Surreal - Art and Insanity escrita por Jess


Capítulo 48
Capítulo 48 - Não perca tempo I


Notas iniciais do capítulo

Olá
Estou adorando os comentários, os novos leitores, os antigos leitores e as recomendações.
Estarei postando todos os dias, durante uma semana a partir de hoje, futuramente teremos um capítulo especial com a Anne narrando, teremos muitas coisas...
Boa leitura.



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Olhei fixamente um ponto qualquer da parede de tons pastéis de meu quarto, algo bem clássico...

Meus pensamentos transitavam entre coisas de extrema importância e banalidades, meus olhos estavam quase fechados a luz que entrava pela fresta da janela acertava meu rosto.

Era uma tarde nublada, com um clima confortável; nada muito quente, abafado e nada muito úmido a ponto de me fazer levantar e ligar o aquecedor. Mesmo estando nublado ainda havia mais luz lá fora do que ali, dentro de meu quarto.

Não valeria a pena abrir a janela, a única coisa que veria seria um céu acinzentado; o cinza desse céu me levaria até a ultima ou a primeira vez que vi uns certos olhos acinzentados.

Essa mistura de preto e branco, essa monotonia nos olhos dela...

Anne tinha ficado um pouco fria depois do meu pedido de desculpa, seu tom de voz se tornou mais frio do que o tom de seus olhos. É claro que ela nunca foi de recepções calorosas, mas isso tornou-se ainda pior, parecia mais alheia a tudo; isso inclui minhas provocações.

Eu não estou disposto a ter todo o tempo que gastei em aproximações cuidadosas, sendo jogado fora por causa do que o Albert me fez fazer, não estou disposto a voltar para o nada, ir de volta para o momento em que tinha que correr atrás dela no final de cada aula.

Abri meus olhos, pisquei algumas vezes pensando no que iria fazer, procurando uma solução para um problema que eu não sabia ao certo qual era.

A resposta para minhas questões chegou como uma descarga elétrica que me fez pular da cama.

Se eu queria uma solução ou uma explicação, não a encontraria deitado, mergulhado em devaneios. Era preciso ir até a fonte dos problemas.

Talvez eu nem use a tarde toda para conseguir algo, pensei vestindo-me rapidamente e pegando minhas chaves.

Depois de algum tempo eu já estava na frente da casa da Anne, não precisei esperar para ser atendido, pois ela já estava saindo acompanhada de sua mãe.

Vi os olhos de Anne arregalarem com um ar meio desesperado, mostrando o quanto estava surpresa ao me ver; já a Senhora Hill recebeu-me com o sorriso de sempre.

_Não sabia que vocês tinham combinado de sair._ Ela disse um pouco confusa, mas ainda sorridente.

_Não combinamos._ Anne rebateu prontamente, adotando uma postura defensiva.

Sorri como se estivesse envergonhado e desculpei-me com o tom mais convincente que encontrei, e ainda tinham os movimentos, uma gesticulação forçada.

_Desculpe-me... Eu deveria ter avisado que faria uma visita... Mas volto outro dia...

Dei de ombros e caminhei lentamente, sabendo o que viria a seguir.

_Sebastian, porque não vem com a gente? Faremos algumas compras, mas se não se incomodar... Seria bom ter uma opinião masculina.

Observei por mais alguns segundos o rosto da Anne que expressava toda sua frustração. Era bom ver como ela podia ser transparente, demonstrando tudo em seu rosto; admito que senti falta disso.

_Acho que o Sebastian tem outras coisas para fazer, mãe._ Ela falou tentando parecer tranquila.

_Na verdade, tenho a tarde toda vaga e acho que seria divertido ir com vocês se não for muita ousadia de minha parte...

Pude imaginar a voz de Anne gritando É muita ousadia sim!

_Precisa avisar seus pais?_ Senhora Hill perguntou-me, mas nem deu tempo para que eu respondesse e logo falou_ É melhor ligar antes...

A mãe de Anne era exatamente o tipo de pessoa que imaginei que fosse; preocupada com os outros, devia se cobrar de mais e se sentir culpada com facilidade.

Eu não precisava avisar meus pais por alguns motivos: Eu podia ir aonde quisesse e quando quisesse, era como se meus pais não tivessem ou quisessem minha guarda legal e...

A que está querendo enganar? Seus pais não se importam com o que você faz, por onde anda ou quem é., Albert falou em seu tom zombeteiro de sempre. Não lhe dei atenção e pequei o celular em meu bolso, seria muito mais rápido fingir estar mandando uma mensagem do que criar uma desculpa para senhora Hill.

Anne aproximou-se com seu olhar desconfiado, evitei encara-la por muito tempo, mas isso não a impedia de prender seus olhos em mim de uma forma que me fizesse sentir toda aquela pressão de um olhar acusador.

Terminei minha simulação e voltei minha atenção a senhora Hill que já estava com a chave do carro em mãos.

_Tudo bem, podemos ir._ Falei sorrindo como se não sentisse os olhos de Anne em mim; ela sorriu e foi até a garagem tirar o carro.

Andei despreocupadamente olhando as flores que já estavam morrendo, talvez o clima frio fosse o responsável por isso.

Mesmo pensando nas pequenas flores murchas pude ouvir os passos lentos da garota de olhos acusadores... Eu poderia imaginar ou sentir sua atenção em meus movimentos, podia imaginar tudo que ela poderia estar pensando sobre mim, mas sei que tenho muitas chances de errar tudo quando se trata dela.

_Tudo que vem de você são mentiras... Você é uma farsa.

Não soube decifrar em seu tom se aquilo era uma pergunta ou uma constatação dita em sussurros, entretanto era óbvio seu descontentamento, era palpável e eu não esperava outra reação, mas suas palavras ainda tinham certo efeito, mesmo assim permaneci com a expressão despreocupada.

Anne foi em direção á porta do passageiro da frente, eu me sentei no banco de trás.


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Notas finais do capítulo

Amanhã tem a segunda parte desse capítulo.
Comentem, recomendem, tirem suas duvidas.



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