada isso se não fosse a primeira vez.
– Estou perdida. - a loira disse erguendo o rosto molhado de lagrimas

– O que foi? Brigou com Klaus? - ela disse sentando ao lado de Caroline e lhe abraçando com um braço. Ela balançou a cabeça negando – Então o que foi? Diga-me, quero te ajudar.
Caroline não conseguiu falar. Tinha a garganta apertada e o único som que conseguia emitir, eram os soluços de choro.
Ao contrario de falar abriu a bolsa e mostrou para Elena uma caixinha onde em letras grandes e coloridas de azul e rosa indicavam: “Teste de Gravidez”
O queixo de Elena instintivamente foi para no chão.
– Você... - ela não conseguiu terminar a pergunta, apenas apontou para a caixinha
– Não sei. - a loira disse em pranto – Não tive coragem de fazê-lo sozinha.
Elena não tinha ideia do que falar. Ficou em silencio por alguns segundos que mais pareceram minutos, e quando viu que Caroline estava realmente desesperada e que precisa dela mais do que nunca, respirou fundo e tomou o controle da situação.
– Ótimo. Não vamos nos precipitar. Você atrasada tempo?
–Um mês.
– Isso não significa exatamente que esteja esperando um bebê.
– Eu me sinto diferente Elena! E eu nunca atrasei na vida!
Elena esfregou as têmporas.
– Quem é o pai?
– Como quem é o pai! - a loira pareceu ofendida – Obvio que é Klaus!
– Tudo bem, foi uma pergunta idiota, mas... Por Deus Car não sei o que te dizer! Como vocês esqueceram-se de se proteger?
– Oh Elena, vai dizer que se lembra da merda da camisinha quando esta prestes a ir às alturas com Damon? – Elena corou com o comentário – Vai me dizer que sempre usaram camisinha!
– Nunca usamos camisinha. - ela disse um tom de voz mais alto – Eu tomo regularmente o anticoncepcional. Você não?
– Tenho milhares de coisas na cabeça nunca me lembro de tomá-lo na hora certa! Não deve ter surtido efeito.
– Ou você esqueceu-se de tomá-lo. – Elena disse a opção mais provável
– Oh, o que acontece agora é que eu estou completamente perdida! O que eu vou fazer com uma criança?! Diga-me, o que vou fazer com uma criança?! - ela voltou a chorar – Eu nem se quer sei o que Klaus acha sobre filhos! Céus o que eu faço Elena?
– Caroline, não chore! - ela disse com os olhos igualmente marejados – Vamos pensar em algo. Estamos juntas nessa.
– Obrigada. - a loira disse ainda chorando
– Bom você ainda não fez o teste certo? - ela assentiu – Então, a primeira coisa é fazê-lo.
– Trouxe mais cinco marcas diferentes. - ela disse secando as lagrimas e tirando as outras cinco caixinhas da bolsa – Se importa se também fizer um? Não quero fazê-lo sozinha.
Elena abriu a boca para dizer “Estupidez”, mas voltou a fechá-la. Nunca virá a amiga tão transtornada.
– Tudo bem. Dê-me um. Eu faço e depois você faz.
Elena pegou uma caixinha e foi até o banheiro lendo as instruções.

Quando Elena voltou do banheiro, Caroline a esperava com a expressão que parecia ainda mais aflita.
– Sua vez. Você faz todos os cinco de uma só vez e depois vemos o resultado juntas.
– Tudo bem. - a loira assentiu parecendo de repente ficar mais confiante.
Antes da loira entrar no banheiro Elena a abraçou com força. Car sorriu sem jeito, entrou no banheiro e demorou alguns minutos até sair.
Quando saiu tinha cinco testes na mão e os entregou todos a Elena.
– Me diga você o resultado.
Elena pegou os testes e os colocou sobre a mesa de centro da sala de estar. Sentou-se no sofá ao lado de Caroline e ambas esperarem ferozmente que cinco minutos houvessem passado.
– É agora. – Elena disse se levantando – Quer que eu diga o seu ou o meu primeiro?
– Tanto faz. - a loira deu de ombros ainda bastante pálida.
Elena pegou o dela primeiro.
– Tudo bem, todos são com os resultados iguais. Uma linha negativo duas linhas positivo. - pegou o que ela havia feito e mostrou para Caroline – Negativo.
Caroline assentiu com a cabeça e começou a esfregar as mãos uma na outra.
Elena pegou o primeiro que Caroline havia feito e por sua expressão o resultado já estava evidente.
– Positivo Car. - ela esticou o teste para a amiga que o pegou na mão.
– Oh meu Deus. - ela sussurrou voltando a chorar, enquanto olhava as duas linhas destacadas – Os outros... - ela disse parecendo esperançosa - … estão diferentes?
– Estão todos iguais Car. - Elena abriu um pequeno sorriso enquanto os olhos começavam a transbordar - Você vai ser mãe.
Caroline levantou parecendo perturbada e pegou os outros testes, comparando-os. Todos com duas linhas… Todos positivos…
– Estou perdida... - ela começou a repetir sem parar
Em um ataque de ira jogou os testes no chão, fazendo Elena se assustar. Apenas um teste havia ficado sobre a pequena mesa de centro, e ela o pegou e correu até a cozinha, jogando-o com raiva dentro da lixeira. Desnorteada, voltou com a intenção que dar o mesmo fim aos outros, mas quando chegou à sala Elena lhe abraçou e tentou acalmá-la:
– Acalme-se Car. Isso não vai lhe fazer bem.
– Que se dane! - a loira gritou – Estou perdida. Como vou dizer ao Klaus isso? Um bebê! Céus um bebê.. ele não vai querer um bebê.
Elena sentiu um calafrio na coluna. Caroline não podia falar sério. Não mesmo. Respirando fundo e criando coragem para perguntar ela falou:
– Mais você o quer, não quer? Você quer um bebê não é Caroline? – Elena disse contendo o próprio choro
– E-e-eu não sei. Estou confusa. - ela disse sentando no sofá. Elena sentou ao seu lado, sentindo as próprias pernas tremerem.
Caroline realmente, realmente não podia, não podia por momento algum pensar em interromper a vida de um ser humano.
– Car você não esta pensando em.. em... - a palavra se recusou a sair da garganta de Elena, mas ela tinha certeza que Caroline havia compreendido...

O par de olhos verdes se arregalou e a loira pulou do sofá com a expressão assustada:
– A que estima me tem Elena? Claro que não! Nunca faria isso!

Elena suspirou aliviada, e sorriu:
– Eu sei, desculpe. É que você me assustou...
– Eu estou assustada! - a loira disse desabando novamente no sofá – O que eu faço Elena?
– A primeira coisa é falar com Klaus.
– Não posso fazê-lo. Não suportarei se ele me lançar aquele olhar de repreensão que os advogados têm. Oh, ele tinha que ser advogado? – Elena obrigou-se a rir – Não ria de mim. Estou por um fio de perder o controle.
O silencio caiu sobre ela, permitindo que ambas organizassem os pensamentos. De repente Caroline disse séria.
– Prometa que por enquanto isso fica entre nós Elena. Não quero que conte para Damon. Pelo menos ainda não.
– Por quê? – Elena disse com o tom de voz mais grave que o habitual. Por algum motivo a falta de confiança que Car demonstrou por Damon a deixou irritada.
– Quero um tempo para preparar Klaus para a notícia. Se você contar pro Damon, temo que ele de com a língua nos dentes. Você pode fazer isso por mim?
Elena suspirou e pensou por longos segundos. Caroline tinha o direito de querer esconder isso por uns dias.
– Quando você pretende contar pro Klaus?
– O mais rápido possível. - ela disse mirando o chão
– Quer que eu converse com ele? - ela se propôs como qualquer boa amiga faria
– Não, Obrigada mas não. É algo que diz respeito a mim, a ele e ao... nosso filho.
– Ou filha. – Elena disse de imediato.
Caroline gemeu e deitou a cabeça no colo de Elena, como sempre faziam quando uma estava carente. Lena iniciou o cafuné e disse divertida:
– Nossa, estou fazendo cafuné em duas pessoas ao mesmo tempo... e só com uma mão. É tão estranho.
Elena finalmente conseguiu o que queria desde que a amiga havia batido em sua porta. Caroline gargalhou e secou os olhos... desta vez não porque estava chorando, e sim porque derramara lagrima de tanto rir.
– Você vai ver que vai dar tudo certo. – Elena disse lhe beijando a cabeleira loira – Eu vou estar aqui com você o tempo todo. Sei que agora você esta com um pouco de medo, e céus eu também estou, mas não precisa se preocupar. Nós, juntas vamos tirar de letra, independente do que aconteça daqui pra frente. Combinado irmã?
– Combinado. – Car disse sentindo-se de repente mais confiante
– E pode apostar que se precisar passar noites em claro porque o bebê não para de chorar, ou porque o bebê não quer dormir sozinho, ou quando ele chorar porque quer ser trocado, ou quando ele chorar porque quer mamadeira, ou quando ele chorar … - A loira lhe interrompeu
– Eu entendi Elena! - Ela disse divertida
O olhar de Elena se iluminou;
– Já imaginou um bebezinho me chamando de tia Lena?
– De Dinda Lena. - Caroline a corrigiu e a olhou nos olhos – A menos que você ache que Damon não vai aceitar. Você acha que Damon vai aceitar ser o padrinho?
O coração de Elena bateu mais forte, e ela preferiu brincar a falar realmente sério:

– Acho bom mesmo. Mataria você se não me chama-se para ser a madrinha do seu primeiro filho. – Caroline riu novamente.
– Será que ele ou ela, vai ter olhos verdes? - a loira parecia sonhadora com um grande sorriso nos olhos – Eu gostaria de tivesse os cabelos de Klaus... e o sorriso de Klaus e as covinhas do klaus. Por mim poderia ser a caricatura do Klaus.
Elena riu e continuou acariciando o cabelo de Caroline:
– Tenho certeza que será uma criança linda Car.
– Eu também Lena.