Escrito nas estrelas escrita por Bethane


Capítulo 2
O confronto




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Saímos pela porta dos fundos e estamos andando por um corredor estreito com pouca iluminação. Eu não pretendo segui-lo obediente, se ele quiser me levar terá que fazer melhor que isso. Paro de andar e puxo meu braço com força, ele para e se vira para me olhar.

– Posso saber qual o problema? - ele pergunta levantando a sobrancelha.

– Eu não escolhi ser divergente, mas não serei usada em experimentos! - digo determinada.

– Eles só te farão algumas perguntas e você será liberada.

Eu começo a rir.

– Foi isso o que eles te disseram? você não parece ser do tipo ingênuo. - replico.

– Eles não tem por que mentir!

– Será? você parece querer muito acreditar nisso. Culpa talvez?

– já chega, Vamos!

Ele da um passo na minha direção e eu recuo instantaneamente.

–Não quer chamar reforços? eu não vou facilitar as coisas pra você!

– Não se preocupe, eu dou conta do recado pequena! - ele diz enfatizando a última palavra.

Eu sei que ele esta certo, por mais que eu seja boa de luta ele é bem mais alto do que eu e duas vezes mais forte. Eu precisava ganhar tempo de alguma forma até tudo estar pronto. Foram anos planejando essa fuga, e estamos tão perto de conseguir, não posso falhar agora.

– Ok, mas se eu cair vai ser lutando, não obedecendo ordens como um soldadinho de chumbo. - Ele continuou me olhando com aquela expressão séria.

– Tenho que admitir você é corajosa! outros teriam apelado para o meu lado sensível implorando para deixa-los ir.

– Sensível você? é mais fácil tirar água de pedra! -

A vontade que tenho é de esgana-lo mas sei que isso não vai me ajudar. Ele começa a rir, é a primeira vez desde que nos encontramos que ele parece relaxar um pouco e isso parece torna-lo mais humano. Acho que poderíamos ser amigos se a situação fosse outra. Isso me dá uma ideia, poucas pessoas são capazes de resistir a um desafio e arrogante como ele é não vai recusar, ou melhor eu conto com isso.

– Por que não fazemos um Acordo. - eu começo - eu te desafio a uma luta, se eu ganhar você esquece que eu sou divergente e me deixa ir, se eu perder vou com você sem resistência. O que você acha?

– Que você é louca! - ele diz

– Isso eu já sei. - falo rindo - algo mais?

– Esta bem, vamos acabar logo com isso!

Ele da outro passo na minha direção e eu recuo novamente.

– Espere! - eu quase grito - Você vai querer lutar aqui nesse corredor estreito? as pessoas podem ver. Nem preciso dizer que é uma péssima ideia!

O que você sugere então? - ele pergunta como se já soubesse o que eu vou dizer em seguida.

–Podemos fazer isso em um lugar apropriado.

– Que seria ...?

– Onde e quando você quiser, esta bem assim?

– Você é esperta, mas não há como fugir de mim, encontrarei você onde quer que seja e nos vamos resolver isso.

– Você fala como se eu tivesse para onde fugir, você tem todos os meus dados a sua disposição.

Mal sabe ele que isso é realmente o que eu penso em fazer, Voltar para Chicago não é uma opção melhor do que essa, mas eu tenho contas para ajustar com Marcos Eaton, e ele vai pagar nem que seja a última coisa que eu faça. As palavras do garoto a minha frente me trazem de volta para o presente.

– ..... não confio em você!

– Nem eu em você, mas tenho que confiar que você vai manter sua palavra e não me entregará antes da luta.

– Eu não disse que concordei! - ele replica.

– Acredito que você vai me dar a oportunidade de lutar pela minha liberdade.

– Você sabe que não tem como me vencer. - Ele fala confiante.

– Eu corro o risco! - falo sabendo que ele esta certo, mas me mantenho firme. - Agora se você me da licença preciso contar aos meu pais que o resultado do meu teste foi Audácia.

– Por que audácia, Você estaria vindo diretamente para mim.

Eu estava tão nervosa que não havia prestado atenção nas roupas do garoto, isso é que era azar. Ele tinha razão se eu escolhesse audácia estaria indo direto para a toca do lobo. Mas eu não tenho escolha.

– Hum... nem percebi, mas talvez isso seja útil, precisarei treinar para a nossa luta.

– Não me lembro de ter dito quando, pode ser amanhã mesmo.

Eu dei um sorrisinho indulgente para ele.

– Não acredito que você seja daqueles que gostam de massacrar os mais fracos, isso seria covardia. - Isso parece tê-lo atingido.

– Eu vou contar até dez, se você estiver aqui quando eu terminar o acordo será cancelado. Um....

Eu me viro e saio andando, antes de virar a esquina em direção a saída olho para trás. Ele já esta no número oito.

– Só mais uma coisa, eu ainda não sei o seu nome.

– Nove....

– Então ...? sei que estou desafiando a minha sorte, mas não resisto.

– Dez!

Eu pensei que ele viria atrás de mim, mas ele continuou parado e eu também esperando sua resposta. Finalmente ele se decide.

– Quatro! - Não acredito que seja um nome, talvez um apelido. Um sorriso curva os meus lábios.

– Foi um prazer fazer negócios com você quatro!

Não espero para saber se ele respondeu ou está vindo atrás de mim para cumprir sua ameaça, disparo pelo corredor e saio pela porta, para o sol brilhante da manhã. Essa foi por pouco! preciso arejar a cabeça então sigo em direção a praia. São Francisco é tão diferente das lembranças que tenho de Chicago. Aqui tudo parece em harmonia, mas eu sei que lá fora não tem os monstros que eles nos fizeram acreditar, só alguém que decidiu brincar de deus.


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