Escrito nas estrelas escrita por Bethane


Capítulo 1
O teste de aptidão




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Tudo na minha vida nos últimos seis anos foi uma mentira, meu nome, minha idade, a facção na qual nasci. Meu verdadeiro nome é Claire Eaton, sou uma sem facção da cidade de Chicago, mas atualmente estou em São Francisco. Todos aqui me chamam de Lívia Miller, nome que me foi dado pelas pessoas que me deixarão aqui com minha irmã Sarah Eaton ou melhor dizendo Lisa Miller.

Hoje é meu teste de aptidão, o que quer dizer que eles pensam que eu tenho 16 anos, mas a verdade que fiz 18 anos no último inverno. O fato de ser pequena ajudou nesse caso, permitindo que eu e minha irmã fizéssemos o teste no mesmo ano. Na sala de espera eu estou sozinha, todos os outros que terminaram seus testes foram dispensados. Tudo isso parece uma perda de tempo já que podemos escolher a facção que quisermos no final. Eu sempre soube para qual eu iria desde criança, eu iria para a audácia, é a única facção onde é possível aprender a lutar. A porta da sala se abre novamente e de dentro sai a garota que entrou alguns minutos atrás, eu sou a próxima.

– Lívia Miller.

Ele nem olha pra mim quando me chama, não que eu me importe com isso mesmo por que ele agiu assim com todos os outros. Sei que não tenho como evitar isso então o sigo para dentro da sala. Atrás de mim ouço um click quando a porta é fechada.

– Deita na poltrona. - ele comanda serio - vou aplicar em você um soro de simulação, eu sugiro que você relaxe.

Ele fala como se tivesse decorado as falas e em um tom que não deixa espaço para protesto ou questionamentos. Relaxar é algo complicado no momento então resolvo observar o meu " carrasco", ele é alto, olhos azuis e cabelos loiros e aparentemente bem forte .

– Qual é seu nome? - pergunto olhando para ele. Ele me encara de volta como se tivesse me vendo pela primeira vez.

– Acredito que você tenha vindo aqui para fazer um teste de aptidão, se quer conversar sugiro que procure outra pessoa. - Diz ele de modo ríspido.

– Você é sempre tão amável assim? - Replico.

– Não! hoje estou bancando o bom samaritano pra variar.

– Sorte a minha ter te pegado no seu melhor dia. - Digo em tom de zombaria.
Ele suspira e continua a mexer na tela do computador ao lado.

– Acredite você não vai querer me ver no meu pior dia.

– Parece que concordamos em alguma coisa. Já é um bom começo.

– O que te faz achar que pode falar comigo? - ele pergunta

– Deve ser porque você é tão acessível.

No momento que eu falo me arrependo de não ter ficado com esse pensamento para mim, no entanto ao meu lado o garoto esta com as duas mãos na cabeça e com uma expressão de dor no rosto, ele esbarra na mesa tentando se apoiar em algo meio desorientado. Eu pulo da cadeira e corro para tentar segura-lo antes que ele caia e bata com a cabeça.

– Você esta bem? - eu pergunto preocupada, quando eu tento ajuda-lo ele empurra minhas mãos.

– Não preciso da sua ajuda! - ele parece estar horrorizado com a possibilidade de eu achar que ele precisa da minha ajuda, então recolho a minha mão.

– Acredito já que voltou a ser um grosso. - Digo e volto para minha cadeira.

– Não se preocupe com coisas que não são da sua conta.

– Claro sem problemas, senhor. - digo enfatizando a última palavra.

Ele realmente parece estar bem, seja lá o que aconteceu ele se recuperou rápido. Na sua mão esta a seringa com o liquido laranja.

– Vire o pescoço para eu aplicar. E por favor da para você fechar a boca só por um minuto. - isso não foi dito como uma pergunta.

– Eu detesto pessoas irritantes e mal educadas.

– A reciproca é verdadeira. - Ele fala e aplica o soro em mim sem a menor gentileza.

Eu sinto o meu corpo ficar mole e de repente me vejo dentro de uma sala com três grupos cada um com três pessoas, eu percebo que devo escolher um desses grupos ou as coisas vão ficar feias, mas não tenho a menor vontade de fazer isso. As pessoas do grupo da direita se aproximam de mim, um homem e duas mulheres, eles não parecem amistosos.

– O que você esta fazendo aqui? - O homem me olha e pergunta. Eu sei que tenho que dizer que pertenço a algum daqueles grupos, mas acabo não falando nada disso.

– Eu não sei..... - isso é verdade, a minha mente esta confusa, sei que devo me lembrar de algo mas não consigo. O homem me olha de cima a baixo e então os três desaparecem.

Em seguida o grupo da esquerda se aproxima e uma mulher se aproxima com uma seringa com um liquido laranja e então eu me lembro isso não é real é uma simulação. Ela parece querer injetar isso em mim, mas eu tenho que impedi-la. Eu sei que não posso lutar contra três então seguro seu braço e a faço girar dando nela uma gravata, tomo a seringa e aponto para o pescoço da mulher, os outros dois param de andar e de repente eles somem também. Agora tem apenas um grupo eles não parecem ser uma ameaça parecem na verdade como se fossem sem facção. Sinto algo no meu bolso, enfio a mão e retiro de lá uma barra de chocolate, meu estômago ronca e percebo que estou com muita fome. No entanto no outro grupo tem uma garotinha e ela olha para a barra de chocolate como se a quisesse. Dou um suspiro e vou em direção ao último grupo e dou o chocolate a ela, quando ela o pega tudo muda e eu estou na mesma sala que eu estava antes.

– Como você fez isso? - ouço ele me perguntar

– Fez o que? - pergunto

– Seu teste, o resultado foi as cinco facções. Isso é impossível.

– Você vai me fazer refaze-lo? - pergunto incredu-la

– Esse é o menor dos seus problemas agora. Você é uma divergente e vai vir comigo! - ele segura o meu braço e sai me puxando porta afora.
Um pouco tarde demais eu me lembro das palavras do meu único amigo. " ser um divergente significa que você é um forte candidato para experimentos em laboratórios, e quando eles não precisarem mais de você eles te descartam."


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